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[+História] Proclamação da República: por que historiadores concordam que monarquia sofreu um 'golpe'

Ramon19E

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1. Foi golpe.
2. Não importa.
3. O Brasil tem uma chance ridícula de dar certo como República, mas jamais daria certo com monarquia. Monarquia só funciona com população que respeita autoridade, o que nunca foi o nosso caso.

Não posso não discordar do terceiro item.

Pelo menos naquela época, o Brasil estava se saindo muito bem como uma monarquia. O que ferrou com o país foi o maldito golpe de Estado. Não tenho bola de cristal para afirmar como seria o futuro do Brasil como monarquia, mas duvido que tivesse chegado a esse nível de degradação ao qual chegou com a república. Pior do que é atualmente, como república, não seria.
 

LucianoBraga

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No caso desse terceiro item, você fala de atualmente ou da época em que foi Império?
Atualmente eu concordo que as chances são baixíssimas mesmo, mas na época, pro que se esperava de um país, o Brasil dava sim certo como Império.
Você acredita que nossa populaçao perdeu o respeito pelas autoridades ao longo do tempo?

Não, nunca teve.

Um lance que comumente é esquecido, ou ignorado, é que a colonização brasileira foi feita com o pior que Portugal tinha pra oferecer. A colônia era de exploração, não existia a menor intenção de estruturar um país, o pouco de organização estatal que existia tinha a finalidade única de facilitar o processo exploratório. O plano português sempre foi pegar o que desse pra carregar e levar. Não foi só aqui que o processo foi esse. Moçambique, Angola, Cabo Verde...era assim que Portugal trabalhava. A Espanha não fez muito melhor, só ver o resto da América do Sul e as Filipinas...só o Chile escapa um pouco disso, acredito que muito por conta da influência britânica no movimento republicano primordial.

Nesse sentido, com raríssimas exceções, quem veio pra cá foi a ralé, gente desqualificada e problemática e que já tinha problemas severos com autoridade lá.

Portugal e Espanha, apesar do sucesso nas grandes navegações, sempre foram a Série C européia em cultura e valores.

O único povo que bateu por aqui e tentou criar algo que preste foi o holandês em Pernambuco - ainda assim, a invasão teve motivação econômica - e aí botaram os caras pra fora porque esse negócio de trabalhar direito aqui, não, nunca.

Então, eu acho que se a monarquia não tivesse caído em 1889, cairia depois, com apoio popular. Um Reino do Brasil nunca foi viável.
O processo era inevitável porque o povo brasileiro é organicamente contra disciplina, hierarquia, autoridade, trabalho duro, estudo.

Evidente que esperamos que mude de agora em diante, mas vai ser uma mudança de narrativa severa se acontecer, porque o normal nunca foi isso.

Opinião, claro. Se já é complicado prever o futuro, imagine o futuro do passado...
 

Flame Vicious

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Não, nunca teve.

Um lance que comumente é esquecido, ou ignorado, é que a colonização brasileira foi feita com o pior que Portugal tinha pra oferecer. A colônia era de exploração, não existia a menor intenção de estruturar um país, o pouco de organização estatal que existia tinha a finalidade única de facilitar o processo exploratório. O plano português sempre foi pegar o que desse pra carregar e levar. Não foi só aqui que o processo foi esse. Moçambique, Angola, Cabo Verde...era assim que Portugal trabalhava. A Espanha não fez muito melhor, só ver o resto da América do Sul e as Filipinas...só o Chile escapa um pouco disso, acredito que muito por conta da influência britânica no movimento republicano primordial.

Nesse sentido, com raríssimas exceções, quem veio pra cá foi a ralé, gente desqualificada e problemática e que já tinha problemas severos com autoridade lá.

Portugal e Espanha, apesar do sucesso nas grandes navegações, sempre foram a Série C européia em cultura e valores.

O único povo que bateu por aqui e tentou criar algo que preste foi o holandês em Pernambuco - ainda assim, a invasão teve motivação econômica - e aí botaram os caras pra fora porque esse negócio de trabalhar direito aqui, não, nunca.

Então, eu acho que se a monarquia não tivesse caído em 1889, cairia depois, com apoio popular. Um Reino do Brasil nunca foi viável.
O processo era inevitável porque o povo brasileiro é organicamente contra disciplina, hierarquia, autoridade, trabalho duro, estudo.

Evidente que esperamos que mude de agora em diante, mas vai ser uma mudança de narrativa severa se acontecer, porque o normal nunca foi isso.

Opinião, claro. Se já é complicado prever o futuro, imagine o futuro do passado...

Mas todas as colonizações que futuramente geraram países prósperos foram feitas em moldes parecidos. Isso de que pro Brasil só veio ralé e nos outros países fizeram diferente é um mito tão grande quanto a história de colônia de exploração VS colônia de povoamento.

Austrália era uma fucking colônia prisional. EUA serviam de exílio pra criminosos de cunho religioso. Lá também chegou muita ralé e gente que não era decente.

A Holanda que você cita não é nenhum grande exemplo de país se comparado à Portugal. Padrão de colonização deles é Suriname.

Portugal com todos os seus problemas conseguiu dar unidade ao território nacional.
 

LucianoBraga

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Mas todas as colonizações que futuramente geraram países prósperos foram feitas em moldes parecidos. Isso de que pro Brasil só veio ralé e nos outros países fizeram diferente é um mito tão grande quanto a história de colônia de exploração VS colônia de povoamento.

Austrália era uma fucking colônia prisional. EUA serviam de exílio pra criminosos de cunho religioso. Lá também chegou muita ralé e gente que não era decente.

A Holanda que você cita não é nenhum grande exemplo de país se comparado à Portugal. Padrão de colonização deles é Suriname.

Portugal com todos os seus problemas conseguiu dar unidade ao território nacional.

Não, não é mito, é história e mais que isso: é lógica simples. Quem tava bem em Portugal e Espanha ia vir fazer o quê no meio do mato sem porra nenhuma? Só quem não tinha perspectiva nenhuma faria uma besteira desse tamanho. Não estou dizendo que eram bandidos, tô dizendo que era gente de baixo nível.

A questão da Austrália como eminentemente colônia prisional é um put* de um exagero. Foram quase 200k presos durante o período inteiro, em três colônias, mas que cometeram crimes de baixo potencial ofensivo, muitos que cometeram os chamados crimes famélicos, inclusive.

Eu não disse que a Holanda era exemplo de práticas colonizatórias, disse que eles tentaram fazer alguma coisa que preste em Pernambuco. Muito do que eles colocaram de pé tá lá de pé até hoje, aliás.

Portugal era uma porcaria de país pequeno de mentalidade tacanha que só queria encher os barcos e sumir com a grana. Até hoje é cheio de problemas. A prática inclusive ficou sendo referência da nossa classe política. Aliás, nesse sentido, deixou de ser prática, é uma tradição.
 

Flame Vicious

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Não, não é mito, é história e mais que isso: é lógica simples. Quem tava bem em Portugal e Espanha ia vir fazer o quê no meio do mato sem porra nenhuma? Só quem não tinha perspectiva nenhuma faria uma besteira desse tamanho. Não estou dizendo que eram bandidos, tô dizendo que era gente de baixo nível.

