Tauron
Ei mãe, 500 pontos!
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Hoje vamos analisar um jogo bastante controverso, lançado em 1994 pela Origin, Ultima VIII foi um jogo bastante esperado, já que seu antecessor, o magistral Ultima VII foi(e ainda é) um dos melhores RPGs da história, fiz um review dele aqui.
1)Desenvolvimento:
O criador da série, Richard Garriott, nosso querido Lord British, admitiu que ele mesmo pouco se envolveu no projeto, e que para agradar os acionistas o projeto do jogo foi tremendamente acelerado, corrido a ponto de várias pontas soltas e bugs estarem presentes à época do lançamento, inclusive um dos programadores do jogo disse que a reformulação da série, que caminhou mais para o adventure e menos pro RPG foi uma exigência dos acionistas que queriam um jogo mais para o público em geral que para a legião de fãs da série Última.
O resultado foi catastrófico... Ultima VIII foi tremendamente criticado por suas mudanças estruturais, pela grande redução dos elementos de RPG, pela ausência da criação de grupos pois aqui o Avatar joga sozinho, e pela restrição imensa a interação com o mundo tão presente em Ultima VII.
O jogo recebeu apelidos irônicos como "Ultima VIII of Persia" ou "Super Avatar Brothers", em alusão ao jogos Prince of Pérsia e do Super Mario, devido a nova necessidade do Avatar agora em saltar, correr, escalar plataformas e lutar apertando botões e se movimentando no cenário, em contraste aos combates puramente táticos dos jogos anteriores.
A Computer Gaming World o classificou como um jogo desastroso, que destruiu o legado da série Ultima, nas palavras oficiais "A once-great RPG series reduced to the level of Mario, but with hateful, virtue-less characters."
Na sequência acima estão ilustrados algumas das reclamações dos fãs, Avatar se desequilibrando numa plataforma, os combates em tempo real e a ausência de retratos/simplificação da UI.
Devido as criticas ferozes da imprensa especializada(que era fã dos Ultimas anteriores), e das mudanças estruturais do jogo que não agradaram os fãs antigos o jogo vendeu mal, tão mal que o a expansão The Lost Valle, que estava pronta não foi lançada.
2)A História
Ultima VIII se inicia após os eventos do VII parte II, quando Avatar finalmente derrota Batlin na Serpent Isle e restaura o balanço do universo, a entidade extradimensional e conquistadora de mundos conhecida como Guardian percebe que enquanto Avatar defender Britannia com as virtudes, ele jamais conseguirá conquistá-la, o que nunca antes havia acontecido, então pela primeira vez na história a criatura se manifesta fisicamente no mundo e literalmente agarra o Avatar e o arremessa por entre as dimensões em um dos mundos já conquistados, um mundo pós apocalíptico e árido, onde o sol se apagou devido a uma antiga guerra cósmica, um mundo com uma luminosidade eternamente crepuscular, triste e cheio de ódio, onde os pessoas são escravizadas por um governo tirânico e por quatro Titãs, monstruosidades elementais leais ao Guardian, esse é o mundo de Pagan...
Respectivamente, o Guardian arremessando o Avatar e o mapa de Pagan em duas perspectivas, devido aos eventos cataclísmicos de quando o Guardian conquistou Pagan, só restou uma ilha vulcânica e habitada no meio de um oceano ácido.
Aqui a intro:
Preso em outra dimensão, num planeta arrasado, escravizado e sem esperanças onde ninguém jamais ouviu falar em Avatar e nas virtudes, nosso herói será obrigado a dominar a nova magia existente nesse local, derrotar os Titãs, salvar Pagan e voltar pra Britannia, onde terá de enfrentar Guardian pela última vez.
3)Jogabilidade
Aqui foi onde tivemos a maior parte das diferenças em relação aos predecessores, Ultima VIII ainda é um RPG, mas o controle do Avatar e os combates se tornaram um mistura de adventure e side-scrolling.
Os combates são em real time, é preciso clicar com o mouse para atacar e se defender, ao contrário dos combates táticos dos jogos anteriores, outra diferença foi a falta de customização, não existe mais Avatar masculino e feminino, e o a pior de todas as heresias, em Pagan não exitem grupos, aqui controlamos o Avatar sozinho.
