B.D. Joe
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O Nintendo Direct virou o principal meio de comunicação da Nintendo com os jogadores, trazendo principalmente anúncios e novidades para o ano. Essa forma de divulgação, vista no início como uma bola fora, passou a ser copiada até pelas demais empresas. Mas por quê isso aconteceu?
A primeira apresentação da Nintendo Direct foi em 2011, focada principalmente em explicar o conceito do programa e em trazer novidades "diretamente" para o consumidor. Infelizmente, o começo pareceu uma propaganda para o 3DS, na época indo mal das pernas, com frases como "se você não possui um 3DS ainda, o que há de errado com você?". Pra piorar, temos até uma animação tridimensional exclusiva que a DreamWorks fez dos personagens de Shrek cantando Thriller. Sim, isso não faz o menor sentido de estar em uma apresentação da Nintendo, mas... é a Nintendo de Wii Music ainda presente.
De jogos, Pushmo e FreakyForms apareceram, mas as coisas ficaram interessantes com mais imagens de Super Mario 3D Land e elementos online de Mario Kart 7. Além disso, a Nintendo fez um link (mas sem Zelda) com a série Iwata Ask's, praticamente a visão do desenvolvedor em uma conversa com o então presidente da companhia.
O primeiro Direct, com um começo tão ruim, terminou de forma competente. Ali, mais um pouco de The Legend of Zelda Skyward Sword foi mostrado, com a promessa de um fim de ano animado para os fãs da empresa.
A frequência das apresentações se mostrou maior do que o esperado, de modo que em fevereiro de 2012 Reggie voltou a cena e houve até mesmo um embrião da Threehouse mostrando mais de Kid Icarus: Uprising. Nesse ponto, temos a direct sem anúncios novos, mas reforçando o que já tinha chego ou estava para chegar nas lojas.
2012 foi o último ano da Nintendo com apresentação de palco na E3 (aliás essa terminou com fogos de artifícios alusivos a NintendoLand), mas convenhamos que o novo Wii U apresentado na E3 2011 era algo muito difícil de se explicar. Para isso, Satoru Iwata apresentou o primeiro Nintendo Direct pré-E3 naquele ano, introduzindo o gamepad, os motivos porque ele era relevante na época e até mesmo curiosidades como a origem do nome. Apesar da dificuldade no idioma e de algumas bizarrices, a figura de Iwata-san é bem mais carismática.
Algumas boas mudanças foram explicadas, como a mudança do analógico do prótipo do gamepad pela versão final.
No mesmo ano, o anúncio do 3DS XL trouxe consigo mais uma apresentação com finalmente um anúncio de primeira mão, Professor Layton and the Miracle Mask. Um novo jogo da série Fire Emblem foi mostrado com apenas uma logo (Metroid Prime 4 é você?) e com lançamento planejamento para 2013. Curiosamente, essa apresentação focada no irmão mais novo e maior do 3DS acabou com novidades sobre... Pokémon Black e White 2, últimos grandes jogos do Nintendo DS.
2012 terminou com 7 apresentações, um número respeitável que mostrava que o formato era suportado e representava uma mudança de comunicação para uma empresa que também mudava. Como exemplo, nessa época pela primeira jogos inteiros estavam disponíveis para venda na eShop.
No ano de 2013 chegou a vez de Iwata assumir as apresentações e também de Pokémon ganhar Directs separadas. Era o anúncio de Pokémon X e Y.
Do mesmo jeito que as apresentações levantaram e estabeleceram um bom calendário para o 3DS, esperava-se que fizessem o mesmo para o Wii U. Talvez por isso em 2013 o console de mesa recebeu a primeira Direct focada somente em jogos para si mesmo. O horizonte não parecia ser tão limpo assim pro Wii U, de modo que nessa apresentação Iwata reconheceu a falta de jogos pros três primeiros meses do ano e ainda disse pela primeira vez o famoso "Please Understand".
Para acabar com a maré ruim, fotos da equipe trabalhando em Bayonetta 2 e a promessa de que já estavam trabalhando em um novo Mario 3D, Mario Kart e em um novo Smash Bros mostravam a preocupação da empresa em não conseguir reverter o mal começo do console. Uma promessa era feita, de que a maioria desses jogos seria vista de modo jogável na E3 do mesmo ano.