A questão da Austrália como eminentemente colônia prisional é um put* de um exagero. Foram quase 200k presos durante o período inteiro, em três colônias, mas que cometeram crimes de baixo potencial ofensivo, muitos que cometeram os chamados crimes famélicos, inclusive.

Eu não disse que a Holanda era exemplo de práticas colonizatórias, disse que eles tentaram fazer alguma coisa que preste em Pernambuco. Muito do que eles colocaram de pé tá lá de pé até hoje, aliás.

Portugal era uma porcaria de país pequeno de mentalidade tacanha que só queria encher os barcos e sumir com a grana. Até hoje é cheio de problemas. A prática inclusive ficou sendo referência da nossa classe política. Aliás, nesse sentido, deixou de ser prática, é uma tradição.

Sim, gente de baixo nível veio pro Brasil assim como gente de baixo nível foi pra todas as colônias da época.

E no caso da Holanda, a contribuição arquitetônica deles foi ótima, mas não vai muito além disso.

E Portugal era uma potência na época das Grandes Navegações. Mesmo os livros com visão menos favorável à Portugal admitem isso de forma velada. Se o país se tornou o que se tornou depois, a questão é mais complexa do que resumir como "resultado de uma mentalidade tacanha". A mesma mentalidade tida como tacanha quase todos os países da época também tinham no que tange à colonizações.
 


Baralho

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O modelo de reinado absolutista e com associação a um clero altamente anti-lucro {e, logo, anti-trabalho remunerado} foi diferenciada na península ibérica, a fala do Mourão não foi por acaso não.

Mesmo comparado a outros países católicos como França, Itália e parte da Prússia, a deficiência em produção de conhecimento e atualização na revolução industrial, por parte de Espanha e Portugal foi determinante pra que acabassem como países de segunda linha no Ocidente.
 

LucianoBraga

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Sim, gente de baixo nível veio pro Brasil assim como gente de baixo nível foi pra todas as colônias da época.

A diferença é que, como eu disse, Portugal e Espanha eram a Série C européia em cultura e valores.

E no caso da Holanda, a contribuição arquitetônica deles foi ótima, mas não vai muito além disso.

Alguma coisa do período ser considerado ótimo já faz mais do que Portugal fez durante o período inteiro, que foi basicamente rapelar o Brasil.
De qualquer forma, por conta do aprendizado da cultura, a Holanda acabou com Portugal no comércio do açúcar, porque...bem, eram mais inteligentes que os portugueses e brasileiros mesmo - e não que isso fosse exatamente um achievement.

E Portugal era uma potência na época das Grandes Navegações. Mesmo os livros com visão menos favorável à Portugal admitem isso de forma velada. Se o país se tornou o que se tornou depois, a questão é mais complexa do que resumir como "resultado de uma mentalidade tacanha". A mesma mentalidade tida como tacanha quase todos os países da época também tinham no que tange à colonizações.

Sim, eu disse lá em cima "apesar do sucesso das grandes navegações". Um mérito é um mérito.
E, de qualquer forma, não, não é uma questão complexa, é exatamente o que parece. As práticas colonizatórias de m**** eram consequências da mentalidade já estabelecida e de falta de visão estratégica que se perpetuam até os dias atuais.

Mas futurologia do passado é só especulativa.
 

johnwolque

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Bem , segundo dizem algumas fontes no período imperial chegamos a ser a quarta maior economia do mundo e ter uma marinha de guerra respeitada até pelos EUA ,se são verídicas essas informações ou foram exageradas deixo pros entendidos
 

Flame Vicious

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A diferença é que, como eu disse, Portugal e Espanha eram a Série C européia em cultura e valores.



Alguma coisa do período ser considerado ótimo já faz mais do que Portugal fez durante o período inteiro, que foi basicamente rapelar o Brasil.
De qualquer forma, por conta do aprendizado da cultura, a Holanda acabou com Portugal no comércio do açúcar, porque...bem, eram mais inteligentes que os portugueses e brasileiros mesmo - e não que isso fosse exatamente um achievement.



Sim, eu disse lá em cima "apesar do sucesso das grandes navegações". Um mérito é um mérito.
E, de qualquer forma, não, não é uma questão complexa, é exatamente o que parece. As práticas colonizatórias de m**** eram consequências da mentalidade já estabelecida e de falta de visão estratégica que se perpetuam até os dias atuais.

Mas futurologia do passado é só especulativa.

Portugal fez muito mais do que simplesmente "rapelar" o Brasil, e no bom sentido.

Se não fosse por Portugal hoje seríamos um monte de Bolívias e Equadores que falam português, a bem da verdade. Além da independência ter sido pacífica. A colonização portuguesa foi bem melhor que a espanhola.

Por fim, as práticas colonizatórias que você critica nos portugueses não são exclusividade destes. Praticamente todos os povos da época tinham a mesma mentalidade independente de serem "série C" (e não era exatamente o caso de Portugal e Espanha, mas enfim) ou "série A". Foi fácil a Holanda deixar uma contribuição positiva num povo já ocidentalizado e estabelecido como era na região nordeste da época, outra coisa é o Suriname, por exemplo.
 

sebastiao coelho neto

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Sim foi um golpe. Mas convenhamos que a própria monarquia de Dom Pedro II não se esforçou muito para impedir ou tentar reverter o golpe dado.
 

LucianoBraga

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Portugal fez muito mais do que simplesmente "rapelar" o Brasil, e no bom sentido.

A finalidade precípua era rapelar o Brasil. Qualquer coisa que possa ter vindo de diferente disso foi mero acidente de percurso.
A família real portuguesa veio pra cá fugida e, na perspectiva de ser obrigada a ficar, fez algumas coisas, mas uma vez que o povo português chutou os franceses, eles voltaram todos e "f**a-se essa roça aí". Ficou um ou outro bobão, como sempre fica, mas é isso.

Se não fosse por Portugal hoje seríamos um monte de Bolívias e Equadores que falam português, a bem da verdade. Além da independência ter sido pacífica. A colonização portuguesa foi bem melhor que a espanhola.

O povo espanhol era mais bélico, de fato. O português era mais pacífico e preferiu escravizar os africanos a gastar energia com os nativos e matar todos eles, mas a diferença é basicamente essa. Série C é Série C. O nível é baixo sempre. O Brasil é melhor do que esses países que você citou, mas ainda tem déficits que datam do descobrimento.

A independência foi pacífica porque o próprio Estado Português já tinha levado quase tudo o que poderia prospectar mesmo, então, novamente, "f**a-se essa roça aí".

Por fim, as práticas colonizatórias que você critica nos portugueses não são exclusividade destes. Praticamente todos os povos da época tinham a mesma mentalidade independente de serem "série C" (e não era exatamente o caso de Portugal e Espanha, mas enfim) ou "série A". Foi fácil a Holanda deixar uma contribuição positiva num povo já ocidentalizado e estabelecido como era na região nordeste da época, outra coisa é o Suriname, por exemplo.

Não são exclusividade mas não deixam de ser imbecis por conta disso.

Entenda: eu não acho que a colonização não serviu pra nada, não é isso. No mundo real, por acidente ou não, ela teve alguma utilidade. Era só mato, deixou de ser só mato, mas ainda tem muito mato.

