Ótimo parlamentar. Nunca fez nada.
Estreante no Senado, Reguffe é o político melhor avaliado no Distrito Federal. Pesquisas de opinião são unânimes em mostrar o prestígio do parlamentar junto ao eleitorado.
Eleito com 826.576 votos em 2014, quando o DF tinha apenas uma vaga para o Senado, Reguffe promete permanecer por lá até 2023, quando acaba o mandato dele. Desde que chegou ao gabinete, tratou logo de renunciar às regalias a que tinha direito, a exemplo dos salários extras; da verba indenizatória e da cota de atividade parlamentar; plano de saúde vitalício para ele e para a família; aposentadoria especial de parlamentar; carro oficial; etc. A assessoria dele estima que os cortes no gabinete e as renúncias, todos em caráter irrevogável, gerarão uma economia direta aos cofres públicos de R$16,7 milhões ao longo do mandato de oito anos.
Desde que trabalhava para se eleger, Reguffe ficou conhecido por fazer campanhas modestas, com poucos recursos, em que ele andava distribuindo panfletos e conversando com as pessoas na rua. O primeiro mandato ele só conseguiu em 2006, quando foi eleito deputado distrital. Em 2010, conseguiu uma das oito cadeiras do DF na Câmara dos Deputados e, quatro anos depois, foi eleito senador. Na Câmara Federal e na Câmara Legislativa, ele também abdicou de privilégios e salários extras.
No Senado, Reguffe é autor de pelo menos sete Propostas de Emenda à Constituição (PECs) para o que chama de “profunda reforma política”, a exemplo da que proíbe a reeleição para cargos executivos e limita o máximo de uma única reeleição para cargos legislativos; a que institui o voto distrital; e a que possibilita candidaturas avulsas, sem filiação partidária.
Principal reivindicação dele, quando ainda fazia campanha para o governador Rodrigo Rollemberg, a isenção de impostos nos remédios foi objeto de uma PEC que ele apresentou e ainda tramita, para levar o benefício a todo o País. Na tentativa de retomar o relacionamento e, quem sabe, fazer as pazes com o senador, Rollemberg instituiu, já no último ano do mandato, um programa para resgate de créditos de compras de medicamentos. Reguffe também tem concentrado a destinação de emendas para a área de saúde do DF.
Ao longo do mandato, o senador sem partido tem feito diversos pronunciamentos na tribuna do Senado, com algumas críticas ao governador do DF, por não cumprir promessas de campanha, justamente porque ele ajudou a elegê-lo. Nos discursos, Reguffe defende também o fim do foro privilegiado, que, ele diz, “hoje não passa de fermento e instrumento da impunidade”. Ele e outros sete senadores foram os primeiros a assinar a PEC que acaba com o foro.