Flavius Maximus
Ei mãe, 500 pontos!
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Só esqueceu de gritar Lula livre no fim do seu post.
Evidente que tem muita gente que está irritada com o caso sem motivação política, mas inegável que há um movimento no Twitter dos warboys do Immortan Jair para impulsionarem o caso com a mera discussão que existiu sobre a possibilidade do Dráuzio disputar algum cargo.
Esse tipo de movimento de destruição de reputações existiu com o Luciano Huck, por exemplo. Nesse momento as hienas bolsonaristas do Twitter, risonhas e carniceiras, chafurdam nos restos mortais da criança, e o ódio vira apenas algo que gira em torno de si mesmo ou para esses objetivos políticos (o pior caso). Entre as turbas raivosas que agora gritam nas praças virtuais, poucos de fato se preocuparam com a família da vítima.
Na minha opinião, um anônimo que se revolta na internet - que não tem nenhuma ligação com a criança ou sua família -, tem um legítimo direito de não perdoar um criminoso. Não sou eu que vou convencê-lo do contrário. Não quero e nem tenho esse direito. Embora eu ache preocupante a ideia de se manter em circulação o ressentimento público, cultivá-lo, o único "meio termo" civilizado entre uma posição de "pagar pelos seus crimes", "uma remissão após a punição", "vida que segue" e uma outra postura emocional de total entrega ao justiçamento que lava com sangue um crime, a maneira que se tem de agradar aos dois é uma norma neutra, geral (estatal), que garanta a punição do criminoso proporcional à gravidade do delito e ao mesmo tempo que possibilite a sua redenção.
O juiz Valois, embora escreva em uns sites parapetistas, tem experiência em chão de presídio, circula entre os presos (daqui a pouco surge um Gabriel Monteiro para "denunciá-lo", rs), faz jiu-jitsu, enfim, não é só um almofadinha do Judiciário. Por isso costumo levar em conta as opiniões dele sobre o tema. E ele no seu último texto, choveu muito no molhado, também "lacrou" (à esquerda), mas em dois trechos trouxe insights muito interessantes e enriquecedores:
"(...) Logo em seguida, a matéria ganhou mais repercussão, uma das presas, a que recebeu o abraço carinhoso de Drauzio Varella, passou a receber milhares de cartas de solidariedade frente ao seu abandono no cárcere. Aparentemente, eu estava errado, mas não demorou também para alguém ir procurar saber o crime que aquela mulher tinha cometido, pois, afinal, parece óbvio, se uma pessoa está presa ao menos acusada de um crime ela deve ter sido.
Reviravolta, o ódio retorna ao seu lugar. A solidariedade, a empatia, some para dar lugar ao rancor tão presente ultimamente. O certo é que não adianta querer ou propagar empatia por outro ser humano se essa empatia está vinculada à doce ilusão de um ser humano só imagem, sem erros, sem história. A empatia é um investimento onde estão incluídos carne, osso, dor e decepção."
"Enfim, vincular o respeito ao encarcerado, seja que encarcerado for, à suposta empatia que ele possa produzir será sempre um erro, o respeito ao preso, seja que preso for, deve ser o respeito do cumprimento da lei, e para o preso basta o cumprimento da lei mesmo, o que invariavelmente não acontece."
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Postando de meu Redmi Note 7 usando o Tapatalk