A questão é que eu creio que, primeiramente, sim, houve um golpe, mas a monarquia cairia de qualquer forma e que o povo brasileiro nunca teve condições de suportar uma monarquia.
Uma monarquia, o respeito à figura da família real, requer características que o brasileiro, desde a formação do Estado, nunca teve - e nem poderia ter, dado o processo de formação da população brasileira.

Evidentemente, você pode acreditar no que quiser. Como eu disse, é só especulação.
 

Flame Vicious

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Sim foi um golpe. Mas convenhamos que a própria monarquia de Dom Pedro II não se esforçou muito para impedir ou tentar reverter o golpe dado.

D. Pedro queria evitar derramamento de sangue e já estava bem velho.

A finalidade precípua era rapelar o Brasil. Qualquer coisa que possa ter vindo de diferente disso foi mero acidente de percurso.
A família real portuguesa veio pra cá fugida e, na perspectiva de ser obrigada a ficar, fez algumas coisas, mas uma vez que o povo português chutou os franceses, eles voltaram todos e "f**a-se essa roça aí". Ficou um ou outro bobão, como sempre fica, mas é isso.



O povo espanhol era mais bélico, de fato. O português era mais pacífico e preferiu escravizar os africanos a gastar energia com os nativos e matar todos eles, mas a diferença é basicamente essa. Série C é Série C. O nível é baixo sempre. O Brasil é melhor do que esses países que você citou, mas ainda tem déficits que datam do descobrimento.

A independência foi pacífica porque o próprio Estado Português já tinha levado quase tudo o que poderia prospectar mesmo, então, novamente, "f**a-se essa roça aí".



Não são exclusividade mas não deixam de ser imbecis por conta disso.

Entenda: eu não acho que a colonização não serviu pra nada, não é isso. No mundo real, por acidente ou não, ela teve alguma utilidade. Era só mato, deixou de ser só mato, mas ainda tem muito mato.

A questão é que eu creio que, primeiramente, sim, houve um golpe, mas a monarquia cairia de qualquer forma e que o povo brasileiro nunca teve condições de suportar uma monarquia.
Uma monarquia, o respeito à figura da família real, requer características que o brasileiro, desde a formação do Estado, nunca teve - e nem poderia ter, dado o processo de formação da população brasileira.

Evidentemente, você pode acreditar no que quiser. Como eu disse, é só especulação.

"f**a-se e fica um idiota aí" não é exatamente isso que aconteceu. Não foi essa a conduta da Família Real de fato. O mesmo vale pra independência.
Inclusive existem registros que dizem que D. João VI adorava o Brasil e saiu daqui a contra gosto depois que a Invasão francesa acabou.

Não tem nada que Inglaterra ou Holanda sejam exclusivamente melhores que Portugal ou Espanha nesse aspecto. A maior parte dos problemas e qualidades que os países outrora colonizados possuem vem muito de seus pós-independência.

E se o Brasil teria continuado bom se a República não tivesse acontecido em 1889? Isso é futurologia sim, mas acredito que sim.
Agora, sim, havia respeito pela figura do Imperador. D. Pedro II era um líder bem popular, tanto que se dependesse do povo, o golpe republicano não teria acontecido.
 

Tsultrim

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Qual é o problema disso?


Não tem problema nisso.



Se lembrar Portugal for problema, então o idioma que tá grafado "ordem e progresso" deveria causar uma guerra civil.

Vocês tem orgulho do país que colonizou o brasil? Foi uma colonização voltada ao crescimento e valorização da população? Me parece um pouco "síndrome de estocolmo" se o Brasil ostentasse hoje uma bandeira homenageando uma colonização tão desastrosa, inclusive para a própria capital, que apesar de ter saqueado tantos recursos do brasil, é um país miserável da europa hoje em dia.

Ordem e progresso é muito melhor, pois pode significar um sonho, um objetivo distante, agora a bandeira homenagear portugal.....
 

Flame Vicious

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Vocês tem orgulho do país que colonizou o brasil? Foi uma colonização voltada ao crescimento e valorização da população? Me parece um pouco "síndrome de estocolmo" se o Brasil ostentasse hoje uma bandeira homenageando uma colonização tão desastrosa, inclusive para a própria capital, que apesar de ter saqueado tantos recursos do brasil, é um país miserável da europa hoje em dia.

Ordem e progresso é muito melhor, pois pode significar um sonho, um objetivo distante, agora a bandeira homenagear portugal.....

Toda colonização foi feita visando exploração em alguma medida. A Inglaterra não colonizou os EUA pensando em fazer um novo mundo próspero e incrível. Não atoa, a própria Inglaterra entrou em guerra com sua colônia.

Portugal não fez pior que a grande maioria dos outros colonizadores. Colonizações em geral ao redor do mundo nunca foram muito diferentes do padrão explorador. Só que no Brasil a gente aprende que Portugal e Espanha foram muito piores que os demais países europeus, quando isso não procede.

A Nova Zelândia mesma, tem a bandeira do Reino Unido em miniatura dentro de sua própria, e pra eles tá de boa. Aqui, no máximo a bandeira do Império lembra de relance a portuguesa. Enquanto "ordem e progresso" embora tenha um significado interessante, é um lema positivista, que por si só nunca deveria ser uma ideologia a reger um país, como foi nos períodos militares.
 

Goris

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Leu texto? Verificou as fontes Texto? Acho que nao , Getúlio nao tivesse industrializado pais nao teria ocorrido milagre econômico época militares, para montadoras multinacionais estabelecer pais primeiro teve getulio criar siderúrgica volta redonda Revolução industrial ocorreu era vagas
Este texto contem mentira a verdade e acreditar e dizem 'Brasil era o país mais rico da América, competindo de igual com os EUA?"
Cara, crítica construtiva:

Você quebra muito sua argumentação, atrapalha as pessoas entenderem a mensagem que vc quer dar.

Releia seu último parágrafo. Eu acho que entendi, mas numa discussão você confiar que a outra pessoa vai entender e te responder em cima do que vc quis dizer é questionável.

Nessas você quer dizer uma coisa, as pessoas entendem errado, te respondemos em cima de algo que você não disse, logo você fica com raiva e acha que estão deturpando o que vc disse, sendo que vc é que não conseguiu passar claramente sua ideia.

Bom, de qualquer forma, discordo.

Não existem "Se's" na história.

Pedro Segundo e Isabel tinham planos para o Brasil, gastavam proporcionalmente menos como governo (*) que a República, assim como tinham menos impostos. É o tipo de informação que dá um pouco de trabalho achar, mas existe.

Dito isso, após o fim do Império as contas públicas tavam tão bem que compramos o Minas Geraes (com E mesmo), o terceiro mais poderoso navio do mundo, o que deu um bom bafafá com os EUA e criou uma corrida armamentista que englobou a maioria das nações ricas sul americanas.

Ou seja, dava pra muita coisa que só aconteceu quase 60 anos após o fim da monarquia ter acontecido antes (imagina o custo do terceiro mais caro porta-voz dos EUA sendo aplicado na indústria nacional da época, ao invés de num porta-avioes inútil pra uma nação pacífica?

Aliás, a República logo nos primeiros anos fez tanta PTzice com o dinheiro público que foi preciso um golpe militar (o Estado Novo) pra dar uma segurada.

