Iranianos lotam as ruas do Teerã para homenagear o general Suleimani
06 de janeiro de 2020 | 11h40
TEERÃ - Uma multidão de pessoas inundou as ruas do Teerã nesta segunda-feira, 6, para prestar homenagem ao general
Qassim Suleimani, líder militar
morto em um ataque dos Estados Unidos no Iraque. A multidão se reuniu na Universidade do Teerã, onde o líder supremo do país, o aiatolá
Ali Khamenei, dedicou orações ao herói iraniano.
Multidão se aglomera pelas ruas do Teerã para prestar homenagem ao general Qassim Sulemaini Foto: EFE/EPA/IRAN'S SUPREME LEADER OFFICE
Na manhã desta segunda, uma maré humana invadiu as avenidas
Enghelab ("Revolução" em persa),
Azadi ("Liberdade") e seus arredores, portando bandeiras do
Irã, do
Líbano e do
Iraque, além de outras vermelhas, que simbolizam o “sangue dos mártires”.
Visivelmente emocionado, o aiatolá Khamenei fez uma breve oração em árabe perante o caixão de Suleimane, do iraquiano
Abu Mehdi Al Muhandis (o segundo no comando da coalizão paramilitar e pró-iraniana Hashd Al Shaabi), e de outros quatro cidadãos iranianos mortos no mesmo ataque dos
EUA.
Multidão segura fotos de Qassim Suleimani durante homenagem ao general pelas ruas do Teerã Foto: EFE/EPA/ABEDIN TAHERKENAREH
Tanto o líder supremo quanto outros dirigentes, como o presidente
Hassan Rohani, o presidente do Parlamento
Ali Larijani e o general
Hosein Salami, saíram rapidamente do local, antes que a multidão tomasse as ruas do Teerã.
De acordo com a TV estatal do Irã, a multidão foi formada por milhões de iranianos, que se alternavam entre explosões de tristeza e de fúria, com gritos como “Morte à América!” e “Morte a Israel!”. Dentre a multidão, também estava presente o chefe do movimento palestino
Hamas,
Ismail Haniyeh.
Ao longo da caminhada, foram queimadas bandeiras dos EUA e de
Israel, enquanto homens e mulheres pediam vingança pela morte de Suleimani. Um homem foi visto carregando uma placa em que era possível ler a hashtag #SevereRevenge (“Vingança cruel”), slogan que também tem ganhado as redes sociais de iranianos.
Desde a confirmação da morte de Suleimani, os iranianos já haviam tomado as ruas do país, com registro de protestos na sexta-feira, quando
dezenas de milhares ocuparam as vias públicas do Teerã com fotos do general.
Arquiteto da política expansionista do Irã no Oriente Médio como chefe da Força Al-Quds dos Guardiões da Revolução, Suleimani foi morto na última quinta, 2, em um ataque de drone liderado pelos Estados Unidos nos arredores do aeroporto de Bagdá. Seu assassinato provocou uma escalada das tensões entre Teerã e Washington. /
AFP