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Petrobras mudará gasolina e custo deve subir, mas eficiência será a mesma
Estatal vai equiparar fórmula ao combustível comercializado no exterior; apesar do rendimento ser igual, preço deve aumentar entre 4 e 10 centavos
Por Diego Gimenes - Atualizado em 24 Jun 2020, 18h25 - Publicado em 24 Jun 2020, 18h18
NAS BOMBAS - Combustível deve impactar o bolso do brasileiro, mas terá rendimento similar ao habitual Marcelo Camargo/Agência Brasil
A partir de agosto os brasileiros vão começar a abastecer seus veículos com uma gasolina diferente da que é comercializada atualmente. A Petrobras irá mudar a fórmula do combustível. Segundo a companhia, a decisão visa parametrizar o combustível com o que é comercializado em outros mercados mundiais. A mudança será feita na massa da gasolina, segundo uma especificação proposta pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), que passa a exigir uma massa específica mínima de 715 kg/m³. Além disso, a agência estabelece a necessidade de uma octanagem mínima de 92 pela metodologia de RON, especificações semelhantes às adotadas no mercado internacional e que vão garantir uma maior durabilidade dos novos motores fabricados no Brasil. A mudança, porém, não deve afetar o rendimento do combustível, já que a quantidade de etanol na composição – 27,5% – ficará a mesma. Para se ter uma ideia, em alguns países o nível de etanol presente na gasolina é de apenas 2%. O peso maior será no bolso do consumidor, já que a eficiência do combustível permanecerá a mesma.
“Nós já estamos prontos para produzir essa nova gasolina. A nova especificação é bem-vinda e vai aproximar o combustível comercializado no Brasil ao do mercado americano e europeu”, disse Anelise Lara, diretora de refino e gás natural da companhia. “Como a gente pratica o preço de paridade importação, ela será mais cara porque será comparada com gasolinas de melhor qualidade do exterior”, explicou a diretora.
Para especialistas, entretanto, a mudança essencial acontecerá apenas no preço, já que o produto deve manter a mesma eficiência do combustível atual. “Esse novo produto se trata, na verdade, de uma nova montagem em cima das correntes já disponíveis no mercado. A tendência é que gasolina seja de 4 a 10 centavos mais cara do que é hoje. Se esse aumento vai compensar na eficiência? Não. A questão é a densidade mesmo, não vai compensar na eficiência. O que pode acontecer, a longo prazo, é uma maior durabilidade dos motores dos carros, mas na questão de eficiência, não”, indica Thadeu Silva, chefe da área de óleo e gás da consultoria INTL FCStone.
Segundo o analista, a mudança na especificação já era esperada pelo mercado. “Essa mudança de especificação já era uma realidade para o setor, a questão era quando ela iria entrar em vigor no mercado brasileiro, e vai entrar em agosto mesmo, como estava previsto. Ela vai ser montada no Brasil, a principal novidade é a adequação do nosso produto ao mercado internacional. Hoje, a gasolina tem uma octanagem abaixo do mercado internacional. Do ponto de vista de qualidade, o maior benefício da mudança é o aumento da densidade, que tira um pouco do risco de evaporação do produto no verão brasileiro”, analisa o especialista.
Nossa gasolina será "igual" a vendida nos EUA e Europa? Entenda
Resolução da ANP permitirá que gasolina brasileira tenha maior octanagem e maior densidade o que reduzirá o consumo e aumentará a eficiência
A partir de agosto uma nova resolução da ANP (Agencia Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis), órgão responsável pela regulação das indústrias de petróleo, gás natural e biocombustíveis, passa a aplicar a Resolução nº 807, editada em 23 de janeiro, pelo presidente Jair Bolsonaro. O que muda? A atual octanagem da nossa gasolina comum de no mínimo 87 octanas passará a 93 enquanto na gasolina premium de 95 passará a 98 octanas. Outra mudança será a densidade da gasolina que passará a ser 0.715 kg/L para todos os produtos comercializados no país.
Petrobras Divulgação
Apesar das mudanças a mistura de etanol à gasolina não terá alteração: seguirá em 27,5% para produtos comuns e aditivados e no máximo 25% para combustíveis de alta octanagem.
Traduzindo: a maior octanagem da gasolina deixará nosso combustível mais eficiente, a densidade uniforme deixará a combustão mais precisa e com menos emissões e permitirá que a indústria fabrique motores mais econômicos.
