AzraelR
Bam-bam-bam
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Meio que fugindo do tópico, mas por curiosidade, pro Chile, por fazer parte do Mercosul, não precisa de visto (ou é mega simplificado) para uma migração?
Eu acho que é muito mais fácil.
Dizem que basta a pessoa tirar apenas um CPF lá e pronto.
Mas já ouvi outros falarem que lá é a mesma coisa que na Europa e o resto do mundo, ou seja, só se consegue residência se conseguir visto de trabalho. Mas eu acho que como é mercosul é mais fácil sim.
de Europa eu não sei nada, mas nos EUA o visto de estudante tem a duração do curso que você vai fazer... vc pode terminar um curso e engatar outro pra prorrogar sua permanência, o problema serão os custos altíssimos que vc terá que desembolsar.
visto de estudante não te dá o direito de trabalhar legalmente e não te dá direito a green card e muito menos cidadania, nem com visto de trabalho vc consegue virar cidadão.
pra ter o visto aprovado tem que comprovar na conta uma quantia em torno de 18k dólares e uma carta de uma escola licenciada que te aceite.
Que eu saiba lá nos EUA você pode trabalhar (legalmente) caso decida fazer uma faculdade.
Porem o valor que se ganha num subemprego é pouco se comparado ao custo de uma universidade lá.
Porem ainda assim antes poder trabalhar do que não poder trabalhar. Já é alguma coisa.
Por isso que fiquei puto com Portugal, pois onde já se viu você fazer universidade dentro de um país e não ganhar direito ah nem mesmo farmar uma grana num subemprego? Complicado!
Morando em Portugal há cerca de três meses, aqui vão meus two cents sobre a realidade do país, para não alimentar ilusões ou, alternativamente, encorajar quem queira sair do Brasil:
- O país ainda não se recuperou completamente da crise de 2008. Em cidades como o Porto, há um número razoável de pedintes pelas ruas, que abordam até mesmo em praças de alimentação de Shopping Centers (coisa que não via nem no Brasil). Também já se veem alguns flanelinhas em locais mais movimentados. Apesar de insistentes, a abordagem não é violenta.
- A esquerda é forte em Portugal. Atualmente, há um certo arranjo de forças que permite aos socialistas participar ativamente do governo. Há uma campanha considerável contra o que consideram uma precarização do trabalho (terceirização), boa parte por conta do Partido Comunista de Portugal (PCP). O mercado de trabalho é pouco flexível para contratados efetivos, o que deixa muitas empresas em maus lençóis caso precisem demitir (ao fim, a empresa pode quebrar e todos acabam na rua do mesmo jeito).
- Não é incomum se ver lixo nas calçadas, como bituca de cigarros. Aliás, como fumam... tanto homens quanto mulheres. Aparentemente, a onda antitabagista ainda não chegou com muita força por aqui.
- Sabem o "jeitinho"? Pensam que nós o inventamos? Pensem de novo. Na verdade, o que temos é uma herança, e, embora não seja tão disseminado quanto no Brasil, está longe de ser raro. Eu mesmo já me beneficiei disso, embora não sinta nenhum orgulho.
- Não é somente a pronúncia: o português ibérico tem diferenças de léxico razoáveis em relação ao nosso. Xícara, por exemplo, é chávena. Freios são travões, rodas de automóveis são jantes, ternos são fatos, entender é perceber, e por aí vai. Você reaprende um pouco da língua-mãe. E até seu ouvido se acostumar, não é incomum pedir ao seu interlocutor para repetir, simplesmente porque não percebeu o que ele diz.
- Para se conseguir o Golden Visa, que dá direito de residência a estrangeiros de forma acelerada, é preciso se encaixar em um dos seguintes critérios: adquirir um imóvel de pelo menos 500 mil euros; adquirir um imóvel (ou imóveis) com mais de 30 anos ou em áreas de reabilitação urbana pelo mínimo de 350 mil euros; abrir uma empresa que empregue ao menos 10 pessoas por meio de contrato; ou investir a soma de 1 milhão de euros no mercado financeiro local.
- Por alguma razão, certas empresas/autônomos aqui não respeitam prazos. Se marcam de ir a sua casa ou trabalho, para, digamos, consertar o ar-condicionado, não é incomum que deixem de ir e não deem qualquer satisfação. Por vezes, pode levar semanas para que apareçam de fato. Já ouvi explicações dizendo que o ritmo de vida é realmente mais lento (e de fato o é), mas... vejo isso como falta de profissionalismo, pura e simples.
- Há uma profusão de caixas eletrônicos por toda a parte, que integram o sistema Multibanco. Eles ficam voltados diretamente para a rua, já que aqui não há "saidinha". Pensem num Banco 24 horas sem tarifas e sem cabines; agora, multipliquem a quantidade por 10. É uma mão na roda.
- O fator criminalidade/violência é simplesmente incomparável. Por mais que assaltos a residências não sejam assim tão raros - quando os donos saem de férias, por exemplo -, você pode andar nas ruas com tranquilidade, mesmo durante a madrugada.
Em resumo, diria que é um Brasil com ar europeu, onde a criminalidade é baixa (talvez como a nossa nos anos 30), o custo de vida, menor, e onde as simplesmente pessoas apreciam mais as pequenas coisas da vida. Claro, há países na Europa que vão oferecer uma experiência de vida melhor do que aqui, mas o custo de oportunidade para alguém vindo do Brasil é consideravelmente menor, pela semelhança da cultura e pela língua partilhada. No meu caso, planejo realmente vir para cá em definitivo no futuro, até por já ter a cidadania. Não me acostumo mais à selva que o Brasil se tornou, e recomendaria o mesmo a qualquer um que tivesse a oportunidade.
Essa dos pedintes me fez lembrar de hoje aqui na Irlanda.
Estava voltando do curso de inglês pra minha casa quando no meio do caminho uma mulher me parou, me entregando uma espécie de bilhete.
De inicio pensei comigo "Ah, ela deve estar pedindo alguma informação para mim!"
No bilhete, tinha uma mensagem toda em inglês.
Logo pensei comigo: "Não era mais fácil ela falar em inglês comigo do que me dar esse papel?"
Enquanto eu estava lendo o papel, vi que ela estava resmungando algumas coisas. Ou seja, logo percebi que ela não falava em inglês.
Comecei a ler o negócio e estava mais ou menos assim:
"Sou da Bosnia e blá blá blá blá, e estou precisando de dinheiro blá blá blá blá" (em resumo era isso)
Falei que não tinha dinheiro e logo em seguida ela perguntou "food?" apontando pro carrinho de bebe que ela estava levando.
Ou seja, é bom alertar as pessoas que sim, pedintes e coisas do tipo existem sim nos paises desenvolvidos, infelizmente.
Mesmo a Austrália, um país que tanto respeito também existem esses tais pedintes, principalmente em Sidney que é a cidade mais agitada.
Quanto a essa mulher da Bosnia, fiquei pensando depois, a Bosnia é um país pobre e ruim? Ou ela se deu mal lá naquele país por culpa dela mesmo? E afinal de contas, o que diabos ela veio fazer no INTERIOR da Irlanda? Porque não foi pra Dublin (capital) procurar alguma ajuda?