Shinobi_OMDA
Ser evoluído
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Dia 5 de fevereiro, sexta-feira, 18h. Chego em casa e vejo três envelopes escritos “IPTU” na mesa da cozinha. Pego eles, observo sem pressa e teatralmente faço uma careta. Na verdade quem vai realmente se preocupar em pagar é o meu pai. Da sala a minha mãe diz “tem um pacote que chegou, está na sua cama”. Fiz a ligação: IPTU, tardezinha, pacote encima da minha cama = o carteiro passou e entregou meu Final Fantasy 13.
Finalmente, após 48 dias de espera até que os correios fizessem o favor de entregar a minha encomenda, enviada no dia 18 de dezembro pelo site Play-asia. Só não reclamei mais porque pelo menos não me cobraram taxa de imposto, que seria doído considerando os 99,90 dólares cobrados pelo FF13 japonês. Sim, e sim, é caro e é japonês, sem legenda/dublagem em outra língua mais compreensível pela maioria ocidental. Eu simplesmente não consigo gostar de algum FF falado em inglês, tentei jogar os FF X, FF X-2 e FF XII em inglês, mas foi em vão.
Minha primeira ação foi ir até o PC e na janela do IRC e...sim de novo, uso esse meio arcaico, há mais de 10 anos, para me comunicar com outros seres humanos (eu acho que são) distantes de mim, para me gabar da chegada do game. Na verdade sabia que era uma ação inútil, já que a maioria dos meus colegas (eu acho que são) são bichinhos-da-goiaba (isso eu tenho certeza) que só se interessam por games de PC, e poucos sabem algo que vai além do nome e estilo RPG que compõe o que é um “Final Fantasy”.
A verdade é que eu queria algum motivo para ter ânimo para jogar. Depois de tanta espera eu já não estava mais nem aí. Para completar, por uma janela no IRC um amigo meu dispara: “estão falando mal desse FF13, hein”.
Deixei para começar a jogar lá pelas 10 da noite.
De cara eu acho tudo lindo, mas também estranho. A coisa “começa começando” sem muitas prévias, te jogando no meio da história e que se vire para entender algo. Ainda mais eu, que nunca leio reviews e nem mesmo vejo trailers dos jogos. Nunca corro atrás dessas coisas, só vejo se jogam na minha frente os links, mas não é questão de preguiça, beira mais o descaso e desinteresse. Talvez seja o gosto de sentir na pele o que devo sentir sem influências.
Minto, em partes, pois adotei essa postura há 4 anos. Entre 1991 e 2006, período em que morei no Japão, eu lia, toda semana, a revista japonesa Famitsu, só não lia as que não conseguia comprar. Nela há reviews que atribuem uma pontuação para quase todos os jogos que vão sendo lançados no Japão, rankings de mais vendidos e mais esperados, etc.
Mas revistas, sites, blogs, opinião do amigo do amigo do amigo só servem de indicadores. Até que você mesmo esteja ali jogando, opiniões alheias são gostos alheios. Quebro minhas regras pessoais jogando uns demos que baixo na Playstation Network, mas também não dou total confiança aos demos, sempre há alguma diferença no jogo final.
E por exemplo, quanto às modas, eu tenho um Wii e não gosto de Super Mario, tive um mega-drive e não jogava Sonic, não importa o quanto digam que os GTA são perfeitos, maravilhosos, que o mundo adora, eu não gosto, discordo de tudo isso e não pago para ter um, pego emprestado só para confirmar o que já sei: não me agrada a ponto de querer jogar mais que algumas horas e deixar de lado.
Sei, sou meio do contra...mas é para mostrar que não estou aqui para babar em jogo badalado.
E senti mesmo na pele algumas coisas jogando FF XIII, principalmente estresse, que já começou por causa do movimento da câmera, que controlamos com o R2 no controle do PS3, muito lenta. Incrível que boa parte do jogo seja uma linha quase reta e você se estressa porque não consegue ter visão rápida da área porque a maldita posição da câmera mostra só o desnecessário, ela tem um movimento pesado e velocidade progressiva, ou seja, proposital.