Petrobras Divulgação
Nosso novo padrão de gasolina chegará ao mercado a partir de agosto e com a nova octanagem teremos os mesmos níveis de eficiência dos produtos oferecidos em países desenvolvidos. Esta mudança, no entanto, já vem ocorrendo nos últimos anos em fases. Desde 1989 nossos produtos não tem mais chumbo tetraetila (CTE) na composição o que torna nosso combustível menos poluente e desde 2014 o teor de enxofre foi reduzido de 200 para 50 partes por milhão (ppm). A mistura de etanol tem o mesmo objetivo de aumentar a eficiência lembrando que hoje um automóvel abastecido com gasolina é 30 vezes menos poluente que um equivalente na década de 1980.
Qual o problema da gasolina de "baixa octanagem"?
Primeiro é preciso entender o que é a octanagem. Esta palavra significa a capacidade da gasolina de explodir internamente no motor em um processo que é iniciado por uma faísca elétrica (das velas). Com o ar, ocorre a combustão e quanto maior a octanagem melhor é feita essa queima. Em alguns carros a baixa octanagem da gasolina antecipa esse processo e faz o motor trabalhar, mesmo que por pouco tempo, sem combustível o que desgasta o motor de forma prematura. Esta detonação prematura prejudica a vida do motor.
A baixa octanagem também prejudica a eficiência do motor segundo sua taxa de compressão. Por isso no Brasil muitos carros importados apresentam problemas a longo prazo por terem tecnicamente taxa mais alta de compressão enquanto nossa gasolina, até então, tinha baixa octanagem e não acompanhava a eficiência desses propulsores. Quando os carros são "nacionalizados", um dos processos é ajustar e reduzir essa taxa de compressão para não causar problemas durante o uso do ano. Com essa melhora na qualidade da gasolina esse ajuste não precisará mais ser feito.
O efeito colateral da medida é que o combustível deve ficar ainda mais caro em todo o país. A adequação elevará o custo de produção da gasolina e ainda que a Petrobras não detalhe essa questão é certo que o consumidor sentirá o efeito da mudança também no bolso e no orçamento familiar.
Estatal vai equiparar fórmula ao combustível comercializado no exterior; apesar do rendimento ser igual, preço deve aumentar entre 4 e 10 centavos
Por Diego Gimenes - Atualizado em 24 Jun 2020, 18h25 - Publicado em 24 Jun 2020, 18h18
A partir de agosto os brasileiros vão começar a abastecer seus veículos com uma gasolina diferente da que é comercializada atualmente. A Petrobras irá mudar a fórmula do combustível. Segundo a companhia, a decisão visa parametrizar o combustível com o que é comercializado em outros mercados mundiais. A mudança será feita na massa da gasolina, segundo uma especificação proposta pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), que passa a exigir uma massa específica mínima de 715 kg/m³. Além disso, a agência estabelece a necessidade de uma octanagem mínima de 92 pela metodologia de RON, especificações semelhantes às adotadas no mercado internacional e que vão garantir uma maior durabilidade dos novos motores fabricados no Brasil. A mudança, porém, não deve afetar o rendimento do combustível, já que a quantidade de etanol na composição – 27,5% – ficará a mesma. Para se ter uma ideia, em alguns países o nível de etanol presente na gasolina é de apenas 2%. O peso maior será no bolso do consumidor, já que a eficiência do combustível permanecerá a mesma.
“Nós já estamos prontos para produzir essa nova gasolina. A nova especificação é bem-vinda e vai aproximar o combustível comercializado no Brasil ao do mercado americano e europeu”, disse Anelise Lara, diretora de refino e gás natural da companhia. “Como a gente pratica o preço de paridade importação, ela será mais cara porque será comparada com gasolinas de melhor qualidade do exterior”, explicou a diretora.
Para especialistas, entretanto, a mudança essencial acontecerá apenas no preço, já que o produto deve manter a mesma eficiência do combustível atual. “Esse novo produto se trata, na verdade, de uma nova montagem em cima das correntes já disponíveis no mercado. A tendência é que gasolina seja de 4 a 10 centavos mais cara do que é hoje. Se esse aumento vai compensar na eficiência? Não. A questão é a densidade mesmo, não vai compensar na eficiência. O que pode acontecer, a longo prazo, é uma maior durabilidade dos motores dos carros, mas na questão de eficiência, não”, indica Thadeu Silva, chefe da área de óleo e gás da consultoria INTL FCStone.
