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RIP Stan Lee

trevz

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stan-lee.jpg
 

Guastinha

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:ksnif:ksnif:ksnif


Será ainda maior do que foi em vida, pois agora será uma lenda!

Um dos grandes nomes do entretenimento, e porque não, da humanidade.
 


Bloodstained

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A lenda que reformulou os quadrinhos como meio de entretenimento e, posteriormente, auxiliou a reformular a própria indústria do entretenimento em si.

Só posso deixar meus profundos e sinceros agradecimentos pelas histórias que auxiliaram a formação do meu caráter durante a infância e que, posteriormente, tanto me divertiram na adolescência e até mesmo na vida adulta.

É absolutamente lamentável observar o desdém que a Marvel Comics tem pelo seu legado atualmente, mas os leitores mais velhos certamente hão de preservá-lo e celebrá-lo em tempos vindouros. Por mais que sua partida seja triste para o mundo dos quadrinhos, jamais deixem de celebrar sua obra e sua vida prolífica.

Ademais, observando todos os problemas e dificuldades que ele enfrentou na etapa final de sua vida, fica o consolo ao saber que ele finalmente está em paz. Stan Lee saiu da vida para entrar na história. Lembrem-se: lendas nunca morrem.

Obrigado por tudo, Stan. Excelsior.
 

M3troid

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Noooooooooooooooooooooooo!!!!!!!!

O Stan não!!!!

Porra, esse cara devia viver 500 anos. :ksnif
 

andersonjpr

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Rapaz, realmente fiquei triste, achava o máximo ele fazendo as aparições nos filmes e nos jogos.

Acredito que deve ter vivido bem até essa idade.

Vai em paz!
 

Guastinha

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A lenda que reformulou os quadrinhos como meio de entretenimento e, posteriormente, auxiliou a reformular a própria indústria do entretenimento em si.

Só posso deixar meus profundos e sinceros agradecimentos pelas histórias que auxiliaram a formação do meu caráter durante a infância e que, posteriormente, tanto me divertiram na adolescência e até mesmo na vida adulta.

É absolutamente lamentável observar o desdém que a Marvel Comics tem pelo seu legado atualmente, mas os leitores mais velhos certamente hão de preservá-lo e celebrá-lo em tempos vindouros. Por mais que sua partida seja triste para o mundo dos quadrinhos, jamais deixem de celebrar sua obra e sua vida prolífica.

Ademais, observando todos os problemas e dificuldades que ele enfrentou na etapa final de sua vida, fica o consolo ao saber que ele finalmente está em paz. Stan Lee saiu da vida para entrar na história. Lembrem-se: lendas nunca morrem.

Obrigado por tudo, Stan. Excelsior.

Escreveu tudo que eu gostaria de dizer!!

Sinto o mesmo peso no coração que você sente.
 

doraemondigimon

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AH, QUALÉ!!!! Eu não vou acreditar nisso sem pesquisa...... (peraí!)

https://g1.globo.com/pop-arte/noticia/2018/11/12/stan-lee-morre-aos-95-anos-diz-site.ghtml
https://www.washingtonpost.com/loca...469f1166f9d_story.html?utm_term=.f20d9f465bf8
https://edition.cnn.com/2018/11/12/entertainment/stan-lee-obit/index.html
https://brasil.elpais.com/brasil/2018/11/12/cultura/1542048794_633149.html
http://www.spiegel.de/kultur/kino/stan-lee-ist-tot-er-erfand-die-marvel-superhelden-a-1238084.html

Mas....
....Que....
...Meleca!

Cara, eu acho que não estava pronto pra uma notícia dessas. Esse senhor era uma das perspectivas que eu tinha pra tentar ir nos EUA com a família, pra ver se o conhecia em alguma Comicon. Mas como sempre digo:

(por favor, me desculpem quem não for religioso, mas...)

"Deus dá e Deus tira. Louvado seja sua vontade!"

Mesmo sendo alguém que nunca conheci, espero que a dor da perda de seus parentes vá passando para um estado de boas lembranças de tudo o que ele fez, seja dentro ou fora de seu serviço.

E, só pra relembrar uma das maiores frases descritas por ele:

"Com grandes poderes, vem grandes responsabilidades" (Tio Ben)
 

doraemondigimon

Lenda da internet
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Double post pra mostrar o que a Marvel colocou (em inglês)
https://www.marvel.com/remembering_stan_lee

STAN LEE
“I used to be embarrassed because I was just a comic book writer while other people were building bridges or going on to medical careers. And then I began to realize: entertainment is one of the most important things in people's lives. Without it, they might go off the deep end. I feel that if you're able to entertain, you're doing a good thing.”​
1922-2018