O mesmo Estado Novo que vc mesmo cita que promoveu a revolução industrial no Brasil. Ou seja, de 1890 a 1930 foi só roubo e dinheiro que poderia ser usadopra indústria ou comércio ou ciências. E isso que a CSN só surgiu ainda depois de uns 15 anos de governo Vargas.
 

Geo

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Um partido ficar 14 anos no poder não pode! Mas uma dinastia sem tempo para terminar, pode sim amiguinho!
 

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Um partido ficar 14 anos no poder não pode! Mas uma dinastia sem tempo para terminar, pode sim amiguinho!

A Dinastia é o 4º Poder, ela não governa. Não constitui ditadura.
Isso porque o fluxo de troca de primeiros ministros no Império foi bem maior que o de troca de presidentes.

Tenta outra, Geopetista.
 

Tsultrim

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Toda colonização foi feita visando exploração em alguma medida. A Inglaterra não colonizou os EUA pensando em fazer um novo mundo próspero e incrível. Não atoa, a própria Inglaterra entrou em guerra com sua colônia.

Portugal não fez pior que a grande maioria dos outros colonizadores. Colonizações em geral ao redor do mundo nunca foram muito diferentes do padrão explorador. Só que no Brasil a gente aprende que Portugal e Espanha foram muito piores que os demais países europeus, quando isso não procede.

A Nova Zelândia mesma, tem a bandeira do Reino Unido em miniatura dentro de sua própria, e pra eles tá de boa. Aqui, no máximo a bandeira do Império lembra de relance a portuguesa. Enquanto "ordem e progresso" embora tenha um significado interessante, é um lema positivista, que por si só nunca deveria ser uma ideologia a reger um país, como foi nos períodos militares.

Teríamos que entrar em um assunto que renderia um tópico a parte e não acho necessário. Existem diferenças gritantes na mentalidade dos colonizadores desses países citados, onde se almejou criar colônias de povoamento, quando no Brasil, portugal almejou uma colônia de exploração, exceto talvez Dom Pedro II e algumas mentes mais à frente de seu tempo lá da terrinha.

O fato de as outras colônias (como EUA, por exemplo) terem sido de colonização não impediu vários problemas, é óbvio, mas o foco sendo totalmente outro as consequências para o povo que estava se formando nesses países também foi muito diferente, tais como a criação e fortalecimento da noção de patriotismo, respeito e consideração das necessidades da população da colônia pela capital e até fomento das atividades industriais, comerciais, criação de estradas, ou seja, investimento no bem estar da população.

Resumindo, portugal deveria vir a público pedir formalmente desculpas ao brasil e buscar desfazer os erros e injustiças históricos com o brasil-colônia, quer seja com investimentos, quer seja com acordos comerciais e tecnológicos ou qualquer outra atitude buscando minimizar os atrasos e desigualdades graves que o país possui hoje, graças em grande parte à colonização desastrosa (e digo desastrosa porque portugal nem foi tão beneficiado com todas as riquezas que subtraiu daqui, vide o momento atual que vive).
 

Flame Vicious

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Teríamos que entrar em um assunto que renderia um tópico a parte e não acho necessário. Existem diferenças gritantes na mentalidade dos colonizadores desses países citados, onde se almejou criar colônias de povoamento, quando no Brasil, portugal almejou uma colônia de exploração, exceto talvez Dom Pedro II e algumas mentes mais à frente de seu tempo lá da terrinha.

O fato de as outras colônias (como EUA, por exemplo) terem sido de colonização não impediu vários problemas, é óbvio, mas o foco sendo totalmente outro as consequências para o povo que estava se formando nesses países também foi muito diferente, tais como a criação e fortalecimento da noção de patriotismo, respeito e consideração das necessidades da população da colônia pela capital e até fomento das atividades industriais, comerciais, criação de estradas, ou seja, investimento no bem estar da população.

Resumindo, portugal deveria vir a público pedir formalmente desculpas ao brasil e buscar desfazer os erros e injustiças históricos com o brasil-colônia, quer seja com investimentos, quer seja com acordos comerciais e tecnológicos ou qualquer outra atitude buscando minimizar os atrasos e desigualdades graves que o país possui hoje, graças em grande parte à colonização desastrosa (e digo desastrosa porque portugal nem foi tão beneficiado com todas as riquezas que subtraiu daqui, vide o momento atual que vive).

Repito: em todos esses países houve exploração. Se não tivesse havido, os EUA não teriam entrado em guerra com a Inglaterra em busca de um governo próprio independente. As diferenças entre Portugal e Inglaterra se davam por questões culturais e religiosas, mas não por objetivo de colonização.
Colônia de "povoamento" é mito. Todas eram visadas pelas metrópoles por alguma utilidade que tinham naquele momento.
E outra: D. Pedro II era brasileiro, não português. Ele não era "da terrinha".

Por fim, sem querer me estender, mas a maioria dos nossos problemas vieram com a República e o excesso de golpes de estado e falta de instabilidade institucional que a República em questão teve e tem. Se Portugal deve desculpas então todo e qualquer colonizador também deve à todos os países do continente americano.
 

Lorde_Kira

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Um partido ficar 14 anos no poder não pode! Mas uma dinastia sem tempo para terminar, pode sim amiguinho!

Só para constar, o Reino Unido e a Espanha já chegaram inclusive a ser repúblicas. Mas adivinhe só? Voltaram a ser monarquias...

E, quanto ao seu post... por que você não faz essas perguntas aos cidadãos do Reino Unido, da Holanda, da Bélgica, da Espanha, de Luxemburgo, da Noruega, da Dinamarca, do Japão, do Canadá, da Austrália e da Nova Zelândia, para ver as reações deles?

Provavelmente você vai ser tão trollado que vai se sentir um nada.
 

Tsultrim

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Repito: em todos esses países houve exploração. Se não tivesse havido, os EUA não teriam entrado em guerra com a Inglaterra em busca de um governo próprio independente. As diferenças entre Portugal e Inglaterra se davam por questões culturais e religiosas, mas não por objetivo de colonização.
Colônia de "povoamento" é mito. Todas eram visadas pelas metrópoles por alguma utilidade que tinham naquele momento.
E outra: D. Pedro II era brasileiro, não português. Ele não era "da terrinha".

Por fim, sem querer me estender, mas a maioria dos nossos problemas vieram com a República e o excesso de golpes de estado e falta de instabilidade institucional que a República em questão teve e tem. Se Portugal deve desculpas então todo e qualquer colonizador também deve à todos os países do continente americano.


Eu não citei o fato dessas colônias de povoamento também serem de exploração porque isso é óbvio, a meu ver. Enquanto existir o país colonizador, me parece lógico que ele buscará explorar a colônia. A diferença (crucial) são as limitações à exploração de cada modo de colonização. Em uma colônia de povoamento, o colonizador terá consciência de que não deverá destruir (totalmente) a natureza, recursos naturais e nem deixará desamparado o povo que está se formando naquele país, além de investir em educação, saúde, infraestrutura e etc - a longo prazo. Já na colônia de exploração, o objetivo é usar ao máximo o que aquele país tem para dar, sem se preocupar com as consequências e aí começou a "desgraça" do brasil.