Segundo o analista, a mudança na especificação já era esperada pelo mercado. “Essa mudança de especificação já era uma realidade para o setor, a questão era quando ela iria entrar em vigor no mercado brasileiro, e vai entrar em agosto mesmo, como estava previsto. Ela vai ser montada no Brasil, a principal novidade é a adequação do nosso produto ao mercado internacional. Hoje, a gasolina tem uma octanagem abaixo do mercado internacional. Do ponto de vista de qualidade, o maior benefício da mudança é o aumento da densidade, que tira um pouco do risco de evaporação do produto no verão brasileiro”, analisa o especialista.
Petrobras mudará gasolina e custo deve subir, mas eficiência será a mesma
Estatal vai equiparar fórmula ao combustível comercializado no exterior; apesar do rendimento ser igual, preço deve aumentar entre 4 e 10 centavos
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Nossa gasolina será "igual" a vendida nos EUA e Europa? Entenda
Resolução da ANP permitirá que gasolina brasileira tenha maior octanagem e maior densidade o que reduzirá o consumo e aumentará a eficiência
A partir de agosto uma nova resolução da ANP (Agencia Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis), órgão responsável pela regulação das indústrias de petróleo, gás natural e biocombustíveis, passa a aplicar a Resolução nº 807, editada em 23 de janeiro, pelo presidente Jair Bolsonaro. O que muda? A atual octanagem da nossa gasolina comum de no mínimo 87 octanas passará a 93 enquanto na gasolina premium de 95 passará a 98 octanas. Outra mudança será a densidade da gasolina que passará a ser 0.715 kg/L para todos os produtos comercializados no país.
Petrobras Divulgação
Apesar das mudanças a mistura de etanol à gasolina não terá alteração: seguirá em 27,5% para produtos comuns e aditivados e no máximo 25% para combustíveis de alta octanagem.
Traduzindo: a maior octanagem da gasolina deixará nosso combustível mais eficiente, a densidade uniforme deixará a combustão mais precisa e com menos emissões e permitirá que a indústria fabrique motores mais econômicos.
Petrobras Divulgação
Nosso novo padrão de gasolina chegará ao mercado a partir de agosto e com a nova octanagem teremos os mesmos níveis de eficiência dos produtos oferecidos em países desenvolvidos. Esta mudança, no entanto, já vem ocorrendo nos últimos anos em fases. Desde 1989 nossos produtos não tem mais chumbo tetraetila (CTE) na composição o que torna nosso combustível menos poluente e desde 2014 o teor de enxofre foi reduzido de 200 para 50 partes por milhão (ppm). A mistura de etanol tem o mesmo objetivo de aumentar a eficiência lembrando que hoje um automóvel abastecido com gasolina é 30 vezes menos poluente que um equivalente na década de 1980.
Qual o problema da gasolina de "baixa octanagem"?
Primeiro é preciso entender o que é a octanagem. Esta palavra significa a capacidade da gasolina de explodir internamente no motor em um processo que é iniciado por uma faísca elétrica (das velas). Com o ar, ocorre a combustão e quanto maior a octanagem melhor é feita essa queima. Em alguns carros a baixa octanagem da gasolina antecipa esse processo e faz o motor trabalhar, mesmo que por pouco tempo, sem combustível o que desgasta o motor de forma prematura. Esta detonação prematura prejudica a vida do motor.
A baixa octanagem também prejudica a eficiência do motor segundo sua taxa de compressão. Por isso no Brasil muitos carros importados apresentam problemas a longo prazo por terem tecnicamente taxa mais alta de compressão enquanto nossa gasolina, até então, tinha baixa octanagem e não acompanhava a eficiência desses propulsores. Quando os carros são "nacionalizados", um dos processos é ajustar e reduzir essa taxa de compressão para não causar problemas durante o uso do ano. Com essa melhora na qualidade da gasolina esse ajuste não precisará mais ser feito.
O efeito colateral da medida é que o combustível deve ficar ainda mais caro em todo o país. A adequação elevará o custo de produção da gasolina e ainda que a Petrobras não detalhe essa questão é certo que o consumidor sentirá o efeito da mudança também no bolso e no orçamento familiar.
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