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Bam-bam-bam
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"c***lh0, deu um branco"
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na TEORIA voce está certo, na prática qualquer um sabe que a coisa não é bem assim
só para ficar em alguns exemplos:
A Fundação Alexandre de Gusmão (FUNAG), vinculada ao Itamaraty, edita dezenas de livros todos os anos, dos mais diversos espectros. Em comum, eles se referem à praxis da diplomacia e à Política Externa Brasileira. Entre eles, os Manuais do Candidato, que são uma espécie de resumão das matérias abordadas no concurso do IRBr. Mas eles são uma gota no oceano. Nesse caso específico, a matéria do Antagonista fez um "cherry picking" maroto; nesse mar de publicações, seria possível você escolher qualquer citação que supostamente afirmasse tal e qual governo, de esquerda ou direita. Sabe qual seria o título correto da matéria? "Uma entre as diversas publicações editada por fundação vinculada ao Itamaraty menciona Bolsonaro em contexto negativo". Mas convenhamos, isso não chamaria a atenção de ninguém.O manual do Itamaraty que ataca Bolsonaro
O manual do Itamaraty que ataca Bolsonaro - O Antagonista
Um manual patrocinado pelo Itamaraty ataca Jair Bolsonaro...www.oantagonista.com
Sim, diversos diplomatas reagiram mal à indicação dele. Quebrando uma tradição de pragmatismo observada há muitas décadas no Itamaraty, o Chanceler sabidamente optou por uma postura ideológica, de alinhamento automático. Essa mudança repentina de paradigma não foi bem digerida por parte da Casa.Diplomatas reagem mal à indicação de Araújo ao Itamaraty e apontam quebra de hierarquia
Diplomatas reagem mal à indicação de Araújo ao Itamaraty e apontam quebra de hierarquia
A reação de diplomatas que atuam no Itamaraty foi a pior possível à indicação de Ernesto Araújo como novo ministro das Relações Exteriores, com alguns deles avaliando que houve uma quebra dnoticias.uol.com.br
Realmente não conheço quem subscreveu essa carta, mas acredito que tenha sido legítima. Vamos presumir que todos que a tenham subscrito, sem exceção, sejam de esquerda. Isso seria indicativo do posicionamento do órgão como um todo? De forma alguma. Convenhamos, 40 diplomatas atuantes num universo de 1.500 é algo próximo ao insignificante. Novamente, uma chamada de matéria do gênero "Carta apócrifa de alguns diplomatas..." não teria o mesmo punch. Parece algo óbvio, mas a escolha de palavras sugere uma situação que extrapola a realidade, como se o MRE estivesse se sublevando.Carta apócrifa de diplomatas critica posição de Bolsonaro sobre ditadura
Carta apócrifa de diplomatas critica posição de Bolsonaro sobre ditadura
Segundo documento, declarações do presidente causam danos graves à imagem do paíswww1.folha.uol.com.br
Sim, você tem razão. Se houvesse uma disputa entre os maiores egos da esplanada, os diplomatas teriam boas chances de ficar entre os primeiros. E é evidente que, numa carreira eminentemente política, cada um tenha sua ideologia de preferência. Não somente os brasileiros, mas qualquer diplomata. O que eu afirmei anteriormente - e reafirmo agora - é que, no desempenho de sua função, eles são obrigados a engolir suas convicções e desempenhar a política externa do Chefe de Estado. Isso não é teoria, é prática.a gente sabe que tem muito diplomata VAIDOSO pra kct e que TEM SIM ideologias .... e isso me leva a um outro exemplo:
imagina o Brasil mandar para os USA um embaixador que NÃO gosta do Trump, imagina a m**** que isso pode dar pra gente??
pois é...