A república foi apenas, a meu ver, uma consequência lógica de séculos de uma política de indiferença e de utilizar o brasil como "depósito" de presos políticos, assassinos, picaretas e afins. Se olharmos o brasil atual veremos que as famílias que simbolizam o atraso (o tal coronelismo) estão há várias décadas no poder, principalmente no nordeste.


Antes disso, voltando no passado, veremos que tudo era muito parecido como é hoje. Há o caso (não lembro os detalhes por ter lido sobre isso há algum tempo) do bandido em portugal que recebeu uma capitania hereditária porque estava causando "problemas" por lá. Olhe que curioso o nome (capitania hereditária), simplesmente ele passou a seus herdeiros e, salvo honrosas exceções, somos produtos do meio em que vivemos. Ou você acha que o "jeitinho brasileiro" veio do nada? Que surgiu ontem?

Li um trecho de um livro de um historiador que concluiu que as raízes da desonestidade do povo brasileiro residem na mesclagem do povo português com o índio, dadas as características peculiares de cada povo.

Não quero afirmar aqui com certeza que essa é a origem, muito menos que é a única origem dos problemas, ou então que portugal é "culpado " pelas mazelas deste país, mas sim que é um conjunto de fatores peculiares e que: sim, nossa colonização da forma como foi feita, pelo povo que foi feito, provavelmente tem uma boa parcela de responsabilidade por esse país desastroso que o brasil se tornou.
 

Flame Vicious

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Eu não citei o fato dessas colônias de povoamento também serem de exploração porque isso é óbvio, a meu ver. Enquanto existir o país colonizador, me parece lógico que ele buscará explorar a colônia. A diferença (crucial) são as limitações à exploração de cada modo de colonização. Em uma colônia de povoamento, o colonizador terá consciência de que não deverá destruir (totalmente) a natureza, recursos naturais e nem deixará desamparado o povo que está se formando naquele país, além de investir em educação, saúde, infraestrutura e etc - a longo prazo. Já na colônia de exploração, o objetivo é usar ao máximo o que aquele país tem para dar, sem se preocupar com as consequências e aí começou a "desgraça" do brasil.

A república foi apenas, a meu ver, uma consequência lógica de séculos de uma política de indiferença e de utilizar o brasil como "depósito" de presos políticos, assassinos, picaretas e afins. Se olharmos o brasil atual veremos que as famílias que simbolizam o atraso (o tal coronelismo) estão há várias décadas no poder, principalmente no nordeste.

Antes disso, voltando no passado, veremos que tudo era muito parecido como é hoje. Há o caso (não lembro os detalhes por ter lido sobre isso há algum tempo) do bandido em portugal que recebeu uma capitania hereditária porque estava causando "problemas" por lá. Olhe que curioso o nome (capitania hereditária), simplesmente ele passou a seus herdeiros e, salvo honrosas exceções, somos produtos do meio em que vivemos. Ou você acha que o "jeitinho brasileiro" veio do nada? Que surgiu ontem?

Li um trecho de um livro de um historiador que concluiu que as raízes da desonestidade do povo brasileiro residem na mesclagem do povo português com o índio, dadas as características peculiares de cada povo.

Não quero afirmar aqui com certeza que essa é a origem, muito menos que é a única origem dos problemas, ou então que portugal é "culpado " pelas mazelas deste país, mas sim que é um conjunto de fatores peculiares e que: sim, nossa colonização da forma como foi feita, pelo povo que foi feito, provavelmente tem uma boa parcela de responsabilidade por esse país desastroso que o brasil se tornou.

"em uma colônia de povoamento, o colonizador sabe que deve ter cuidado com o povo que está se formando e também tem consciência que não deve destruir a natureza"

Tipo entrando em guerra com índios que ali já estavam, dominando o território que eles habitavam embora não necessariamente dominassem; depois transformando aquele lugar num exílio de criminosos (EUA e Austrália - e no caso da Austrália, literalmente uma prisão) e depois, entrando em guerra contra todo aquele povo depois de ele ter se formado?

É, muita consciência social a dona Inglaterra teve mesmo. Foram muito melhores que os portugueses sim. Claro.

E sobre essa história que você contou da capitania hereditária, soou muito vago, mas eu ia querer mais sobre, porque nunca tinha escutado sobre isso antes.
 

Cafetão Chinês

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A monarquia tinha respaldo popular. Então é falso essa ideia de que monarquia não funcionaria aqui por conta dos brasileiros. Isso é pura síndrome de vira-latas.
E o Brasil deu certo como monarquia. A segunda metade do séc. 19, foi um período de paz, prosperidade e estabilidade política.
 

Cafetão Chinês

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Vocês tem orgulho do país que colonizou o brasil? Foi uma colonização voltada ao crescimento e valorização da população? Me parece um pouco "síndrome de estocolmo" se o Brasil ostentasse hoje uma bandeira homenageando uma colonização tão desastrosa, inclusive para a própria capital, que apesar de ter saqueado tantos recursos do brasil, é um país miserável da europa hoje em dia.

Ordem e progresso é muito melhor, pois pode significar um sonho, um objetivo distante, agora a bandeira homenagear portugal.....
Ordem e Progresso é o símbolo do positivismo. O tipo de mentalidade que sempre nos condenou a mediocridade e subdesenvolvimento. Com o estado como protagonista e paternalista.
 

Cafetão Chinês

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Não, não é mito, é história e mais que isso: é lógica simples. Quem tava bem em Portugal e Espanha ia vir fazer o quê no meio do mato sem porra nenhuma? Só quem não tinha perspectiva nenhuma faria uma besteira desse tamanho. Não estou dizendo que eram bandidos, tô dizendo que era gente de baixo nível.

A questão da Austrália como eminentemente colônia prisional é um put* de um exagero. Foram quase 200k presos durante o período inteiro, em três colônias, mas que cometeram crimes de baixo potencial ofensivo, muitos que cometeram os chamados crimes famélicos, inclusive.

Eu não disse que a Holanda era exemplo de práticas colonizatórias, disse que eles tentaram fazer alguma coisa que preste em Pernambuco. Muito do que eles colocaram de pé tá lá de pé até hoje, aliás.

Portugal era uma porcaria de país pequeno de mentalidade tacanha que só queria encher os barcos e sumir com a grana. Até hoje é cheio de problemas. A prática inclusive ficou sendo referência da nossa classe política. Aliás, nesse sentido, deixou de ser prática, é uma tradição.
Só que estamos falando do Brasil Império e não do Brasil colonial.
Durante o Império, principalmente com figuras como Bonifácio e Dom Pedro II. Existia sim uma ideia de formar uma nação próspera, livre e independente. E esses foram muito mais influenciados pelo liberalismo e iluminismo, do que pela elite portuguesa.
E essa correlação que você faz entre ser colônia de exploração e não ter prosperidade, é absolutamente falsa. Isso é puro coitadismo e determinismo.
Países como Chile, Cingapura, Austrália, Nova Zelândia, Hong Kong, Irlanda, Macau. Todos esses foram colônias de exploração e países extremamente pobres em algum momento da história. E enriqueceram após adotar aquilo que todo país que enriqueceu adotou.

