A diferença entre o primeiro S&M, ainda nos anos 90, e o segundo, agora, ilustra bem a diferença entre aqueles saudosos tempos e os atuais. O primeiro verdadeiramente marcou época. Até matéria no Fantástico ele rendeu (sim, eu me recordo disso!).
E, só para lhes fornecer algum contexto, na época, o Brasil praticamente parava para ver o programa à noite. Estamos falando de tempos pré-internet (ainda era muito incipiente) e pré-smartphone (celulares mal existiam naquela época, e os que existiam, mais pareciam tijolos).
Mas, voltando à ilustração das diferenças entre hoje e antes, só basta ver a falta de zelo/esmero com a ocasião, repetindo o mesmo repertório de quando foi estreado com o maestro Michael Kamen, hoje já falecido. A diferença ilustra bem os diferentes tempos. Os que foram assistir ao vivo, inclusive, apenas reforçam este entendimento.
Tenho certeza de que boa parte foi por "nostalgia" do primeiro. Mas não somente por nostalgia, mas sim para sustentar a ingênua autenticidade de se reviver, "de corpo e alma", um grande momento histórico significativo. Mas o "momento de verdade" da ocasião se deu justamente com a escandalosa falta de pompa e circunstância com que o próprio Metallica tratou o evento - se comparado à sua exibição original.
A execução de No Leaf Clover, sozinha, no primeiro S&M, já eclipsa todo este de agora. Aquela música é linda, até então inédita e foi perfeitamente bem com a ocasião, se oferecendo livremente (e sem demais lisonjas) aos arranjos e caprichos da orquestração. As diferenças são a cara do nosso tempo. Uma mistura de sintoma com diagnóstico.