Você pode pegar os inimigos desprevenidos, contornando de longe, se aproximando pelas costas. Mas se ele nos “vê”, o ataque surpresa já era. E como fazer algo tão simples se ao nos aproximar pelos flancos perdemos a visão dele e nem conseguimos saber exatamente onde ele está por causa da lerdeza da câmera? Nessas horas é quase uma regra você encostar na sorte no inimigo e começar a luta, ou seja, você só consegue pegar algum inimigo desprevenido se ele estiver de costas desde o início bem na sua frente, ou ter sorte de encostar às cegas nas costas dele, ou usar o item de fumaça, específico para isso.
Bem, voltando. No começo do jogo não temos muito o que fazer além de ficar apertando o botão para confirmar os comandos de ataque. Vez ou outra escolhemos a opção para acessar a lista de itens para repor o HP dos personagens, fora isso engula os fatos, você tem o direito de permanecer em silêncio, todas as palavras (e possíveis reclamações) ditas vão ser ignoradas durante boa parte do jogo, que na visão mais pessimista (a minha), até além da metade dele.
Até aqui eu escrevi a minha impressão no primeiro dia que joguei, agora vem a parte dos comentários depois de ter finalizado o game. Para começar, alguns dados que podem ser relevantes para alguns interessados: cerca de 90 horas jogadas, entre os dias 5 até 26 de fevereiro, média de 5 horas/dia, um sem número de vezes que “morri” e um gostinho de “finalmente”. Mas já vi que algumas pessoas terminaram em umas 60 horas, mais razoável. Na verdade ainda me sobraram mais da metade das missões paralelas que temos no jogo, falta completá-las.
Considerações
Quando comecei este texto, estava escrevendo uma descrição completa do sistema do jogo, falando sobre personagens e tal. Mas desisti quando notei o tamanho dele (e ainda continua grande), então eu vou presumir que quem ler isto tem pelo menos uma noção básica do sistema e da história do game. Mas vou incluir dados que acho interessantes e úteis, mais para o final deste texto.
Com certeza muitas esperanças foram apostadas no mais novo game da série, e com certeza, também, ele deve trair muitas dessas esperanças. Espero que não vá ao extremo, de chegar ao ponto de jogá-lo pela janela.
A revista japonesa FAMITSU deu 39 pontos, total de 40 para esse FF. Só soube disso enquanto escrevia este texto, e por isso me surpreendeu. Esperava algo mais ameno, como uma média de 8, ou total de 32 pontos, porque as notas são dadas por quatro pessoas que avaliam os games. Mas sei que há muita jogada comercial nisso, a Famitsu está muito longe de ser imparcial e isso é triste para uma revista que é respeitada no mundo todo pelo seu baita conteúdo e qualidade semanal.
O furo da história é a trama nula, a falta de união entre os personagens, as perguntas sem respostas e as respostas que não quiseram dar. Do começo ao fim a impressão é que cada um segue ao que interessa e ao seu próprio destino, diferente dos laços mais fortes que marcaram algumas boas histórias. Logo no começo já temos um baque, uma falta de bom senso imenso para apresentar a personalidade do Snow, que é envolvido em um dramalhão com o Hope e o óbvio desinteresse da Lighting por qualquer assunto. Temos que aprender a gostar dos personagens ou achar algo ao que se agarrar, para ter um fio de ânimo e continuar.
A Fang é interessante pela eficiência nas lutas, a personalidade dela não me agrada muito, mas não chega a ser um incômodo. Além disso, deve ser a mais equilibrada tecnicamente, entre ataques, magias, habilidades e HP máximo, pense nela como uma boa opção na hora de escolha livre dos membros atuantes e na hora de investir nos upgrades em armas.
Mas em questão de personalidade, nem tudo está perdido, Sazh e Vanille estão ali para quebrar o gelo, com situações bem humoradas, mas se não gostar deles também as coisas vão ficar complicadas. Pessoalmente a minha preferida é a Vanille, mas foi graças ao conjunto, pelo jeito doce e pelo ótimo trabalho da voice actress Yukari Fukui, que eu já conhecia em trabalhos em animes.