Até mesmo um Yoshi de lã pelo mesmo time de Kirby Epic Yarn foi mostrado, claramente uma versão bem preliminar do jogo que seria lançado só em 2015 para Wii U. Pra terminar a apresentação, a promessa de um jogo cross-over de Shin Megami Tensei com Fire Emblem que ninguem esperava que ia virar Tokyo Mirage Sessions #FE, mas ninguém mesmo.
Xenoblade Chronicles X foi revelado juntamente com um teaser do remake de The Legend of Zelda - Wind Waker HD para o Wii U, que veio acompanhado de uma promessa para o futuro título exclusivo do console: Rever as convenções da série Zelda. Era apresentado pela primeira vez o embrião da ideia de Breath of the Wild, talvez o melhor jogo que a empresa já produziu.
De todo modo, essa foi a primeira Direct com grande peso em títulos ainda não mostrados. Seja por desespero ou não, foi aí que o formato se consolidou. No mesmo ano de 2013, os lançamentos e anúncios de jogos novos para 3DS e Wii U passaram a ser realizados diretamente no formato, desde Luigi's Mansion 2 à Zelda A Link Between Worlds.
Em Junho, foi a primeira vez que o formato tomou lugar das apresentações em palco na E3, somente após a consolidação do formato como uma maneira direta de comunicação entre o vendedor e o comprador. Ali, as promessas feitas no início do ano foram cumpridas e o Wii U teve a única E3 em que brilhou, o que não o salvou do fracasso.
Como nota, vale ressaltar que no mesmo ano alguns jogos como Wii Fit U e The Wonderful 101 ganharam apresentações específicas. Mesmo após a E3 mais 8 apresentações preencheram o fim do ano.
Em 2014 muitas apresentações focaram em Mario Kart 8 e principalmente em Super Smash Bros. e no anúncio de seus novos personagens. Essa relação de Smash Bros. com Nintendo Direct se mantêm muito forte até hoje, de modo que quando a apresentação não tem nada de Smash, ela parece incompleta.
Na E3, uma apresentação feita com bonecos de cera trouxe o último canto do cisne para o Wii U. O novo Zelda foi mostrado pela primeira vez, assim como Mario Maker, Splatoon, Star Fox (na época ainda sem nome) e os amiibos. O formato ganhava espaço na E3 após uma recepção morna em 2013.
Grandes jogos para 3DS como Majoras Mask 3D ainda eram anunciados em apresentações durante o ano, mas os grandes títulos e novidades como Splatoon ficavam guardadas para a E3.
O ano de 2015 marcou um período sem brilho e também sem cor para a empresa. Um Satoru Iwata visivelmente debilitado apresentou a última Nintendo Direct em abril com foco em personagens novos de Smash e Super Mario Maker. Desde 2014 Iwata não comparecia à E3 por motivos de saúde.
Sem o apresentador, surgiu uma colaboração interessante com o Jim Henson Studios. A apresentação foi conduzida por puppets baseados em Iwata, Miyamoto e Reggie. Isso trouxe um ar mais cômico e menos textos durante as apresentações. Era novamente um motivo (falta de Iwata) que ao acaso mostrou para a empresa uma nova direção a seguir com a apresentação, deixar os jogos falarem por si.
A primeira apresentação sem Iwata, em dezembro de 2015, trouxe mais dinamismo e uma diminuição da presença do apresentador. 2016 seguiu a mesma tendência.
Chegamos a 2017, ano de lançamento do Nintendo Switch. Nesse ponto, temos o programa no padrão atual: Dinâmico (sempre com 30 minutos ou menos) e focado em preencher as lacunas de títulos para o ano. Apenas jogos são mostrados e as novidades mais específicas detalhadas em apresentações dedicadas exclusivamente a determinados jogos.
Pra quem acompanhou toda a trajetória, é fácil ver como essa transição foi gradual e caiu no gosto do fã da empresa. Talvez por esse motivo, outras que busquem simplesmente replicar as apresentações sofram com uma barreira dos fãs mais assíduos.
Apesar das incríveis apresentações de palco e dos momentos memoráveis que a E3 já proporcionou, hoje sem dúvida o melhor jeito de transmitir a informação para o cliente é diretamente a ele.
