Dessa vez resolvi escrever uma análise mais completa e detalhada. Como disse uma vez aqui no tópico, eu tô com a ideia de talvez transformar alguns dos meus reviews daqui em vídeos pro YouTube, então já vou escrever algumas análises como se fossem um roteiro meio cru pra esses vídeos.
ANÁLISE SKYBLAZER
Quando se fala em hidden gems do Super Nintendo, Skyblazer é o primeiro nome que me vem em mente. Um jogo de ação e plataforma bem bonito e divertido. Um título muito bacana, mas não tão conhecido. Acabou passando despercebido por muitos nas antigas, mas graças a internet, com o tempo foi sendo conhecido por mais e mais gente, inclusive por mim, e hoje é um jogo bem citado quando o assunto é bons títulos obscuros do Super Nintendo.
ENREDO:
A história é bem simples, só um pano de fundo pro gameplay. Nós controlamos Sky, o herói de Skyblazer, que parte em uma jornada para resgatar uma jovem feiticeira chamada Arianna, que foi sequestrada por Ashura, o Senhor da Guerra, com a finalidade de que ela sirva seu mestre.
JOGABILIDADE:
A jogabilidade desse jogo é boa demais, bem gostosa e fluida. No geral os comandos funcionam muito bem.
Nosso personagem tem como ataque básico a porrada. Com um único botão, podemos dar um pequeno combo de socos e chute, bem parecido com o ataque em jogos do gênero beat ‘em up. Quando estamos no ar, o personagem dá um chute giratório.
Nosso segundo ataque são magias. De início começamos com uma só, um projétil de longo alcance em forma de meia lua. Derrotando os chefes, conseguimos outras habilidades. Temos de vários tipos: ataque, cura, mobilidade, etc.
Alguns trechos do jogo necessitam de alguma magia para que você avance. Em outros, a magia pode até não ser obrigatória, mas ajuda muito na tarefa de avançar na fase.
Cada uso de magia consome um número de cargas de um total de 8. O custo das magias varia de 1 a 4 cargas, dependendo do poder delas. Para recuperarmos essas cargas, precisamos coletar um item, que é uma poção vermelha. Tem várias espalhadas pelas fases. Também conseguimos elas matando inimigos.
Por se tratar de um jogo de plataforma, obviamente também podemos pular, mas aqui temos um diferencial, que é o personagem se segurar nas paredes, então pode esperar por vários momentos de wall jump e escalada na jogatina.
Além disso, também temos algumas fases curtas de voo. Em algumas, a câmera é atrás do personagem e só controlamos o voo dele, coletamos itens e desviamos de alguns obstáculos. Em outras, a câmera é de lado, como o restante do jogo, e além de voar, também podemos atirar projéteis para matar inimigos.
Como disse antes, a jogabilidade do jogo é muito boa, mas eu faria uma pequena mudança pra deixá-la ainda melhor, que seria ter um comando que fizesse o personagem segurar na parede ao invés de ele fazer isso automaticamente sempre que encosta em uma. Poderia ser o próprio botão de pulo, só que daí mantendo ele pressionado pro Sky se segurar.
Por mais que manter o botão pressionado pudesse ser mais cansativo, isso de ele segurar nas paredes automaticamente às vezes incomoda um pouco, porque muitas vezes só queremos passar rapidamente por algum trecho, mas o personagem acaba colando na parede.
GRÁFICOS:
Em Skyblazer temos gráficos bem detalhados e coloridos na medida certa.
O jogo é muito bonito e bem animado, e a primeira fase já mostra bem isso. Temos diferentes coisas acontecendo na tela, como chuva, fogo, trovões, um background com movimento, etc.
O restante das fases também não deixa a desejar nos gráficos. O mesmo vale pro design dos inimigos, que no geral achei bacana.
Em algumas fases até temos efeitos 3D bem legais, algo que pra época era impressionante e bonito de se ver.
TRILHA SONORA:
A trilha sonora, na minha opinião, não é de grande destaque, mas cumpre bem o seu papel e em vários momentos combina bem com o jogo e sua ambientação, que é altamente inspirada no hinduísmo.
Aliás, esqueci de mencionar isso antes, mas o jogo é fortemente inspirado na religião hindu. Os nomes dos personagens e do próprio jogo na versão japonesa evidenciam isso. Nela, todos os nomes tem relação com divindades do hinduísmo.
SOBRE AS FASES:
Uma coisa que temos em Skyblazer é variedade. O jogo não se deixa cair na mesmice, tendo fases com gameplay e level design bem variados, o que é muito bom. Definitivamente não é um jogo enjoativo ou repetitivo, e as fases são muito bem feitas, embora eu tenha achado algumas chatas, como a do labirinto aquático e uma onde você precisa se movimentar através de correntes de ar.
Mesmo o jogo não sendo longo, durando em média algo entre 2 horas e meia e 3 horas pra ser zerado, ao todo temos um bom número de fases, sendo algumas delas trechos bem curtos que ligam uma fase a outra.
Pra mim isso é um ponto positivo. Pra ter uma diversidade maior, eu prefiro que o jogo tenha diversas fases curtas em vez de poucas fases longas.
Se tratando dos chefes, algumas batalhas são bem legais, já outras nem tanto. Infelizmente algumas chegam a ser chatas e tediosas. Mas aqui novamente temos variedade. Cada chefe oferece uma batalha bem diferente da outra, o que é muito bom.
DIFICULDADE:
Já sobre a dificuldade, temos vários momentos que necessitam de habilidade e dão um desafio legal pro jogador, ou batalhas em que precisamos descobrir a estratégia certa pra vencer. Você provavelmente vai morrer bastante durante sua jornada, mas tem três coisas que facilitam e muito o jogo.
A primeira é que podemos acumular muitas vidas durante a nossa jogatina. Além dos itens de 1up, podemos coletar muitas gemas, que chegando na contagem de 100, nos dão uma vida. E também temos os itens que restauram saúde, que conseguimos com frequência pela fase ou matando inimigos.
A segunda é a magia de cura, desbloqueada no segundo chefe. Ela custa duas cargas e recupera toda a sua vida.
E a terceira é o fato do jogo ter continues infinitos. Além disso, as fases não são longas, então mesmo que você precise começar alguma do zero por ter dado game over, não é algo muito trabalhoso. A única exceção aqui é a última fase, onde você enfrenta novamente alguns dos chefes de fases passadas, um seguido do outro, e por fim precisa enfrentar os dois chefes finais, que são os mais difíceis do jogo.
CONCLUSÃO:
Embora Skyblazer não esteja entre os grandes clássicos do Super Nintendo, ele tem todas as características de um: é divertido, tem boa jogabilidade, bons gráficos e é competente no que propõe. Um presente da internet para aqueles que, assim como eu, não conheceram essa pérola nos tempos de alugar jogos na sexta-feira pra entregar só na segunda.
Minha nota final pro jogo é
8,5.
Visualizar anexo 215961