- O filme começa meio lento demais e tem muita cena que achei desnecessária, principalmente as primeiras cenas da parte que eles vão pro hospital. Tem uns 15 minutos de filme que eles só aparecem dentro de seus quartos e nada relevante acontece.
- O tal Mr. Glass, que dá nome ao filme, é absolutamente mal aproveitado. Passa boa parte do filme sem fazer nada, e não tem um grande motivo pra isso, já que ele sendo um cara extremamente inteligente poderia ter conseguido colocar o plano de fuga em prática mesmo não se fingindo de morto, mas ai o roteiro preferiu deixar ele fora até a metade do filme.
- A ideia que o filme sugere logo que eles vão pro hospital é a de que eles podem não ser super heróis, e isso é uma boa sacada, mas a forma que é desenvolvida a ideia é ridícula. O filme poderia se desenrolar praticamente inteiro em cima disso, com bons diálogos e embates entre eles e a doutora, mas só existe uma única cena em todo o filme que tenta fazer isso, mas o faz de forma tosca, rasíssima e, novamente, sem propósito. A doutora fala logo no início que o objetivo dela é fazê-los acreditarem que são pessoas normais, e o máximo que ela faz pra que isso aconteça é coloca-los um ao lado do outro e ficar dando uma de CSI Miami com os acontecimentos do passado deles.
- Shayamalan nunca foi conhecido por suas cenas de combate, mas ele poderia ter ao menos pedido uns conselhos com quem sabe fazer cena de luta ou ido no velho clichê do soco > soco > corte, porque os embates do Dann com o Kevin são absolutamente ridículos, e não dá nem pra usar a desculpa que acontece daquela forma porque nenhum dos dois é lutador de verdade. É apenas tosco e mal dirigido mesmo.
- A questão da metalinguagem com os quadrinhos é bacana, mas tem uma hora que cansa. Desde corpo fechado é muito óbvio que o Mr. Glass vê os quadrinhos como relatos da humanidade, mas também não precisava fazê-lo narrar cada cena como se estivesse lendo a HQ do próprio filme em que está. É aquele tipo de ideia que parece boa no papel mas na prática fica apenas chato e caricato.
- A menina do fragmentado está apenas jogada nesse filme. Poderia ter sido cortada tranquilamente, levando em conta o roteiro do Shayamalan.
- O tal plot twist é até interessante, mas muito longe de ser algo memorável, até porque o Shayamalan não consegue nos fazer realmente duvidar que os três não sejam seres super poderosos, então quando ela diz "Você sempre esteve certo, Mr Glass", o pensamento que vem é "Claro que estava, não era óbvio?"