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A picape da Ford fica mais bonita, tecnológica e barata de manter. Mas é o suficiente para superar as antigas rivais?
Por João Brigato // Fotos: Christian Castanho
O estrondo no mercado de picapesprovocado pelos lançamentos recentes de Renault Duster Oroch, Fiat Toro e nova geração da Toyota Hilux está só no início. A temporada de novidades continuará com as Nissan Frontier, Mitsubishi L200 Triton, Renault Alaskan, Mercedes-Benz GLT (ou Classe X) e o aguardado facelift da Chevrolet S10. Mas, enquanto elas não vêm, a Ford se antecipa com a Ranger reestilizada, que você conhece em detalhes agora.
Por mais que você enxergue diferenças entre as picapes, todas têm um ponto em comum: estão cada vez mais urbanas, sem perder a típica brutalidade quando exigidas. A linha 2017 da Ranger comprova o movimento migratório das picapes que trocam o campo pela cidade. A Ford ganha refinamento dentro da cabine, tecnologias emprestadas do sedã Fusion, investe em segurança, aumenta a garantia e o preço... Bem, o preço subiu.
No design, as mudanças estão concentradas somente na dianteira. A grade está maior e ganha contornos semelhantes aos de outros carros da marca. Portanto, saem de cena os faróis simplórios para dar lugar ao conjunto com bloco elíptico – fica devendo o LED diurno do SUV e irmão Everest (vendido na Ásia). Para-choque com barra de proteção integrada deixa a Ranger mais robusta. Na traseira, como disse, sem novidades.
A cabine muda da água para o vinho – ou melhor, da lama para o asfalto. Esqueça a tentativa de transmitir robustez com console curvado e de aparência barata. Tudo está horizontalizado para dar destaque à nova central multimídia Sync 2 com tela de 8”, que concentra os comandos de ar-condicionado, entretenimento, GPS e telefone. O novo volante revestido de couro acolchoado traz os comandos das duas telas configuráveis, que fazem as vezes dos instrumentos.
O conforto só não é maior por causa do espaço limitado no banco traseiro para os passageiros mais altos. Além do túnel central, que deixa encolhidas as pernas de quem senta no meio.
Cintos de três pontos e encosto de cabeça para os três passageiros, além do Isofix para fixar a cadeirinha do bebê, passam a ser itens de série. A segurança da cabine é reforçada com sete airbags.
TECHNO RANGER
Por R$ 179.900, a versão testada – a topo de linha Limited – vem equipada com itens não esperados nas picapes médias, como controle de cruzeiro adaptativo, alerta para mudança de faixa, frenagem de emergência até 30 km/h com aviso visual e sonoro, sistema de monitoramento de pressão dos pneus, câmera de ré e ar digital dual-zone.
Apesar de tantas regalias para andar na cidade, a Ford não esqueceu que a picape também deve encarar terrenos difíceis. Por isso, incorporou na Ranger o gerenciamento eletrônico da tração nas quatro rodas, que permite acionamento até 120 km/h. Além disso, o eixo traseiro agora vem com diferencial blocante. Um dos destaques é o sistema de partida em descida, que possibilita a atuação dos freios e do acelerador em cada roda, evitando que a picape patine ou atole. Se você encontrar inundações pela frente, não se desespere. Ela é capaz de encarar um “rio” de 80 cm, altura do logotipo da Ford na grade dianteira.
Mesmo com os pneus 80% asfalto e a adoção de novos coxins na cabine, a Ranger continua com o típico comportamento saltitante das picapes médias. Na estrada, você nota nitidamente as oscilações da cabine, enquanto na cidade a buraqueira é absorvida com eficiência. Ainda assim, ao contrário de algumas rivais, a Ranger é segura e estável em curvas mais rápidas, mérito dos controles de tração e estabilidade.
Na boa, a grande mudança no comportamento da picape está na troca da antiga e pesada direção hidráulica pela elétrica progressiva. Ela deixa a Ranger leve como o Ka na hora das manobras, e firme como o Fusion na estrada. Com sistema de compensação de vibração, as sensações são totalmente anestesiadas.