Embaixador britânico nos EUA chama governo Trump de inepto em mensagens sigilosas
Embaixador britânico nos EUA chama governo Trump de inepto em mensagens sigilosas
Jornal The Mail on Sunday teve acesso a correspondência oficial de diplomatawww1.folha.uol.com.br
Embaixador britânico nos EUA pede demissão após polêmica com Trump
Embaixador britânico nos EUA pede demissão após polêmica com Trump
Anúncio foi feito nesta quarta (10). O representante do Reino Unido teve e-mails diplomáticos vazados nos quais teria chamado o presidente Donald Trump de "incompetente".g1.globo.com
De direita, conservadores e mais qualificados que o Eduardo, existem tantos que nem saberia por onde começar a listar. Nem precisa ser dos mais graduados, tenho colegas de turma que se encaixam nesse perfil. Falando sério, por mais despreparado que eu me considere para um cargo dessa envergadura, eu mesmo seria mais qualificado que ele, sem qualquer modéstia.OBS: Agora se tem no Itamaraty caras DE DIREITA, conservadores, que gostam do Bolsonaro e gostam do Trump, e que sejam muito mais qualificados que o Eduardo, então por favor me deem NOMES , quero saber quem são
Não, com certeza não. Ele só quer se aproveitar da posição para beneficiar o filho. Não me surpreenderia se num futuro próximo ele tentar fazer algo parecido com os outros dois.Estaria Bolsonaro querendo fazer algo parecido com a diplomacia bizantina? Não que o Brasil tenha força para isso, mas vai saber o que se passa na cabeça deles...
Definitivamente não entendo o alarde da esquerda, essa é uma das questões pela qual estou pouco me lixando.
clone bustedQue conhecimento profundo é esse da Outerspace com menos de 2 meses de conta?
Não tô nem aí pra todo este bafafá em cima desta notícia, VISTO QUE TENHO A ABSOLUTA CERTEZA QUE O PEDIDO NÃO SERÁ APROVADO PELO SENADO.
T+
Esse seria o sparcx86 mas o @LucianoBraga falou que não é
Cogitaram também um tal de Darren, tá na cara que é clone né
Também notei que o LHand parou de postar no dia 12 de Junho e no perfil desse cara parece mensagem a partir 14 de Junho
volta você macaca Chita
gente muito bom vir aqui rir dos bolsominions terraplanistas anti-vacinas hahaha
vou falar pros meus amigos virem tbm
"c***lh0, deu um branco"
Valendo a conta no fórum?
Oxe!
E porque faria algo assim?
Eu aposto um engradado de heineken, mas de garrafa, nada de latinha...
Topa?
T+
1º valeu pela respostaOk, vou tentar responder a todas as suas colocações sob o seguinte contexto: os exemplos abaixo vêm de fontes secundárias, a mídia; e tanto eu quanto o @ptsousa somos fontes primárias. Como sabe, veículos de imprensa não são isentos e tem suas próprias agendas. Além do que, quanto mais polêmica, mais atenção obtém. Ou seja... apesar de tecnicamente corretas, as chamadas generalizam fortemente, e acabam transmitindo situações que não existem na prática.
A Fundação Alexandre de Gusmão (FUNAG), vinculada ao Itamaraty, edita dezenas de livros todos os anos, dos mais diversos espectros. Em comum, eles se referem à praxis da diplomacia e à Política Externa Brasileira. Entre eles, os Manuais do Candidato, que são uma espécie de resumão das matérias abordadas no concurso do IRBr. Mas eles são uma gota no oceano. Nesse caso específico, a matéria do Antagonista fez um "cherry picking" maroto; nesse mar de publicações, seria possível você escolher qualquer citação que supostamente afirmasse tal e qual governo, de esquerda ou direita. Sabe qual seria o título correto da matéria? "Uma entre as diversas publicações editada por fundação vinculada ao Itamaraty menciona Bolsonaro em contexto negativo". Mas convenhamos, isso não chamaria a atenção de ninguém.
