Como a ordem de preferência costuma ser instável e posições costumam variar de acordo com a nostalgia do momento, vou colocar em ordem cronológica:
1)
Ocarina of Time é considerado por muitos, o melhor game já feito, e eu não estou de fora dessa na maioria das vezes, é um game que foi uma baita revolução na época, um mapa inteirinho pra você explorar, passagem do dia pra noite acontecendo diante de seus olhos, viagem no tempo que influencia o mundo e seus personagens, um monte de coisas secretas e passagens escondidas (toda vez que eu jogo eu acho algo novo, impressionante), personagens memoráveis, locais memoráveis, trilha sonora impecável, montaria, pesca, side quests e por aí vai.
Calhou também de ter sido o primeiro game que eu consegui acompanhar a história por ter avançado mais no inglês, imagine o quão maravilhoso ter tido a primeira experiência completa em um game com história ,justamente com um game que é aclamado como sendo o melhor já feito? Está aqui no meu coração, e ninguém tira.
2)
World of Warcraft Vanilla (atualmente o clássico), é um game que está sendo revisitado atualmente, e infelizmente a Blizzard está no maior descaso com o equilibro de Horde e Alilance nos servidores, o que está matando o jogo e fazendo jogadores abandonarem, mas não podemos esquecer o que foi esse game quando lançado em 2004, enquanto MMORPGs estavam engatinhando e montando um mercado, a Blizzard lança esse absurdo que estava muito a frente da concorrência e do seu tempo.
Nada de mundos separados em zonas independentes, mudando de uma pra outra com teleporte e tela de load, não, aqui temos um mundo gigantesco pra você explorar, e se quiser explorar vai caminhando, pelo menos até ter algum dinheiro pra usar os grifos e morcegos, e nada de load, você realmente voava e observava o mundo de Azeroth, e todos ficavam loucos quando viam um dragão nível caveira passeando pelas Burning Steppes, enquanto você mal mata uns javalis sozinho, e aqui jogar em grupo não era um atrativo, era ESSENCIAL, e nada de caos, a Blizz foi inovadora em separar as roles de DPS, Tank e Healer e fazer com que funcionasse tudo direitinho, jogar com 5 pessoas numa dungeon era muito mais imersivo que a loucura de MVP em grupo no
Ragnarok, você juntar-se com mais 39 e matar um dragão do tamanho de um castelo era algo inimaginável.
E dá pra falar uma infinidade de coisas ainda, a união com os outros jogadores que o jogo proporciona, a recompensa de pegar um item difícil de cair, o fato do seu personagem ter um level cap e ele se tornar mais poderoso de acordo com os itens que você usa, casa de leilões + economia, sistema de profissões, sistema de talentos, pvp com background no lore, classes bem diferenciadas, raças, todas as formas de inimigos que você possa querer numa fantasia (desde aranhas gigantes, passando por zumbis, minotauros, dinossauros, fantasmas até colossais dragões esqueletos cuspidores de gelo e elementais de fogo do tamanho de prédios), dá pra ficar até amanhã, tive e tenhos momentos memoráveis com World of Warcraft.
3)
Quando você envelhece, boa parte da magia que um game pode te proporcionar se perde, muitas vezes você não fica mais que alguns minutos jogando larga de mão e vai pro Youtube e Netflix, eu já estava totalmente sem esperanças de me prender e me emocionar com um jogo depois que fiz 30 anos de idade, mas que surpresa Wicher 3 me proporcionou, cheguei a jogar (e terminar) o 2 mas ele não tinha sido nada de demais e foi rapidamente esquecido, quando anunciaram o 3, pintou um pequeno interesse (longe de ser um hype) devido a ser, desta vez, de mundo aberto, e como podem perceber pelos games anteriores, sou aficionado por games com mapas e com a liberdade de explorar o mundo, peguei o game na pré-venda, justamente pq o lançamento dele calharia com o primeiro dia das minhas férias e queria ter algo pra jogar enquanto estivesse em casa.
Jesus amado, como eu joguei esse jogo em maio/junho de 2015 (o que era pra ser umas jogatinas durante as férias viraram maratonas de mais de 12 horas diárias) , o jogo é tudo aquilo que eu sempre quis em um game, um mundo medieval vivo e crível, você consegue reparar no cotidiano dos NPCs em cada vila, a fantasia é na medida certa e mais dark que meus games anteriores, os gráficos são lindíssimos ao ponto de parecer que cada local te dá a possibilidade de tirar uma foto com uma vista estonteante, o modo detetive do Geralt pra solucionar crimes (desde uma suposta casa mal assombrada, assassinatos num beco atrás de um puteiro até a perseguição a um serial killer na cidade) existem inúmeras passagens secretas, trilha sonora maravilhosa, detalhes absurdos como o som da chuva pingando nas armaduras de metal dos guardas ou o barulho de árvores envergando com a ventania antes de uma chuva, muitos reclamam da jogabilidade, que está longe de ser perfeita, mas também está longe de ser um problema que te afaste dessa obra de arte, deixei o que há de melhor no jogo para falar por último, a narrativa.
MEU DEUS! Se tratando de narrativa, Witcher 3 tem algo que nunca tinha visto antes e que está muito a frente de qualquer game que eu me lembre ter jogado, a cada momento do game você encontra algo que te passará uma história que fará você refletir, mesmo que por alguns segundos, e nem estou falando da Main Quest que te dará horas e horas de histórias e aprofundamento dos personagens já conhecidos (que mesmo que você não conheça tem o glossário pra te colocar por dentro).
Também não estou falando das Side Quests que você tropeça enquanto está explorando o mundo, que ao contrário dos games das concorrentes (alô Rockstar e Bethesda) se iniciam de maneira que te instiga a parar tudo o que você está fazendo (pode ser desde o sofrimento de um fantasma que ficou preso neste mundo até uma simples velhinha curiosa espiando uma janela atrás de sua frigideira) e ver no que aquilo vai dar, acredite, muitas vezes você fica emocionalmente ligado à um NPC ou decepcionado/triste/magoado com o mal existente naquele mundo e pq não na nossa própria natureza humana.
Também não estou falando do sistema de Escolhas passadas ao jogador que influenciam e MUITO como a história se desdobará e como você vai se sentir com isso.
Estou falando dos trabalhos que os caras tiveram em criar uma história para cada tesouro que você ache no mapa, geralmente através de uma carta ao lado de um cadáver, e isso está em todos os lugares do mundo (tá vendo aquele navio naufragado na costa da foto acima? Ali com certeza tem um cadáver ao lado de um tesouro e uma carta do marinheiro morto que está feliz em estar indo se reencontrar com a família depois de ficar rico com uma aventura) são histórias em sua maioria envolvendo sonhos e perseveranças interrompidos com violência, e cada uma é melhor que a outra, muito acima dos livros da franquia Elder Scrolls que raramente tem algo interessante.
Enfim, um jogasso que saiu nessa geração e revitalizou meu amor por games, amor que já achava que tinha se perdido.