O que gera riqueza é divisão do trabalho, poupança, acumulação de capital, capacidade intelectual da população (se a população for burra, a mão-de-obra terá de ser importada), respeito à propriedade privada, baixa tributação, segurança institucional, desregulamentação econômica, facilidade de empreender, moeda forte, ausência de inflação, empreendedorismo da população, leis confiáveis e estáveis, arcabouço jurídico sensato e independente etc.

Com a monarquia, estávamos seguindo esse rumo.
 
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Cafetão Chinês

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O que foi de verdade a nossa Monarquia? Ou: a República deu mesmo certo?

brasil_07.jpg


por RAFAEL HOLLANDA*

Completaram-se 126 anos do golpe militar dado por setores positivistas das Forças Armadas que, contrariamente à vontade popular, instaurou a forma de governo republicana no nosso país, transformando a única democracia que existia na América do Sul em um estado policial onde os primeiros atos do novo governo foram:

1 – dissolver todos os partidos políticos existentes no país;

2 – colocar em um navio a família imperial e proibí-la em caráter vitalício de voltar à sua terra natal;

3 – fechar a Assembleia Geral, a Suprema Corte de Justiça e substituir suas funções por comitês das Forças Armadas e pelo ministério recém-nomeado;

4 – reprimir qualquer manifestação a favor da família real;

5 – ameaçar com prisão os donos dos jornais que se posicionassem contrários ao movimento.

A falta de noção, de compreensão dos valores nacionais do Brasil e de patriotismo imperavam na cabeça dos oficiais das armas que proclamaram a República naquele tempo. Deodoro da Fonseca chefiou o movimento por conta de uma razão passional, visto que ele perdeu para o então Senador gaúcho, Silveira Martins, o coração da Baronesa de Triunfo, uma bela fazendeira da região, enquanto era Presidente da Província do Rio Grande do Sul. Silveira Martins seria o escolhido naquela primavera de 1889 por D.Pedro II para suceder o Visconde de Ouro Preto no cargo de Primeiro-Ministro, o que enfureceu Deodoro e o fez juntar todas as suas forças, mesmo doente, para chefiar o movimento. Podemos dizer, em outras palavras, que um “rabo de saia” foi a principal motivação para que a República fosse proclamada no Brasil.

Se, como disse Aristides Lobo, “ os brasileiros não compreenderam e assistiram bestializados À Proclamação da República, pensando que era uma parada militar”, mal compreenderiam a ideologia por trás do movimento republicano, baseado em uma estranhíssima filosofia que misturava traços de ciência política com racionalismo científico e teologia: o Positivismo.

Conhecida como “ Religião da Humanidade”, pelo seu lema “o amor por princípio, a ordem por base e o progresso por fim” e querida nas nossas forças armadas da época por justamente defender a instauração de um governo forte e centralizador para a consolidação do seu projeto, o seu fundador, Auguste Comte, era figurinha marcada nos círculos intelectuais europeus por conta da sua personalidade esquisita. Comte, assim como Deodoro, tinha a sua musa inspiradora: Clotilde de Vaux.

Nos escritos positivistas, Clotilde é colocada como a “Mãe Espiritual da Religião da Humanidade”, e o próprio Comte admitia que Clotilde era a sua principal motivação para a fundação do Positivismo e para propagar as suas ideias pelo mundo.

Com diretrizes confusas, prolixas e completamente utópicas, essa filosofia foi a escolhida para representar os anseios de um povo que, até hoje, pouquíssimo ouviu falar sobre ela e o que ela exatamente defende. O encantamento com essa utopia nas Forças Armadas era tamanho que uma abreviação do seu lema foi colocada na bandeira republicana do Brasil: “Ordem e Progresso”, retirando a esfera armilar, a cruz e os ramos de açúcar e tabaco, que de fato representavam o Brasil e tinham um profundo significado para o seu povo. Alarmados e ao mesmo tempo achando a situação tremendamente caricata, integrantes da embaixada francesa enviaram um telegrama ao Itamaraty perguntando se os republicanos haviam declarado o Positivismo como a religião oficial do País. Ninguém entendia direito o que se passava naquela semana de Novembro de 1889.

Cabe ressaltar também que a bandeira republicana era tremendamente impopular. A grande maioria dos brasileiros achou a nova bandeira feia e sem significado exato. Alguns pensavam que o Brasil havia colocado o mundo na sua bandeira e a maioria não entendeu o lema. A bandeira só atingiu aceitação popular na Semana da Pátria de 1922, quando o povo finalmente se acostumou com ela.

Falando agora dos dados estruturais mais importantes, ao final as senhoras e os senhores poderão responder com clareza a pergunta que corresponde ao título deste artigo.

O Brasil, no Século XIX, era um dos Países mais respeitados do mundo. Tinha uma diplomacia vibrante, usada para fins nacionais e não para fins políticos. O Brasil, recém-fundado, acompanhou com cautela as disputas sangrentas entre os republicanos latino-americanos e, como manda a boa tradição conservadora, manteve prudência e continuou com a Monarquia como forma de governo, sempre buscando aprimorar suas instituições ao invés de destruí-las por interesses políticos como fizeram os nossos vizinhos.

Outro mito que é necessário desconstruir é o da questão da escravatura. Na semana do Plebiscito de 1993, o ator Milton Gonçalves, apoiador da República, foi à televisão dizer que a volta da Monarquia representaria a volta da Escravidão. Nada mais falso. A Família Imperial esteve na vanguarda na luta contra os escravocratas. D.Pedro I escreveu repetidos artigos na imprensa contra a escravidão, a Família Imperial alforriou todos os seus escravos, D.Pedro II usava o seu vencimento para comprar a libertação de escravos, além de ter enviado muitos escravos libertos para estudar no exterior e, finalmente, a Princesa Isabel sancionou a Lei Áurea, símbolo máximo da igualdade de todos perante as leis e talvez o mais importante documento que versa sobre Direitos Humanos no País.

Enquanto isso, o Partido Republicano, que teve seus direitos amplamente assegurados durante todo o Segundo Reinado, era, em caráter majoritário, favorável à escravidão e a achava um meio interessante para impulsionar a economia.

Um partido nanico, o PR ficou famoso apenas em 1888, logo após a assinatura da Lei Áurea, quando os Senhores de Engenho, revoltados com a libertação dos escravos e por perder a sua mão de obra gratuita, fizeram um gigantesco lobby de financiamento ao Partido e a clubes republicanos e buscaram influenciar a Maçonaria, o que foi fundamental, sem dúvida, na ajuda para depor o regime que libertou os escravos do Brasil. O mais irônico de tudo é que no pouco conhecido Hino da Proclamação da República, composto pelo maestro Leopoldo Miguez, existe um verso: “nós nem cremos que escravos outrora tenham havido em tão nobre País; hoje o rubro lampejo da aurora, acha irmãos não tiranos hostis” – o que dá a impressão de que os Republicanos foram os responsáveis por libertar os escravos e que instauraram, de imediato, uma república que livrou o Brasil de uma ditadura sanguinária. Mais falso do que isso apenas uma nota de três reais.

Vale a pena trazer à tona, a desconhecida carta da Princesa Isabel ao Visconde de Santa Victória, que tratava de um projeto conjunto do Governo de Sua Majestade com o banco do Visconde para indenizar todos os antigos escravos, fato que não ocorreu por conta da proclamação da República. A carta pode ser encontrada aqui.