A necessidade de se alimentar foi retirada do jogo, e o ciclo dia/noite também não causa alteração na luminosidade, aqui a história explica que devido a antiga guerra Pagan vive sob um crepúsculo eterno, nunca amanhece e nunca anoitece, embora as horas passem normalmente.
Os combates em tempo real não agradaram...
A questão de jogar solo também desagradou virtualmente 100% dos antigos fãs de Ultima, ora, desde os primórdios Ultima foi um jogo de montar times equilibrados, existe o mercenário, o cavaleiro, o especialista em arcos/bestas(Iolo feelings...), a curandeira etc..., as interações entre os personagens da equipe sempre foi o ponto forte da série, os conflitos pessoais, as questões morais, as quests que cada um dos novos companheiros traziam pro jogo, enfim... foi uma tremenda bola fora...
vs
Compare, Ultima VII, Avatar e sua equipe investigando uma dungeon vs a solidão do Avatar sozinho a perambular por Pagan...
Outro ponto extremamente polêmico foram os action puzzles, a necessidade de saltar em pedras, escalar penhascos etc... pra piorar as primeiras versões possuíam controles extremamente imprecisos, o que transformava o mero ato de saltar em uma pedra num lago em um feito heróico... nos patchs posteriores isso melhorou, mas o trauma ficou... sério era desesperador chegar nessas partes...
Até hoje eu tenho pesadelos com isso... um erro milimétrico e você morre...
Ultima era uma série de rpg mais orientado a questões épicas e filosóficas, mais conversa e menos combate/ação, Ultima VIII é PURA ação e combate, intermináveis cavernas cheias de pedras para saltar, inimigos para combater etc...
4)Graficos/Som
Pra 1994, os gráficos são muito bonitos, o mundo é bem desenhado e possui bastante riqueza de detalhes, o design dos npcs é interessante mas a ausência dos retratos deles nas conversações não foi legal, existe também pouca variação entre os inimigos.
O som é bom, bons efeitos, boas musicas ambientes e o pacote de vozes deixou tudo mais interessante, ser xingado e provocado pelo Guardian nas piores horas do jogo é um put* efeito imersivo.
Esse é o speech pack, sem ele não existem vozes no jogo.
Uma amostra dos gráficos do jogo.
5)Dificuldade
É um jogo difícil, tanto intencionalmente como por imprecisão dos controles, os combates são difíceis, as magias são meio disfuncionais de se utilizar durante combates, as armas, mesmo as encantadas não fazem frente a inimigos poderosos, muitas vezes precisamos montar armadilhas e jogar sujo contra inimigos, colocando explosivos ou mesmo empurrando eles de penhascos etc...
Em cima os exemplos, a esquerda Avatar invoca um elemental para enfrentar um demônio, a direita Avatar consegue sua primeira arma mágica, a maça Slayer, não que seja grande coisa, mas sem essas armas encantadas é muito... muito pior...
O jogo não possui exatamente "chefes", nós não enfrentamos os Titãs na porrada por exemplo, nós os derrotaremos utilizando outros meios, o que felizmente é mais a cara da série Ultima.
Esse é Pyros, Titã do fogo e rei dos demônios, não... não dá pra enfrentar ele na porrada...
6)Diversão
Aqui temos um ponto alto, o jogo é divertidíssimo, ainda que não seja tão aberto como Ultima VII, o jogo ainda é bem aberto e te dá muitas maneiras diferentes de fechar a história, que por sua vez é interessante, e embora existam inconsistências e até mesmo pontas soltas a história é cativante e o ato de jogar e explorar extremamente divertido.
Grandes momentos, quando desmontamos uma farsa e revelamos a verdade sobre a linhagem real, e quando aprendemos a invocar um demônio para assassinar um feiticeiro rival.
7) Minha opinião
Pagan é um bom jogo, teve problemas graves em sua execução, é excessivamente focado em ação/combate e menos no role playing que seus antecessores, a jogabilidade é imprecisa e por vezes frustrante, uma equipe de npcs faz muita falta, mas excetuando isso é um jogo divertido, adulto, bonito e com uma história pra lá de interessante.
