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Golpe do motoboy: quadrilha movimentou mais de R$10 milhões de idosos em SP, diz polícia
Investigação de Sorocaba (SP) identificou grupo que agia em várias cidades do estado de São Paulo.
Por Carlos Henrique Dias e Daniela Golfieri, G1 Sorocaba e Jundiaí e TV TEM
28/02/2021 19h47 Atualizado há uma hora
Dezenas de idoso foram vítimas, segundo a polícia — Foto: Reprodução/ TV TEM
A quadrilha presa pela Polícia Civil de Sorocaba (SP), por meio da Divisão Especializada de Investigações Criminais (Deic), movimentou mais de R$ 10 milhões roubados de idosos no interior de São Paulo em poucos meses. Na casa de um dos 10 suspeitos presos a polícia encontrou R$ 400 mil.
A ação desarticulou uma organização criminosa conhecida como "gangue do motoboy", que é investigada pela prática de estelionato e lavagem de dinheiro. No total, foram expedidos 12 mandados de prisão temporária e 20 mandados de busca e apreensão em Barueri, Bragança Paulista, Santana do Parnaíba, Praia Grande e São Paulo (SP).
Segundo a polícia, 10 pessoas foram presas e duas permanecem foragidas, sendo uma delas o motoboy. Também foram apreendidos cheques, máquinas de cartão, notebooks e celulares.
O trabalho de investigação, que durou cerca de seis meses, começou após o registro de casos do golpe no qual o criminoso diz para a vítima que o cartão dela foi clonado. Em seguida, vai até a casa da pessoa afirmando que precisa retirar o cartão para que seja bloqueado. No entanto, com o cartão em mãos, o criminoso realiza vários saques e compras.
Durante a investigação, a Deic conseguiu identificar os suspeitos envolvidos no crime. Estima-se que eles tenham feito, pelo menos, 11 vítimas de Sorocaba e cidades da região.
Golpe do 'falso motoboy' já roubou mais de R$ 10 milhões de idosos só em SP
Em uma das imagens de câmeras de segurança, o motoboy apareceu estacionando e pegando rapidamente o cartão da vítima.
“O senhor tem envelope em casa? Tenho. O senhor, por favor, coloca o cartão, sela esse envelope e entrega que ele nem vai saber o que ele tá pegando”, recorda a vítima.
Criminoso estacionando veículo na frente da casa de uma das vítimas — Foto: Reprodução/TV Globo
Em uma ligação entre um idoso com a suposta central do banco, o morador não atendeu a ligação do banco enquanto falava com o grupo.
Vítima: Eles estão falando de onde foi comprado, passado o cartão. olha, tão ligando
Criminoso: Eu acho melhor a senhora não atender porque podem ser os bandidos, tá? Não atende.
Vítima : tá.
Para ganhar a confiança, os criminosos pediram para que o idoso mesmo ligue no telefone que aparece no verso do cartão de crédito.
“Eles tinham um sistema, uma tecnologia de redirecionamento da ligação. Toda vez que ele fosse ligar para o 0800, na verdade, era redirecionado pra última ligação que ele recebeu. Seria a ligação do fraudador. E ele conseguia utilizar desse sistema só com telefone fixo”, explica o delegado Rodrigo Ayres.
Tudo isso era feito de uma espécie de central do crime: uma sala de telemarketing criada só para aplicar golpes, segundo a investigação.
“Existem ondas desse crime. A organização destinava o motoboy para determinado município. Esse motoboy ficava em local estratégico, aguardando que a central de telemarketing ligasse a ele e informasse que determinada vítima caiu no golpe”, detalha o delegado Felipe Orosco.
A organização criminosa agia de forma rápida e certeira e encomendava uma lista de possíveis alvos.
A polícia informou à Autoridade Nacional de Proteção de Dados para apurar esse tipo de venda feita por esta empresa.
Golpe do motoboy movimento dinheiro de contas bancárias de idosos no interior de São Paulo — Foto: Reprodução/TV Globo
Em nota, a diretora da agência disse que a venda feita à revelia do consumidor e que não atende a uma finalidade adequada é ilegal.
A empresa de Carapicuíba informou que não compactua com qualquer atividade criminosa ou ilícita e que os serviços não foram contratados pelo golpista.”
“Eles procuravam se aproveitar da situação do idoso, que estava em casa, muitas vezes até fragilizado. Nós temos situação de idosos que estavam doentes, idosos que estavam com uma situação emocional mais abalada até em razão de ficar em casa, em razão da pandemia”, contou o delegado Ayres.
