Shadows of the Damned (PS3)
Third Person Shooter desenvolvido pela Grasshopper, em parceria com o Suda 51 com o Shinji Mikami, os dois já tinham feito Killer 7 anteriormente. Também conta com a trilha sonora feita por Akira Yamaoka, famoso pela série Silent Hill.
Conta a história do caçador de demônios mexicano Garcia "Fucking" Hotspur, que tem a sua namorada Paula sequestrada pelo líder dos demônios Fleming. Ele então parte pro inferno pra resgatar a alma da sua amada e matar todos os demônios que puder no processo, com a ajuda de Johnson, um crânio flamejante que pode se transformar em diversas armas e itens.
Como um bom jogo do Suda, já dá pra esperar um senso de humor bem peculiar. No caso de Shadows of the Damned, as "dick jokes" podem constranger até um moleque de 15 anos de mente poluída. Felizmente ele apresenta um universo mais interessante por trás dessas piadas, é o tipo de coisa que pode desagradar alguns, principalmente no começo do jogo. O protagonista não é dos sujeitos mais agradáveis, mais seu sofrimento com a tortura eterna da Paula (que é morta várias vezes no jogo) dá um tom legal pra história. Johnson é um bom sidekick, com seu sotaque britânico e cheio de piadinhas sexuais.
Por ser um shooter feito pelo Mikami, já dá pra esperar mecânicas baseadas em
Resident Evil 4. E é bem parecido mesmo, mas em SotD os controles são mais "soltos". O personagem pode se movimentar mirando e tem um botão de esquiva que funciona muito bem. Essa esquiva é muito importante, pois como a câmera fica constantemente por cima do ombro do personagem, as vezes fica difícil visualizar os inimigos se você for rodeado, então é importante usar a "invencibilidade" dada pela esquiva para se afastar dos inimigos e poder mirar tranquilamente. Assim como em RE 4, a melhor maneira de matar os inimigos é um headshot bem dado, ou então atirar nas pernas pra poder finalizar o inimigo. Outra mecânica do jogo é o "Light Shot", utilizado pra atordoar inimigos, iluminar caminhos e dispersar a "escuridão", que causa dano constante no personagem.
Visualmente ele não surpreende. E como é feito com a Unreal Engine já dá pra esperar os tradicionais problemas de textura do PS3. Mas a parte artística compensa. O jogo apresenta situações de gameplay variadas para evitar cair na mesmice dos shooters, e as batalhas contra os chefes são sempre legais. E ele tem um bom trabalho de ambientação, como por exemplo os livros que contam as bizarras histórias de como cada chefe do jogo morreu quando ainda era um humano.
O melhor do jogo, de longe mesmo, é sua parte sonora. Não só a trilha fantástica (composta basicamente por punk/metal, mas que dão o clima perfeito pro jogo), mas tudo o que envolve os sons nele. Um dos chefes é um sujeito grandão que tem uma gaita entalada na boca, e em cada passo dele te seguindo uma nota é executada, tudo isso fica muito foda combinando com a música. Tem outros exemplos legais nesse aspecto, como um peixe que se arrasta pelo chão pra iluminar seu caminho, fazendo uns sons bizarros com a boca.
Não é exatamente uma experiência memorável, mas é um tipo de jogo que eu fico feliz por existir. As atuações esdrúxulas, os visuais bizarros, as boss battle fodas, a história que é bem trágica mas em nenhum momento se leva a sério, e a trilha "que delícia cara" fizeram eu gostar mais do que eu esperava de um shooter linear em terceira pessoa. Fica marcado como um dos "underrated" da geração passada, que infelizmente nunca vai ter uma sequência.
Nota: 7/10