Vale muito uma conferida.
Notas finais:
Grafico 4.5/5
Som 3.5/5
História 5/5
Jogabilidade 3/5
Diversão 4/5
1)Desenvolvimento:
O criador da série, Richard Garriott, nosso querido Lord British, admitiu que ele mesmo pouco se envolveu no projeto, e que para agradar os acionistas o projeto do jogo foi tremendamente acelerado, corrido a ponto de várias pontas soltas e bugs estarem presentes à época do lançamento, inclusive um dos programadores do jogo disse que a reformulação da série, que caminhou mais para o adventure e menos pro RPG foi uma exigência dos acionistas que queriam um jogo mais para o público em geral que para a legião de fãs da série Última.
O resultado foi catastrófico... Ultima VIII foi tremendamente criticado por suas mudanças estruturais, pela grande redução dos elementos de RPG, pela ausência da criação de grupos pois aqui o Avatar joga sozinho, e pela restrição imensa a interação com o mundo tão presente em Ultima VII.
O jogo recebeu apelidos irônicos como "Ultima VIII of Persia" ou "Super Avatar Brothers", em alusão ao jogos Prince of Pérsia e do Super Mario, devido a nova necessidade do Avatar agora em saltar, correr, escalar plataformas e lutar apertando botões e se movimentando no cenário, em contraste aos combates puramente táticos dos jogos anteriores.
A Computer Gaming World o classificou como um jogo desastroso, que destruiu o legado da série Ultima, nas palavras oficiais "A once-great RPG series reduced to the level of Mario, but with hateful, virtue-less characters."
Na sequência acima estão ilustrados algumas das reclamações dos fãs, Avatar se desequilibrando numa plataforma, os combates em tempo real e a ausência de retratos/simplificação da UI.
Devido as criticas ferozes da imprensa especializada(que era fã dos Ultimas anteriores), e das mudanças estruturais do jogo que não agradaram os fãs antigos o jogo vendeu mal, tão mal que o a expansão The Lost Valle, que estava pronta não foi lançada.
2)A História
Ultima VIII se inicia após os eventos do VII parte II, quando Avatar finalmente derrota Batlin na Serpent Isle e restaura o balanço do universo, a entidade extradimensional e conquistadora de mundos conhecida como Guardian percebe que enquanto Avatar defender Britannia com as virtudes, ele jamais conseguirá conquistá-la, o que nunca antes havia acontecido, então pela primeira vez na história a criatura se manifesta fisicamente no mundo e literalmente agarra o Avatar e o arremessa por entre as dimensões em um dos mundos já conquistados, um mundo pós apocalíptico e árido, onde o sol se apagou devido a uma antiga guerra cósmica, um mundo com uma luminosidade eternamente crepuscular, triste e cheio de ódio, onde os pessoas são escravizadas por um governo tirânico e por quatro Titãs, monstruosidades elementais leais ao Guardian, esse é o mundo de Pagan...
Respectivamente, o Guardian arremessando o Avatar e o mapa de Pagan em duas perspectivas, devido aos eventos cataclísmicos de quando o Guardian conquistou Pagan, só restou uma ilha vulcânica e habitada no meio de um oceano ácido.
Aqui a intro:
Preso em outra dimensão, num planeta arrasado, escravizado e sem esperanças onde ninguém jamais ouviu falar em Avatar e nas virtudes, nosso herói será obrigado a dominar a nova magia existente nesse local, derrotar os Titãs, salvar Pagan e voltar pra Britannia, onde terá de enfrentar Guardian pela última vez.
3)Jogabilidade
Aqui foi onde tivemos a maior parte das diferenças em relação aos predecessores, Ultima VIII ainda é um RPG, mas o controle do Avatar e os combates se tornaram um mistura de adventure e side-scrolling.
Os combates são em real time, é preciso clicar com o mouse para atacar e se defender, ao contrário dos combates táticos dos jogos anteriores, outra diferença foi a falta de customização, não existe mais Avatar masculino e feminino, e o a pior de todas as heresias, em Pagan não exitem grupos, aqui controlamos o Avatar sozinho.