Como consta na matéria do próprio Antagonista, o livro foi editado em 2013; a tendência é que a lista seja atualizada por publicações mais modernas em não muito tempo. Por curiosidade, o autor desse livro específico foi dono de um curso preparatório para o Itamaraty no RJ muito procurado, e com grande taxa de aprovação. Com a influência que conseguiu ao longo dos anos, não admira que tenha conseguido apoio da FUNAG para editar seu livro.
Outra curiosidade: sabem quantos diplomatas constam como lotados na FUNAG em nossa rede interna? Zero.
Sim, diversos diplomatas reagiram mal à indicação dele. Quebrando uma tradição de pragmatismo observada há muitas décadas no Itamaraty, o Chanceler sabidamente optou por uma postura ideológica, de alinhamento automático. Essa mudança repentina de paradigma não foi bem digerida por parte da Casa.
Mas sobretudo, o que causou mais espécie foi a promoção à Ministro de Estado de alguém que sequer havia sido chefe de Posto no Exterior. Muita gente graúda (e ao meu ver, mais preparada) foi preterida. Em qualquer organização, os superiores ficariam perplexos e insatisfeitos ao verem um subordinado ser alçado à chefia deles numa canetada; imagine então no Itamaraty, com o apego à hierarquia tem tem?
Em suma, a insatisfação se deve a uma mistura de quebra da cultura da casa com egos feridos. Ideologia não tem papel nesse caso.
Realmente não conheço quem subscreveu essa carta, mas acredito que tenha sido legítima. Vamos presumir que todos que a tenham subscrito, sem exceção, sejam de esquerda. Isso seria indicativo do posicionamento do órgão como um todo? De forma alguma. Convenhamos, 40 diplomatas atuantes num universo de 1.500 é algo próximo ao insignificante. Novamente, uma chamada de matéria do gênero "Carta apócrifa de alguns diplomatas..." não teria o mesmo punch. Parece algo óbvio, mas a escolha de palavras sugere uma situação que extrapola a realidade, como se o MRE estivesse se sublevando.
Sim, você tem razão. Se houvesse uma disputa entre os maiores egos da esplanada, os diplomatas teriam boas chances de ficar entre os primeiros. E é evidente que, numa carreira eminentemente política, cada um tenha sua ideologia de preferência. Não somente os brasileiros, mas qualquer diplomata. O que eu afirmei anteriormente - e reafirmo agora - é que, no desempenho de sua função, eles são obrigados a engolir suas convicções e desempenhar a política externa do Chefe de Estado. Isso não é teoria, é prática.
Agora, cá entre nós, temer que enviássemos aos EUA um embaixador eminentemente anti-americano é subestimar absurdamente a capacidade do MRE de colocar em prática os objetivos da nossa política externa. País nenhum faria isso, seria absurdamente contraproducente. Isso vale não apenas para as nações amigas, mas também para as rivais. Como havia dito, um Embaixador deve necessariamente ter bom trânsito entre os diversas instituições do Estado receptor; além do que, para que obtenha o agrément, o receptor precisa aprová-lo de antemão, ou sequer será considerado um interlocutor oficial. Antes de tudo, a diplomacia visa construir pontes, não destruí-las.
No caso específico do embaixador britânico... não conheço os pormenores por não ter visto os telegramas, mas saiba que a opinião dele não é exceção entre diversas chancelarias ao redor do mundo. O que ocorre é que a avaliação dele por telegrama (comunicação padrão de cada Posto no exterior, que inclui, entre outros dados, análises sobre a situação política do país receptor) deveria ter sido mantida secreta. É criptografada. Quem fez o vazamento queria necessariamente derrubá-lo, e foi bem sucedido.
No meio diplomático, há uma razão para essas comunicações serem reservadas ou secretas: pode haver sérias consequências. Lembra-se da Primavera Árabe? Pois é, começou a partir do vazamento de telegramas semelhantes. Sendo bastante informal, nações são feitas por gente, com uma capacidade sem igual de trocar os pés pelas mãos... e se todos souberem o que uns realmente pensam dos outros, as relações não serão das melhores...
