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Tempo de jogo: 130 horas fazendo 85% das conquistas.
Desde o lançamento eu fiquei interessado, mas vi que tinha muitos bugs e decidi esperar um pouco. Um pouco no caso se resumiu a 6 anos, mas antes tarde do que nunca.
Kingdom Come: Deliverance é um misto de RPG com simulador medieval. Muitos personagens e eventos (como o ataque a Skalitz que norteia todo jogo) são reais. A liberdade criativa é usada nas lacunas da história.
O protagonista do jogo é o Henry. Ele é filho de um ferreiro e mora com o pais em Skalitz. O prologo mostra um pouco do cotidiano deles (KCD faz muito isso, mostrar o dia a dia das pessoas nesse período) até que ocorre um ataque. Um exercito enorme, falando um idioma que ele não conhece, ataca o lugar e sai matando todo mundo. Henry vê o pai e a mãe serem mortos e, ferido, foge para um castelo vizinho para avisar o que está acontecendo. Esse é o ponto de partida da história que vai se desenvolver por muitas horas.
KCD tem um ritmo lento, bem lento. O fato de precisar comer, dormir, ter relógio, de poder ser atacado durante o fast travel, são elementos que contribuem para isso.
Sobre as skills tem força, agilidade, furtividade, arrombamento e muitas outras. Um ponto interessante é que diferente dos rpgs tradicionais, onde vc ganha 1 ponto de habilidade e coloca onde quiser, aqui pra evoluir uma skill vc precisar praticar essa habilidade.
Se quiser subir de nível com espada, tem que lutar com espada. Se quiser melhorar o lockpicking, tem que arrombar trancas e por aí vai. É possível terminar o jogo com todas as skills no max se vc quiser.
No combate temos desarmado, com arma e o arco.
O desarmado é circunstancial, usei bem pouco.
O arco pode ajudar se você atirar bem, mas é um arco de 1400 e tu não é o Legolas. Ele é mais um auxilio e não a arma principal.
O combate armado é o que mais vc vai usar. Existem 5 posições que vc pode deixar a arma: Para cima, esquerda, direita, esquerda/baixo, direita/baixo. Dá para atacar cortando ou com uma estocada. E claro dá para esquivar ou defender.
A mecânica de combate é claramente feita pensando em um duelo, o problema é que dificilmente vc enfrenta 1 inimigo por vez ( normalmente são 2 ou 3 de uma vez, chegaram a 8 uma vez comigo). E não pensem que 1 te ataca e os outros ficam olhando. A IA sabe tirar vantagem do número, sempre vão tentar te flanquear e o que ficar de frente para suas costas bate sem dó.
Tive dificuldade em mais ou menos um terço do jogo. Fui fazendo a quest secundaria de ir matando os bandidos nos acampamentos e estava sofrendo. A forma que eu encontrei para avançar era tentar ir atraindo um por um, mas isso era lento e maçante. Até que eu fui buscar ajuda em alguns vídeos, para melhorar meu combate, e descobri que eu tinha feito uma noobada. Dá para aprender com um npc um movimento chamado ataque mestre que basicamente é um parry. Vc evita o golpe, emenda automaticamente um golpe que desestabiliza o oponente e o próximo ataque (desde que vc seja rápido) é indefensável. A estocada na cara causa um dano alto. A partir daí o jogo ficou bem mais fácil.
KCD não é um jogo para todo mundo. O ritmo lento e alguns elementos mais hardcore dele, devem afastar alguns jogadores.
Mas os que continuarem vão ter uma experiência bem interessante. Poucos jogos possuem imersão tão grande, de transportar o jogador mesmo para o período.
Espero que tenha uma continuação, até porque o final deixa o gancho para continuar a história.
Nota: 9,0