Landstalker
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Demorei longos 3 anos para começar a jogar aquele que foi o retorno do pai de Resident Evil aos grandes clássicos de terror. The Evil Within foi um jogo muito esperado por muitos, inclusive por mim que sou fã da série Resident Evil e estava ávido por informações desse jogo, porém, sem nem ao menos conseguir dar-lhes uma explicação lógica, não sei porque diabos eu demorei tanto tempo para de fato jogar e zerá-lo, mas cá estou eu para fazer uma análise desse jogo e espero que vocês gostem.
Seria esse um novo Resident Evil?
É inegável pelo próprio histórico do Shinji Mikami que ele seguiria no seu próximo jogo algo com fortes influências da série Resident Evil e de fato isso aconteceu. Há muitas referências que posso citar aqui de passagens, personagem e até mesmo ambientação que lembram, principalmente, do Resident Evil 4, considerados por muitos o melhor Resident já feito. Copiar ou não, ou melhor, se inspirar ou não, não é em si só ruim, afinal, o cara se inspirou numa de suas obras anteriores, não foi necessariamente um trabalho alheio, o que poderia também não ser ruim.
A questão que fica é, esse então é um novo Resident ou consegue fazer algo além do esperado e totalmente novo?
A resposta é confusa, e eu diria que sim e não, sim porque há elementos aqui novos que provavelmente nunca iremos ver na série dos Residents, porém, a inspiração é muito forte, seja desde um monstrego de moto-serra, seja a ambientação dos capítulos iniciais que fazem retorno ao RE4, seja ao estilo de gameplay com conceitos iguais da saga RE4-RE6, etc. Mas ao mesmo tempo, The Evil Within consegue ser um jogo muito bom, ele consegue sim pegar o que há de muito bem desenvolvido nos Residents com a câmera over the shoulder e fazê-lo reviver essa época que, principalmente o Resident Evil 6 não conseguiu entregar, aqui há mais elementos de terror e sobrevivência, você realmente sentirá falta das munições se sair por aí igual a um louco caçando a zumbizada na base da porrada, não é à toa que uma das novidades que esse
Gameplay clássico revisado
The Evil Within partiu por adotar a famosa câmera Over The Shoulders que é um padrão que, graças ao RE4 disseminou em vários outros jogos mesmos os que não eram focados em terror ou sobrevivência. É também um estilo de câmera que provavelmente há de agradar a maioria, já que o Resident Evil 7 foi injustamente criticado por adotar a câmera em primeira pessoa. Se estendendo um pouco mais no quesito gameplay, temos aqui a volta dos fósforos que eram presentes no Resident Evil Remake, porém, eu demorei a perceber que a mecânica deles aqui funcionam de forma diferente da série clássica do Mikami, pensei que tinha que tacar fogo em cada zumbi que já estava caído que vai lá, eu precisaria, por ventura passar por ali novamente e o zumbi iria dar uma de Crimson Red em cima de mim.
A mecânica do fósforo funciona muito bem com a besta que você adquiri nos capítulos iniciais do jogo, essa é, sem dúvida a arma mais icônica de The Evil Within e a que distingue fortemente da saga Resident Evil, é também uma das armas mais importantes para você dar prioridade nos upgrades (já dando uma dica aí), porque é uma estratégia para crowd control que em alguns momentos você terá que usar se quiser sobreviver.
O jogo não é fácil e a sua dificuldade sem dúvida é ainda maior que de Resident Evil 4, é um ótimo desafio se você quiser fazer os 100% ou mesmo tentar adquirir a soqueira que uma arma exclusiva do modo Nightmare em diante. Alias, até nisso o The Evil Within trouxe dos Residents, lhe entregando um bom e sólido NG+ para os que querem melhorar o seu arsenal jogando novamente ou até mesmo se aventurar no Speed Run.
Um processo onírico iminente
Bom, falamos muitos sobre a mecânica do jogo e a sua influência da saga Resident Evil, mas, afinal, em quê se sustenta The Evil Within, qual é a sua história?
