Lula e FHC tem tanto de comunistas quando o MBL tem de fascista: nada.
Não acho que uma demonstração pública de ignorância e bitolamento políticos seja motivo de orgulho.
Vergonha alheia desse cartaz.
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"(...) Fernando Henrique Cardoso, por exemplo, publicou, em 1967, na revista
Les temps modernes, o ensaio “
Hegemonia burguesa e independência econômica: raízes estruturais da crise política brasileira” e, embora não citasse Gramsci, parece evidente a inspiração (CARDOSO, 1977). A referência direta ao marxista sardo não tardará a aparecer, e já em Política e desenvolvimento em sociedades dependentes, obra cujo prefácio é datado de 1969, Cardoso cita-o (1971, p. 11).
Embora ocasionais, as referências a Gramsci são freqüentes na obra que Cardoso produziu ao longo dos anos 1970. Entre elas, merece destaque as que aparecem em um artigo de 1974 sobre a questão do Estado no Brasil, depois incluído no volume Autoritarismo e democratização (CARDOSO, 1975, p. 187-221). Nesse artigo, seu autor recorria explicitamente à noção gramsciana de hegemonia para analisar a relação entre violência e legitimidade ostentada pelo regime militar brasileiro. O uso da noção é preciso e demonstra conhecimento não apenas da obra de Gramsci, como também do debate animado por ela. Afirmava o autor desse texto que o exercício da hegemonia por alguns setores das classes dominantes exigia não apenas a manutenção de formas de exclusão política amparadas na violência, como também a satisfação de demandas dessas classes e, de modo desigual e assimétrico, o atendimento de demandas das classes dominadas. E, a seguir, observava: “Não há novidade nesta caracterização, mas ela evita, pelo menos, os equívocos de uma interpretação liberal do pensamento gramsciano, que reduz a noção de hegemonia à de consenso e transforma o problema político fundamental na discussão da legitimidade” (idem, p. 194)²
² Não deixa de ser paradoxal que, mais de 20 anos depois, o mesmo Fernando Henrique Cardoso, referindo-se ao mesmo Gramsci, afirme que ele “injeta então o que hoje seria chamado de liberalismo, os valores de liberdade, dinamismo, responsabilidade individual” (CARDOSO, 1997)."
http://www.scielo.br/pdf/rsocp/n29/a02n29.pdf