Mas eu não disse que as escolhas são muito relevantes. Tanto que eu disse: "Persona é linear, mas as escolhas ja me interessam o bastante, porque eu sinto que preciso prestar a atenção."
Eu entendo que Persona seja linear, mas as confidants e as decisões provocam uma interatividade que, ao menos no meu caso, enriquece a experiência. Em TLoU 2 eu só vejo as cutscenes e pronto, em Persona 5 eu saio com o personagem, eu o conheço de forma mais íntima, há um espaço para um melhor desenvolvimento de personagem, e isso só com quem eu quero. Se a Ann me interessa, eu vou lá e upo o confidant dela até o máximo, podendo até gerar um romance, enquanto se outro personagem não me agrada, eu só o ignoro. Fora que as mudanças são sutis, mas impactam no combate do jogo e em um ou outro diálogo. No Persona 3 Portable isso era até mais interessante do que no 5, porque se você namorava mais de um cara, eles até discutiam na dungeon, com ciúme. Fora que o jogo trabalha bem o humor, como no Persona 5, onde namorar mais de uma garota cria aquela situação do protagonista apanhando. São coisas pequenas, mas que contibuem para o todo e aumentam a imersão. Eu penso: "Olha só, o que eu fiz lá atrás interferiu no que está acontecendo agora". A história principal é a mesma (tirando no Royal, que liberam um final a mais), mas é um filler que me imerge, enquanto em TLoU 2, novamente, eu só posso assistir. Jogos são obras interativas, então eu quero interagir com tudo. Por mim, todo jogo teria decisões, nem que sejam mínimas, tipo de jogos da Telltale, mas entendo que nem todo mundo goste e que isso não se encaixa em todos os gêneros ou histórias.
O que tirava meu tédio nos diálogos de Persona? O que já expliquei. Mudanças sutis nas decisões que tomei. Por exemplo, os personagens estão conversando sobre ter filhos, daí um vira pra você e pergunta se você quer casar, daí se você responde que sim, a garota que você namora vai ficar corada. É besteira, mas é tipo pescar easter egg ou referencia em filmes, é divertido, valoriza a sua interação. Em diálogos, seja normais ou em telefone, toda hora o jogo tá ali pedindo pra você escolher uma opção. Muda algo? Não, mas aumenta a minha imersão e tira o meu tédio, porque é como se eu estivesse em um grupo de colegiais conversando e até moldando a personalidade do meu personagem, seja com comentários sarcásticos que levam ao humor ou respondendo de forma mais padrão. Já a Ellie não, ela vai responder conforme a personalidade dela e pronto. Persona insere várias piadinhas e momentos divertidos em meio às escolhas de diálogos inúteis, o que ajuda a me entreter.
Mas é sobre vingança. Personagem x falece, personagem y quer se vingar. "Não, mas é sobre seres humanos, sobre como não existem heróis ou vilões". Ok, mas isso é absurdamente batido, principalmente em tramas de zumbis, onde humanos são mais perigosos do que os próprios monstros. Não há nada de inovador nisso, pelo contrário, é a coisa mais normal do mundo. Eu joguei Persona 5 Royal e lá tem vilão que não é vilão, hoje eu assisti Vingadores Guerra Infinita e lá também tem vilão que não é vilão (e ainda tem o filme Guerra Civil mostrando que pessoas são cinzas, não heroínas ou vilãs), daí vi Watchmen um dia desses e mesma coisa, na semana passada eu li umas HQs que tinham o Dr Doom, outro vilão que pode ser visto como "cinza". Então TLoU 2 não tem nada de novo pra me oferecer. O caso não é "não captar o que os devs tentaram passar", é que eles não passaram nada demais, mesmo. Não julgo quem teve empatia pelos personagens, só não foi o meu caso. Toda hora eu via o dedo do diretor tentando forçar um drama, tentando forçar uma reação, e isso me tira da obra. É o que falei do inicio de TLoU, o primeiro. Pra mim, é uma das coisas mais forçadas que já vi em um jogo. Mas tudo bem, eu entendo que funcione com outras pessoas, mas pra mim soa como uma equipe completamente desesperada pra ganhar a empatia do público antes do jogo começar, com uma personagem que a gente nem deveria se importar, porque não conhecemos. Daí enfiaram uma criança, afinal, pessoas naturalmente possuem empatia por crianças.
Pra mim, TLoU 2 não provocou coisa alguma, sério mesmo. Aliás, me provocou risadas e diversão nos momentos de ação, tipo os que Doom Eternal me provocam, mas nada relacionado a drama ou tristeza, porque eu nunca me importei com aqueles personagens. Sobre Metal Gear, nunca gostei também. Mas só joguei o 3, também. Mas sim, o que eu digo sobre TLoU é puro gosto. É uma análise parcial baseada no meu gosto, e não imparcial. Se eu fosse jornalista e estivesse escrevendo de forma imparcial, precisaria de outra abordarem, mas aqui no forum eu só comento a minha opinião sobre os jogos. Nem sempre precisa ser defeito da obra, até porque muita coisa é subjetiva, e sim o meu gosto.