Vazamento de dados
Em um período em que houve no país megavazamento de dados na internet, os cuidados devem ser redobrados.
“Nós vivemos duas pandemias: uma pandemia biológica e uma pandemia digital. Os criminosos que compram esses dados na internet escura usam esses dados para perpetuar outros crimes e golpes”, informou Marco DeMello ceo e co-fundador da PSafe.
“Antes da pandemia, muitas transações ainda eram feitas em lojas, no mundo físico. Com a pandemia, as transações migraram para o mundo digital. Aumento da ordem de 70% dos golpes e que no cenário anterior não víamos”, comentou Adriano Volpini, diretor da Comissão Executiva de Prevenção a Fraudes da FEBRABAN.
Indiciados
Por trás da quadrilha especializada em roubar velhinhos no estado de São Paulo estavam dois líderes, segundo polícia. Um deles seria Rafael Costa, um músico da capital.
Segundo a polícia, ele era responsável por conseguir dados das vítimas e coordenar o bando. Já quem cuidava da tecnologia para desviar as ligações das vítimas para os bandidos e dar legitimidade ao golpe seria Alexandre Rangel Macedo.
Ainda segundo a polícia, Alexandre e Rafael contavam com as esposas para movimentar o dinheiro dos golpes. Elas aparecem em imagens, em saques e mais saques na boca do caixa.
No apartamento de Alexandre, a polícia encontrou quase R$ 400 mil em espécie. A defesa de Rafael disse que as acusações serão esclarecidas ao longo do processo e que a mulher dele é inocente. O advogado de Alexandre e da esposa também nega participação dos clientes no caso.
“São pessoas primárias, que exercem atividade remunerada. Isso vai ser demonstrado com as provas. Ainda tem muita investigação pela frente pra que a gente possa mostrar que eles são de fato inocentes”, disse Matheus Segala.
Onze pessoas são presas durante operação contra quadrilha conhecida como 'gangue do motoboy' — Foto: Reprodução/ TV TEM
Investigação de Sorocaba (SP) identificou grupo que agia em várias cidades do estado de São Paulo.
Por Carlos Henrique Dias e Daniela Golfieri, G1 Sorocaba e Jundiaí e TV TEM
28/02/2021 19h47 Atualizado há uma hora
Dezenas de idoso foram vítimas, segundo a polícia — Foto: Reprodução/ TV TEM
A quadrilha presa pela Polícia Civil de Sorocaba (SP), por meio da Divisão Especializada de Investigações Criminais (Deic), movimentou mais de R$ 10 milhões roubados de idosos no interior de São Paulo em poucos meses. Na casa de um dos 10 suspeitos presos a polícia encontrou R$ 400 mil.
A ação desarticulou uma organização criminosa conhecida como "gangue do motoboy", que é investigada pela prática de estelionato e lavagem de dinheiro. No total, foram expedidos 12 mandados de prisão temporária e 20 mandados de busca e apreensão em Barueri, Bragança Paulista, Santana do Parnaíba, Praia Grande e São Paulo (SP).
Segundo a polícia, 10 pessoas foram presas e duas permanecem foragidas, sendo uma delas o motoboy. Também foram apreendidos cheques, máquinas de cartão, notebooks e celulares.
O trabalho de investigação, que durou cerca de seis meses, começou após o registro de casos do golpe no qual o criminoso diz para a vítima que o cartão dela foi clonado. Em seguida, vai até a casa da pessoa afirmando que precisa retirar o cartão para que seja bloqueado. No entanto, com o cartão em mãos, o criminoso realiza vários saques e compras.
Durante a investigação, a Deic conseguiu identificar os suspeitos envolvidos no crime. Estima-se que eles tenham feito, pelo menos, 11 vítimas de Sorocaba e cidades da região.
“Ele falou: ‘se o senhor tá em casa, é sinal de que não está fazendo compras. alguém tá usando seu cartão’. Eles convencem você que é do banco”, lembra uma vítima.
Golpe do 'falso motoboy' já roubou mais de R$ 10 milhões de idosos só em SP
Em uma das imagens de câmeras de segurança, o motoboy apareceu estacionando e pegando rapidamente o cartão da vítima.
“O senhor tem envelope em casa? Tenho. O senhor, por favor, coloca o cartão, sela esse envelope e entrega que ele nem vai saber o que ele tá pegando”, recorda a vítima.