De direita, conservadores e mais qualificados que o Eduardo, existem tantos que nem saberia por onde começar a listar. Nem precisa ser dos mais graduados, tenho colegas de turma que se encaixam nesse perfil. Falando sério, por mais despreparado que eu me considere para um cargo dessa envergadura, eu mesmo seria mais qualificado que ele, sem qualquer modéstia.
Agora, sobre gostar do Bolsonaro... sei que existem, mas não sei quantos. Eu não consideraria isso como um pré-requisito. Admito que é desejável ter um bom trânsito com seu chefe, mas um bom diplomata não deve ter que gostar: ele deve obedecer as instruções emanadas pela Secretaria de Estado (a.k.a., Chanceler, mas em última instância, pelo Presidente) e aplicar as linhas mestras da nossa política externa, com o grau de flexibilidade com que dispõe.
E sobre gostar do Trump... na minha modesta opinião, uma coisa é ser amigável; outra coisa é ter simpatia explícita pelo chefe do Estado receptor. Nem acho que nosso futuro embaixador deva; precisa apenas que se mantenha respeitoso. Lembre-se, boas relações entre Estados não implica necessariamente em cooperação. Se o Trump for suficientemente competente, ele poderá se aproveitar desse fato para conseguir executar os objetivos da política externa dele, não da nossa, nas respectivas áreas onde somos rivais. Acho isso simplesmente perigoso.
Ok, vou tentar responder a todas as suas colocações sob o seguinte contexto: os exemplos abaixo vêm de fontes secundárias, a mídia; e tanto eu quanto o @ptsousa somos fontes primárias. Como sabe, veículos de imprensa não são isentos e tem suas próprias agendas. Além do que, quanto mais polêmica, mais atenção obtém. Ou seja... apesar de tecnicamente corretas, as chamadas generalizam fortemente, e acabam transmitindo situações que não existem na prática.
A Fundação Alexandre de Gusmão (FUNAG), vinculada ao Itamaraty, edita dezenas de livros todos os anos, dos mais diversos espectros. Em comum, eles se referem à praxis da diplomacia e à Política Externa Brasileira. Entre eles, os Manuais do Candidato, que são uma espécie de resumão das matérias abordadas no concurso do IRBr. Mas eles são uma gota no oceano. Nesse caso específico, a matéria do Antagonista fez um "cherry picking" maroto; nesse mar de publicações, seria possível você escolher qualquer citação que supostamente afirmasse tal e qual governo, de esquerda ou direita. Sabe qual seria o título correto da matéria? "Uma entre as diversas publicações editada por fundação vinculada ao Itamaraty menciona Bolsonaro em contexto negativo". Mas convenhamos, isso não chamaria a atenção de ninguém.
Como consta na matéria do próprio Antagonista, o livro foi editado em 2013; a tendência é que a lista seja atualizada por publicações mais modernas em não muito tempo. Por curiosidade, o autor desse livro específico foi dono de um curso preparatório para o Itamaraty no RJ muito procurado, e com grande taxa de aprovação. Com a influência que conseguiu ao longo dos anos, não admira que tenha conseguido apoio da FUNAG para editar seu livro.
Outra curiosidade: sabem quantos diplomatas constam como lotados na FUNAG em nossa rede interna? Zero.
Sim, diversos diplomatas reagiram mal à indicação dele. Quebrando uma tradição de pragmatismo observada há muitas décadas no Itamaraty, o Chanceler sabidamente optou por uma postura ideológica, de alinhamento automático. Essa mudança repentina de paradigma não foi bem digerida por parte da Casa.
Mas sobretudo, o que causou mais espécie foi a promoção à Ministro de Estado de alguém que sequer havia sido chefe de Posto no Exterior. Muita gente graúda (e ao meu ver, mais preparada) foi preterida. Em qualquer organização, os superiores ficariam perplexos e insatisfeitos ao verem um subordinado ser alçado à chefia deles numa canetada; imagine então no Itamaraty, com o apego à hierarquia que tem?