O câmbio automático de seis marchas também passa por mudanças e proporciona trocas suaves, mesmo em rotações mais altas. Ele é bem casado com o motor 3.2 turbodiesel Duratorq, com 200 cv de potência a 3.000 rpm e 47,9 kgfm de torque entre 1.500 e 2.800 rpm. A força é entregue cedo e de maneira linear, o que resulta em retomadas rápidas em estrada e agilidade na cidade, mesmo com seu tamanho um tanto abrutalhado.
O preço da Limited subiu quase R$ 16 mil. Pelo menos você terá boa surpresa no pós-venda. A Ford reduz os valores das revisões até 30 mil km e, de quebra, elimina a primeira visita à revenda, que acontecia aos 6 meses (ou 5.000 km).
MENOS VISITAS
Agora, o dono faz a primeira revisão somente aos 10 mil km rodados. A manutenção até 30 mil km, que antes saía por R$ 3.740, passa a custar R$ 2.464, economia de 34% – mas a marca ainda não definiu os preços das últimas três revisões, que antes totalizavam assustadores R$ 3.856. A garantia foi ampliada de três para cinco anos, dois a mais que as rivais.
Custo-benefício, tecnologia e reestilização que a deixa moderna são trunfos que a Ranger tem para encostar nas líderes de vendas neste segmento. Em 2015, ela ficou em terceiro lugar (16.880 unidades), mas bem atrás de Toyota Hilux (32.900) e Chevrolet S10 (33.370). Nos dois primeiros meses do ano, perdeu uma posição para a Amarok. Renovada, quem sabe ela tire uma casquinha do frisson que toma conta das picapes.
COMPARATIVO: TERRA DE GIGANTES
Por Mário Venditti // Fotos: Bruno Guerreiro e Christian Castanho
Agora que você já conhece a nova Ford Ranger, veja como ela se sai em seu primeiro comparativo contra Chevrolet S10, Toyota Hilux e VW Amarok, todas com cabine dupla.
4º LUGAR - TOYOTA HILUX SRX
Na atual onda das picapes médiasrenovadas, a Toyota Hilux foi a primeira a chegar. Sua oitava geração estreou no Brasil no fim do ano passado e a versão topo SRX sai por R$ 188.120. É a mais cara das quatro e, nem por isso, tem as melhores soluções. Ao contrário: neste comparativo, a primeira foi a última.
Mas seria injusto dizer que a Hilux não evoluiu. A Toyota bebeu da fonte do consagrado Corolla para aprimorar o design da picape. A dianteira mescla para-choque robusto com grade estreita, que parece se fundir nos faróis em uma só peça, a exemplo do sedã. Em relação à geração anterior, a Hilux cresceu 7 cm, mas a distância entre-eixos se manteve em 3,09 m – a mesma de S10 e Amarok. A marca afirma que a rigidez torcional da carroceria está 20% maior, o que é muito bom na hora de entrar forte nas curvas.
CAÇAMBA CHEIA
Por dentro, a nova Hilux combina bem elementos cromados (em exagero), de plástico prateado e black piano. Mas falta um tanto de refinamento frente às três concorrentes. E o que dizer daquele reloginho digital no painel, igual ao do Corolla? Convenhamos, um veículo de R$ 188 mil merecia algo mais atual.
Com o tempo, as picapes principalmente de cabine dupla, se tornaram parte do cenário das grandes cidades. Não se pode esquecer, porém, que a origem delas é rodar com a caçamba cheia. E nisso a Hilux se destaca das demais, com capacidade de 1.360 litros, contra 1.280 l da Amarok, 1.180 l da Ranger e 1.061 l da S10.
O moderno 2.8 turbodiesel, que aproveita bem os 177 cv e torque de 45,9 mkgf, garante força para empurrar a massa de 2.090 kg – e mais 1.000 kg de carga. Essas qualidades (aliadas ao nome Toyota) são capazes de mantê-la entre as mais vendidas. Mas nem sempre um rosto bonitinho é suficiente para bater as rivais.
3º LUGAR - CHEVROLET S10 HIGH COUNTRY
A Chevrolet S10 renovada será lançada entre setembro e novembro, e isso você já viu aqui. Mas a mudança anunciada não tirou o ímpeto dela. Foi a picape média mais vendida em 2015 e, nos dois primeiros meses do ano, só está atrás da Hilux de nova geração. Nada mau: o corpo da geração lançada em 2012 está um tanto cansado, mas o fôlego é o mesmo.