E isso me leva a querer comentar o quão é japonês o game, muito mais que qualquer outro FF que joguei. E não é por causa das vozes, que na versão ocidental é provável que nem tenha opção de linguagem japonesa, falo pelo modo como os personagens se movem, gesticulam e interagem. Conheço bem como é o jeito dos japoneses e por isso logo identifiquei tudo isso, o que me faz ficar na dúvida se esse detalhe também vai ser bem aceito.
Provavelmente muitas cenas vão parecer estranhas pelo modo como gesticulam, talvez dificulte a interpretação correta do que quer ser passado no diálogo, por mais correto que seja a tradução para o inglês, apesar que sempre notei que é normal haver mudanças enormes entre a frase em japonês e a em inglês. Mas isso nem pretendo julgar.
Até a metade do game as coisas foram meio entediantes e por vezes, estressantes. A falta de opção para melhorar o poder dos personagens foi torturante, principalmente quando aparecem aqueles inimigos chatos, que não te dão muitos pontos de “Crystalium Points”, nem itens, nem nada melhor. Mas são duros de matar, que implica em demorar nas lutas e...acumulo de estresse. A ausência de level ups e dinheiro é interessante até certo ponto, vale pelo teor de “novidade”, mas se sacrifica a diversão acho que tomaram alguma decisão errada. Na lógica os games precisam cativar o jogador em algum ponto próximo do começo, mas o FFXIII foi me cativar depois de cerca de 40 horas de jogo. Pelo menos foi quando me dei conta disso.
A demora e limitação do Crystalium System, a impossibilidade de upgrade nas armas e acessórios por falta de itens e dinheiro e o fiozinho de história que empurrava o todo pode ser um obstáculo para muitas pessoas, então a minha dica é ter paciência. As coisas melhoram e pode ser mais cedo do que foi para mim. Aprender a usar eficientemente o "Paradigm Shift" (ou "Optima Change" como ficou na versão japonesa), para causar o Break Point o mais cedo possível é a chave para um avanço mais rápido. Não pode ter preguiça de mudar as funções dos personagens de acordo com a situação, isso facilita muito as lutas e logo se torna um trabalho quase que instintivo, basta saber escolher bem as combinações e posições para por na lista do Paradigm Shift.
A questão sobre a melhor arma para cada personagem é outro dilema. A primeira arma que todos carregam é uma boa opção, mas depois que fizer todos os upgrades dela, que pode acontecer somente lá perto do fim do jogo, mas com muita persistência, a barreira é conseguir comprar um item essencial para a parte final do upgrade, que custa uma fortuna. Todas as armas têm seus pontos fortes e negativos e devem ser medidos com cuidado, para não disperdiçar itens valiosos. Se para fazer todo o upgrade de uma única arma é difícil, imagine fazer o upgrade da arma errada? Algumas tem o ataque físico alto e magia baixa, outras são o contrário disso, outras tem habilidade extra e ataques mais baixos, ou impossibilidade de causar o Break Point no Chain Gauge, e por aí vai.
O problema é que ninguém sabe no que vai dar o final do upgrade, por isso eu tive que apelar para um site que descrevia isso, mesmo assim ainda tenho dúvidas da melhor escolha. Terminei o game sem preencher todas as Crystalium Systems dos personagens e nem fazer upgrade total de uma arma sequer porque não tenho dinheiro para comprar o item para passar para outra fase do upgrade.
Mas como pode ver, não é necessário chegar nos valores máximos de habilidade e ataques, mas há missões paralelas que podemos jogar depois de terminado o jogo, boa parte dessas missões são quase impossíveis de serem executadas antes de terminar o jogo, pois os inimigos são fortes demais. Se não terminarmos o game uma vez, não temos acesso aos upgrades finais da Crystalium System.
Achei até pouco as 90 horas jogadas, apesar de estar marcado 98h o último save, é porque eu deixei (esqueci) algumas vezes o game ligado enquanto fazia outras coisas, por vezes se passaram horas largado. Achei pouco porque sou do tipo que gosta de perder tempo fazendo level up, apesar que dessa vez não existe realmente um sistema de levels. O mais certo é chamar de upgrades, no estilo FF 10, onde acumulamos pontos derrotando inimigos e revertemos em upgrades como aumentar o HP, ganhar habilidades e magias, melhorar certas defesas e outras coisas. Mas esse processo é muito lento e limitado, além de não ser clara cada mudança.