Em suma, a insatisfação se deve a uma mistura de quebra da cultura da casa com egos feridos. Ideologia não tem papel nesse caso.
Realmente não conheço quem subscreveu essa carta, mas acredito que tenha sido legítima. Vamos presumir que todos que a tenham subscrito, sem exceção, sejam de esquerda. Isso seria indicativo do posicionamento do órgão como um todo? De forma alguma. Convenhamos, 40 diplomatas atuantes num universo de 1.500 é algo próximo ao insignificante. Novamente, uma chamada de matéria do gênero "Carta apócrifa de alguns diplomatas..." não teria o mesmo punch. Parece algo óbvio, mas a escolha de palavras sugere uma situação que extrapola a realidade, como se o MRE estivesse se sublevando.
Sim, você tem razão. Se houvesse uma disputa entre os maiores egos da esplanada, os diplomatas teriam boas chances de ficar entre os primeiros. E é evidente que, numa carreira eminentemente política, cada um tenha sua ideologia de preferência. Não somente os brasileiros, mas qualquer diplomata. O que eu afirmei anteriormente - e reafirmo agora - é que, no desempenho de sua função, eles são obrigados a engolir suas convicções e desempenhar a política externa do Chefe de Estado. Isso não é teoria, é prática.
Agora, cá entre nós, temer que enviássemos aos EUA um embaixador eminentemente anti-americano é subestimar absurdamente a capacidade do MRE de colocar em prática os objetivos da nossa política externa. País nenhum faria isso, seria absurdamente contraproducente. Isso vale não apenas para as nações amigas, mas também para as rivais. Como havia dito, um Embaixador deve necessariamente ter bom trânsito entre os diversas instituições do Estado receptor; além do que, para que obtenha o agrément, o receptor precisa aprová-lo de antemão, ou sequer será considerado um interlocutor oficial. Antes de tudo, a diplomacia visa construir pontes, não destruí-las.
No caso específico do embaixador britânico... não conheço os pormenores por não ter visto os telegramas, mas saiba que a opinião dele não é exceção entre diversas chancelarias ao redor do mundo. O que ocorre é que a avaliação dele por telegrama (comunicação padrão de cada Posto no exterior, que inclui, entre outros dados, análises sobre a situação política do país receptor) deveria ter sido mantida secreta. É criptografada. Quem fez o vazamento queria necessariamente derrubá-lo, e foi bem sucedido.
No meio diplomático, há uma razão para essas comunicações serem reservadas ou secretas: pode haver sérias consequências. Lembra-se da Primavera Árabe? Pois é, começou a partir do vazamento de telegramas semelhantes. Sendo bastante informal, nações são feitas por gente, com uma capacidade sem igual de trocar os pés pelas mãos... e se todos souberem o que uns realmente pensam dos outros, as relações não serão das melhores...
De direita, conservadores e mais qualificados que o Eduardo, existem tantos que nem saberia por onde começar a listar. Nem precisa ser dos mais graduados, tenho colegas de turma que se encaixam nesse perfil. Falando sério, por mais despreparado que eu me considere para um cargo dessa envergadura, eu mesmo seria mais qualificado que ele, sem qualquer modéstia.
Agora, sobre gostar do Bolsonaro... sei que existem, mas não sei quantos. Eu não consideraria isso como um pré-requisito. Admito que é desejável ter um bom trânsito com seu chefe, mas um bom diplomata não deve ter que gostar: ele deve obedecer as instruções emanadas pela Secretaria de Estado (a.k.a., Chanceler, mas em última instância, pelo Presidente) e aplicar as linhas mestras da nossa política externa, com o grau de flexibilidade com que dispõe.