A GM deu um tapa na versão top, a High Country, para a S10 conseguir se segurar até o lançamento da linha 2017. As mudanças se resumem a um santoantônio na caçamba, cromados na carroceria e bancos de couro marrom. Causaram bom efeito.
O acabamento é bem resolvido, com central multimídia intuitiva e conforto para os passageiros. Um detalhe incomoda para uma picape que cobra quase R$ 166 mil (mas você consegue desconto de R$ 6 mil nas revendas): a ausência do ajuste de profundidade no volante – economia desnecessária, diga-se.
MAIS LONGE
Economia também faz você, dono da S10, ao contratar o seguro, item em que ela se mostra imbatível. Custa R$ 5.950, bem abaixo de Ranger (R$ 10.488), Amarok (R$ 10.107) e Hilux (R$ 10.200). No consumo, você terá de gastar um pouco mais que os proprietários de Amarok e Ranger. A média cidade-estrada da S10 é de 9,9 km/l, empate técnico com a Hilux (9,7 km/l). O problema é que os modelos da Ford e VW vão mais longe (respectivamente, 11 km/l e 11,6 km/l).
O 0 a 100 km/h da S10 é o melhor (10,1 s), mas acelere com moderação em pisos irregulares. A S10 acusa o golpe, quicando uma ou duas vezes, quando passa nos buracos. Nada de tão diferente das demais. Afinal, ainda estão para inventar suspensão que faça as picapes se comportarem nas corcovas das ruas como se estivessem em um carpete.
2º LUGAR - VOLKSWAGEN AMAROK HIGHLINE
Em um comparativo feito há seis meses, a Amarok Highline venceu S10 High Country e Hilux SRX em nosso primeiro comparativo de picapes médias. Com a chegada da nova Ranger, porém, o modelo da Volkswagen não repete o feito. Chega em segundo, cinco pontos atrás da campeã da Ford.
A Amarok perde pontos preciosos, por exemplo, em desempenho. no qual teve a nota mais baixa. Curiosamente, ela é a mais leve das quatro picapes (pesa 2.073 kg), mas o motor 2.0 de 180 cv não conseguiu levar a melhor na aceleração de 0 a 100 km/h (12,4 s), tampouco na retomada 80-120 km/h (11,4 s).
Na frenagem 80-0 km/h, também não passa do terceiro lugar (27,5 m). Nada disso mancha, porém, a capacidade dinâmica do carro – que tem certa tocada de sedã – e a facilidade de manobrar seus 5,25 m (a menor das quatro).
E a picape da Volks se dá bem em aspectos importantes para o seu bolso. Não estamos falando de manutenção, o ponto forte da marca em alguns modelos. Mas sim no consumo (média de 11,6 km/l) e no preço. A Amarok é tabelada em R$ 160.990, porém, se você usar sua lábia com os vendedores das concessionárias pagará R$ 149.500, ou seja, 7% de desconto. E se chorar um pouco mais, consegue abatimento ainda maior.
ESCALADA
Dirigir a Amarok é ter acesso fácil aos comandos, sinal de boa ergonomia, além do conforto da cabine. O problema é antes de se acomodar dentro dela. Trata-se da única que não oferece o providencial estribo que serve de degrau para entrar. Os mais baixinhos se sentem no Everest ao escalar a Highline.
O design ainda é moderno, embora defasado diante da Ranger. A Amarok troca de cara ainda em 2016. Mas, perder para uma picape que acabou de ser reestilizada não é vergonha para ninguém.
1º LUGAR - FORD RANGER LIMITED
A Ford Ranger tem tradição no Brasil, mas estava igual a um gigante adormecido, que precisava se levantar, chacoalhar o corpo e seguir adiante. A picape, que encerrou 2015 em terceiro lugar no segmento (com 16.880 unidades, praticamente a metade de S10 e Hilux) se encheu de virtudes para reagir. Ela ganha o comparativo com uma sequência de notas 10 digna de escola de samba campeã.
A começar pelo design, que parece ter deixado a dianteira com uma couraça de aço. Os novos formatos da grade, dos para-choques e faróis criaram uma harmonia inédita na Ranger. A picape está recheada de tecnologia, com diversos sensores – como o que te avisa se está muito perto do carro da frente e dos lados. Ao volante, você se sente em um automóvel de passeio, tamanha a leveza da direção elétrica progressiva.