A necessidade de se alimentar foi retirada do jogo, e o ciclo dia/noite também não causa alteração na luminosidade, aqui a história explica que devido a antiga guerra Pagan vive sob um crepúsculo eterno, nunca amanhece e nunca anoitece, embora as horas passem normalmente.
Os combates em tempo real não agradaram...
A questão de jogar solo também desagradou virtualmente 100% dos antigos fãs de Ultima, ora, desde os primórdios Ultima foi um jogo de montar times equilibrados, existe o mercenário, o cavaleiro, o especialista em arcos/bestas(Iolo feelings...), a curandeira etc..., as interações entre os personagens da equipe sempre foi o ponto forte da série, os conflitos pessoais, as questões morais, as quests que cada um dos novos companheiros traziam pro jogo, enfim... foi uma tremenda bola fora...
Compare, Ultima VII, Avatar e sua equipe investigando uma dungeon vs a solidão do Avatar sozinho a perambular por Pagan...
Outro ponto extremamente polêmico foram os action puzzles, a necessidade de saltar em pedras, escalar penhascos etc... pra piorar as primeiras versões possuíam controles extremamente imprecisos, o que transformava o mero ato de saltar em uma pedra num lago em um feito heróico... nos patchs posteriores isso melhorou, mas o trauma ficou... sério era desesperador chegar nessas partes...
Até hoje eu tenho pesadelos com isso... um erro milimétrico e você morre...
Ultima era uma série de rpg mais orientado a questões épicas e filosóficas, mais conversa e menos combate/ação, Ultima VIII é PURA ação e combate, intermináveis cavernas cheias de pedras para saltar, inimigos para combater etc...
4)Graficos/Som
Pra 1994, os gráficos são muito bonitos, o mundo é bem desenhado e possui bastante riqueza de detalhes, o design dos npcs é interessante mas a ausência dos retratos deles nas conversações não foi legal, existe também pouca variação entre os inimigos.
O som é bom, bons efeitos, boas musicas ambientes e o pacote de vozes deixou tudo mais interessante, ser xingado e provocado pelo Guardian nas piores horas do jogo é um put* efeito imersivo.
Esse é o speech pack, sem ele não existem vozes no jogo.
Uma amostra dos gráficos do jogo.
5)Dificuldade
É um jogo difícil, tanto intencionalmente como por imprecisão dos controles, os combates são difíceis, as magias são meio disfuncionais de se utilizar durante combates, as armas, mesmo as encantadas não fazem frente a inimigos poderosos, muitas vezes precisamos montar armadilhas e jogar sujo contra inimigos, colocando explosivos ou mesmo empurrando eles de penhascos etc...
Em cima os exemplos, a esquerda Avatar invoca um elemental para enfrentar um demônio, a direita Avatar consegue sua primeira arma mágica, a maça Slayer, não que seja grande coisa, mas sem essas armas encantadas é muito... muito pior...
O jogo não possui exatamente "chefes", nós não enfrentamos os Titãs na porrada por exemplo, nós os derrotaremos utilizando outros meios, o que felizmente é mais a cara da série Ultima.
Esse é Pyros, Titã do fogo e rei dos demônios, não... não dá pra enfrentar ele na porrada...
6)Diversão
Aqui temos um ponto alto, o jogo é divertidíssimo, ainda que não seja tão aberto como Ultima VII, o jogo ainda é bem aberto e te dá muitas maneiras diferentes de fechar a história, que por sua vez é interessante, e embora existam inconsistências e até mesmo pontas soltas a história é cativante e o ato de jogar e explorar extremamente divertido.
Grandes momentos, quando desmontamos uma farsa e revelamos a verdade sobre a linhagem real, e quando aprendemos a invocar um demônio para assassinar um feiticeiro rival.
7) Minha opinião
Pagan é um bom jogo, teve problemas graves em sua execução, é excessivamente focado em ação/combate e menos no role playing que seus antecessores, a jogabilidade é imprecisa e por vezes frustrante, uma equipe de npcs faz muita falta, mas excetuando isso é um jogo divertido, adulto, bonito e com uma história pra lá de interessante.
Vale muito uma conferida.
Notas finais:
Grafico 4.5/5
Som 3.5/5
História 5/5
Jogabilidade 3/5
Diversão 4/5
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