Sentimos diferença ao aumentar o HP dos personagens, mas mesmo assim não torna a vida mais fácil durante o game. Mas isso tudo não é o pior. O pior de tudo é que você não ganha dinheiro dos inimigos. Nada. Para ter dinheiro tem que vender itens, e esses itens você ganha, com sorte, em cerca de 50% das batalhas contra os inimigos. Ou seja, de 10 inimigos derrotados, talvez você ganhe itens em 5 vezes. Cada inimigo lhe dá um item, mesmo que mate 10 inimigos, raramente você ganha mais que 3 itens. Mais um ponto frustrante do sistema.
Frustrante porque toda essa avareza em pontos de CP, dinheiro e itens é o que te faz perder tempo para prosseguir no game, o que deixa mais claro o vazio que é a própria história. Claro, isso é um RPG e estamos jogando para fazer os personagens evoluírem, mas se a diversão não entra na receita, então temos um problema.
A diversão chegou tarde para mim, diria que depois da metade do jogo. Fizeram algo bem planejado, te dão aos poucos as habilidades e possibilidades de avanço, mais para aprender a utilizá-las, mas poderia ser mais rápido o processo. Por sorte eu tive paciência, ainda que tendo que manter o pensamento “estou jogando um Final Fantasy”. Isso foi necessário porque até certo ponto eu estava estranhando a falta de semelhanças com os anteriores. Talvez porque tiraram a clássica musica após vencer uma batalha, que no FF XII aparecia ao derrotar algum chefe, apesar que na versão FF XII a ceninha após derrotar um chefe beirava a breguice, agradeço por não manterem no sucessor. Mas faltou mesmo algo nesse sentido, que lembrasse os antigos. Poderiam ter brincado, fazendo algumas cenas com arranjos de musicas clássicas, mas não notei nada disso. Esse FF XIII está mesmo muito diferente dos outros.
A verdade é que o game é muito bom, mas é preciso atenção e paciência para enxergar os caminhos que levaram ao resultado final. Tecnicamente ele é soberbo, intrincado e flui bem. Mas longe da perfeição, pois há slowdowns, as famosas travadinhas, mas não é um jogo de ação, creio que não vai te importunar. Visualmente ele dispensa muitos elogios, mas tenho que confessar que eu fiquei várias vezes olhando de perto os detalhes visuais dos cenários e principalmente dos personagens, do quanto cada um tem “presença”, apesar de não terem visual realista, impressiona como capricharam no jogo de luz e cores, sem destoar do cenário e sem parecer artificial demais. Os cenários são quase sempre cheio de luzes e efeitos, alguns impressionam pelo tamanho e detalhes. Mas nesse ponto o Uncharted 2 leva vantagem, apesar do conceito e estilo serem diferentes.
Estava me esquecendo dos Summons. Mas não foi por acaso, eu praticamente não usei eles. Para usá-los, é necessario enchermos uma outra barra, que fica logo abaixo da barra de HP do líder do grupo.
Para repor essa energia, a cada batalha você tem uma avaliação, que vão de nenhuma até cinco estrelas. O cálculo disso é baseado no poder geral do líder e o tempo gasto até o fim da batalha. Normalmente você tem míseros 15 segundos para matar três, quatro ou cinco inimigos, mas nada de mais até aí. Se ganhar cinco estrelas, alguns milímetros da barra é preenchida, se não receber estrela nenhuma, você já sabe no que dá.