Criminoso estacionando veículo na frente da casa de uma das vítimas — Foto: Reprodução/TV Globo
Em uma ligação entre um idoso com a suposta central do banco, o morador não atendeu a ligação do banco enquanto falava com o grupo.
Vítima: Eles estão falando de onde foi comprado, passado o cartão. olha, tão ligando
Criminoso: Eu acho melhor a senhora não atender porque podem ser os bandidos, tá? Não atende.
Vítima : tá.
Para ganhar a confiança, os criminosos pediram para que o idoso mesmo ligue no telefone que aparece no verso do cartão de crédito.
“Eles tinham um sistema, uma tecnologia de redirecionamento da ligação. Toda vez que ele fosse ligar para o 0800, na verdade, era redirecionado pra última ligação que ele recebeu. Seria a ligação do fraudador. E ele conseguia utilizar desse sistema só com telefone fixo”, explica o delegado Rodrigo Ayres.
Tudo isso era feito de uma espécie de central do crime: uma sala de telemarketing criada só para aplicar golpes, segundo a investigação.
“Existem ondas desse crime. A organização destinava o motoboy para determinado município. Esse motoboy ficava em local estratégico, aguardando que a central de telemarketing ligasse a ele e informasse que determinada vítima caiu no golpe”, detalha o delegado Felipe Orosco.
A organização criminosa agia de forma rápida e certeira e encomendava uma lista de possíveis alvos.
A polícia informou à Autoridade Nacional de Proteção de Dados para apurar esse tipo de venda feita por esta empresa.
Golpe do motoboy movimento dinheiro de contas bancárias de idosos no interior de São Paulo — Foto: Reprodução/TV Globo
Em nota, a diretora da agência disse que a venda feita à revelia do consumidor e que não atende a uma finalidade adequada é ilegal.
A empresa de Carapicuíba informou que não compactua com qualquer atividade criminosa ou ilícita e que os serviços não foram contratados pelo golpista.”
“Eles procuravam se aproveitar da situação do idoso, que estava em casa, muitas vezes até fragilizado. Nós temos situação de idosos que estavam doentes, idosos que estavam com uma situação emocional mais abalada até em razão de ficar em casa, em razão da pandemia”, contou o delegado Ayres.
Vazamento de dados
Em um período em que houve no país megavazamento de dados na internet, os cuidados devem ser redobrados.
“Nós vivemos duas pandemias: uma pandemia biológica e uma pandemia digital. Os criminosos que compram esses dados na internet escura usam esses dados para perpetuar outros crimes e golpes”, informou Marco DeMello ceo e co-fundador da PSafe.
“Antes da pandemia, muitas transações ainda eram feitas em lojas, no mundo físico. Com a pandemia, as transações migraram para o mundo digital. Aumento da ordem de 70% dos golpes e que no cenário anterior não víamos”, comentou Adriano Volpini, diretor da Comissão Executiva de Prevenção a Fraudes da FEBRABAN.
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Indiciados
Por trás da quadrilha especializada em roubar velhinhos no estado de São Paulo estavam dois líderes, segundo polícia. Um deles seria Rafael Costa, um músico da capital.
Segundo a polícia, ele era responsável por conseguir dados das vítimas e coordenar o bando. Já quem cuidava da tecnologia para desviar as ligações das vítimas para os bandidos e dar legitimidade ao golpe seria Alexandre Rangel Macedo.
Ainda segundo a polícia, Alexandre e Rafael contavam com as esposas para movimentar o dinheiro dos golpes. Elas aparecem em imagens, em saques e mais saques na boca do caixa.
No apartamento de Alexandre, a polícia encontrou quase R$ 400 mil em espécie. A defesa de Rafael disse que as acusações serão esclarecidas ao longo do processo e que a mulher dele é inocente. O advogado de Alexandre e da esposa também nega participação dos clientes no caso.
“São pessoas primárias, que exercem atividade remunerada. Isso vai ser demonstrado com as provas. Ainda tem muita investigação pela frente pra que a gente possa mostrar que eles são de fato inocentes”, disse Matheus Segala.
Onze pessoas são presas durante operação contra quadrilha conhecida como 'gangue do motoboy' — Foto: Reprodução/ TV TEM
Golpe do motoboy: quadrilha movimentou mais de R$10 milhões de idosos em SP, diz polícia
Investigação de Sorocaba (SP) identificou grupo que agia em várias cidades do estado de São Paulo.
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