Ainda bem que ficaram no passado, não quero que meu país siga o exemplo da Venezuela. Eu só estou dizendo que comentários do tipo que estão sendo feitos aqui só fazem as pessoas sentirem aversão a direita. É o combustível perfeito para a esquerda ganhar adeptos. O que ficou no passado pode voltar um dia se o outro lado causar repulsa na população, como aconteceu com a esquerda ao longo dos anos.
Obrigado pelas boas vindas.
Ng defendeu "escravidão".,
Defende-se que o termo "analogo" como é colocado na lei, e a definição do que é trabalho "analogo" a escravidão, trás subjetivismo demais.
O que são "condições ruins de trabalho"?
Eu posso achar "ruim" trabalhar 6h/dia. Posso achar ruim que minha empresa me de um Gol usado e não uma Ferrari para trabalhar.
Se eu acho algo "ruim", eu devo então me esforçar para mudar, mudar de emprego por exemplo.
Tem parte na lei, que é ok, por exemplo, cercear direito de ir embora, não forcando a trabalhar, mas impedindo de deixar a propriedade, isso já seria não escravidão, porem no minimo sequestro. E deve ser punido como tal.
Porem essa subjetividade permite basicamente qualquer tipo de abuso do estado por motivos politicos e financeiros.
Voce pode passar uma lei hoje onde trabalhar mais do que 20h por semana eh trabalho "analogo a escravidão".
Lindo né? Porém quem vai conseguir bancar isso? Basicamente dobrar numero de funcionários nas empresas ou reduzir a produção a metade?
Você acha que as pessoas vulneráveis têm alguma escolha? Imigrantes irregulares que não conhecem a legislação brasileira e são explorados por ameaças de deportação. Crianças que exercem atividade física desgastante. Mulheres que são exploradas sexualmente. Mundo real é muito diferente do que você imagina.
Supondo essas "condições" alegadas por voce como verdadeiras. E porque essas pessoas se colocaram nessas condições de vulnerabilidade em primeiro lugar?
Se eram imigrantes, eles imigraram certo? Isso é fato posto na sua premissa.
Por que imigraram e não escolherem ficar onde estavam?
Depois, geralmente, "atividades fisica desgastante" geralmente significa trabalho. Se alguem não tem habilidade para um trabalho intelectual, ou não existe um desses a disposição, voce irá fazer o que está disponivel. Voce está dizendo que o cara tem direito a ser sustentado.
Abuso de imigrantes sexualmente, geralmente ocorre por coiotes e outros imigrantes.
Parece que voce precisa aprender mais sobre o "mundo real".
Lamento te informar, mas essa história que escravo é só aquele que trabalha com uma bola de aço amarrada no pé e tomando chicotada do patrão é coisa de cinema. A realidade é outra. Tem gente que se sujeita a trabalhar 24 horas por dia em troca de um pedaço de pão, pq sem esse pão o filho dele morre de fome. Ele não está preso, ele não tem um revólver na cabeça, mas ele acorda as 5 da manhã e pega o busão para ganhar a porra dos cinco reais pq é a única opção que ele tem. Ele não tem linkedln para mandar currículo e escolher a melhor proposta de trabalho.
Galera aqui da OS vive dentro de um The Sims, não é possível falar tanto absurdo.
Por que ele não tem outras opções?
Será que essa não é a real preocupação? Essas pessoas TEREM outras opções?
Qual a função da justiça?
O cara que trabalha ai, por salario minimo, "pro filho não morrer de fome". Digamos que ele tem uma situação julgada "ruim" no trabalho que se tornou analoga a escravidão.
Ai voce pega, prende o patrão e desemprega o cara. Agora a justiça puniu não um, mais dois, pois ela puniu tambem o cara que tinha "más condições de trabalho", que agora tem NENHUM condição de trabalho. E o filho morreu de fome. Dado seu proprio exemplo.
E ele ainda vai bancar a janta do ex patrão na cadeia.
Qual a função da justiça?
Se a justiça não promove nada bom com sua ação. De que ela serviu?
Eu estava vendo um video de um canal libertario esses dias, o
@Ares1521 e o
@Cafetão Chinês com certeza conhecem.
Ele faz uma analise de um ponto de vista libertário, ou seja, ética de propriedade privada e jus-racionalista , sobre o livro
The Case of the Speluncean Explorers , de um professor de direito de Harvard, Lon L Fuller. Que talvez como voce estudou direito voce conheça.
Eu baixei o livro mas ainda não peguei para ler, mas lembro algo sobre o tema central que pode ser valido na discussão.
O objetivo do livro, é levar um caso "fictício" a diversas analises jurídicas, jus-naturais, jus-positivas, etc.
Vou fazer um resumo do ponto, e me perdoe se eu esquecer algo como valores exatos, pois como falei, ainda não li o livro, e vou omitir partes da narrativa que não fazem parte do ponto que quero ilustrar, mas que não fazem falta para meu exemplo. Ares e Cafetão se quiserem ajudar, a vontade.
Resumidamente, um grupo de 5 exploradores estão numa caverna bem funda, no ano de 4300 (num futuro distante para tirar de foco problemas atuais).
E a caverna desmorona.
