Bolsonaristas não acertam candidatura única em SP e reavaliam organização para 2022
Sem uma
candidatura conservadora considerada promissora na principal eleição municipal do país, apoiadores de Jair Bolsonaro (sem partido) admitem que o presidente precisa reorganizar sua trincheira em São Paulo para buscar sua reeleição em 2022.
Coube a Roberto Jefferson, presidente do PTB, a tentativa frustrada de montar uma chapa com o nome de Sergio Lima (PRTB), marqueteiro da Aliança pelo Brasil, e Marcos da Costa, advogado e nome lançado pelo PTB para a prefeitura.
O presidente do PRTB,
Levy Fidelix, no entanto, não abre mão de concorrer ao Executivo paulistano. Apoiado pelo vice-presidente Hamilton Mourão,
Fidelix afirma ter grandes chances —avaliação que não é compartilhada por outros apoiadores de Bolsonaro no estado.
Lima, por sua vez, quer esperar até 2022 para decidir se ingressa na política e pretende agora se dedicar à criação da Aliança.
Para Lima, o
vácuo bolsonarista em São Paulo não representa uma derrota, mas merece reparo. “A direita tem que prestar atenção em São Paulo e entrar na eleição de 2022 de forma mais organizada”, afirma.
Em 2018, o estado elegeu Eduardo Bolsonaro (PSL) o deputado federal mais votado da Câmara, com 1,8 milhão de eleitores. Apoiadores do presidente também formaram a maior bancada da Assembleia Legislativa, com 15 cadeiras.
Na opinião de Lima, o que ocorreu em São Paulo foi uma fatalidade, já que a divisão no PSL foi encabeçado por deputados federais do estado, como Joice Hasselmann,
candidata do PSL à prefeitura, e Júnior Bozzella. “Não previmos isso. Se não fosse esse racha, hoje teríamos um candidato forte em São Paulo”, diz.
Jefferson afirma que, em São Paulo, as candidaturas conservadoras deveriam estar unidas para ter mais chance de vitória e derrubar o revezamento de poder entre PT e PSDB, considerados adversários por ele.
“Não podemos nos dividir, temos que vencer os inimigos em São Paulo. PT e PSDB, a serpente de duas cabeças, se revezam em São Paulo e na Presidência da República. Temos que matar os ovos da serpente, que é a eleição para a Prefeitura de São Paulo”, disse.