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Erdogan threatens to send 3.6 million refugees to Europe
Erdogan também ameaçou liberar a saída de 3,6 milhões de refugiados sírios para que eles possam seguir para a Europa, caso os países daquele continente sigam questionando sua operação militar.
"Vamos abrir os portões e mandar 3,6 milhões de refugiados seguirem seu caminho", disse Erdogan.
Na quarta (9), França, Reino Unido e mais três países europeus pediram uma reunião no Conselho de Segurança da ONU para debater a ação turca. Os dois países, assim como Alemanha e Itália, criticaram o ataque. A reunião deve ocorrer nesta quinta (10).
Erdogan
considera os curdos como terroristas, e diz que a ação contra eles visa proteger seu país e também abrir espaço para que os refugiados abrigados na Turquia possam ser realojados na Síria.
Frente à grande quantidade de sírios que seguiam para a Europa, em 2016, a União Europeia
fez um acordo com a Turquia para que essas pessoas ficassem alojadas no país, em campos de refugiados. O país se comprometeu a receber também refugiados que fossem capturados no mar enquanto tentavam rumar para a Europa.
Nesta quinta (10), o chanceler da Itália, Luigi Di Maio, classificou a operação como "inaceitável" e disse que outras ações similares no passado geraram mais terrorismo.
Erdogan também criticou países do Oriente Médio, como Arábia Saudita e Egito. "Eles não são honestos, eles apenas maquiam palavras. Nós, contudo, fazemos ações, e essa é a diferença entre nós e eles".
A pedido do Egito, a Liga Árabe fará uma reunião no sábado (12) para tratar da operação.
O Irã também condenou a operação e defendeu que ela seja suspensa imediatamente. A Rússia, aliada do regime sírio, disse que planeja mediar o diálogo entre a Síria e a Turquia.
Depois do início da operação, o presidente Donald Trump recuou e disse que não estava abandonando os curdos. E agora afirma, em nota, que o ataque foi "uma má ideia" e que não tem apoio dos EUA.
A repórteres, Trump disse também que os curdos "lutam por sua terra" e que não ajudaram os EUA durante a Segunda Guerra. "Não nos ajudaram com a Normandia", afirmou.
Estado Islâmico
Até a semana passada, os curdos eram aliados militares dos EUA na
luta contra o grupo terrorista Estado Islâmico, que perdeu o controle dos territórios que dominava na Síria e no Iraque.
O comando dos curdos no norte da Síria acusou a Turquia de atacar uma prisão onde estavam detidos ex-combatentes do Estado Islâmico, em Chirkin. Nessa cadeia, havia presos de mais de 60 nacionalidades diferentes.
Um dos temores gerados pela ação turca é a de que ela abra caminho para que os
integrantes do EI escapem e se reorganizem. O EI perdeu os territórios que chegou a dominar na Síria e no Iraque, mas não foi completamente derrotado.
As FDS (Forças Democráticas Sírias, lideradas pelos curdos) mantém presos milhares de ex-combatentes do EI, além dos familiares deles.
"O número de agentes protegendo as prisões diminui conforme as batalhas se intensificam. Isso gera um grande perigo [de que ocorram fugas]", disse Badran Jia Kurd, membro da cúpula das forças curdas, à Reuters.