Sério mesmo que tem alguém defendendo o modelo da Suécia, sendo que o próprio mentor por trás desse modelo pediu desculpas públicas por ter achado que a tal imunidade de rebanho seria a salvação?
Absolutamente falso. Ele jamais disse algo sequer parecido com isso. Não espalhe platitudes.
Sweden's chief epidemiologist: 'We are happy with our strategy' on Covid-19
In an interview with FRANCE 24, Swedish chief epidemiologist Dr. Anders Tegnell, the man in charge of Sweden's strategy to fight Covid-19, defends his country's specific approach.
www.france24.com
Na realidade, quem admitiu que lockdown não era necessário foi o governo
norueguês.
Norway health chief claims coronavirus could have been controlled without lockdown
Top official urges government to avoid heavy-handed measures if second wave of Covid-19 hits
www.theweek.co.uk
A fonte original da entrevista é essa:
https://www.dn.se/nyheter/sverige/anders-tegnell-there-are-things-we-could-have-done-better/
E o que realmente diz a notícia? Que o epidemiologista sueco atenta para o fato de que poderiam ter evitado mais mortes em
casas de repouso ou asilos.
Ele diz:
"Based on the knowledge we had then we are still in agreement that the decisions that were taken were adequate. Based on the knowledge we had then."
"But I think the fundamental strategy has worked well. I can't see how we could have acted in a totally different way. Of course there are details which you can think about, and we do that continuously."
"I think many of the countries that closed down everything straight away could think about whether it was really adequate to close as much as they did. Could they have been more focused and still have had the same effects? You don't close off societies if you don't have to."
Ele diz claramente que as decisões tomadas foram
adequadas, que a estratégia funcionou bem, e que não tinha como fazer diferente. Mas apenas fala que, no que tange as
casas de repouso, que é onde praticamente estão concentradas todas as mortes (óbvio, porque é ali que os idosos estão), poderia ter existido outra abordagem.
E a reportagem enfatiza:
"Anders Tegnell is clear that there are things that would have been done differently if the Public Health Agency had known more about the virus and how it spreads, when they made their first decisions. But at the same time he says that no-one really knew much, and he doesn't believe that a lockdown of society would have been a better solution than the track Sweden chose."
Enquanto isso, a Nova Zelândia parece não existir no radar dos que defendem que lockdown não resolve nada, estranho esse mundo deles.
Enquanto isso, a Argentina que fez o lockdown
mais longo e duradouro do planeta, parece não existir no seu radar e mundo. Certo?
Argentina has been in lockdown since March 20, yet the South American country is still posting high Covid-19 case and death numbers.
brazilian.report
Correlação não implica causalidade. Nova Zelândia poderia muito bem se sair bem sem nenhum lockdown. Uruguai que é parecido em termos territoriais, é o país sul-americano com o lockdown mais frouxo da região (basicamente fechamento de fronteiras) e tem números bem melhores do que de países que se fecharam totalmente.
Além disso quando começou o fechamento na Nova Zelândia, já estava decidido que
duraria quatro semanas. Dito e feito.
Bem diferente do que aconteceu em países paupérrimos que se arrastaram nessas medidas durante
meses.
Você desconsidera também que em países como a Argentina, a população não possui a mesma capacidade de acúmulo de capital que a população da Nova Zelândia, que passou e passa por bons períodos de
livre-mercado e liberalismo econômico (que é o que efetivamente gera riqueza), aumentando assim a
capacidade econômica e poupança da população, e tendo assim a possibilidade de passar por um período trancados dentro de casa.
Quer ser como a Nova Zelândia? Basta defender séculos de liberalismo econômico. Você defende isso?
Volte após um século.
Tenta fazer lockdown "estratégico" em sociedades economicamente frágeis e paupérrimas, e verá o colapso econômico, social e de saúde.