E sobre gostar do Trump... na minha modesta opinião, uma coisa é ser amigável; outra coisa é ter simpatia explícita pelo chefe do Estado receptor. Nem acho que nosso futuro embaixador deva; precisa apenas que se mantenha respeitoso. Lembre-se, boas relações entre Estados não implica necessariamente em cooperação. Se o Trump for suficientemente competente, ele poderá se aproveitar desse fato para conseguir executar os objetivos da política externa dele, não da nossa, nas respectivas áreas onde somos rivais. Acho isso simplesmente perigoso.
Ok, vou tentar responder a todas as suas colocações sob o seguinte contexto: os exemplos abaixo vêm de fontes secundárias, a mídia; e tanto eu quanto o @ptsousa somos fontes primárias. Como sabe, veículos de imprensa não são isentos e tem suas próprias agendas. Além do que, quanto mais polêmica, mais atenção obtém. Ou seja... apesar de tecnicamente corretas, as chamadas generalizam fortemente, e acabam transmitindo situações que não existem na prática.
A Fundação Alexandre de Gusmão (FUNAG), vinculada ao Itamaraty, edita dezenas de livros todos os anos, dos mais diversos espectros. Em comum, eles se referem à praxis da diplomacia e à Política Externa Brasileira. Entre eles, os Manuais do Candidato, que são uma espécie de resumão das matérias abordadas no concurso do IRBr. Mas eles são uma gota no oceano. Nesse caso específico, a matéria do Antagonista fez um "cherry picking" maroto; nesse mar de publicações, seria possível você escolher qualquer citação que supostamente afirmasse tal e qual governo, de esquerda ou direita. Sabe qual seria o título correto da matéria? "Uma entre as diversas publicações editada por fundação vinculada ao Itamaraty menciona Bolsonaro em contexto negativo". Mas convenhamos, isso não chamaria a atenção de ninguém.
Como consta na matéria do próprio Antagonista, o livro foi editado em 2013; a tendência é que a lista seja atualizada por publicações mais modernas em não muito tempo. Por curiosidade, o autor desse livro específico foi dono de um curso preparatório para o Itamaraty no RJ muito procurado, e com grande taxa de aprovação. Com a influência que conseguiu ao longo dos anos, não admira que tenha conseguido apoio da FUNAG para editar seu livro.
Outra curiosidade: sabem quantos diplomatas constam como lotados na FUNAG em nossa rede interna? Zero.
Sim, diversos diplomatas reagiram mal à indicação dele. Quebrando uma tradição de pragmatismo observada há muitas décadas no Itamaraty, o Chanceler sabidamente optou por uma postura ideológica, de alinhamento automático. Essa mudança repentina de paradigma não foi bem digerida por parte da Casa.
Mas sobretudo, o que causou mais espécie foi a promoção à Ministro de Estado de alguém que sequer havia sido chefe de Posto no Exterior. Muita gente graúda (e ao meu ver, mais preparada) foi preterida. Em qualquer organização, os superiores ficariam perplexos e insatisfeitos ao verem um subordinado ser alçado à chefia deles numa canetada; imagine então no Itamaraty, com o apego à hierarquia que tem?
Em suma, a insatisfação se deve a uma mistura de quebra da cultura da casa com egos feridos. Ideologia não tem papel nesse caso.
Realmente não conheço quem subscreveu essa carta, mas acredito que tenha sido legítima. Vamos presumir que todos que a tenham subscrito, sem exceção, sejam de esquerda. Isso seria indicativo do posicionamento do órgão como um todo? De forma alguma. Convenhamos, 40 diplomatas atuantes num universo de 1.500 é algo próximo ao insignificante. Novamente, uma chamada de matéria do gênero "Carta apócrifa de alguns diplomatas..." não teria o mesmo punch. Parece algo óbvio, mas a escolha de palavras sugere uma situação que extrapola a realidade, como se o MRE estivesse se sublevando.
Sim, você tem razão. Se houvesse uma disputa entre os maiores egos da esplanada, os diplomatas teriam boas chances de ficar entre os primeiros. E é evidente que, numa carreira eminentemente política, cada um tenha sua ideologia de preferência. Não somente os brasileiros, mas qualquer diplomata. O que eu afirmei anteriormente - e reafirmo agora - é que, no desempenho de sua função, eles são obrigados a engolir suas convicções e desempenhar a política externa do Chefe de Estado. Isso não é teoria, é prática.
