Na teoria, "ter o que fazer" até tem, mas compensaria?
Está sendo feito, o tamanho do mercado Home no Japão hoje é 10-15 milhões de clientes, público distinto do portátil, mais maduro e mais hardcore (temos um user que habita o país, que pode nos fornecer evidência anedótica, fora as de literatura que já existem). No Ocidente, distribuição etária é diferente. A própria Nintendo espirrou, porque vende metade dos consoles que a Sony consegue nesse form factor, ela apanha.
É muito difícil mover essa gente, é um êxodo sem represa, uma vez que as próprias franquias da Nintendo não conseguem trazer mais que 5 milhões de pessoas. Qual a chance de os analistas de mercado da Sony não terem estudado isso?
Poderia haver um ponto de fragilidade na demografia, mais velha, mas o que vem acontecendo por enquanto é, em parte, o abastecimento por um consumidor de herança da Nintendo, depois que atinge certa idade.
Não vejo o
PS5 vendendo menos que o PS4 no Japão, dentro de uma margem de erro, sendo que pode vir a vender mais. No futuro remoto, entretanto, caso os jovens que começam na Nintendo não deixem seu ecossistema em direção à Sony, aí é babau.
A Sony está correta em direcionar poucas unidades para o Japão: ela vai vender os seus 10 milhões de consoles ali, seja distribuindo hoje, seja distribuindo no futuro, é uma estratégia mais inteligente desviar os SKUs para outros territórios.
Um risco é um console futuro da Nintendo passar a receber ports decentes Day One da lineup japonesa do Playstation, muito mais variada e adequada a consoles de mesa que qualquer videogame da Nintendo. O segundo é o de mindshare, em muitos anos, nos dispositivos agnósticos, onde a Nintendo tenderá a monopolizar, salvo se houver algum contrato de exclusividade entre Sony e algumas softhouses chave
Por outro lado, a Nintendo jamais voltará a desenvolver um Home Console puro para impulso no Japão, ela toma de 2:1 da Sony com qualquer lineup que ela providencie, mesmo se estrebuchando não vai (exceção seria a situação da primeira frase do parágrafo anterior), enquanto as chances de a Sony vir, no futuro, com algum modelo portátil, streamado ou híbrido, embora pequenas, não me parecem ser zero.
Essa demanda é meio artificial
Mas isso não necessariamente se reflete em demanda dos consumidores, tem muito de scalper no meio.
Com certeza, caso contrário, seriam vendidos 60 milhões de PS5s, é o que deu o cálculo pela loteria.
Trata-se de uma demanda represada, é a fila formada na frente da Apple Store, ou a macacada que se estapeia no subir das portas-rolo de metal na Ponto Frio, no dia da Black Friday.
Considero possível que o
PS5 e principalmente o SeX estejam sendo comprados nesse momento por Scalpes trans oceano, mas ainda assim, entendo a demanda local pelo
PS5 maior que a do PS4 launch-alligned: em 2014, o console da Sony era encontrado normalmente nas prateleiras japonesas, o
PS5 é vendido com um capataz de gorro preto do lado, com um machado na mão, para controlar o furor popular. Evapora
Aliás, está assim no mundo todo, é com certeza o console com maior demanda da história no princípio de sua vida, eu lembro perfeitamente de ver PS4s sobrando em Lojas Americanas de fundo de quintal em São Paulo e Belo Horizonte, ou em lojinhas de botequim na Europa, 1 ano após seu lançamento, nunca vi um
PS5 em mostruário algum, aliás, não tivesse experimentado a jogatina na casa de uns parças, próximo ao lançamento, acharia se tratar de enterro de anão.