O Nintendo Direct virou o principal meio de comunicação da Nintendo com os jogadores, trazendo principalmente anúncios e novidades para o ano. Essa forma de divulgação, vista no início como uma bola fora, passou a ser copiada até pelas demais empresas. Mas por quê isso aconteceu?
A primeira apresentação da Nintendo Direct foi em 2011, focada principalmente em explicar o conceito do programa e em trazer novidades "diretamente" para o consumidor. Infelizmente, o começo pareceu uma propaganda para o 3DS, na época indo mal das pernas, com frases como "se você não possui um 3DS ainda, o que há de errado com você?". Pra piorar, temos até uma animação tridimensional exclusiva que a DreamWorks fez dos personagens de Shrek cantando Thriller. Sim, isso não faz o menor sentido de estar em uma apresentação da Nintendo, mas... é a Nintendo de Wii Music ainda presente.
De jogos, Pushmo e FreakyForms apareceram, mas as coisas ficaram interessantes com mais imagens de Super Mario 3D Land e elementos online de Mario Kart 7. Além disso, a Nintendo fez um link (mas sem Zelda) com a série Iwata Ask's, praticamente a visão do desenvolvedor em uma conversa com o então presidente da companhia.
O primeiro Direct, com um começo tão ruim, terminou de forma competente. Ali, mais um pouco de The Legend of Zelda Skyward Sword foi mostrado, com a promessa de um fim de ano animado para os fãs da empresa.
A frequência das apresentações se mostrou maior do que o esperado, de modo que em fevereiro de 2012 Reggie voltou a cena e houve até mesmo um embrião da Threehouse mostrando mais de Kid Icarus: Uprising. Nesse ponto, temos a direct sem anúncios novos, mas reforçando o que já tinha chego ou estava para chegar nas lojas.
2012 foi o último ano da Nintendo com apresentação de palco na E3 (aliás essa terminou com fogos de artifícios alusivos a NintendoLand), mas convenhamos que o novo Wii U apresentado na E3 2011 era algo muito difícil de se explicar. Para isso, Satoru Iwata apresentou o primeiro Nintendo Direct pré-E3 naquele ano, introduzindo o gamepad, os motivos porque ele era relevante na época e até mesmo curiosidades como a origem do nome. Apesar da dificuldade no idioma e de algumas bizarrices, a figura de Iwata-san é bem mais carismática.
Algumas boas mudanças foram explicadas, como a mudança do analógico do prótipo do gamepad pela versão final.
No mesmo ano, o anúncio do 3DS XL trouxe consigo mais uma apresentação com finalmente um anúncio de primeira mão, Professor Layton and the Miracle Mask. Um novo jogo da série Fire Emblem foi mostrado com apenas uma logo (Metroid Prime 4 é você?) e com lançamento planejamento para 2013. Curiosamente, essa apresentação focada no irmão mais novo e maior do 3DS acabou com novidades sobre... Pokémon Black e White 2, últimos grandes jogos do Nintendo DS.
2012 terminou com 7 apresentações, um número respeitável que mostrava que o formato era suportado e representava uma mudança de comunicação para uma empresa que também mudava. Como exemplo, nessa época pela primeira jogos inteiros estavam disponíveis para venda na eShop.
No ano de 2013 chegou a vez de Iwata assumir as apresentações e também de Pokémon ganhar Directs separadas. Era o anúncio de Pokémon X e Y.
Do mesmo jeito que as apresentações levantaram e estabeleceram um bom calendário para o 3DS, esperava-se que fizessem o mesmo para o Wii U. Talvez por isso em 2013 o console de mesa recebeu a primeira Direct focada somente em jogos para si mesmo. O horizonte não parecia ser tão limpo assim pro Wii U, de modo que nessa apresentação Iwata reconheceu a falta de jogos pros três primeiros meses do ano e ainda disse pela primeira vez o famoso "Please Understand".
Para acabar com a maré ruim, fotos da equipe trabalhando em Bayonetta 2 e a promessa de que já estavam trabalhando em um novo Mario 3D, Mario Kart e em um novo Smash Bros mostravam a preocupação da empresa em não conseguir reverter o mal começo do console. Uma promessa era feita, de que a maioria desses jogos seria vista de modo jogável na E3 do mesmo ano.