REVISÃO
Na manutenção, cabe aqui uma explicação: levamos em conta a revisão até 30 mil km e não o padrão de 60 mil. Isso porque a Ford aboliu a revisão de seis meses e reduziu em 34% os preços das primeiras três revisões. Como ela estuda baixar também os valores das três finais, consideramos para todas as rivais os preços das visitas às concessionárias até 30 mil km.
Ainda assim, não ganha esse quesito. A Hilux é a mais barata, cobrando R$ 2.300. As revisões até 30 mil km da Ranger saem por R$ 2.464, as da S10 custam R$ 2.508 e as da Amarok, R$ 3.027. A Ford também ampliou a garantia, que passou para cinco anos – uma grande vantagem sobre as demais, que oferecem três anos.
A Ranger só deve mais conforto para quem senta no banco traseiro. O túnel central alto é um estorvo para as pernas do passageiro do meio. Perfeito mesmo é uma viagem a quatro.
CONCLUSÃO
Com o facelift, a Ranger sobe um patamar, principalmente em relação à S10 e Amarok. A picape da Ford está mais bonita e tecnológica – chama a atenção nas ruas, ainda mais de donos de Ranger antigas. Mas tal supremacia não deve durar muito tempo, porque a Chevrolet e a VW preparam o contra-ataque com a renovações de S10 e Amarok no segundo semestre.
Apesar das mexidas, a Ranger tem a difícil missão de encostar nas líderes S10 e Hilux. Em 2015, ela ficou em terceiro, atrás da da Chevrolet e da Toyota. Nos dois primeiros meses de 2016, a Hilux, também reestilizada, ultrapassou a S10. A Ranger terminou em quarto no ranking – perdeu a posição para a Amarok. A dança das cadeiras é sinal de que o comprador de picape está antenado às mudanças. E quem preferiu aguardar a renovação da Ranger se deu bem. Pelo salto em refino, hoje ela é imbatível.
+++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++
Problema que a própria Ford não aproveita as óbvias qualidades da Ranger.
Por João Brigato // Fotos: Christian Castanho
O estrondo no mercado de picapesprovocado pelos lançamentos recentes de Renault Duster Oroch, Fiat Toro e nova geração da Toyota Hilux está só no início. A temporada de novidades continuará com as Nissan Frontier, Mitsubishi L200 Triton, Renault Alaskan, Mercedes-Benz GLT (ou Classe X) e o aguardado facelift da Chevrolet S10. Mas, enquanto elas não vêm, a Ford se antecipa com a Ranger reestilizada, que você conhece em detalhes agora.
Por mais que você enxergue diferenças entre as picapes, todas têm um ponto em comum: estão cada vez mais urbanas, sem perder a típica brutalidade quando exigidas. A linha 2017 da Ranger comprova o movimento migratório das picapes que trocam o campo pela cidade. A Ford ganha refinamento dentro da cabine, tecnologias emprestadas do sedã Fusion, investe em segurança, aumenta a garantia e o preço... Bem, o preço subiu.
No design, as mudanças estão concentradas somente na dianteira. A grade está maior e ganha contornos semelhantes aos de outros carros da marca. Portanto, saem de cena os faróis simplórios para dar lugar ao conjunto com bloco elíptico – fica devendo o LED diurno do SUV e irmão Everest (vendido na Ásia). Para-choque com barra de proteção integrada deixa a Ranger mais robusta. Na traseira, como disse, sem novidades.
A cabine muda da água para o vinho – ou melhor, da lama para o asfalto. Esqueça a tentativa de transmitir robustez com console curvado e de aparência barata. Tudo está horizontalizado para dar destaque à nova central multimídia Sync 2 com tela de 8”, que concentra os comandos de ar-condicionado, entretenimento, GPS e telefone. O novo volante revestido de couro acolchoado traz os comandos das duas telas configuráveis, que fazem as vezes dos instrumentos.
O conforto só não é maior por causa do espaço limitado no banco traseiro para os passageiros mais altos. Além do túnel central, que deixa encolhidas as pernas de quem senta no meio.