Agora, cá entre nós, temer que enviássemos aos EUA um embaixador eminentemente anti-americano é subestimar absurdamente a capacidade do MRE de colocar em prática os objetivos da nossa política externa. País nenhum faria isso, seria absurdamente contraproducente. Isso vale não apenas para as nações amigas, mas também para as rivais. Como havia dito, um Embaixador deve necessariamente ter bom trânsito entre os diversas instituições do Estado receptor; além do que, para que obtenha o agrément, o receptor precisa aprová-lo de antemão, ou sequer será considerado um interlocutor oficial. Antes de tudo, a diplomacia visa construir pontes, não destruí-las.
No caso específico do embaixador britânico... não conheço os pormenores por não ter visto os telegramas, mas saiba que a opinião dele não é exceção entre diversas chancelarias ao redor do mundo. O que ocorre é que a avaliação dele por telegrama (comunicação padrão de cada Posto no exterior, que inclui, entre outros dados, análises sobre a situação política do país receptor) deveria ter sido mantida secreta. É criptografada. Quem fez o vazamento queria necessariamente derrubá-lo, e foi bem sucedido.
No meio diplomático, há uma razão para essas comunicações serem reservadas ou secretas: pode haver sérias consequências. Lembra-se da Primavera Árabe? Pois é, começou a partir do vazamento de telegramas semelhantes. Sendo bastante informal, nações são feitas por gente, com uma capacidade sem igual de trocar os pés pelas mãos... e se todos souberem o que uns realmente pensam dos outros, as relações não serão das melhores...
De direita, conservadores e mais qualificados que o Eduardo, existem tantos que nem saberia por onde começar a listar. Nem precisa ser dos mais graduados, tenho colegas de turma que se encaixam nesse perfil. Falando sério, por mais despreparado que eu me considere para um cargo dessa envergadura, eu mesmo seria mais qualificado que ele, sem qualquer modéstia.
Agora, sobre gostar do Bolsonaro... sei que existem, mas não sei quantos. Eu não consideraria isso como um pré-requisito. Admito que é desejável ter um bom trânsito com seu chefe, mas um bom diplomata não deve ter que gostar: ele deve obedecer as instruções emanadas pela Secretaria de Estado (a.k.a., Chanceler, mas em última instância, pelo Presidente) e aplicar as linhas mestras da nossa política externa, com o grau de flexibilidade com que dispõe.
E sobre gostar do Trump... na minha modesta opinião, uma coisa é ser amigável; outra coisa é ter simpatia explícita pelo chefe do Estado receptor. Nem acho que nosso futuro embaixador deva; precisa apenas que se mantenha respeitoso. Lembre-se, boas relações entre Estados não implica necessariamente em cooperação. Se o Trump for suficientemente competente, ele poderá se aproveitar desse fato para conseguir executar os objetivos da política externa dele, não da nossa, nas respectivas áreas onde somos rivais. Acho isso simplesmente perigoso.
Observações sensacionais, dos melhores posts que li esse ano.
Cita aí quais ??Na época da eleição ficava com aquele papinho de nomeações técnicas, mas aquilo pelo jeito ficou lá, depois foi gente com mestrado bíblico ou com especialidades sem relação com a área da pasta e sem experiência nela, ressalvados um Ministro ou outro, como o ilustre Marcos Pontes.
Cita aí quais ??
todos os ministros foram escolhas técnicas, todos tem competência em sua respectiva área
.
Tá, o filho dele de certa forma poderia ocupar uma posição dessas? Poderia, mas não agora, não com ele no governo.
Beleza!
Vamos tratar os pormenores por MP...
T+
Nada disso. Tem que valer o toba! É tradição da casa.Demoro