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Guermessa, a encantadora vila esculpida no topo de uma montanha na Tunísia - MDig
Situada no topo das montanhas Dahar, a cerca de vinte quilômetros de Tataouine, no sul da Tunísia, Guermessa é uma vila berbere abandonada que está dependurada pelas encostas da montanha adjacente. A vista do topo é de tirar o fôlego, mas no passa...
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Situada no topo das montanhas Dahar, a cerca de vinte quilômetros de Tataouine, no sul da Tunísia, Guermessa é uma vila berbere abandonada que está dependurada pelas encostas da montanha adjacente. A vista do topo é de tirar o fôlego, mas no passado também serviu a um propósito prático. Os aldeões usavam a perspectiva a seu favor, identificando potenciais invasores a quilômetros de distância. A fortificação construída em torno da aldeia tornou-a praticamente uma cidadela inexpugnável.
Este tipo de aldeia fortificada, conhecida como alcácer, não é incomum na região , mas Guermessa é particularmente impressionante. As habitações são parcialmente escavadas e construídas na rocha circundante.
As habitações foram escavadas em rocha mais macia, imprensada entre duas camadas mais duras, reforçando as estruturas e criando pisos e tetos lisos.
No interior, a área de convivência é dedicada a diversas funções, incluindo área para cozinhar e dormitórios. Cada habitação tem um pátio vedado ao longo dos caminhos bem definidos que ligam toda a aldeia.
Os arqueólogos estimam que Guermessa foi fundada no século XII. Os habitantes originais eram os Amazighen, povos indígenas que viviam na região do Magrebe, no Norte da África, antes da chegada dos árabes. Na verdade, a fortificação da vila pretendia afastar os ataques exatamente das forças árabes.
Os habitantes viviam como agricultores e pecuaristas em um modo de vida semi-nômade (transumância) que assim continuou até a primeira metade do século XX.
Os campos, muitas vezes em socalcos, recebiam alguma água da chuva no inverno e eram colhidos em abril, no verão eram transferidos com o gado para as regiões mais altas das colinas de Dahar.
Guermessa foi abandonada por volta da década de 1970, quando o presidente Habib Bourguiba introduziu um programa de modernização. Um dos objetivos deste programa era o deslocamento das pessoas que viviam neste tipo de aldeias para habitações mais "modernas".
Hoje, os restos da aldeia abandonada ainda existem, incluindo um cemitério infantil e gravuras e inscrições que comemoram casamentos. A aldeia berbere era famosa por um bordado tradicional chamado margoum.
No entanto, após as mudanças introduzidas por Habib, as mulheres e os jovens das gerações recentes não assumiram a tradição devido à mudança de estilo de vida e ao monopólio exercido pelos fabricantes industriais. A língua berbere foi extinta e atualmente os aldeões falam em árabe tunisino.
O local ficou alguns anos totalmente abandonado e um destino turístico raramente visitado devido ao clima cada vez mais rigoroso da região isolada. Nas última duas décadas as autoridades decidiram revitalizar o local revelando seus encantos especialmente no início da manhã ou à noite.