A MS, com o Scorpio, está brigando pelo mindshare perdido pela marca Xbox nesta gen... Eles querem restabelecer a visão do consumidor sobre o que a linha Xbox pode trazer à mesa.
Com o One, houve uma aposta na "central de entretenimento tudo em um", com o Kinect sendo parte central da experiência. Esta aposta falhou miseravelmente, como todos sabemos.
Percebendo que seu mercado maior na verdade está entre os core gamers, a MS está tentando agradá-los entregando specs brutas. O anúncio do Scorpio ilustra isso muito bem. Dito isso, não vejo como possa ter um diferencial tão grande a ponto de igualar o jogo pra divisão Xbox. O Scorpio vai entregar jogos mais bonitos (embora já esteja mais ou menos estabelecido que não há diferença muito significativa entre os 4k nativos e o 4k checkerboard que o Pro faz), e com melhor performance (seria uma boa oportunidade pra ter 60 fps em todos os jogos a 1080p, algo que iria agradar em cheio a muita gente). Então, diria que, para serem bem-sucedidos, devem focar nessa parte de entregar jogos com performances sólidas, tanto a 4k quanto a 1080p.
Quanto à line-up de jogos, a galera viaja se acha que a MS está pensando em lançar o Scorpio com uma boa quantidade de novos jogos first party. Vai ser Crackdown 3, talvez um novo Forza, e olhe lá... Eles não precisam segurar todos os lançamentos pra essa época, não é isso que vai chamar a atenção do público alvo. A performance nos jogos multis provavelmente vai ser muito mais importante. Acho possível anunciarem um novo Battlefield e/ou trazerem o novo Battlefront como puxadores de carro.
Porém, não vejo como tudo isso possa fazer tanta diferença. O Xbox não vai voltar a ser competitivo nesta geração. Não com o Scorpio, pelo menos. É um console com um mercado muito mais restrito que o One S, já que vai custar mais caro, e aos olhos do consumidor médio não vai ter um fator diferenciador que justifique pegá-lo no lugar do mais barato, menor, e mais leve One S.
Por fim, o Xbox Scorpio vem enterrar de vez os planos da MS em relação à central de entretenimento na sala de estar. É uma tentativa de reposicionar a marca, de levar os consumidores a enxergá-la como a que oferece o diferencial da performance em relação aos concorrentes. Acredito que, de agora em diante, dificilmente eles queiram largar o osso em relação às specs mais robustas diante do competidor direto. Esse reposicionamento os ajudará a se tornarem competitivos a partir da próxima gen, que virá com o lançamento de consoles mais poderosos e para o mercado de massas, a partir de 2019 ou 2020.