Falou como um verdadeiro Milgrau. Eu só citei os pontos importantes a se pensar da Microsoft e que eu acredito piamente que o gamepass e os serviços por assinatura são o futuro. Se não me engano existem declarações da Microsoft dizendo que o gamepass impulsionou até mesmo venda dos jogos individualmente, como eu não sei.
Enviado de meu Redmi 5 Plus usando o Tapatalk
Essa declaração é antiga. De início o Gamepass teve esse impacto. E não é difícil explicar, porque sim, de início, alguns consumidores que não tinham um One, ou então, consumidores que o tinham e já o haviam largado, ou pessoas que compraram um One usado por conta do Gamepass, uma vez que passaram a ser usuários Xbox, parte desses novos consumidores não se contentaram com o Gamepass e compraram ali 1 ou 2 jogos.
Estamos falando aqui de usuários que estavam fora e entraram. E com essa entrada você tem uma adição, o mercado de consumidores ativos aumentou.
Só que o tempo passa e você deixa de ter acréscimos, expansão da base. E agora todos estão lá. É aqui que a coisa se complica. Porque se um usuário tem acesso a jogos exclusivos pelo Gamepass no lançamento, pra que comprá-los a preço cheio? Tem duas coisas que podem acontecer no caso de um consumidor que quer ter aquele jogo. Ele vai testar no Gamepass o jogo, se gostar, talvez um dia ele compre depois de sair do Gamepass numa promoção. Se não gostar, vida que segue. Mercado de games também funciona com vendas pra clientes insatisfeitos. Você ganha dinheiro vendendo jogo até pra quem a princípio acha que vai gostar do jogo, e depois de jogar se decepciona. Nos dois casos, MS perdeu chance de ganhar parcialmente ou plenamente o que ela poderia ter ganho numa venda individual. Pode até vender mais, mas ta claro que será menos rentável.
Microsoft não esta querendo desvalorizar seus jogos. Mas, ela ela tem consciência do efeito do Gamepass que é a desvalorização de seus games e está se arriscando acreditando que não será tão impactante. É uma estratégia contrária da Nintendo, que valoriza tudo, até Daemon X Machina. O problema é que isso cria expectativas por um lado e mexe com a percepção por outro. Expectativa total é da MS oferecer mais é mais jogos no Gamepass, se crio essa expectativa, posso esperar que um dia um jogo que gostaria de jogar seja lançado lá e deixo de comprar. Repare que no caso da Nintendo nem posso criar expectativas de promoções mais largas mesmo nos seus maiores flops. Percepção que o público tem com o Gamepass é de que MS vai focar nesse serviço, me oferecendo jogos que eu não gostaria de ter de pagar 60 dólares por eles, ou seja, nada de muito valioso, nada daquilo que eu venderia um rim pra poder ter a chance de jogar. Vou ter ali um videogame com 120 jogos meia boca pra jogar, que vou ficar pulando de um pra outro até ter a sorte que um deles me agrade, enquanto fico com inveja do vizinho que pode estar jogando apenas 3, 2 ou até mesmo 1 jogo, mas está se deliciando com ele.
O problema é que estamos falando de entretenimento. Você sai de casa pra ver filme meia boca? Você assiste filmes na TV aberta porque é de graça e deixa de assistir os filmes selecionados por você e acessíveis através de DVDs, blu-ray, aluguel on line ou ate mesmo torrent?
Sabe porque maior parte das pessoas vão pra segunda opção? Porque o tempo é valioso. E ninguém gosta de trocar tempo por algo que é inútil e desagradável. Até de graça entretenimento ruim é caro.
Nenhum videogame vende só porque tem disponível pra você 120 jogos todo mês. Po, lá nos anos 90 tinha aquele videogame portátil 9999 em 1 e todo mundo queria jogar o Gameboy. É forçada a comparação, mas é mais ou menos o mesmo raciocínio, a mesma lógica que se dá aqui numa comparação entre Xbox One e
Nintendo Switch. Veja, o One tem vários jogos de thirds, mas Breath of the Wild vale mais a pena que trezentos jogos de open world que nem sabem desenvolver o conceito. E isso que explica os números de venda. O Gamepass não diminuiu numero de vendas do Ps4, não diminuiu as do
Switch, e você quer aqui me falar que será o diferencial da MS na próxima geração? Cadê o fundamento disso?