Gran Tourino
Este era um filme que não me chamou muita a atenção quando saiu e ainda assim, relutei por um tempo em ver, já que pouco me interessava, mas como tinha tanta gente falando a favor, que fui praticamente obrigado a conferir.
Mais um do Clint, neste com ele dirigindo e atuando, o velho dos western conta uma historia simples, porem comovente e muito bem narrada. Um velho rabugento e sozinho, vizinhos incômodos, viziança perigosa, e um belo carro. Com estes elementos o filme mostra sentimentos xenófobos, solidão, interesses, acolhimento e injustiças.
É o tipo de historia bem comum para muitos, tirando a ousadia do velho Walt, quantos idosos estão encostados pelos seus parentes próximos, e muitas vezes pelas atitudes anti sociais como a do protagonista do filme.
Os velhos às vezes muito chatos e rabugentos, os novos às vezes muito incompreensíveis e aproveitadores, quando se falando de família o comportamento é diferente. Tanto que as vezes essas pessoas mais velhas se dão melhor com gente de fora, talvez por que não tenham que ficar tanto tempo juntos um com o outro.
O filme levanta vários aspectos que abririam boas discussões, como por exemplo a xenofobia, ou os perigos dos idosos estarem sozinhos, mas para não estender muito queria tocar num ponto que o filme destacou bastante para mim. Quanto mais velhos ficamos, mais chatos, mais cheios de manias, implicantes e ranzinzas nos tornamos. E claro, existem velhinhos bons e legais, mas todos têm suas manias suas implicâncias, e a maioria que agora são jovens um dia será um idoso chato, cheio de manias e se não se policiar um ranzinza.
Não estou metendo o pau nos velhos, dizendo que todo idoso é chato, o filme só me fez pensar que todos, ou a grande maioria dos seres humanos caminha para a velhice com essas características.
Será que ficamos implicados com a evolução que acontece mais rápido do que conseguimos acompanhar, nos tornando tradicionais demais? Talvez a lembrança de quando éramos jovens e fortes torne aquele tempo que passou muito melhor do que o contemporâneo. Talvez por isso eu diga que os anos 80 eram os melhores.
Quanto ao filme, algumas falhas no roteiro me incomodaram. No inicio o velho é tão ranzinza que mal fala, só grunge, e odeia a sua viziança, direcionando o seu ódio aos vizinhos mais próximos, uma família de asiáticos, porem com o distanciamento da família e a solidão logo o velho começa a ter proximidade com estes vizinhos, só que isso ocorre de uma maneira muito artificial, já que antes ele só grunhia e cuspia quando os via, logo fica sendo um dos melhores amigos deles. Outro ponto fraco são os atores, a maioria soa muito artificial, tentando deslocar o velho Walt, até o padre é jovem demais, dessa forma, se tornando um tanto forçado.
Alem claro, da galera asiática, tem cenas que notasse a falta de entrosamento e percebe que aquilo tudo não passa de uma interpretação cenográfica. Quanto á Clint, nas telas é um ator respeitável, porem já passou da época de bancar o phodão, como o carro que dá o nome o filme, ainda ostenta respeito e presença, mas já passou a sua época, hoje é um carro obsoleto. Ficou apenas a lembrança do que foi antigamente. O Gran Tourino do filme é o próprio Clint Westwood.
Enfim, não é um filme de todo ruim, mas também não é um filme de todo bom., mas já passou do tento de Vi com a expectativa alta já que todos me falaram que seria um ótimo filme, percebo que todos ficaram presos a tentativa de comover no final.
NOTA: 6/10
Recomendado para quem curte o Clint Westwood e quer ver ele tanto na frente quanto atrás das câmeras.