Cintos de três pontos e encosto de cabeça para os três passageiros, além do Isofix para fixar a cadeirinha do bebê, passam a ser itens de série. A segurança da cabine é reforçada com sete airbags.
TECHNO RANGER
Por R$ 179.900, a versão testada – a topo de linha Limited – vem equipada com itens não esperados nas picapes médias, como controle de cruzeiro adaptativo, alerta para mudança de faixa, frenagem de emergência até 30 km/h com aviso visual e sonoro, sistema de monitoramento de pressão dos pneus, câmera de ré e ar digital dual-zone.
Apesar de tantas regalias para andar na cidade, a Ford não esqueceu que a picape também deve encarar terrenos difíceis. Por isso, incorporou na Ranger o gerenciamento eletrônico da tração nas quatro rodas, que permite acionamento até 120 km/h. Além disso, o eixo traseiro agora vem com diferencial blocante. Um dos destaques é o sistema de partida em descida, que possibilita a atuação dos freios e do acelerador em cada roda, evitando que a picape patine ou atole. Se você encontrar inundações pela frente, não se desespere. Ela é capaz de encarar um “rio” de 80 cm, altura do logotipo da Ford na grade dianteira.
Mesmo com os pneus 80% asfalto e a adoção de novos coxins na cabine, a Ranger continua com o típico comportamento saltitante das picapes médias. Na estrada, você nota nitidamente as oscilações da cabine, enquanto na cidade a buraqueira é absorvida com eficiência. Ainda assim, ao contrário de algumas rivais, a Ranger é segura e estável em curvas mais rápidas, mérito dos controles de tração e estabilidade.
Na boa, a grande mudança no comportamento da picape está na troca da antiga e pesada direção hidráulica pela elétrica progressiva. Ela deixa a Ranger leve como o Ka na hora das manobras, e firme como o Fusion na estrada. Com sistema de compensação de vibração, as sensações são totalmente anestesiadas.
O câmbio automático de seis marchas também passa por mudanças e proporciona trocas suaves, mesmo em rotações mais altas. Ele é bem casado com o motor 3.2 turbodiesel Duratorq, com 200 cv de potência a 3.000 rpm e 47,9 kgfm de torque entre 1.500 e 2.800 rpm. A força é entregue cedo e de maneira linear, o que resulta em retomadas rápidas em estrada e agilidade na cidade, mesmo com seu tamanho um tanto abrutalhado.
O preço da Limited subiu quase R$ 16 mil. Pelo menos você terá boa surpresa no pós-venda. A Ford reduz os valores das revisões até 30 mil km e, de quebra, elimina a primeira visita à revenda, que acontecia aos 6 meses (ou 5.000 km).
MENOS VISITAS
Agora, o dono faz a primeira revisão somente aos 10 mil km rodados. A manutenção até 30 mil km, que antes saía por R$ 3.740, passa a custar R$ 2.464, economia de 34% – mas a marca ainda não definiu os preços das últimas três revisões, que antes totalizavam assustadores R$ 3.856. A garantia foi ampliada de três para cinco anos, dois a mais que as rivais.
Custo-benefício, tecnologia e reestilização que a deixa moderna são trunfos que a Ranger tem para encostar nas líderes de vendas neste segmento. Em 2015, ela ficou em terceiro lugar (16.880 unidades), mas bem atrás de Toyota Hilux (32.900) e Chevrolet S10 (33.370). Nos dois primeiros meses do ano, perdeu uma posição para a Amarok. Renovada, quem sabe ela tire uma casquinha do frisson que toma conta das picapes.
COMPARATIVO: TERRA DE GIGANTES
Por Mário Venditti // Fotos: Bruno Guerreiro e Christian Castanho
Agora que você já conhece a nova Ford Ranger, veja como ela se sai em seu primeiro comparativo contra Chevrolet S10, Toyota Hilux e VW Amarok, todas com cabine dupla.
4º LUGAR - TOYOTA HILUX SRX
Na atual onda das picapes médiasrenovadas, a Toyota Hilux foi a primeira a chegar. Sua oitava geração estreou no Brasil no fim do ano passado e a versão topo SRX sai por R$ 188.120. É a mais cara das quatro e, nem por isso, tem as melhores soluções. Ao contrário: neste comparativo, a primeira foi a última.