Eles ficam la 10 dias antes de as pessoas sentirem falta e os acharem, já que haviam saindo em excursão para explorar.
Na caverna, eles tinham com eles alguma comida, e agua natural que brotava da pedra (digamos um pequeno rio).
Depois de digamos mais 10 dias, foram achados, e então se chamou a policia para tomar providencias.
Inicialmente, não se sabia que eles estavam vivos, mas eles tinham um radio e a policia conseguiu contato com eles.
Descobriu-se então. que estavam vivos e deveriam ser resgatados. Porém seria um grande trabalho.
Montou-se então os equipamentos, escavadeiras, guindastes, e monte de pessoas.
Ocorre que durante os trabalhos, o resgate seria mais dificil e demorado do que imaginado inicialmente, e num acidente causado por deslizamento, 12 operários do resgate morrem. Veja. Inicialmente, para salvar 5, já morreram 12.
Pergunta-se então, dada a nova previsão de tempo para salva-los de 25 dias, se ainda tinham comida e água.
A comida havia acabado há 10 dias atrás, mas água tinham.
Consulta-se um médico, que atesta que no MAXIMO, eles durariam sem comida, mais 24 dias.
Ou seja, a chance de, mesmo trabalhando ao máximo e sem acidentes, resgata-los vivos. Era minima.
Então, um dos homens, o que falava no radio, perguntou ao médico:
- Doutor, e se 4 de nós, comer um outro? Isso funcionaria?
Logico o médico ficou atônito com a ideia absurda, mas medicamente falando, sim, as proteínas de um sustentariam os outros 4.
Bem, passaram-se os 25 dias, e resgataram 4 pessoas e um corpo. O corpo exatamente do homem que propôs o canibalismo.
Ficou-se então sabendo, que este propôs tirar na sorte, digamos nos dados, quem morreria, numa especia de contrato. Mas ele mesmo na hora de jogar, se recusou a cumprir o proprio contrato, desistindo dos termos (voce ve quantas premissas legais entram, direito de desistir de contratos, direitos naturais, etc) e os outros o mataram assim mesmo e comeram ele.
Agora, temos um problema. Pela lei local, assassinato era punido com morte.
E os 4 homens resgatados, sem sombra de duvida, cometeram assassinato. Portanto, foram julgados e sentenciados a morte.
Eu vou encerrar nessa parte, o livro vai bem mais alem com eles apelando etc, mas meu ponto para por aqui ok?
Veja, todo um trabalho foi executado, morreram 12 homens, para resgatar 5, sendo que 4 foram resgatados e agora seriam mortos.
As mortes ficariam não em 13, mas em 17 no total.
Qual a função da justiça?
Que bem foi feito?
Infelizmente a realidade não dá a mínima pra condição humana...
Vou dar o exemplo da minha vó... Ela é órfã e foi criada num convento de freiras. Lá ela passava fome e apanhava das freiras. Educação que recebeu foi o mínimo possível, saiu de lá com 12 anos mal sabendo ler... Ela não queria mais ficar onde estava e a única chance que teve foi sair e trabalhar de criada numa casa, como a mãe do Goris fez.
Ela morava e trabalhava na casa... Era a única opção que ela tinha para sair do orfanato e correr atrás de vida melhor, órfã e sem educação as perspectivas não eram muito boas, na realidade dela não tinha muita opção, aceitava um serviço desse ou ficava sofrendo no convento até ser expulsa pela idade.
Hoje ela conta rindo as coisas que passou, mas é triste de mais. E foda uma criança ter que passar por isso pra sobreviver, sim muito, mas como disse a realidade não dá a mínima pra isso. Dentre as opções ruim que ela tinha ela escolheu a que tinha a melhor chance de conseguir melhorar de vida.
Bahia imaginar que chega o governo e descobre a condução dela, multa/prende a família que explorava o gancho dela. Ia dar o que com ela? Dar um tapinha nas costas falar que ela tinha sido salva de trabalho escravo e largar ela na rua, sem casa, sem comida, sem trabalho? Mandar de volta por orfanato onde ela passava fome apanhava? Na real ia melhorar alguma coisa pra ela?
É uma m**** que essas coisas aconteçam? Sim, extremamente injusto, mas a realidade da um f**a-se pra justiça. Vão existir casos em que trabalhar o dia todo pra ganhar um pão é a única saída pro cara melhor sua condição.
Ela não estava lá obrigada, nem ficava lá por ameaça Fusca ou coerção, ela estava trabalho pro vontade própria pra melhorar sua condição...
A interferência do governo não ajuda a melhorar a vida das pessoas, nessa situação. No caso como da minha vó, a família ia ser virar sem ninguém, não ia pagar um salário maior ou dar conduções melhores. Ela seria obrigada a ficar no orfanato por falta de opção...
Tem gente tão acostumada a fartura. Que esquece que essa fartura foi construída, criada, pelo trabalho, por uma herança passada.
Um cara que pensa assim e se diz "conservador", deve repensar seriamente sua posição.
Não conheço nenhum autor conservador que defenda isso, em contrapartida tem monte de socialista defendendo essas ideias de "redistribuir porque esta em condição ruim".