Mas a energia dessa barra também é usada para as análises dos inimigos. Quer dizer que se tiver que fazer duas análises, o Summon, que fica ativo de acordo com o tanto de energia que tem essa barra, parmanecerá por pouco tempo, e há a possibilidade de não poder usá-lo por falta de energia nessa barra, parecendo mais uma perda de tempo que uma opção estratégica. Mesmo com a barra toda cheia, não senti grande vantagem usando eles, que no caso só funciona o do líder no momento, os ataques não são devastadores, os seus companheiros saem de cena e só fica você, que é o líder, e o Summon. Há a opção Gestalt Mode (Drive Mode na versão japonesa) em que você “pilota” o Summon, mas achei ridiculamente fracos os ataques nesse e no outro modo. A real vantagem é que mesmo se os seus outros dois membros da equipe haviam sido mortos, após evocar um Summon e ele for embora, seu companheiros voltam com HP no máximo. Seja como for, é melhor usar o ítem que faz a análise dos inimigos, isso se você tiver sorte de conseguir o item de certos inimigos.
Por falar em inutilidades, há várias passagens no jogo que sinceramente não entendi porque incluíram. Em um certo ponto pilotamos um robo enorme, que não nos dá ganho algum, e se me lembro bem, só o pilotamos uma única vez. E nem enxerguei diversão nisso, porque essa parte é bem curta. Ao meu ver foi mesmo um puro disperdício de tempo de desenvolvimento.
Os efeitos sonoros e musicas eu normalmente não presto atenção, em qualquer jogo. Mas quando são ruins, eu noto. A má notícia é que por vezes me vi prestando atenção nas músicas, no geral pareceram pobre demais, sem a certa grandiosidade que os FF costumam ter. Os efeitos sonoros diria que são eficientes, já que não notei destoarem do conjunto.
Depois de tantos tropeços, chega um ponto em que as emoções fluem mais soltas, pena que bem próximo do final.
Talvez eu conte coisas que ultrapassem de curiosidades e passem a ser spoilers, por isso recomendo tomar cuidado com o que for ler, se achar que é spoiler, pare.
É irônico, quando a história começa a melhorar, chegamos em uma parte do mapa chatíssima, que tem vários níveis de plataformas e inimigos duros de matar. Parece mais uma prova de fogo, para ver se você é mesmo capaz de terminar por insistência. Por outro lado, se estiver bem preparado ali vai ser um ótimo lugar para acumular itens valiosos e Cristalium Points, mas as chances de ser morto e ter que dar vários retry são grandes.
E chegamos ao final, que sinceramente foi mais fácil que uns inimigos antes desse last boss. Temos nosso filminho de encerramento e vem a felicidade de mais um game terminado, pelo menos a parte principal
Algumas dicas
Nem sempre a melhor coisa é esperar sua barra ATB encher completamente para atacar, comece o ataque antes de todos para tentar fazer uma sequência de ataques sem muitos interválos, útil principalmente quando estamos no meio de um Break Point ou prestes a chegar nisso, pois é normal que se esperarmos encher a barra, os dois ou três integrantes do grupo vão atacar ao mesmo tempo, e também esperar até o próximo ataque, quando as barras ATB encherem.
A vantagem do ataque surpresa é que de cara você pode tirar muita energia do inimigo, pois ele já vai estar com o que devem chamar de “Chain Gauge” próximo de estar cheio, basta acertar um ataque nele ou neles. Mas nem por isso dispensa as táticas básicas de ataque e atenção para não morrer durante a luta, pois você consegue causar o “Break Point” com o Chain Gauge cheio em um inimigo, mas se houver três ou mais inimigos na luta, a vantagem não é tão grande porque ao tentar atacar outros ao mesmo tempo e se são vários inimigos fortes, é mais provável que todos os tempos do Break Point acabem e todos os inimigos ficarão vivinhos e sem muitos danos para te pegarem. Por vezes a idéia do “mais vale um pássaro na mão que dois voando” faz todo o sentido, tenha a certeza que pelo menos um vai ser derrotado, aproveitando o tempo dessa vantagem.
Para entender melhor, o chain gauge é uma barra que vai se enchendo a cada ataque, ela começa em 100% que corresponde ao poder de ataque/magia de cada personagem e qual a “função” ele exerce no momento, ou seja, varia. Cada inimigo tem uma porcentagem final diferente, que pode ser 200%, 600%, que é quando a barra fica cheia. A barra cheia significa o “Break Point”, que deixa o inimigo mais debilitado, possibilitando causar mais danos, a porcentagem agora pode chegar até 999%, mas após o break point a chain gauge começa a diminuir, é o tempo limite para que você continue atacando, aumentando a porcentagem, inflingindo mais e mais danos. Mesmo debilitado o inimigo continua atacando, mas é atrapalhado porque geralmente nossos ataques são capazes de cancelar os deles, mas como há o tempo para encher a nossa barra de ataque, a “Active Time Battle” ou “ATB”, ele tem suas chances de atacar e nos fazer perder tempo tendo que repor HP ou desfazendo debilitações que eles podem nos causar, como menos defesa, envenenamento, diminuição de poder de ataque, etc..
Normalmente não chegamos aos 999%, só quando o inimigo tem muito HP, o que não quer dizer que seja apenas chefes, há muitos inimigos chatos durante todo o jogo, além do tempo do Break Point também ser sempre relativamente curto, tudo isso varia de inimigo para inimigo. Mais para frente conseguimos uma habilidade que após o break point podemos jogar o inimigo para o alto, como um uppercut, anulando totalmente o ataque desse inimigo, mas devemos manter um ataque contínuo, para que não caia, nisso os outros inimigos que podem estar nessa luta entram para atrapalhar, mas não é nada complicado, sabendo o que está fazendo, até com os chefes isso não é grande problema, é questão de conseguir assimilar o funcionamento do sistema.
Há inimigos e normalmente com os chefes em que não é raro termos que chegar aos 999% várias vezes, duas ou três vezes, mas também é normal que nesses casos as batalhas sejam bem dinâmicas, as barras enchem rápido e temos mais emoção e diversão administrando qual a melhor tática para escolher.
Usando o Paradigm Shift
O sistema Paradigm Shift se chama “Optima Change" na versão japonesa, que nada mais é que uma lista de opções de funções pré escolhidas. As funções são as especialidades que cada personagem pode aprender, que são 6:
-Attacker (ATK) Commando (COM) : Tem poder de ataque e faz a Chain Gauge diminuir mais lentamente
- Blaster (BLA) Ravager (RAV) : Tem poder de ataque fraco, mas faz a “Chain Gauge” encher rapidamente
- Defender (DEF) Sentinel (SEN) : Toma a posição de guarda e tem contra-ataques, além de aumentar a defesa geral do grupo
- Enhancer (ENH) Synergist (SYN) : Melhora ataque, defesa, magias e velocidade para encher a barra ATB do seu grupo
- Healer (HLR) Medic (MED) : Repõe o HP e revive seus companheiros
- Jammer (JAM) Saboteur (SAB) : Habilidade para diminuir a defesa, ataque e velocidade ou mesmo anula os movimentos do inimigo
O termo à esquerda é da versão em japonês, o da direita é a versão que parece que foi adotada no resto do mundo. Coloquei as duas para poder evitar que eu misturasse tudo. Como podem ver, na versão japonesa é bem mais fácil de identificar o que faz cada uma das funções. Pessoalmente eu achei muito estranha a mudança, assim como não me conformo que o “Bio Hazard” do Japão é “Resident Evil” no resto do mundo. Um título que ficou bem tosco na minha opinião, mas quem sou eu para ficar criticando sobre as razões dos produtores, o que me interessa mesmo é jogar
Na lista do Paradigm Shift eu achei útil a seguinte configuração:
1- ATK/COM – BLA/RAV – BLA/RAV - Como configuração inicial é eficiente para encher o chain gauge e manter a velocidade dela estável com o ATK/COM atuando. Na maior parte das vezes eu não precisei mudar dessa opção.
2- ATK/COM – BLA/RAV – HLR/MED - Serve quando é necessário repor sem pressa o HP de um ou dois membros do grupo, mas continua aumentando o Chain Gauge e é eficiente também durante um Break Point pela presença do ATK/COM.
3- BLA/RAV – ENH/SYN – JAM/SAB - é interessante usar como primeira opção, quando o inimigo é poderoso e em seguida usar a tática número 1, mas há inimigos que não imunes ao JAM/SAB. Mas se escolher como primeira opção na batalha, troque o BLA/RAV por um ATK/COM para estabilizar a velocidade do Chain Gauge.
4- BLA/RAV – BLA/RAV – BLA/RAV – só funciona após algum ATK/COM atacar o inimigo, senão a Chain Gauge descarrega rápido demais. Pode ser usada logo em seguida do número 1.
5- DEF/SEN – HLR/MED – HLR/MED – configuração para casos de emergências. O DEF/SEN aumenta a defesa geral do grupo enquanto os dois HLR/MED repõem rapidamente o HP de todos.
Eu deixo as configurações com HLR/MED na segunda e última opção para ter um acesso rápido a eles. Ao trocarmos a configuração, temos uns segundos perdidos e o inimigo não espera, se errar a troca uma vez, talvez não haja tempo para consertar isso, é necessário uma escolha rápida e certeira. Do jeito que coloco, essas opções vão ser um toque do direcional para baixo para acessar a opção 2 e um toque para cima para a opção 5.
Andando com o Chocobo
Quando conseguir “cavalgar” os Chocobos, saia andando, procurando itens com ele. Ao chegar perto de algum item, aparecerá um aviso, que vai pulsando, quanto mais rápido, mais próximo do item. É fácil de achar porque basta seguir a direção que o Chocobo está olhando. Os itens que achar vão ser aleatórios, menos o primeiro, quinto, décimo, décimo quinto e vigésimo, só não digo os nomes porque não sei como vão ser em inglês e também não há certezas de que serão os mesmos itens. Se quiser apressar as coisas, salve o jogo, resete e volte ao ponto onde estavam itens que encontrou antes, provavelmente vai achar outros ali. O normal é achar itens valiosos para fazer upgrade nas armas e acessórios, por isso não é uma perda de tempo.
Aproveite a missão 7, não é muito difícil e o local para aceitar a missão e o alvo estão bem próximos. Os dois itens que ele te dá são muito úteis, tanto para render dinheiro como para usar. Desculpe-me caso mudarem isso na versão ocidental, é um truque que eu usei bastante, para conseguir itens muito bons. Seja persistente, diria que em 10 tentativas, 4 resultam em algum item, um normal ou outro mais raro de aparecer.
O item mais difícil de aparecer, usando como acessório te dará proteções extras temporariamente, contra ataques, magias, quase tudo. O legal é conseguir pelo menos três desse acessório para usar em seu grupo. O item “normal” você pode vender, não é muito útil, mas rende dinheiro.
Ou há uma opção até melhor, conseguindo o item raro, que na verdade é um acessório, volte para o ponto de save, próximo dali. Dê um save para garantir e vá para qualquer loja e compre três acessórios quaisquer, mas baratos. Se tiver acessórios que não vai usar, pode usar esses também, não precisa comprar. Saia da loja e vá para a parte que desmancha seus itens, desmanche esses três que acabou de comprar ou que já tinha, até aqui não importa o que comprou nem no que dará esse desmanche. O truque é que isso vai mudar o resultado do desmanche do item raro conseguido na missão 7. Normalmente ao desmanchar esse acessório, ele te dará um outro acessório e mais 3 itens. Ao desmanchar antes os 3 acessórios que comprou, ou que já tinha, desmanchando o item raro você agora tem 4 acessórios e mais um item, todos valiosos, mas um é especial, ele aumenta a velocidade do enchimento da ATB, fazendo com que suas ações sejam bem mais rápidas. Se conseguir 3 desses acessórios, vai ser algo que usará pelo resto do jogo. O item normal pode vender, não é útil e no desmanche não há itens vantajosos.
E continue tentando conseguir mais itens do inimigo da missão 7, vai consegui muito dinheiro, pelo menos suprindo as necessidades até aqui. E mesmo que não consiga esses itens, a partir da segunda vez que completar essa missão, vai ganhar 5 itens que são prêmios por completar a missão novamente. Esse item é muito bom para upgrades. Mesmo que não consiga o item raro em, digamos, 10 tentativas, terá garantido 50 desses itens prêmio, além dos pontos de CP, e pode usar para melhorar suas armas e habilidades, facilitando todo o processo, que logo te tomará apenas alguns segundos.
Quem quiser mais dicas, pode perguntar, o que eu souber responder, escreverei com prazer.