Mas seria injusto dizer que a Hilux não evoluiu. A Toyota bebeu da fonte do consagrado Corolla para aprimorar o design da picape. A dianteira mescla para-choque robusto com grade estreita, que parece se fundir nos faróis em uma só peça, a exemplo do sedã. Em relação à geração anterior, a Hilux cresceu 7 cm, mas a distância entre-eixos se manteve em 3,09 m – a mesma de S10 e Amarok. A marca afirma que a rigidez torcional da carroceria está 20% maior, o que é muito bom na hora de entrar forte nas curvas.
CAÇAMBA CHEIA
Por dentro, a nova Hilux combina bem elementos cromados (em exagero), de plástico prateado e black piano. Mas falta um tanto de refinamento frente às três concorrentes. E o que dizer daquele reloginho digital no painel, igual ao do Corolla? Convenhamos, um veículo de R$ 188 mil merecia algo mais atual.
Com o tempo, as picapes principalmente de cabine dupla, se tornaram parte do cenário das grandes cidades. Não se pode esquecer, porém, que a origem delas é rodar com a caçamba cheia. E nisso a Hilux se destaca das demais, com capacidade de 1.360 litros, contra 1.280 l da Amarok, 1.180 l da Ranger e 1.061 l da S10.
O moderno 2.8 turbodiesel, que aproveita bem os 177 cv e torque de 45,9 mkgf, garante força para empurrar a massa de 2.090 kg – e mais 1.000 kg de carga. Essas qualidades (aliadas ao nome Toyota) são capazes de mantê-la entre as mais vendidas. Mas nem sempre um rosto bonitinho é suficiente para bater as rivais.
3º LUGAR - CHEVROLET S10 HIGH COUNTRY
A Chevrolet S10 renovada será lançada entre setembro e novembro, e isso você já viu aqui. Mas a mudança anunciada não tirou o ímpeto dela. Foi a picape média mais vendida em 2015 e, nos dois primeiros meses do ano, só está atrás da Hilux de nova geração. Nada mau: o corpo da geração lançada em 2012 está um tanto cansado, mas o fôlego é o mesmo.
A GM deu um tapa na versão top, a High Country, para a S10 conseguir se segurar até o lançamento da linha 2017. As mudanças se resumem a um santoantônio na caçamba, cromados na carroceria e bancos de couro marrom. Causaram bom efeito.
O acabamento é bem resolvido, com central multimídia intuitiva e conforto para os passageiros. Um detalhe incomoda para uma picape que cobra quase R$ 166 mil (mas você consegue desconto de R$ 6 mil nas revendas): a ausência do ajuste de profundidade no volante – economia desnecessária, diga-se.
MAIS LONGE
Economia também faz você, dono da S10, ao contratar o seguro, item em que ela se mostra imbatível. Custa R$ 5.950, bem abaixo de Ranger (R$ 10.488), Amarok (R$ 10.107) e Hilux (R$ 10.200). No consumo, você terá de gastar um pouco mais que os proprietários de Amarok e Ranger. A média cidade-estrada da S10 é de 9,9 km/l, empate técnico com a Hilux (9,7 km/l). O problema é que os modelos da Ford e VW vão mais longe (respectivamente, 11 km/l e 11,6 km/l).
O 0 a 100 km/h da S10 é o melhor (10,1 s), mas acelere com moderação em pisos irregulares. A S10 acusa o golpe, quicando uma ou duas vezes, quando passa nos buracos. Nada de tão diferente das demais. Afinal, ainda estão para inventar suspensão que faça as picapes se comportarem nas corcovas das ruas como se estivessem em um carpete.
2º LUGAR - VOLKSWAGEN AMAROK HIGHLINE
Em um comparativo feito há seis meses, a Amarok Highline venceu S10 High Country e Hilux SRX em nosso primeiro comparativo de picapes médias. Com a chegada da nova Ranger, porém, o modelo da Volkswagen não repete o feito. Chega em segundo, cinco pontos atrás da campeã da Ford.
A Amarok perde pontos preciosos, por exemplo, em desempenho. no qual teve a nota mais baixa. Curiosamente, ela é a mais leve das quatro picapes (pesa 2.073 kg), mas o motor 2.0 de 180 cv não conseguiu levar a melhor na aceleração de 0 a 100 km/h (12,4 s), tampouco na retomada 80-120 km/h (11,4 s).