Outro ponto de suma importância a se tocar é o da economia. Gerida por economistas identificados com as ideias liberais, a economia do Brasil era uma das mais estáveis do mundo. O País, mesmo no período da guerra do Paraguai, não enfrentou nenhuma recessão na sua economia que tinha, naquela época, o mesmo tamanho da dos Estados Unidos. O Brasil era um exemplo de responsabilidade fiscal, tendo o Imperador D.Pedro II doado títulos da dívida brasileira. Se o Brasil tivesse mantido um crescimento vegetativo daquela época até hoje, seríamos já na segunda metade do século XX, um país de renda alta e com um elevado padrão de vida.

A inflação durante os 67 anos de Monarquia foi, em média, de 1,58% ao ano. O Brasil teve apenas 1 moeda, o Real, e o salário mínimo equivalia a 22 gramas de ouro. Os monarquistas sabiam que uma moeda é parte da historia de um país e um dos símbolos da sua identidade e, por conta disso, deve ser preservada e gerida com prudência e dinamismo, o que já não ocorreu na República.

Em 126 anos, o Brasil teve 9 moedas, algumas que não duraram nem 1 ano de existência, quebrou 4 vezes, e registrou a cifra assustadora de 1.400.000.000.000% de inflação acumulada. A burocracia atingiu níveis estratosféricos, produzir se tornou um fardo, e o Brasil tem hoje a maior carga tributaria do hemisfério sul e o pior retorno de impostos do mundo. Obviamente que o sistema não era perfeito, mas funcionava perfeitamente bem dentro da medida do possível e, com toda a certeza, teria sido aperfeiçoado caso o Império fosse mantido até os dias de hoje.

Outro fator que diferenciava o Brasil dos seus vizinhos era a estabilidade política e o respeito pela democracia. O Brasil teve, durante os 67 anos de Império, dois Imperadores e 33 Primeiros-Ministros, sempre com alternância de poder entre os Partidos Liberal e Conservador. O Parlamento nunca foi fechado e funcionava a pleno vapor, com os parlamentares trabalhando de segunda a sexta e não, como é hoje na república, apenas de terça a quinta.

O calendário eleitoral era rigorosamente cumprido e o país nunca teve eleições adiadas ou antecipadas por conta de uma crise.

D.Pedro II apenas perdia para a Rainha Victoria em tempo de reinado. Enquanto isso, as Repúblicas recém-independentes que nos cercavam já tinham tido dezenas de Presidentes, Diretores-Supremos, Juntas Militares e Guerras Civis. Os parlamentos já haviam sido abertos e fechados diversas vezes, golpes de estado eram frequentes e os cofres estavam sempre vazios. O Império Brasileiro era tão democrático, estável e respeitoso para com os seus cidadãos que o Presidente da Venezuela em 1889, Rojas Paul, ao saber do Golpe de 1889, disse: “foi-se a única República do Hemisfério Sul.”

D.Pedro II nunca aumentou o seu salário, do qual usava parte, como já dissemos, para libertar escravos e financiar estudos de brasileiros no exterior. Fez apenas duas viagens ao ultramar e bancadas do seu próprio bolso, onde ficou na casa de amigos ou de hóspede em hotéis modestos, pois o respeito ao dinheiro do pagador de impostos era, como dizia o Imperador, fundamental. Em sua comitiva, ele levava somente a Imperatriz Consorte, três assessores e uma Dama de Companhia. Comparem isso com a comitiva suntuosa da Presidente Dilma em Roma que, no dia da investidura do Papa Francisco, ficou no hotel mais caro com o nosso dinheiro, gastando uma cifra absurda superior a R$ 200 mil.

Um ponto em que o Brasil podia se orgulhar era no que dizia respeito ao prestígio que o governo dava à ciência e à discussão de ideias. O Brasil foi o primeiro país do mundo a ter um telefone graças à amizade de D.Pedro II com Graham Bell; foi o segundo País a usar um selo postal. D.Pedro e José Bonifácio abriram centenas de Escolas Imperiais onde os alunos aprendiam música clássica, latim, francês, inglês e religião com professores que D.Pedro II trazia do estrangeiro, além do fato de que os alunos tinham de fazer, para passar de ano, uma prova oral para treinar sua capacidade de argumentação. D.Pedro II, inúmeras vezes, era o professor que arguia os alunos nestas provas orais. Os alunos mais premiados iam para o exterior estudar.

A Imprensa do Brasil era, seguramente, a mais livre do mundo. Observadores do Reino Unido e da França ficavam impressionados com o nível de liberdade de que os jornais gozavam no Brasil. Um enviado da Inglaterra uma vez comentou que se um jornal britânico tratasse a Rainha da mesma forma por que tratavam o Imperador D.Pedro II, seriam fechados imediatamente e seus donos responderiam por traição. Algo que jamais acontecia no Brasil, onde D.Pedro II, uma vez indagado sobre essa questão de deixar os jornais falarem o que bem entendessem e no teor que entendessem sobre ele, respondeu ao jornalista: “veja meu filho, imprensa é algo muito sério, é o pilar da democracia, e ela não deve ser combatida com ações estatais, deve ser combatida com mais imprensa.”

O Brasil foi o primeiro país da América do Sul a ter jornais e revistas de diferentes correntes politicas competindo entre si harmoniosamente e sem censura estatal. Existe uma história, também pouco conhecida, dando conta de que o dono de um jornal republicano, sem dinheiro para continuar a produção e para fazer um empréstimo em um banco, marcou uma audiência com o Imperador para pedir-lhe dinheiro. D.Pedro o recebeu, ouviu a historia e no final assinou um cheque dizendo: “tome isto e continue a publicar as suas ideias”.

Outro ponto importante a ser ressaltado era que as liberdades civis eram profundamente respeitadas: o Brasil, mesmo tendo a Religião Católica como oficial, assegurava constitucionalmente o direito de cada grupo religioso realizar seu culto, seja lá ele qual fosse. A monarquia gozava de alta popularidade entre os setores judaicos e entre os religiosos de matriz africana. Naquela época isto era uma inovação, visto que eram poucos os países no mundo que admitiam liberdade de culto.

O projeto nacional que a Monarquia traçou para o Brasil era até mesmo superior ao projeto que os pais fundadores traçaram para os Estados Unidos. José Bonifácio, o pai da nossa independência, escreveu um plano para o Imperador D.Pedro I que era da seguinte maneira: o Brasil seria uma Monarquia Constitucional Parlamentar, com um Poder Moderador exercido pelo Imperador para servir de freio e contrapeso aos outros 3 poderes, teria a mais plena liberdade econômica, religiosa e de imprensa e seria totalmente livre da escravidão assim que ficasse independente. Tal projeto só não foi aplicado em sua plenitude por conta dos Senhores de Engenho que, como classe produtiva do País, ameaçavam constantemente parar de produzir caso algo ameaçasse a eles e ao seu sistema escravista. Quando finalmente o Governo de Sua Majestade interferiu para libertar os escravos, em 1888, a elite se uniu às Forças Armadas e derrubou o Império.

A Constituição de 1824, inspirada pela Constituição Francesa de 1814, trazia a inovadora figura do Poder Moderador, a partir da qual o Imperador, acima de qualquer querela partidária, interesses financeiros ou parlamentares, servia como um agente neutro de equilíbrio entre os poderes. Era função do Imperador nomear, por exemplo, os Ministros da Suprema Corte e sancionar ou vetar a indicação do Primeiro-Ministro.

