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O que vocês acham?
O Craig Lane bate muito nessa tecla.
Tem o velho dilema de Eutifron. Algo é bom porque Deus gosta, ou Deus gosta porque é bom? (no original era algo relacionado a piedade, acho, e aos deuses).
Eu li um autor calvinista dizendo algo interessante, que os dois são verdade. Deus gosta de algo porque é bom, mas algumas coisas são boas porque Deus assim determinou. Não por ser arbitrário, mas pela mente humana não conseguir alcançar tal mistério.
No entanto, muitos cristãos respondem que o bem faz parte da própria natureza divina, por isso a pergunta não faria sentido.
Craig Lane diz que sem Deus, você não tem critérios objetivos para julgar Stalin, Hitler, e diferenciar de Madre Teresa. Seria questão de gosto. Da mesma forma que a maioria das pessoas gosta de chocolate e não gosta de coentro, a maioria das pessoas gosta de solidariedade, mas não gosta de homicídio.
Eu não sei. Pode ser que não se possa ter todo um arcabouço moral, mas acho que dá para argumentar sem levar a questão puramente de gosto subjetivo.
Por exemplo: desde Platão se observa que nem um grupo de ladrões sobrevive sem uma justiça interna. Portanto, a questão de justiça, de uma divisão equitativa dos bens, proteção aos membros, é algo que é necessário para a sobrevivência de uma sociedade.
Mas, com a evolução humana (na cultura, digo, não uma evolução darwinista) foi se vendo que cada vez mais essa justiça deveria abranger mais pessoas. Porque antes, uma cidade mantinha a justiça interna, mas ataca outras cidades, em busca de recursos. Mas se viu que se as duas cidades comercializassem, e se unissem contra um inimigo comum, cada uma ganharia mais do que se atacasse a outra e a eliminasse.
Assim, a ideia de justiça foi se tornando cada vez mais universal. Para uma região inteira, para um continente, para todos os humanos. Assim, alguém como Hitler, que quer excluir um povo inteiro dessa justiça universal, é mau.
Além disso, tem a questão relacionada de que mesmo um ladrão quer leis de propriedade privada. Porque ele quer ter sua propriedade protegida. Da mesma maneira, um homicida quer sua vida protegida. Então seria um pouco a regra de ouro. Também tem a máxima Kantiana, que acho muito extrema, mas pode ser utilizada em parte.
Mas os sentimentos nisso, teriam espaço. Nada disso seria possível, de fato, se as pessoas não tivessem sentimento de que tais coisas são boas, e um sentimento de solidariedade. Mas tais sentimentos podem ser moldados de acordo com a razão, e, fora casos de psicopatas ou pessoas muito afundadas em ideologia (como Hitler, Che Guevara), a pessoa que comete o mau sabe que está violando sua consciência, e por isso pode ser julgada de acordo com os sentimentos, que embora sejam subjetivos, são quase que comuns a todos.
No entanto, claro, isso não fornece uma moral acima da vivência da sociedade, uma moral que vá além de nosso mundo.
O Craig Lane bate muito nessa tecla.
Tem o velho dilema de Eutifron. Algo é bom porque Deus gosta, ou Deus gosta porque é bom? (no original era algo relacionado a piedade, acho, e aos deuses).
Eu li um autor calvinista dizendo algo interessante, que os dois são verdade. Deus gosta de algo porque é bom, mas algumas coisas são boas porque Deus assim determinou. Não por ser arbitrário, mas pela mente humana não conseguir alcançar tal mistério.
No entanto, muitos cristãos respondem que o bem faz parte da própria natureza divina, por isso a pergunta não faria sentido.
Craig Lane diz que sem Deus, você não tem critérios objetivos para julgar Stalin, Hitler, e diferenciar de Madre Teresa. Seria questão de gosto. Da mesma forma que a maioria das pessoas gosta de chocolate e não gosta de coentro, a maioria das pessoas gosta de solidariedade, mas não gosta de homicídio.
Eu não sei. Pode ser que não se possa ter todo um arcabouço moral, mas acho que dá para argumentar sem levar a questão puramente de gosto subjetivo.
Por exemplo: desde Platão se observa que nem um grupo de ladrões sobrevive sem uma justiça interna. Portanto, a questão de justiça, de uma divisão equitativa dos bens, proteção aos membros, é algo que é necessário para a sobrevivência de uma sociedade.
Mas, com a evolução humana (na cultura, digo, não uma evolução darwinista) foi se vendo que cada vez mais essa justiça deveria abranger mais pessoas. Porque antes, uma cidade mantinha a justiça interna, mas ataca outras cidades, em busca de recursos. Mas se viu que se as duas cidades comercializassem, e se unissem contra um inimigo comum, cada uma ganharia mais do que se atacasse a outra e a eliminasse.
Assim, a ideia de justiça foi se tornando cada vez mais universal. Para uma região inteira, para um continente, para todos os humanos. Assim, alguém como Hitler, que quer excluir um povo inteiro dessa justiça universal, é mau.
Além disso, tem a questão relacionada de que mesmo um ladrão quer leis de propriedade privada. Porque ele quer ter sua propriedade protegida. Da mesma maneira, um homicida quer sua vida protegida. Então seria um pouco a regra de ouro. Também tem a máxima Kantiana, que acho muito extrema, mas pode ser utilizada em parte.
Mas os sentimentos nisso, teriam espaço. Nada disso seria possível, de fato, se as pessoas não tivessem sentimento de que tais coisas são boas, e um sentimento de solidariedade. Mas tais sentimentos podem ser moldados de acordo com a razão, e, fora casos de psicopatas ou pessoas muito afundadas em ideologia (como Hitler, Che Guevara), a pessoa que comete o mau sabe que está violando sua consciência, e por isso pode ser julgada de acordo com os sentimentos, que embora sejam subjetivos, são quase que comuns a todos.
No entanto, claro, isso não fornece uma moral acima da vivência da sociedade, uma moral que vá além de nosso mundo.