Marvel and Disney Remember Stan Lee
NEW YORK, NY - NOVEMBER 12, 2018
Today, Marvel Comics and The Walt Disney Company pause and reflect with great sadness on the passing of Marvel Chairman Emeritus, Stan Lee. With a heavy heart, we share our deepest condolences with his daughter and brother, and we honor and remember the creator, voice and champion of Marvel.
"Stan Lee was as extraordinary as the characters he created. A super hero in his own right to Marvel fans around the world, Stan had the power to inspire, to entertain, and to connect. The scale of his imagination was only exceeded by the size of his heart," said Bob Iger, Chairman and CEO, The Walt Disney Company.
Stanley Martin Lieber, a.k.a. Stan Lee, loved the written word from an early age, and wanted to craft stories like those in his favorite books and films, which he consumed voraciously. From a simple upbringing in the teeming landscape of Manhattan, young Stanley worked his way through a succession of jobs until the day he found himself an assistant at a comic book publishing company — Timely Comics.
In between refilling artists' inkwells, erasing pencil lines from comic pages and fetching an untold number of lunches, Stanley expressed his desire to write and create tales of his own; in the May 1941 issue of CAPTAIN AMERICA COMICS #3, he got his wish. Readers would find a prose story in that issue, "Captain America Foils the Traitor's Revenge," sporting the byline of "Stan Lee." A star was born.
As Stan's roles and tenure with Timely Comics grew and evolved, so did the company itself. With Stan at its helm, Timely Comics morphed first into Atlas Comics and then into the name that would catapult it into legend and forever be synonymous with Stan Lee: Marvel Comics.
As Marvel's Editor-in-Chief, Stan "The Man" Lee made his voice the voice of the stories themselves. Writing virtually every Marvel title and working with such luminaries as Jack Kirby, Steve Ditko, Don Heck, Gene Colan and John Romita, Stan began building a universe of interlocking continuity, one where fans felt as if they could turn a street corner and run into a Super Hero. A rich collection of characters grew out of his nonstop plotting sessions with his artists, including the Fantastic Four, Spider-Man, Thor, Iron Man, the Hulk, the X-Men, and more. Today, it would be almost impossible to find a corner of the Marvel Universe that Stan didn't have a hand in.
stan-lee-images-cad140b327.jpg

STAN LEE THROUGH THE 1960S AND 1970S
Marvel fans found a friend in Stan Lee. He introduced the famous "Stan's Soapbox" to speak directly to his readers, reaching a personal level rarely seen in comics of the day. Always pushing for new ways of creating comics, Stan also inaugurated the "Marvel method" of plotting and art, creating some of the most iconic stories in the industry to this day.
When something mattered to Stan, you felt it in his words, whether in an editorial or in the stories themselves. With passion for the medium, he helped refine and reform the Comics Code Authority and addressed hot-button issues like discrimination, drugs, and intolerance.
Stan stepped up from his position as Editor-in-Chief in 1972 to tackle the role of Publisher at Marvel Comics, and while a strong succession of writers followed in his wake, his spirit and voice remained throughout the adventures that followed. His outspoken love for comics even extended to a series of college campus talks; given any chance to educate and illuminate on the industry, he took it. An entire generation of young readers expanded and strengthened their vocabulary and knowledge through Stan's stories.
Picture1_0.png

Marvel and the entire The Walt Disney Company salute the life and career of Stan Lee and offer their undying gratitude for his unmatchable accomplishments within their halls. Every time you open a Marvel comic, Stan will be there.
Please join us today in remembering Stan "The Man" Lee.
For more information, please click here
https://www.marvel.com/stan_lee_media_kit
 

doutordoom

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Triste demais. Colocarei aqui o mesmo que coloquei no meu facebook:

Gostaria de ter a competência para escrever um texto minimamente decente sobre a importância de Stan Lee e sobre como o legado dele influenciou minha formação.
Mas posso dizer com convicção que ele mereceu toda a fama que ganhou, pois em sua arte era um gênio criativo só igualado por Jack "The King" Kirby. Suas idéias inspiraram o melhor de todos os criadores que trabalharam com ele e em todos os escritores de quadrinhos que vieram depois dele.
Seu legado permanecerá entre nós enquanto houver alguém capaz de contar histórias sobre personagens fabulosos, espetaculares, poderosos, invencíveis, incríveis ou Fantásticos.
Adeus ao nosso querido EXCELSIOR!



https://www.facebook.com/ufi/reacti...nt_identifier=10205061593975154&av=1702285362
 

doutordoom

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O fato é que o Aranha ficou órfão de vez.

Enviado de meu Redmi Note 5A Prime usando o Tapatalk
 

Leon Powalski

Bam-bam-bam
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É uma pena... curtia o X-Men e Spiderman dos anos 90 e X-Men Evolution (pra ser sincero, essa animação foi o que mais me fez gostar de X-Men). Além dos jogos que foram produzidos pela Capcom e pela Actvision na época. Sem dúvida esse cara vai fazer falta.

RIP Stan.
 

Denrock

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95 anos viveu muito bem

quem dera que todos nossos parentes e entes queridos vivessem até os 95 anos...

Eu só acho sacanagem idolatrarem a Stan Lee, sendo que ele não criou NADA sozinho

todos os personagens são sempre em parceria com alguem (e muitos dizem que essas parcerias quem menos criava era o Stan Lee)

teve até todo aquele processo da familia do Jack Kirby contra o Stan Lee e a Marvel etc... que acabou num acordo (ou seja, a familia provavelmente tinha alguma razão)


sempre idolatram o Stan e ignoram os outros, que muitas vzs tem MAIS mérito do que o Stan
 

galva maximus

Bam-bam-bam
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meiobit.com

Stan, The Man - um tributo - Meio Bit

Carlos Cardoso

12-17 minutos

Stan Lee não era perfeito, e ao passar suas imperfeições humanas para seus personagens, ele os tornou muito melhores que os heróis perfeitos da distinta concorrência. Agora Stan nos deixou, deixando-nos com um belo problema: Homenagear heróis é fácil, mas o quê dizer de um criador de heróis? Como se agradece a alguém que criou um Universo?

Primeiro, não com reverência ou medo. Stan não é um Criador malvado. Ele lembra mais Thor em Stargate SG-1, um alienígena confundido com um deus por humanos primitivos. Em um episódio um Goa’uld ordena que o humano se ajoelhe “diante de seu deus”. O humano se recusa: “Meu deus é Thor, e ele nos ensinou a ficar de pé, como iguais!
Stan Lee cresceu em Nova York durante a Grande Depressão, serviu no Exército na 2a Grande Guerra como escritor e criador, produzindo material de propaganda e treinamento. Ele viu o ser humano em sua condição mais frágil, lidou com a realidade de um mundo em guerra, mas nunca perdeu a esperança, nunca deixou de acreditar nas pessoas.
Eu não estou preocupado em fazer uma biografia detalhada de Stan Lee, nem listar todos os personagens que ele criou, a Wikipedia existe pra isso. Também não me preocupo com as polêmicas de quem criou o quê, se filho feio não tem pai quando a criança é bonita e rica, aparece um monte. Stan Lee é grande mas o que ele representa é maior ainda, seu impacto vai muito além do que ele criou, ele é responsável por inspirar muito mais.

