Muitos dizem que é ao menos aparentemente bom as crianças estarem cada vez mais emancipadas intelectualmente, considerando isso ao fazer um paralelo com o tanto de conhecimentos que os adultos possuem atualmente em relação aos seus períodos infantis, entretanto, eu pensava se isso era realmente o ideal, deixar de se preocupar com o filho que com menos de 5 anos está apenas vidrado na tela do celular ou do computador, não que eu não fizesse isso na infância com os videogames, desenhos e o cinema onde meus pais trabalhavam, porém, isso tinha um momento que cessava e eu fazia outras coisas, inclusive botando em prática o que tinha aprendido na frente das telas, brincando de Rambo na rua, por exemplo, na internet esse consumo é ininterrupto, podendo ser o pai integralmente.
Brincar exercita a imaginação e tende a formar adultos muito menos frustrados por pouca coisa, apesar de não curtir sei que sociabilizar é algo importante, afinal é como nós vivemos, não ponho a culpa no conteúdo permitido e consumido, isso é mais uma vez terceirizar a culpa, muitos pais para se redimir colocam os filhos em 5000 cursos na expectativa de formar um humano ideal, estafando a criança que ao aprender muita coisa acaba não aprendendo nada.
Resumindo, é preciso haver uma infância infantil, não padronizada, mesmo que nos aspectos infantilizados, apenas viver normalmente, com cada coisa a seu tempo, inclusive com as frustrações e brigas, aprendendo a conviver com elas, não vivemos em um mar de felicidade e isto é saudável, ruim seria se nos matássemos como nos debates extremistas que não levam nada a lugar nenhum, nem por disseminar o ódio, é por ser inútil em si, pensem num lado que só enxerga a si próprio, não é algo que valha a pena dar atenção.
Eu voltei a botar esse tipo de coisa em prática por estar tendo contato com crianças, algumas são insuportáveis por terem pais insuportáveis, a maioria felizmente é de boa, até me dizem que me dou tão bem com elas que deveria trabalhar com isso, no entanto, apenas os trato como trataria qualquer um ou qualquer coisa, todos temos as mesmas necessidades, apenas em medidas diferentes, achar que uma criança não merece algo ou atenção por suas palavras apenas por ser imaturo é muita ingenuidade, considerando que fazemos tanta besteira na vida adulta quanto na infância.