Até mesmo um Yoshi de lã pelo mesmo time de Kirby Epic Yarn foi mostrado, claramente uma versão bem preliminar do jogo que seria lançado só em 2015 para Wii U. Pra terminar a apresentação, a promessa de um jogo cross-over de Shin Megami Tensei com Fire Emblem que ninguem esperava que ia virar Tokyo Mirage Sessions #FE, mas ninguém mesmo.
Xenoblade Chronicles X foi revelado juntamente com um teaser do remake de The Legend of Zelda - Wind Waker HD para o Wii U, que veio acompanhado de uma promessa para o futuro título exclusivo do console: Rever as convenções da série Zelda. Era apresentado pela primeira vez o embrião da ideia de Breath of the Wild, talvez o melhor jogo que a empresa já produziu.
De todo modo, essa foi a primeira Direct com grande peso em títulos ainda não mostrados. Seja por desespero ou não, foi aí que o formato se consolidou. No mesmo ano de 2013, os lançamentos e anúncios de jogos novos para 3DS e Wii U passaram a ser realizados diretamente no formato, desde Luigi's Mansion 2 à Zelda A Link Between Worlds.
Em Junho, foi a primeira vez que o formato tomou lugar das apresentações em palco na E3, somente após a consolidação do formato como uma maneira direta de comunicação entre o vendedor e o comprador. Ali, as promessas feitas no início do ano foram cumpridas e o Wii U teve a única E3 em que brilhou, o que não o salvou do fracasso.
Como nota, vale ressaltar que no mesmo ano alguns jogos como Wii Fit U e The Wonderful 101 ganharam apresentações específicas. Mesmo após a E3 mais 8 apresentações preencheram o fim do ano.
Em 2014 muitas apresentações focaram em Mario Kart 8 e principalmente em Super Smash Bros. e no anúncio de seus novos personagens. Essa relação de Smash Bros. com Nintendo Direct se mantêm muito forte até hoje, de modo que quando a apresentação não tem nada de Smash, ela parece incompleta.
Na E3, uma apresentação feita com bonecos de cera trouxe o último canto do cisne para o Wii U. O novo Zelda foi mostrado pela primeira vez, assim como Mario Maker, Splatoon, Star Fox (na época ainda sem nome) e os amiibos. O formato ganhava espaço na E3 após uma recepção morna em 2013.
Grandes jogos para 3DS como Majoras Mask 3D ainda eram anunciados em apresentações durante o ano, mas os grandes títulos e novidades como Splatoon ficavam guardadas para a E3.
O ano de 2015 marcou um período sem brilho e também sem cor para a empresa. Um Satoru Iwata visivelmente debilitado apresentou a última Nintendo Direct em abril com foco em personagens novos de Smash e Super Mario Maker. Desde 2014 Iwata não comparecia à E3 por motivos de saúde.
Sem o apresentador, surgiu uma colaboração interessante com o Jim Henson Studios. A apresentação foi conduzida por puppets baseados em Iwata, Miyamoto e Reggie. Isso trouxe um ar mais cômico e menos textos durante as apresentações. Era novamente um motivo (falta de Iwata) que ao acaso mostrou para a empresa uma nova direção a seguir com a apresentação, deixar os jogos falarem por si.
A primeira apresentação sem Iwata, em dezembro de 2015, trouxe mais dinamismo e uma diminuição da presença do apresentador. 2016 seguiu a mesma tendência.
Chegamos a 2017, ano de lançamento do Nintendo Switch. Nesse ponto, temos o programa no padrão atual: Dinâmico (sempre com 30 minutos ou menos) e focado em preencher as lacunas de títulos para o ano. Apenas jogos são mostrados e as novidades mais específicas detalhadas em apresentações dedicadas exclusivamente a determinados jogos.
Pra quem acompanhou toda a trajetória, é fácil ver como essa transição foi gradual e caiu no gosto do fã da empresa. Talvez por esse motivo, outras que busquem simplesmente replicar as apresentações sofram com uma barreira dos fãs mais assíduos.
Apesar das incríveis apresentações de palco e dos momentos memoráveis que a E3 já proporcionou, hoje sem dúvida o melhor jeito de transmitir a informação para o cliente é diretamente a ele.