Não estou dizendo que não gosto dos personagens da DC. Eu cresci com eles, Batman ainda é o maior de todos os heróis, e o Super-Homem é um arquétipo, praticamente um deus vivendo entre homens, representa tudo de bom e certo, perfeito e infalível, e por isso mesmo, por mais que eu o adore não consigo me identificar com o personagem.
Representatividade é importante, as crianças, todos os leitores precisam de personagens com que se identifiquem, e Stan Lee fez isso, mas não no sentido rasteiro da lacração, que considera toda mídia um espelho. A empatia gerada pelos personagens de Stan Lee vai muito além da cor da pele ou de uma fortuidade genética. Eu me identifico com os personagens por causa de seus defeitos. Eles são personagens imperfeitos, o que é perfeito para um mundo imperfeito.
Isso mesmo. Stan Lee quebrou o brinquedo e com isso fez com que milhões de leitores passassem a ver gibis como muito mais do que sujeitos usando cueca por cima da calça se pegando de porrada. E isso aconteceu quase por acaso. Ele já trabalhava para o editor Martin Goodman desde 1941, escrevendo para a Timely Comics, mas Goodman só queria saber do que estava na moda, era um seguidor de tendências, ao invés de criá-las.
Isso acabou cansando Stan, que não aguentava mais escrever romances açucarados, faroestes, histórias de gangsters. Quando veio a missão de aproveitar (mais uma vez) a onda e lançar vários títulos de super-heróis, Stan estava a ponto de mudar de carreira. Joan, sua esposa sugeriu que ele chutasse o pau da barraca e escrevesse as histórias que queria escrever, sem seguir o molde da DC e de todo mundo.

Ele escreveu sobre o que conhecia; a vida no Bronx, as dificuldades do dia-a-dia, o quanto por mais poderes que um herói pudesse ter, no final do dia ele era uma pessoa comum, com necessidades, problemas e dúvidas. ISSO bateu muito mais fundo do que se Stan Lee tivesse criado uma história sobre um super-herói que na identidade secreta fosse um nerd gordo da baixada fluminense.
Fredric Wertham acusava os gibis de serem perigosos e deturparem a mente das crianças. Ele acreditava tanto nisso que mentiu e falsificou pesquisas para provar sua crença. Pais que nunca se deram ao trabalho de abrir um gibi consideravam essas histórias escapistas, simplórias, descartáveis. Em grande parte é verdade, mas no meio delas há lições e uma moralidade igualmente simples. Grandes poderes trazem grandes responsabilidades, e pisar nos mais fracos é errado. Usar seus poderes para benefício próprio é errado. Destratar o diferente, é errado.
Stan Lee não tinha medo de mostrar esse lado errado. Na primeira página da primeira aparição do Homem-Aranha, em Amazing Fantasy #15 de 1962 Peter Parker é ridicularizado por ser um nerd:

Peter é mostrado como um aluno excelente, com uma família amorosa, mas um nerd de ciências, tímido e rejeitado. O grande diferencial é que assim como na vida real, ele se ressentia com essa rejeição, todos os nerds na mesma condição leram o último quadrinho e algo clicou em suas mentes “essa história é diferente, eles me entendem.”

Aqui a história poderia se desenrolar seguindo o caminho da vingança, Parker participa de um evento de Luta Livre, depois que ganha seus poderes de aranha, rapidamente tem sucesso, dinheiro, um futuro mas sua timidez e isolamento social o transformaram em um egoísta, e ele comete o erro fatal: Diz “não é problema meu” e deixa fugir um assaltante, que mais tarde irá matar o Tio Ben.

Stan jogou com as expectativas do leitor, ele fez com que a gente se identificasse com o Parker, apenas para termos noção de nosso próprio egoísmo.
Stan adorava fazer isso, transformar quadrinhos em histórias com lições de moral, como os velhos mitos e contos de fadas. Só que não era algo simplório como os desenhos do He-Man. No maniqueísta mundo dos quadrinhos, os personagens de Stan Lee eram cinza. O Homem-Aranha era visto como ameaça por boa parte da cidade, e a cruzada de JJ Jameson contra vigilantes mascarados não deixa de ter seu mérito, afinal como pode alguém que diz defender a Lei ignorá-la agindo por conta própria, sem supervisão, controle ou responsabilidade?
Em tempos onde ativismo social social se resume a culpar os outros por ter nascido, chega a ser impensável um Stan Lee, que traduziu tão bem os problemas de sua época para a linguagem de seus leitores. Muitos anos antes de saber quem foram Martin Luther King, Jr e Malcolm X, eu já sabia quem eram o Professor X e Magneto, Os X-Men ampliaram a discussão racial para uma metáfora sobre preconceito de todo tipo.
O leitor era (provavelmente) humano, mas ao ver a história sob o ponto de vista dos mutantes, entendia a desconfiança deles, e Magneto, por mais vilão que fosse, tinha seus motivos e seus objetivos eram nobres. Por décadas os personagens foram adotados por populações marginalizadas e abraçados por leitores que entendiam a lição.

Quando Stan Lee decidiu criar um super-herói negro, quebrou todas as expectativas. OK, tecnicamente o Pantera-Negra Não seja o primeiro super-herói afro-americano, ele é o primeiro afro-africano, apareceu em Julho de 1966 na capa do Fantastic Four #52, em uma história onde ele quase derrota o Quarteto, tem tecnologia que impressiona Reed Richard e é o homem mais rico do mundo.
Isso mesmo, a mídia infantil escapista de histórias bobas colocava um negro como super-herói, trilionário, REI em 1966, mesma época em que o simples ato de um negro casar com uma branca era ILEGAL em mais da metade dos Estados Unidos.
Curiosidade: em 1967 surgiu o partido dos Panteras Negras, grupo violento que causou bastante problema durante o movimento dos Direitos Civis. Por um tempo para evitar confusões e acusações políticas, o personagem mudou de nome para Leopardo Negro, e isso foi devidamente explicado no próprio gibi.

Nem todo mundo gostava dessa abordagem, claro, e Stan Lee em seus editoriais nos gibis chegou a tocar nesse tema:
“De tempos em tempos recebemos cartas de leitores imaginando por quê temos tantas mensagens morais em nossas revistas. Eles apontam que gibis deveriam ser uma leitura escapista, e nada mais.
Mas, de alguma forma, eu não consigo enxergar desse jeito. Para mim uma história sem mensagem, mesmo que subliminar, é como um homem sem uma alma. De fato, mesmo a literatura mais escapista de todas – velhos contos de fadas e lendas heroicas- contêm pontos de vista morais e filosóficos.

Stan Lee também era zoeira!
Em toda faculdade em que eu faço um discurso, há tanta discussão sobre guerra e paz, direitos civis e a chamada revolução jovem, quanto em nossas revistas.
Ninguém vive em um vácuo. -nenhum de nós permanece intocado pelos eventos à nossa volta – Eventos que dão forma às nossas histórias da mesma forma com que moldam nossas vidas. Claro que nossas histórias podem ser chamadas de escapistas, mas só porque algo é divertido, não quer dizer que tenhamos que cobrir nossos cérebros com um cobertor quando estamos lendo!
Excelsior!
Stan Lee”​
Mais que um contador de histórias, Stan Lee era um moldador de mentes, com pequenas lições ajudando a forjar caráter.
Há Controvérsias
Stan Lee foi acusado de aparecer mais do que deveria, de capitalizar em cima do trabalho dos outros, mas em verdade ele era um showman, ele era a figura pública de uma indústria de introvertidos. Stan adorava quadrinhos, adorava a Marvel, o que tinha de entusiasmado tinha de péssimo gerente, claro, e por isso tantos de seus empreendimentos deram errado, mas ele nunca desanimou.
Mesmo podendo se aposentar, Stan Lee nunca parou de trabalhar, ele era obcecado, todo dia 9 da manhã estava no escritório ajudando a produzir filmes e séries, emprestando sua imagem e prestígio para produtos bons, e alguns não tão bons…

Ele era uma presença constante em um mundo de anônimos famosos. A maioria dos leitores é incapaz de reconhecer mesmo os autores mais famosos. pouquíssimos nomes são associados a rostos, Neil Gaiman todo mundo reconhece, assim como é simples para qualquer fã olhar e identificar na hora Alan Moore:

Stan Lee não, ele era o rosto dos quadrinhos para o resto do mundo, fosse um apresentador de talk show em rede nacional, fosse um garotinho com um gibi na mão, tímido com medo de pedir um autógrafo. Todos eram tratados igual, todos eram “true believers”, mesmo os fãs da Distinta Concorrência, como Stan chamava a DC Comics.
Ele não era a Marvel, ele representava toda uma mídia, toda uma forma de arte, era um criador responsável por um Universo e embaixador de inúmeros outros, e respeitado a ponto da DC deixar que ele brincasse com suas propriedades mais valiosas:

Esse velhinho que criava mitos já estava cansado, sua visão falhando, e com a morte de Joan, sua esposa por 65 anos em 2017, ele perdeu muita da alegria de viver, também foi achacado por abutres atrás de seu dinheiro, mas mesmo assim não dá pra dizer que Stan Lee teve uma vida ruim.
Ele foi reconhecido amado e homenageado em vida, tanto por seus pares quanto por seus fãs. Onde ele colocasse o pé, era recebido com sorrisos. Vejam esta foto durante sua participação em Big Bang Theory. Só há sinceridade e carinho nesse beijo da Kaley Cuoco:

Stan escrevia histórias que eram desprezadas pro professores, pais e adultos em geral, eram vendidas em postos de gasolina e farmácias, consideradas uma forma de arte menor mesmo entre os que a apreciavam -estou olhando pra você, Europa- Suas idéias e aventuras épicas migraram para a TV sofrendo horríveis reduções em escala, em nome do orçamento. Quadrinhos eram um gueto cuja fronteira aquele judeu magrinho do Bronx sonhava ultrapassar, e ele conseguiu!
Aos poucos Hollywood percebeu que era possível contar grandes histórias baseadas em quadrinhos, a Marvel, que chegou às portas da falência e teve que fatiar seus personagens e alugá-los para diversos estúdios se tornou uma potência cinematográfica. Nada mais era impossível, tudo que Stan Lee havia sonhado era realidade no mundo de fantasia do cinema. Sem gambiarras, sem limitações orçamentárias.
Tony Stark, Thor, até mesmo o Hulk estavam lá. E sabe quando a ficha caiu, quando eu percebi isso? Somente nesta cena de Guerra Civil:

O ciclo se fechou, a Marvel do cinema voltou pra casa. Levou anos, custou uma fortuna mas felizmente eles tinham as duas coisas. Na hora certa, no tempo certo, depois de tantos altos e baixos, agora que já sabiam como fazer um bom filme de super-herói, podiam consertar o Homem-Aranha. E crianças, eles consertaram.
O maior presente que Stan Lee poderia receber do Universo, ele recebeu: Viu todas as suas criações se tornarem carne e osso na tela do cinema, poderosos em toda sua glória. Incontáveis pessoas trabalharam para levar essas histórias para a grande tela, mas elas não existiriam se Stanley Martin Lieber não criasse, com sua fiel máquina de escrever aqueles personagens.
Se ver o Universo Marvel no cinema foi um presente para os fãs, imagine para seu criador. Depois de Guerra Infinita, é justo imaginar que Stan Lee, depois de ver sua Criação e constatar que ela era boa, tenha finalmente descansado.
Vá em paz, obrigado por tudo, Stan.
Excelsior!
 

Shephard

Bam-bam-bam
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Stan, The Man - um tributo - Meio Bit

Carlos Cardoso

12-17 minutos

Stan Lee não era perfeito, e ao passar suas imperfeições humanas para seus personagens, ele os tornou muito melhores que os heróis perfeitos da distinta concorrência. Agora Stan nos deixou, deixando-nos com um belo problema: Homenagear heróis é fácil, mas o quê dizer de um criador de heróis? Como se agradece a alguém que criou um Universo?

Primeiro, não com reverência ou medo. Stan não é um Criador malvado. Ele lembra mais Thor em Stargate SG-1, um alienígena confundido com um deus por humanos primitivos. Em um episódio um Goa’uld ordena que o humano se ajoelhe “diante de seu deus”. O humano se recusa: “Meu deus é Thor, e ele nos ensinou a ficar de pé, como iguais!
Stan Lee cresceu em Nova York durante a Grande Depressão, serviu no Exército na 2a Grande Guerra como escritor e criador, produzindo material de propaganda e treinamento. Ele viu o ser humano em sua condição mais frágil, lidou com a realidade de um mundo em guerra, mas nunca perdeu a esperança, nunca deixou de acreditar nas pessoas.
Eu não estou preocupado em fazer uma biografia detalhada de Stan Lee, nem listar todos os personagens que ele criou, a Wikipedia existe pra isso. Também não me preocupo com as polêmicas de quem criou o quê, se filho feio não tem pai quando a criança é bonita e rica, aparece um monte. Stan Lee é grande mas o que ele representa é maior ainda, seu impacto vai muito além do que ele criou, ele é responsável por inspirar muito mais.

Não estou dizendo que não gosto dos personagens da DC. Eu cresci com eles, Batman ainda é o maior de todos os heróis, e o Super-Homem é um arquétipo, praticamente um deus vivendo entre homens, representa tudo de bom e certo, perfeito e infalível, e por isso mesmo, por mais que eu o adore não consigo me identificar com o personagem.
Representatividade é importante, as crianças, todos os leitores precisam de personagens com que se identifiquem, e Stan Lee fez isso, mas não no sentido rasteiro da lacração, que considera toda mídia um espelho. A empatia gerada pelos personagens de Stan Lee vai muito além da cor da pele ou de uma fortuidade genética. Eu me identifico com os personagens por causa de seus defeitos. Eles são personagens imperfeitos, o que é perfeito para um mundo imperfeito.
Isso mesmo. Stan Lee quebrou o brinquedo e com isso fez com que milhões de leitores passassem a ver gibis como muito mais do que sujeitos usando cueca por cima da calça se pegando de porrada. E isso aconteceu quase por acaso. Ele já trabalhava para o editor Martin Goodman desde 1941, escrevendo para a Timely Comics, mas Goodman só queria saber do que estava na moda, era um seguidor de tendências, ao invés de criá-las.
Isso acabou cansando Stan, que não aguentava mais escrever romances açucarados, faroestes, histórias de gangsters. Quando veio a missão de aproveitar (mais uma vez) a onda e lançar vários títulos de super-heróis, Stan estava a ponto de mudar de carreira. Joan, sua esposa sugeriu que ele chutasse o pau da barraca e escrevesse as histórias que queria escrever, sem seguir o molde da DC e de todo mundo.

Ele escreveu sobre o que conhecia; a vida no Bronx, as dificuldades do dia-a-dia, o quanto por mais poderes que um herói pudesse ter, no final do dia ele era uma pessoa comum, com necessidades, problemas e dúvidas. ISSO bateu muito mais fundo do que se Stan Lee tivesse criado uma história sobre um super-herói que na identidade secreta fosse um nerd gordo da baixada fluminense.
Fredric Wertham acusava os gibis de serem perigosos e deturparem a mente das crianças. Ele acreditava tanto nisso que mentiu e falsificou pesquisas para provar sua crença. Pais que nunca se deram ao trabalho de abrir um gibi consideravam essas histórias escapistas, simplórias, descartáveis. Em grande parte é verdade, mas no meio delas há lições e uma moralidade igualmente simples. Grandes poderes trazem grandes responsabilidades, e pisar nos mais fracos é errado. Usar seus poderes para benefício próprio é errado. Destratar o diferente, é errado.
Stan Lee não tinha medo de mostrar esse lado errado. Na primeira página da primeira aparição do Homem-Aranha, em Amazing Fantasy #15 de 1962 Peter Parker é ridicularizado por ser um nerd:

Peter é mostrado como um aluno excelente, com uma família amorosa, mas um nerd de ciências, tímido e rejeitado. O grande diferencial é que assim como na vida real, ele se ressentia com essa rejeição, todos os nerds na mesma condição leram o último quadrinho e algo clicou em suas mentes “essa história é diferente, eles me entendem.”

Aqui a história poderia se desenrolar seguindo o caminho da vingança, Parker participa de um evento de Luta Livre, depois que ganha seus poderes de aranha, rapidamente tem sucesso, dinheiro, um futuro mas sua timidez e isolamento social o transformaram em um egoísta, e ele comete o erro fatal: Diz “não é problema meu” e deixa fugir um assaltante, que mais tarde irá matar o Tio Ben.

Stan jogou com as expectativas do leitor, ele fez com que a gente se identificasse com o Parker, apenas para termos noção de nosso próprio egoísmo.
Stan adorava fazer isso, transformar quadrinhos em histórias com lições de moral, como os velhos mitos e contos de fadas. Só que não era algo simplório como os desenhos do He-Man. No maniqueísta mundo dos quadrinhos, os personagens de Stan Lee eram cinza. O Homem-Aranha era visto como ameaça por boa parte da cidade, e a cruzada de JJ Jameson contra vigilantes mascarados não deixa de ter seu mérito, afinal como pode alguém que diz defender a Lei ignorá-la agindo por conta própria, sem supervisão, controle ou responsabilidade?
Em tempos onde ativismo social social se resume a culpar os outros por ter nascido, chega a ser impensável um Stan Lee, que traduziu tão bem os problemas de sua época para a linguagem de seus leitores. Muitos anos antes de saber quem foram Martin Luther King, Jr e Malcolm X, eu já sabia quem eram o Professor X e Magneto, Os X-Men ampliaram a discussão racial para uma metáfora sobre preconceito de todo tipo.
O leitor era (provavelmente) humano, mas ao ver a história sob o ponto de vista dos mutantes, entendia a desconfiança deles, e Magneto, por mais vilão que fosse, tinha seus motivos e seus objetivos eram nobres. Por décadas os personagens foram adotados por populações marginalizadas e abraçados por leitores que entendiam a lição.

Quando Stan Lee decidiu criar um super-herói negro, quebrou todas as expectativas. OK, tecnicamente o Pantera-Negra Não seja o primeiro super-herói afro-americano, ele é o primeiro afro-africano, apareceu em Julho de 1966 na capa do Fantastic Four #52, em uma história onde ele quase derrota o Quarteto, tem tecnologia que impressiona Reed Richard e é o homem mais rico do mundo.
Isso mesmo, a mídia infantil escapista de histórias bobas colocava um negro como super-herói, trilionário, REI em 1966, mesma época em que o simples ato de um negro casar com uma branca era ILEGAL em mais da metade dos Estados Unidos.
Curiosidade: em 1967 surgiu o partido dos Panteras Negras, grupo violento que causou bastante problema durante o movimento dos Direitos Civis. Por um tempo para evitar confusões e acusações políticas, o personagem mudou de nome para Leopardo Negro, e isso foi devidamente explicado no próprio gibi.

Nem todo mundo gostava dessa abordagem, claro, e Stan Lee em seus editoriais nos gibis chegou a tocar nesse tema:
“De tempos em tempos recebemos cartas de leitores imaginando por quê temos tantas mensagens morais em nossas revistas. Eles apontam que gibis deveriam ser uma leitura escapista, e nada mais.​
Mas, de alguma forma, eu não consigo enxergar desse jeito. Para mim uma história sem mensagem, mesmo que subliminar, é como um homem sem uma alma. De fato, mesmo a literatura mais escapista de todas – velhos contos de fadas e lendas heroicas- contêm pontos de vista morais e filosóficos.​
Stan Lee também era zoeira!​
Em toda faculdade em que eu faço um discurso, há tanta discussão sobre guerra e paz, direitos civis e a chamada revolução jovem, quanto em nossas revistas.​
Ninguém vive em um vácuo. -nenhum de nós permanece intocado pelos eventos à nossa volta – Eventos que dão forma às nossas histórias da mesma forma com que moldam nossas vidas. Claro que nossas histórias podem ser chamadas de escapistas, mas só porque algo é divertido, não quer dizer que tenhamos que cobrir nossos cérebros com um cobertor quando estamos lendo!​
Excelsior!​
Stan Lee”​
Mais que um contador de histórias, Stan Lee era um moldador de mentes, com pequenas lições ajudando a forjar caráter.
Há Controvérsias
Stan Lee foi acusado de aparecer mais do que deveria, de capitalizar em cima do trabalho dos outros, mas em verdade ele era um showman, ele era a figura pública de uma indústria de introvertidos. Stan adorava quadrinhos, adorava a Marvel, o que tinha de entusiasmado tinha de péssimo gerente, claro, e por isso tantos de seus empreendimentos deram errado, mas ele nunca desanimou.
Mesmo podendo se aposentar, Stan Lee nunca parou de trabalhar, ele era obcecado, todo dia 9 da manhã estava no escritório ajudando a produzir filmes e séries, emprestando sua imagem e prestígio para produtos bons, e alguns não tão bons…

Ele era uma presença constante em um mundo de anônimos famosos. A maioria dos leitores é incapaz de reconhecer mesmo os autores mais famosos. pouquíssimos nomes são associados a rostos, Neil Gaiman todo mundo reconhece, assim como é simples para qualquer fã olhar e identificar na hora Alan Moore:

Stan Lee não, ele era o rosto dos quadrinhos para o resto do mundo, fosse um apresentador de talk show em rede nacional, fosse um garotinho com um gibi na mão, tímido com medo de pedir um autógrafo. Todos eram tratados igual, todos eram “true believers”, mesmo os fãs da Distinta Concorrência, como Stan chamava a DC Comics.
Ele não era a Marvel, ele representava toda uma mídia, toda uma forma de arte, era um criador responsável por um Universo e embaixador de inúmeros outros, e respeitado a ponto da DC deixar que ele brincasse com suas propriedades mais valiosas:

Esse velhinho que criava mitos já estava cansado, sua visão falhando, e com a morte de Joan, sua esposa por 65 anos em 2017, ele perdeu muita da alegria de viver, também foi achacado por abutres atrás de seu dinheiro, mas mesmo assim não dá pra dizer que Stan Lee teve uma vida ruim.
Ele foi reconhecido amado e homenageado em vida, tanto por seus pares quanto por seus fãs. Onde ele colocasse o pé, era recebido com sorrisos. Vejam esta foto durante sua participação em Big Bang Theory. Só há sinceridade e carinho nesse beijo da Kaley Cuoco:

Stan escrevia histórias que eram desprezadas pro professores, pais e adultos em geral, eram vendidas em postos de gasolina e farmácias, consideradas uma forma de arte menor mesmo entre os que a apreciavam -estou olhando pra você, Europa- Suas idéias e aventuras épicas migraram para a TV sofrendo horríveis reduções em escala, em nome do orçamento. Quadrinhos eram um gueto cuja fronteira aquele judeu magrinho do Bronx sonhava ultrapassar, e ele conseguiu!
Aos poucos Hollywood percebeu que era possível contar grandes histórias baseadas em quadrinhos, a Marvel, que chegou às portas da falência e teve que fatiar seus personagens e alugá-los para diversos estúdios se tornou uma potência cinematográfica. Nada mais era impossível, tudo que Stan Lee havia sonhado era realidade no mundo de fantasia do cinema. Sem gambiarras, sem limitações orçamentárias.
Tony Stark, Thor, até mesmo o Hulk estavam lá. E sabe quando a ficha caiu, quando eu percebi isso? Somente nesta cena de Guerra Civil:

O ciclo se fechou, a Marvel do cinema voltou pra casa. Levou anos, custou uma fortuna mas felizmente eles tinham as duas coisas. Na hora certa, no tempo certo, depois de tantos altos e baixos, agora que já sabiam como fazer um bom filme de super-herói, podiam consertar o Homem-Aranha. E crianças, eles consertaram.
O maior presente que Stan Lee poderia receber do Universo, ele recebeu: Viu todas as suas criações se tornarem carne e osso na tela do cinema, poderosos em toda sua glória. Incontáveis pessoas trabalharam para levar essas histórias para a grande tela, mas elas não existiriam se Stanley Martin Lieber não criasse, com sua fiel máquina de escrever aqueles personagens.
Se ver o Universo Marvel no cinema foi um presente para os fãs, imagine para seu criador. Depois de Guerra Infinita, é justo imaginar que Stan Lee, depois de ver sua Criação e constatar que ela era boa, tenha finalmente descansado.
Vá em paz, obrigado por tudo, Stan.
Excelsior!
Texto emocionante...
Ao tomar conhecimento dá morte deste gênio, várias lembranças me vieram a mente de quando eu passava horas lendo as suas revistas, aguardando com a maior expectativa quando sairia o próximo exemplar na banca de jornal para acompanhar o desfecho de uma aventura...
Espero que suas criações durem bastante tempo no mundo do cinema...
 
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Além do cara ser uma lenda, 'parecia' um velho carismatico e bacana pra conviver em , alguem viu o documentario do H2 ai ? Sobre o Stan...
 

¬¬*

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Uma grande perda mesmo! Curtia pra c***lho o veiinho.

Mas rola um boato de que ele era um Mr. Satan dos quadrinhos. Levava a glória pelas coisas que os outros faziam. Alguém aqui acredita nisso?
 

Uzumaki.Luffy

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Eu acho que nunca mais vai ter alguém do nível do Sten Lee nessa indústria.
Uma grande perda mesmo! Curtia pra c***lho o veiinho.

Mas rola um boato de que ele era um Mr. Satan dos quadrinhos. Levava a glória pelas coisas que os outros faziam. Alguém aqui acredita nisso?
Já ouvi dizer também.Espero que seja mentira.
 

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Já ouvi dizer também.Espero que seja mentira.
Olha, eu acredito que era meio isso. Ele era creditado por ser "O" criador de vários heróis da Marvel, quando na verdade, a maioria foi em parceria com algum outro grande artista. Como o Homem-Aranha por exemplo.
 

Irregular Hunter

O BATMAN da internet
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É uma situação bem mais complexa do que simplesmente sim ou não, vou falar de algumas situações abaixo:


Para ficar mais simples de entender, é melhor explicar como funcionava esse processo de criação, de acordo com o Stan Lee o famoso método MARVEL, que consistia no script feito pelo roteirista, o artista então desenhava esse script, o trabalho voltava para o roteirista que dava suas considerações para o artista e por fim tínhamos o processo de criação dos diálogos nos balões de textos pelo roteirista ou talvez alguém com essa função em específico.

Existem várias declarações de artistas que trabalharam com o Stan Lee, Jack Kirby, Steve Ditko, entre vários outros nomes, esses artistas diminuem consideravelmente a participação do Stan Lee nesse processo criativo, explicitamente dizendo que por dezenas de edições ele não teve participação nenhuma no desenvolvimento do script, apenas dando sua aprovação para então inicio da fase do desenho, sendo que somente e depois o Stan Lee teria sua participação nos diálogos, as vezes implicando que nem isso.

Porque isso é controverso? Pois se o Stan Lee não teve participação no processo criativo, processo que envolveria criação de personagens e conceitos, por definições de mudanças na legislatura americana em relação a copyright que viriam a ocorrer mais tarde, isso implicaria que os direitos eventualmente reverteriam as famílias desses criadores, similar com os problemas que a DC tem com o Superman e outros personagens.


Algumas observações:

- Existem de fato nas artes originais do Jack Kirby, notas dele que basicamente explicam o que ocorre em cada quadro, como se fosse a primeira vez que o Stan Lee iria ver esses quadros, do mesmo jeito que existem nessas artes notas do Stan Lee sugerindo modificações.

- Existem um artigo de uma jornalista da época que observou o Stan Lee o Jack Kirby trabalhando, é bem claro pelo que ele ouviu que o Stan Lee não tinha muito conhecimento do que acontecia na história, não só isso, mas é bem aparentemente que propositalmente o Jack Kirby desenhou o contrário de tudo que o Stan Lee pedia, outras testemunhas falaram coisas similares, especialmente na questão do Jack Kirby não desenhar as mudanças pedidas pelo Stan Lee.

- O Stan lee teve vários atritos com artistas em função do diálogo, especialmente com o Steve Ditko, que era extremamente conservador e e muitas vezes tinha a intenção de sua arte alterada pelo Stan Lee, como por exemplo transformar um quadro onde o Aranha gritava contra jovens protestando em um quadro onde ele gritava em apoio deles, se tratando do Jack Kirby chega a ser hilário comparar os quadros originais do Quarteto Fantástico com os diálogos do Stan Lee, é bem notávelna obsessão do Stan Lee de creditar os feitos de todos os membros do Quarteto Fantástico ao Reed Richards, mesmo quando o mesmo não tinha participação direta no quadro.

- O dialogo do Stan Lee é bem marcante, é fácil fazer o argumento sobre quais histórias ele poderia ter escrito os diálogos ou não, pessoalmente acho bem evidente que ele escreveu os diálogos da maioria.

- O conflito do Stan Lee com os criadores já é oriundo da definição de criador, o Stan Lee acreditava que o criador era aquele que conceituava o personagem, não aquele que criava uma definição visual e artística do mesmo.

- Originalmente o Stan Lee não era contra creditar os artistas como co-criadores, claro que ele (e o tio dele que era dono da MARVEL na época) eram contra o pagamento de royaltis aos artistas, uma prática que só se tornaria padrão na indústria muitos anos mais tarde, mas eventualmente as implicações de copyright ficariam claras e o Stan Lee se declararia como único criador.

- É notável que o Stan Lee mudava drasticamente a narrativa de acordo com o artista, por exemplo o Aranha que com o Steve Ditko é um solitário frustrado, com o Romita é quase um harem Japonês de tanta menina se apaixonando por ele sem motivo nenhum, mas é possível argumentar que esses artistas eram escolhidos justamente para mudar a direção da revista, já que o Romita fez sua carreira inicial em quadrinhos de romance (e por isso as meninas deles todas pareciam modelos).

- Como dito anteriormente, não dá para fingirmos que não existe um interesse financeiro na premissa de desacreditar o Stan Lee como criador da maioria desses personagens, só com poucas exceções temos de fato documentos que provam o contrário como no caso do Surfista Prateado, por sinal foi quando o Stan Lee decidiu que quem escreveria a revista dele seria o Buscema que o Jack Kirby saiu da MARVEL.

- O Stan Lee eventualmente viraria a imagem pública da MARVEL, propositalmente exagerando muitos dos seus feitos e da empresa, justo que muito do que ele fazia não é nada distante de qualquer marketing nos nossos padrões atuais, mas inegavelmente isso incomodaria muitos artistas que também era inegavelmente muito mal pagos.

- Existe evidencia bem forte de que 8 páginas das 12 da primeira história do Quarteto Fantástico não foram criada pelo Stan Lee e nem pelo Jack Kirby, não só por inconsistências notáveis na arte que só poderiam ser oriundas de processos artísticos diferentes que existem entre esses 2 grupos de páginas, mas especificamente essas 4 páginas são consistentes com a arte do Jack Kirby e são somente as 4 páginas onde o quarteto fantástico utiliza seus poderes, é bom notar que no final dos anos 50 muitos artistas que queriam trabalhar na Timely faziam isso demonstrando seu portfólio, mesmo sem interesse no artista, muitas vezes o Stan Lee comprava história e guardava elas em um repositório da Timely, é possível argumentar que a primeira história do quarteto fantástico tenha sido uma história genérica de monstro alterada para incluir super poderes.

- Nota que até mesmo a história da criação do Homem Aranha é bem mais complicada, o primeiro visual e a primeira versão da história do personagem tinha sido conceitualizada pelo Jack Kirby, mas o Stan Lee decidiu pela versão do Steve Ditko, mas muito ironicamente... na frente da sede da MARVEL onde o Steve Ditko passava para trabalhar todos os dias... existia uma loja de venda de vestidos para crianças chamada Ben Cooper´s, incluindo vestidos de monstros, um desses monstros era basicamente uma roupa amarela de teia de aranha com o título de "Spider Man", existem inclusive fotos de mais de meia década antes da criação do Aranha da MARVEL com fotos desse vestido de Spiderman amarelo... curiosamente a Ben Cooper´s eventualmente entraria em contato com a MARVEL e acabaria com a licença oficial para vender vestidos dos personagens da MARVEL... Mas talvez a parte mais interessante dessa trivia... é que a grande maioria desses vestidos de monstros da Ben Cooper´s tiveram seu design feitos por uma pessoa em especifico... Jack Kirby, o mesmo Jack Kirby que sempre disse que ele tinha criado o personagem.

- Nota que de acordo com o Steve Ditko, o Stan Lee não teve quase nenhuma participação nas primeiras histórias do aranha fora os diálogos, o que implicaria que ele seria retentor dos direitos da maioria dos personagens criados nesse período.


Enfim... essas situações onde existe dinheiro envolvido são nebulosas, provavelmente o Stan Lee não participou de tantas histórias e criação de certos personagens como ele diz ter feito, mas ao mesmo tempo não existe de fato evidência que possa sugerir o contrário e provavelmente ele também teve uma participação bem mais ativa e relevante do que seus detratores afirmam.
 
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Uzumaki.Luffy

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Olha, eu acredito que era meio isso. Ele era creditado por ser "O" criador de vários heróis da Marvel, quando na verdade, a maioria foi em parceria com algum outro grande artista. Como o Homem-Aranha por exemplo.
Verdade, eu já tinha até esquecido desse detalhe.Foi um put* vacilo terem feito isso.
 
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