As múmias nunca vão aceitar deixar o saudosismo de lado, falei...valeu
Essas crianças...
Gente, entre 1978 e 1982, os fliperamas eram lotados. Jogo como pac-man e space invaders levavam todo tipo de gente , de todas as idades, a lotarem as casas de fliperama. Era moda. Moda! Ao ponto de ter escassez de moedas nos EUA e uma música com 'Pac-man Fever' ficar um nono lugar do ranking da billboard. Já pensou o que era isso? Uma musica sobre um jogo ser a nona musica mais ouvida em todo o país, na época. Era de ouro, pra mim, é isso.
Exatamente! Quando pude ter um Atari 2600, foi um daqueles momentos em que a vinda de Jesus à Terra teria menos importância, para mim. Eu podia ter Space Invaders, Pac Man, Rally X, Donkey Kong na minha TV!!! Meu primo chato tinha um Intellivision que eu mal podia ver, mas quando eu apelava para minha tia, ele era obrigado a me deixar jogar. Passei muitas horas jogando Sea Battle.
A segunda geração, com Atari 2600, Intellivision, Odyssey 2 e Colecovision criaram a indústria. E isso é muita coisa. A sensação de ver isso tudo nascendo e se expandindo era única. No Brasil demorou mais acontecer e o Atari era mais dominante ainda, que nos USA. Eu era uma criança, mas videogames era mainstream. Todo mundo queria, todo mundo jogava. É mais difícil descrever que sentir o que era.
A terceira geração, com NES/Famicom, Master System, Atari 7800 (vá lá...) salvou a indústria. Foi um salto gigantesco em relação à segunda geração. Os ports de arcade eram melhores, os jogos eram incríveis a partir da metade da geração. Como não dar importância ímpar a ela?
E veio a minha melhor de todas: a quarta geração, com os monstros SNes/SFamicom e Genesis/Mega Drive. PC Engine/TG 16 e Neo Geo correndo por fora. O que estava em recuperação com a terceira geração, com a quarta estava consolidado. É sempre legal ver uma batalha de Davi vs Golias. Videogames voltaram a ser mainstream. Surgiram múltiplas publicações dedicadas ao assunto, a mídia foi inundada com comerciais e eventos, voltou a ser cultura pop. De novo, mais fácil sentir que explicar. Quem estava lá e viveu aquilo, normalmente a considera a melhor.
Claro que não vou tirar importância do que veio depois. A transição para jogos 3D, o paradigma de multiplayer online, o que redefiniu muita coisa para o que temos hoje. Mesmo jogando há 39 anos, o jogo da minha vida é Destiny. Recente. Mas foi o jogo ao qual mais me dediquei, que trouxe amigos de verdade, uma experiência que já lembro com saudades.
Feliz quem pode experimentar tudo que já passou e muito do que está por vir. Talvez eu veja mais 4 ou 5 gerações, com sorte. É uma das minhas angústias em envelhecer: saber que não verei toda a evolução tecnológica dos jogos eletrônicos. Algo que definiu muito de quem sou, minha profissão, muito da minha vida.