Não há pasta térmica que salve X360 e PS3, com seus vícios de packaging e manufatura. Isso é fato e levou a um receio exagerado com os consoles posteriores, que são bem mais tolerantes à degradação do sistema de arrefecimento.
Eu tinha um notebook gamer da Samsung, de 2010. Esquentava desde novo. Sob carga, ficava por volta dos 80º na CPU. O limite térmico era de 105º C. Moro em Brasília, em que alguns meses do ano apresentam umidade relativa do ar de clima desértico. E é um notebook, era carregado para todos os lados, sofria impactos constantes (meu filho era bebê e o arremessou no chão uma vez, que foi a ação mecânica mais extrema que ele sofreu).
Com seus dez anos de uso, passou a esquentar muito. Thermal throttling constante, e desligava. Abri e o fan havia estragado. Também estava com as aletas do dissipador completamente obstruídas com pó (elas eram muito, muito estreitas). Não havia mais cooler para esse notebook à venda. Como paliativo, tirei a tampa de serviço e comprei uma base com fan, para arejar. Achei um cooler usado com um vendedor de sucata de notebook na Suécia. Foi o jeito.
Troquei o cooler, coloquei a pasta térmica que tinha à época (Arctic Silver 5) e boa. Voltou a funcionar como deveria. Mas se ganhei 4º C com ele limpo, com pasta térmica nova, foi muito. A pasta original, com um fan inoperante, apenas com o dissipador desobstruído, arrefecimento passivo, segurava em baixa carga de trabalho.
Quanto essa CPU degradou por causa do calor? Não faço a menor ideia, se é que houve alguma degradação. Não percebi perda de desempenho ou aumento de tensão. Eletromigração existe e calor é um catalisador do fenômeno, mas há também algum exagero quanto à sensibilidade ao calor dos ICs atuais e demais componentes discretos.
Uso aspiradores, sopradores nos meus consoles, para manter as vias de arrefecimento livre, e tem dado certo. Tenho preguiça de abri-los e não confio em técnicos fazendo isso por prevenção, mas não fico enchendo o saco de quem faz. Se for bem feito, tende a ser benéfico.