Bom, estou com o jogo aqui, vou mencionar algumas considerações de quem está mais habituado aos MMORPGs "Old Schools".
O QUE GOSTEI:
- Visual. Aliás, não tem como não mencionar o visual. Evidentemente é o carro-chefe do jogo. São visuais extremamente atípicos para jogos do gênero. A criação de personagens é extremamente detalhada, mas diferentemente da maioria dos outros MMORPGs, aqui as personalizações se conferem ingame. Ou seja, vale à pena se dedicar um pouco pra chegar a um visual mais elaborado. Os cenários, dentro do contexto de um MMORPG, também são relativamente bem detalhados, não mantendo, é claro, o mesmo nível de fidedignidade presente nos personagens (nem haveria como).
- Sistema de Família. Achei inteligentíssimo tu criar uma família, e cada personagem posteriormente criado pertencer à mesma família. Li um pouco a respeito das funcionalidades oriundas desta feature, e pareceram realmente inteligentes e interessantes, especialmente quanto ao compartilhamento de recursos entre personagens da mesma família.
- Casas. Poder ter casas no jogo, e elas poderem desempenhar diferentes funções agrega bastante à jogabilidade, à imersão, que é algo que eu tanto prezo em quaisquer tipo de jogos, especialmente MMORPGs.
- Trabalhadores. O sistema de contratação de trabalhadores para arrecadarem recursos por ti em determinados territórios também foi uma grande sacada.
- Profissões. Boas quantidades de possibilidades, e, pelo menos até onde testei e me informei, parecem bem satisfatórios seus desenvolvimentos.
O QUE NÃO GOSTEI:
- Jogabilidade. Pode ser questão de costume, mas até onde joguei, achei que o jogo peca num dos quesitos mais importantes. Normalmente, nos MMORPGs, estou habituado a ter um personagem que vem apenas com uma habilidade básica. Também estou acostumado a ter estas habilidades sendo utilizadas por sistema de skills, onde os combos são resultados da somas individuais destas habilidades. Em Black Desert, o teu personagem já sai com uma boa quantidade de habilidades desde o princípio - desperdiçando boa chance de deixar a descoberta e a curva de aprendizado andarem juntas. Fora isto, não me adaptei - pelo menos ainda - a ter que combinar entre teclas e cliques para acionar determinados combos. Ainda falando da jogabilidade, enfeitaram tanto em cada habilidade - inclusive no ataque básico -... que acaba dando a sensação de que "nada é diferencial". Tudo é cheio de efeitos. E quando tudo é assim, nada parece realmente diferenciado. O jogo parece tentar se aproximar de um Hack n' Slash, o que, no contexto de um MMO, não parece ter "casado bem".
- Dificuldade. Lembro de Lineage, quando. no nível 1, se desse bobeira contra qualquer mob inicial, três ou quatro porradas que levasse, a tela cinzava, morte, se fodeu. Neste aqui, os mobs iniciais do jogo chegam a ser "boring". Tu podes atrair uma boa quantidade deles pra cima de ti, e deixar batendo. Cheguei a ficar conversando no Facebook em uma tela por alguns minutos, enquanto deixei o personagem levando sopapos de uns mobs - de mesmo nível que meu personagem -, e nada aconteceu. Achava Warframe fraco neste sentido. Black Desert consegue o superar (negativamente).
- Falta de recursos de interatividade. O jogo, de fato, não instiga, não beneficia, não incentiva a jogabilidade em grupos. Não no inicio, pelo menos. Entretanto, sendo um MMORPG, o grande foco sempre deveria ser este. Deveria ter mecanismos, é claro, pra que não deixasse a experiência totalmente dependente disto, mas ainda assim, sempre deveria ser incentivado o jogo em grupo. MMORPG, pra mim (que fique claro), é experiência coletiva. É criar histórias em grupos. Fazer amizades. O jogo fica muito vazio sem isto. Se tu tens um amigo pra jogar junto, deve melhorar bastante a exp. Fazer amigos no jogo, embora sempre possível, é muito mais difícil do que em outros do gênero.
===
Vou seguir testando aqui. O jogo tem um potencial absurdo, graças ao visual, e graças às novidades que trouxe. Mas, pra mim, especialmente nas primeiras horas de jogatina, tem sido muito frustrante em outros aspectos - especialmente por perceber que pode ser um grande potencial desperdiçado.