O que está por trás de Mandetta x Bolsonaro
Luiz Henrique Mandetta é um político, filho de político e de família de políticos. É caboco manhoso, não prega prego sem estopa.
Andou magoado porque queria ser candidato a governador do Mato Grosso do Sul nas últimas eleições e passaram por cima dele. Então fez ceninha e disse que estava se retirando da vida pública. Não se candidatou a nada em 2018.
Voltou como ministro. O Caiado foi quem indicou ele ao Bolsonaro.
Tem aspirações de recuperar o espaço político dele "por cima".
Bom de mídia, viu que poderia aproveitar o momento na vitrine e conquistar um espaço jamais por ele imaginado e alçar novos voos. Está aproveitando os holofotes e, sentindo-se apoiado e com prestígio, principalmente pela imprensa e por uma quenga de políticos interesseiros. Começou a "se agigantar".
Com um estilo que mais se assemelha ao de um palestrante coacher, fala com certeza de tudo. Ë peremptório e inteligentemente convincente, mas não deixa de destilar arrogância nas palavras e poses. Repete insistentemente ancorar-se apenas na ciência médica, quando na verdade sabe que não existe nenhuma unanimidade em meio aos epidemiologistas, os expert no tema, de qual procedimento é o efetivo, eficaz a seguir. O vírus e a sua epidemia tem nuanças diferentes, nem todas bem conhecidas ainda. Ele segue, aparentemente, um caminho, uma opção lógica de preparar o sistema de saúde para o pior. Mas essa preparação acaba quando? Quando estaremos prontos, doutor?
Mandetta, aproveitando a corrente, começou a se colocar como protagonista, esquecendo que ministro não é presidente é assessor do presidente. Ministro se não está alinhado com o chefe pede o boné ou é chutado. Mas isso faz parte de seu jogo.
Nesse circo não tem bobinho. Toda mexida de um peão que seja tem uma razão. Sempre um jogador quer derrubar o rei do outro e ganhar o jogo. Para isso tem que ir movendo as peças. Cada movimento é muito bem estudado previamente e já de olho nos próximos lances. E ele joga também. Sabe que agora está no fio da navalha, então tem que se alinhar a alguém. Tem seu partido, de Rodrigo Maia, Alcolumbre e Caiado e os atuais inimigos do presidente, os governadores.
Tem muita gente dando palmadinhas nas costas dele. Muito interesse político ou politiqueiro em jogo. Nessa onda, esteve reunido com o Dória e o Rodrigo Maia recentemente. Um ministro atuando independentemente ao largo do seu chefe?
Isso obviamente irritou muito ao presidente Bolsonaro, claro. Ele percebe que "há algo de podre no reino da Dinamarca", e bem debaixo de seu nariz. Estão às favas.
Bolsonaro é rude, intempestivo, explosivo, língua solta. Escorrega em muita casca de banana que jogam na frente dele. Mas tem trinta anos de Câmara. Trinta anos vivido no meio às hienas, cobras, jacarés e leões. Sabe como jogam e são feitos as jogadas, conchavos, traições e parcerias entre seus coleguinhas.
Mandetta pode cair a qualquer momento. Está na corda bamba. Ele recebeu o recado. Tem que ser esperto no seu jogo, pois assim como já aconteceu antes e o descartaram, seus novos aliados e amiguinhos de última hora, podem depois deixá-lo com a trincha na mão.
Cenas dos próximos capítulos...
E nego achando que o lance aqui é realmente "epidemológico"... Tsic. Saiam dessas charges infantis e percepçao simplista. Negocio é bem maior que tirinha de pasquim.