Na ONU, Trump anuncia novas sanções ao Irã e chama governo de ditadura corrupta
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O Estado de S.Paulo
25 Setembro 2018 | 13h38
NOVA YORK - O presidente americano,
Donald Trump, usou seu discurso na 73ª
Assembleia-Geral da ONU para fazer uma ofensiva ao
Irã, dizendo que os líderes iranianos espalham “caos, morte e destruição” e chamando o regime do país de “ditadura corrupta”. Além disso, Trump anunciou novas sanções ao governo do presidente
Hassan Rohani a partir de novembro, mas não detalhou quais serão as medidas tomadas. Para ele, um diálogo com o país será possível apenas após uma mudança de tom vinda de
Teerã.
O presidente americano chegou atrasado ao evento e, portanto, não foi o segundo a discursar, como o de costume. Ele, que decidiu abandonar o acordo nuclear com Teerã, convocou a comunidade internacional "a isolar o regime iraniano".
Na mesma fala, o presidente americano destacou sua estratégia em relação à
Coreia do Norte, advertindo, no entanto, que as sanções contra Pyongyang continuarão até a desnuclearização da
Península Coreana. Na Assembleia-Geral do ano passado, Trump usou a mesma tribuna para atacar o líder norte-coreano,
Kim Jong-un, e ameaçou “destruir totalmente” o país.
Outro ponto abordado pelo chefe de Estado foi a guerra na síria. “A tragédia em curso na
Síria é desoladora. Nossos objetivos compartilhados devem ser a desescalada do conflito militar, junto com a solução política que honra o desejo do povo sírio”, declarou. Trump pediu que o processo de paz liderado pela ONU seja revigorado. No entanto, sublinhou que, caso o regime do presidente
Bashar Assad volte a usar armas químicas, “os Estados Unidos vão responder”.
O presidente americano ainda abordou a ajuda financeira fornecida pelos EUA a outros países, afirmando que os benefícios serão concedidos apenas a “amigos”. “Vamos examinar o que está funcionando, e se os países que recebem nossos dólares e nossa proteção também têm nossos interesses no coração.”
Trump insistiu que a ajuda será dada apenas aos Estados que respeitem os EUA. Além disso, reivindicou trocas comerciais “justas e equilibradas”, justificando suas decisões recentes no plano econômico, especialmente em relação à
China. Segundo ele, o desequilíbrio comercial com o país “não pode ser tolerado.
O presidente também pediu aos países-membros da
Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) que reduzam seus preços. “Os Estados Unidos estão prontos para exportar nosso abundante e acessível estoque de petróleo, carvão limpo e gás natural", anunciou. “A Opep e os países da Opep estão, como sempre, roubando o resto do mundo, e eu não gosto disso. Ninguém deveria gostar disso", criticou.
/ AFP