Na frenagem 80-0 km/h, também não passa do terceiro lugar (27,5 m). Nada disso mancha, porém, a capacidade dinâmica do carro – que tem certa tocada de sedã – e a facilidade de manobrar seus 5,25 m (a menor das quatro).
E a picape da Volks se dá bem em aspectos importantes para o seu bolso. Não estamos falando de manutenção, o ponto forte da marca em alguns modelos. Mas sim no consumo (média de 11,6 km/l) e no preço. A Amarok é tabelada em R$ 160.990, porém, se você usar sua lábia com os vendedores das concessionárias pagará R$ 149.500, ou seja, 7% de desconto. E se chorar um pouco mais, consegue abatimento ainda maior.
ESCALADA
Dirigir a Amarok é ter acesso fácil aos comandos, sinal de boa ergonomia, além do conforto da cabine. O problema é antes de se acomodar dentro dela. Trata-se da única que não oferece o providencial estribo que serve de degrau para entrar. Os mais baixinhos se sentem no Everest ao escalar a Highline.
O design ainda é moderno, embora defasado diante da Ranger. A Amarok troca de cara ainda em 2016. Mas, perder para uma picape que acabou de ser reestilizada não é vergonha para ninguém.
1º LUGAR - FORD RANGER LIMITED
A Ford Ranger tem tradição no Brasil, mas estava igual a um gigante adormecido, que precisava se levantar, chacoalhar o corpo e seguir adiante. A picape, que encerrou 2015 em terceiro lugar no segmento (com 16.880 unidades, praticamente a metade de S10 e Hilux) se encheu de virtudes para reagir. Ela ganha o comparativo com uma sequência de notas 10 digna de escola de samba campeã.
A começar pelo design, que parece ter deixado a dianteira com uma couraça de aço. Os novos formatos da grade, dos para-choques e faróis criaram uma harmonia inédita na Ranger. A picape está recheada de tecnologia, com diversos sensores – como o que te avisa se está muito perto do carro da frente e dos lados. Ao volante, você se sente em um automóvel de passeio, tamanha a leveza da direção elétrica progressiva.
REVISÃO
Na manutenção, cabe aqui uma explicação: levamos em conta a revisão até 30 mil km e não o padrão de 60 mil. Isso porque a Ford aboliu a revisão de seis meses e reduziu em 34% os preços das primeiras três revisões. Como ela estuda baixar também os valores das três finais, consideramos para todas as rivais os preços das visitas às concessionárias até 30 mil km.
Ainda assim, não ganha esse quesito. A Hilux é a mais barata, cobrando R$ 2.300. As revisões até 30 mil km da Ranger saem por R$ 2.464, as da S10 custam R$ 2.508 e as da Amarok, R$ 3.027. A Ford também ampliou a garantia, que passou para cinco anos – uma grande vantagem sobre as demais, que oferecem três anos.
A Ranger só deve mais conforto para quem senta no banco traseiro. O túnel central alto é um estorvo para as pernas do passageiro do meio. Perfeito mesmo é uma viagem a quatro.
CONCLUSÃO
Com o facelift, a Ranger sobe um patamar, principalmente em relação à S10 e Amarok. A picape da Ford está mais bonita e tecnológica – chama a atenção nas ruas, ainda mais de donos de Ranger antigas. Mas tal supremacia não deve durar muito tempo, porque a Chevrolet e a VW preparam o contra-ataque com a renovações de S10 e Amarok no segundo semestre.
Apesar das mexidas, a Ranger tem a difícil missão de encostar nas líderes S10 e Hilux. Em 2015, ela ficou em terceiro, atrás da da Chevrolet e da Toyota. Nos dois primeiros meses de 2016, a Hilux, também reestilizada, ultrapassou a S10. A Ranger terminou em quarto no ranking – perdeu a posição para a Amarok. A dança das cadeiras é sinal de que o comprador de picape está antenado às mudanças. E quem preferiu aguardar a renovação da Ranger se deu bem. Pelo salto em refino, hoje ela é imbatível.
+++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++
Problema que a própria Ford não aproveita as óbvias qualidades da Ranger.