Dando o mínimo de spoilers possíveis, você encorpora o agente da polícia Sebastian Castellanos que, junto com o seu parceiro Joseph Oda e a novata Julie Kidman vão investigar um incidente ocorrido no hospital psiquiátrico Beacon da cidade fictícia de Krimson City, nos EUA. Ao chegar ao local, eles descobrem que algo que está longe da compreensão lógica está afetando o local, destruindo o hospital, quando mesmo se espera, eles embarcam também nessa loucura e numa viagem onírica que mais parece que saiu de obra entre Salvador Dali e Gustave Doré.
Como o jogo trabalha incessantemente nessa ótica onírica, aqui aquela funcionando perfeitamente bem como uma carta coringa, a qualquer momento os produtores do jogo pode direcionar o jogo para onde quiser que fará "sentido", o que é uma conveniente de se contar uma história e de poder resolver pontas e brechas de uma forma mais simples. Mesmo que haja uma explicação para como o mundo em The Evil Within funciona e que iremos saber mais sobre ele ao longo de nossa jornada, eu vi esse recurso como algo conveniente, mesmo que talvez essa não seja a intensão criada originalmente pelos seus produtores.
Em um momento Castellanos está numa vila a lá RE4, num outro momento é pulado para algo completamente diferente, intercalando entre cenários que são inseridos às vezes sem muita coesão. No início podemos sim criar uma certa estranheza com esse tipo de passagem no jogo, mas se tentarmos comprar a ideia, as coisas se tornam mais interessantes e até mesmo passamos a gostar dessa viajada toda.
No entanto, mesmo parecendo confuso à primeira vista, esse artificio não dificulta o entendimento da estória do game, é uma apenas algo que para os produtores da série se torna plausível qualquer coisa que venha à acontecer durante a sua jornada, a narrativa do jogo é simples e em partes até imersiva, você dificilmente chegará ao ponto de parar e falar que não tá entendendo bulhufas nenhuma, com o passar dos capítulos iniciais, compramos mais essa ideia.
Veredito Final
The Evil Within é um ótimo game principalmente para os que estão carente de uma continuação a altura do RE4. É como eu disse num outro tópico dizendo que esse seria a melhor continuação do RE4 já feita, mas não se engane, esse jogo traz elementos novos e interessantes, um bom sistema de progresso e gerenciamento de itens, capítulos numa viaja louca e insana na mente de pessoas, embora eu não quisesse falar de como o processo do jogo ocorre, porque as coisas e inimigos no jogo são daquela forma para não criar um spoiler que possa comprometer a sua experiência, vale sem sombra de dúvida dar uma conferida.
Eu joguei e zerei nas versões de PS4 e PC. Recomendo a do PC por dois fatores: performance e mira no mouse, a versão do PS4 infelizmente ficou ruim, dando vários drops de fps durante vários momentos do jogo, infelizmente nem a Tango ou Bethesda se prontificaram em ajustá-la a estáveis 30 fps.
NOTA FINAL: 8,5 / 10 (ótimo)
+ Atmosfera imersiva;
+ Boss Fights interessantes e difíceis em boa parte do jogo;
+ Várias ambientações diferentes: vila, hospital, cidade, mansões, etc;
+ Boa mecânica de progressão e armas interessantes com sistema de NG+;
+ Gerenciamento de itens e recursos é essencial;
- Protagonista não consegue ter o mesmo carisma de um Leon, Chris ou uma Jill;
- Narrativa pode se apresentar confusa inicialmente para muitos, o que pode afastar o jogador;
- O jogo é bem desafiante mas em alguns momentos a dificuldade pode ser punitiva desnecessariamente;
- Boss Fight final megalomaníaca e inerte;
- Shotgun aqui não tem o mesmo peso que uma Shotgun de RE.
- Performance deplorável no PS4 (prefira a versão PC).
Plataformas: PS4 (jogado e zerado), PC (jogado e zerado)
Ultima Edição: