Goris
Ei mãe, 500 pontos!
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Furto é a subtração de um objeto pertencente à outra pessoa, ao contrário do roubo que envolve violência ou ameaça.
Na sua opinião, o furto faz parte da cultura do brasileiro?
1999, segunda-feira, 23 de fevereiro. Góris chega no trabalho e abre sua gaveta. Ele havia comprado uma revista Carta Capital na sexta e esquecido de levar para casa no fim de semana. Ela não estava lá. Na sala, além dele e outros 3 colegas, outros quatro líderes de setor tinham acesso (trabalhando em turnos). Cada um dos quais ganhava pelo menos 5 vezes o salário de Góris e a maioria dos quais nunca pareceu interessado em leitura. Ele esperou até quinta para ver se alguém devolveria, em vão. E então escreveu um recado num quadro que ficava na sala. Também em vão.
2003, sábado, 18 de outubro. Máquinas digitais ainda eram raíssimas (e caras) e as pessoas ainda tiravam fotos da maneira antiga: Fotografavam com a esperança que a foto tivesse ficado boa, esperavam ter dinheiro e, quando conseguiam, levaram o filme (geralmente de 24 ou 36 poses) para revelar, pagando uma pequena fortuna por elas. Então, fotos eram ainda um pouco difíceis. Normalmente, apenas um poucos tinham aquela foto legal da turma, ou um álbum com as viagem do pessoal... Em se tratando de parentes, só um tio ou tia tinha a foto daquele parente que todo mundo adorava e que morreu, com as fotos tratadas como relíquias. Neste sábado, Góris deixou duas amigas vendo os álbuns de fotos enquanto foi preparar um lanche.
Ele voltou e uma das amigas estava pegando uma foto dela com outra amiga e colocando na bolsa.
2021, quinta-feira, 17 de junho. Góris colocou um pendrive em formato de X-Wing na mesa enquanto tomava café com dois amigos numa padaria. Eles terminaram o café e foram pagar. Depois de pagar ele se lembrou que tinha deixado o pendrive em cima da mesa e voltou lá para pegar. Coisa de menos de um minuto. O pendrive desaparecido. Nenhuma criança estava por perto para ser perguntada.
Todas essas histórias (e muitas outras) tem um crime em comum: O Furto, que é subtrair um objeto de outra pessoa de forma velada, sem o uso de violência ou ameaça.
O mais curioso desse evento é que o furto acontece de forma quase que corriqueira no Brasil.
Na empresa, da sala do diretor ao cubículo do estagiário, nas lojas, do objeto pequeno mas valioso ao açúcar mascavo dado de graça para o café, o furto parece ser natural. Tanto que se você tem um objeto furtado, a culpa é sua de não tomar conta dele e e não do bandido.
Mais ainda, tenho (ou tive) colegas para quem furtar era algo normal, se alguém desse mole, teria algo furtado. Algumas vezes, só para não perder a oportunidade, sem ganho real nenhum.
Enfim, esse fenômeno do furto é natural para o brasileiro? Faz parte da cultura brasileira?
Se sim, como pode? De onde vem? Há como mudar isso?
Na sua opinião, o furto faz parte da cultura do brasileiro?
1999, segunda-feira, 23 de fevereiro. Góris chega no trabalho e abre sua gaveta. Ele havia comprado uma revista Carta Capital na sexta e esquecido de levar para casa no fim de semana. Ela não estava lá. Na sala, além dele e outros 3 colegas, outros quatro líderes de setor tinham acesso (trabalhando em turnos). Cada um dos quais ganhava pelo menos 5 vezes o salário de Góris e a maioria dos quais nunca pareceu interessado em leitura. Ele esperou até quinta para ver se alguém devolveria, em vão. E então escreveu um recado num quadro que ficava na sala. Também em vão.
2003, sábado, 18 de outubro. Máquinas digitais ainda eram raíssimas (e caras) e as pessoas ainda tiravam fotos da maneira antiga: Fotografavam com a esperança que a foto tivesse ficado boa, esperavam ter dinheiro e, quando conseguiam, levaram o filme (geralmente de 24 ou 36 poses) para revelar, pagando uma pequena fortuna por elas. Então, fotos eram ainda um pouco difíceis. Normalmente, apenas um poucos tinham aquela foto legal da turma, ou um álbum com as viagem do pessoal... Em se tratando de parentes, só um tio ou tia tinha a foto daquele parente que todo mundo adorava e que morreu, com as fotos tratadas como relíquias. Neste sábado, Góris deixou duas amigas vendo os álbuns de fotos enquanto foi preparar um lanche.
Ele voltou e uma das amigas estava pegando uma foto dela com outra amiga e colocando na bolsa.
2021, quinta-feira, 17 de junho. Góris colocou um pendrive em formato de X-Wing na mesa enquanto tomava café com dois amigos numa padaria. Eles terminaram o café e foram pagar. Depois de pagar ele se lembrou que tinha deixado o pendrive em cima da mesa e voltou lá para pegar. Coisa de menos de um minuto. O pendrive desaparecido. Nenhuma criança estava por perto para ser perguntada.
Todas essas histórias (e muitas outras) tem um crime em comum: O Furto, que é subtrair um objeto de outra pessoa de forma velada, sem o uso de violência ou ameaça.
O mais curioso desse evento é que o furto acontece de forma quase que corriqueira no Brasil.
Na empresa, da sala do diretor ao cubículo do estagiário, nas lojas, do objeto pequeno mas valioso ao açúcar mascavo dado de graça para o café, o furto parece ser natural. Tanto que se você tem um objeto furtado, a culpa é sua de não tomar conta dele e e não do bandido.
Mais ainda, tenho (ou tive) colegas para quem furtar era algo normal, se alguém desse mole, teria algo furtado. Algumas vezes, só para não perder a oportunidade, sem ganho real nenhum.
Enfim, esse fenômeno do furto é natural para o brasileiro? Faz parte da cultura brasileira?
Se sim, como pode? De onde vem? Há como mudar isso?