Como nós vimos, a República faz-de-conta, imbuída de uma crença que o povo pouco conhecia e financiada pelo que havia de pior na época do Brasil, destruiu um país que tinha um presente em progresso e um futuro promissor, destruiu o 14º maior império do mundo e a única democracia no hemisfério sul, em favor de um regime que nos deu 6 constituições, 3 ditaduras, 9 moedas. Éramos reconhecidos no mundo inteiro pela nossa Cristandade, o apego que o nosso governo tinha pela ciência, pela nossa estabilidade e pela sabedoria do nosso Imperador; hoje somos reconhecidos internacionalmente por dois fatores montados artificialmente pelo governo Vargas: o futebol e o carnaval ( ler o livro de Leandro Narloch, Guia politicamente incorreto da historia do Brasil).

A República pariu o populismo, pariu Getúlio Vargas e o seu fascismo, os regimes socialistas de João Goulart, Lula e Dilma, os generais de 1964, os “coronéis nordestinos” e tantos outros que marcam a nossa história como um exemplo de autoritarismo e uso do poder público para fins pessoais ou partidários.

O escritor Gustavo Nogy, nos brindou no dia de hoje com esse texto, na sua magistral e elegante prosa:

“Quando Dom Pedro II foi melancolicamente deposto e a república proclamada, o que se viu não foi apenas, ou principalmente, a troca de um sistema de governo por outro. Sistemas e regimes vêm e vão ao sabor das intempéries políticas, isso nunca foi propriamente novidade. Alguma coisa mais importante se perdeu.

O que se seguiu ao fim da monarquia foi uma sucessão de golpes e contragolpes, de revoluções e reacionarismos, da ascensão vertiginosa de oportunistas famintos de poder e, a depender das necessidades, de sangue, suor e lágrimas. A Constituição de 88, muito naturalmente, culminou no irônico coroamento dessa história fraturada: teríamos então um diploma para registrar todas as virtudes que já não conhecíamos.

Mas sobretudo: o fim da monarquia representa uma cisão histórico-cultural com o que somos originariamente. Desde então estamos à procura do que não sabemos ser. Se o brasileiro cotidiano um dia encontrasse na rua outro brasileiro – autêntico, meticuloso, indesculpável brasileiro –, não seria capaz de reconhecê-lo e passaria adiante, “vagaroso, de mãos pensas”.

O irresolúvel problema da identidade brasileira começa precisamente quando rompemos com Portugal – sua literatura, sua história, seus clamorosos erros – e nos reinventamos, ex nihilo, como selvagens inclassificáveis, monstrengos civilizacionais, novidades irreconhecíveis sob a harmonia carnavalesca das esferas.”

Tendo mostrado às senhoras e aos senhores tudo isto, façam-se a seguinte pergunta: a República deu mesmo certo?

https://www.institutoliberal.org.br...ssa-monarquia-ou-a-republica-deu-mesmo-certo/

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O que foi de verdade a nossa Monarquia? Ou: a República deu mesmo certo?

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por RAFAEL HOLLANDA*

Completaram-se 126 anos do golpe militar dado por setores positivistas das Forças Armadas que, contrariamente à vontade popular, instaurou a forma de governo republicana no nosso país, transformando a única democracia que existia na América do Sul em um estado policial onde os primeiros atos do novo governo foram:

1 – dissolver todos os partidos políticos existentes no país;

2 – colocar em um navio a família imperial e proibí-la em caráter vitalício de voltar à sua terra natal;

3 – fechar a Assembleia Geral, a Suprema Corte de Justiça e substituir suas funções por comitês das Forças Armadas e pelo ministério recém-nomeado;

4 – reprimir qualquer manifestação a favor da família real;

5 – ameaçar com prisão os donos dos jornais que se posicionassem contrários ao movimento.

A falta de noção, de compreensão dos valores nacionais do Brasil e de patriotismo imperavam na cabeça dos oficiais das armas que proclamaram a República naquele tempo. Deodoro da Fonseca chefiou o movimento por conta de uma razão passional, visto que ele perdeu para o então Senador gaúcho, Silveira Martins, o coração da Baronesa de Triunfo, uma bela fazendeira da região, enquanto era Presidente da Província do Rio Grande do Sul. Silveira Martins seria o escolhido naquela primavera de 1889 por D.Pedro II para suceder o Visconde de Ouro Preto no cargo de Primeiro-Ministro, o que enfureceu Deodoro e o fez juntar todas as suas forças, mesmo doente, para chefiar o movimento. Podemos dizer, em outras palavras, que um “rabo de saia” foi a principal motivação para que a República fosse proclamada no Brasil.

Se, como disse Aristides Lobo, “ os brasileiros não compreenderam e assistiram bestializados À Proclamação da República, pensando que era uma parada militar”, mal compreenderiam a ideologia por trás do movimento republicano, baseado em uma estranhíssima filosofia que misturava traços de ciência política com racionalismo científico e teologia: o Positivismo.

Conhecida como “ Religião da Humanidade”, pelo seu lema “o amor por princípio, a ordem por base e o progresso por fim” e querida nas nossas forças armadas da época por justamente defender a instauração de um governo forte e centralizador para a consolidação do seu projeto, o seu fundador, Auguste Comte, era figurinha marcada nos círculos intelectuais europeus por conta da sua personalidade esquisita. Comte, assim como Deodoro, tinha a sua musa inspiradora: Clotilde de Vaux.

Nos escritos positivistas, Clotilde é colocada como a “Mãe Espiritual da Religião da Humanidade”, e o próprio Comte admitia que Clotilde era a sua principal motivação para a fundação do Positivismo e para propagar as suas ideias pelo mundo.

Com diretrizes confusas, prolixas e completamente utópicas, essa filosofia foi a escolhida para representar os anseios de um povo que, até hoje, pouquíssimo ouviu falar sobre ela e o que ela exatamente defende. O encantamento com essa utopia nas Forças Armadas era tamanho que uma abreviação do seu lema foi colocada na bandeira republicana do Brasil: “Ordem e Progresso”, retirando a esfera armilar, a cruz e os ramos de açúcar e tabaco, que de fato representavam o Brasil e tinham um profundo significado para o seu povo. Alarmados e ao mesmo tempo achando a situação tremendamente caricata, integrantes da embaixada francesa enviaram um telegrama ao Itamaraty perguntando se os republicanos haviam declarado o Positivismo como a religião oficial do País. Ninguém entendia direito o que se passava naquela semana de Novembro de 1889.

Cabe ressaltar também que a bandeira republicana era tremendamente impopular. A grande maioria dos brasileiros achou a nova bandeira feia e sem significado exato. Alguns pensavam que o Brasil havia colocado o mundo na sua bandeira e a maioria não entendeu o lema. A bandeira só atingiu aceitação popular na Semana da Pátria de 1922, quando o povo finalmente se acostumou com ela.

Falando agora dos dados estruturais mais importantes, ao final as senhoras e os senhores poderão responder com clareza a pergunta que corresponde ao título deste artigo.

O Brasil, no Século XIX, era um dos Países mais respeitados do mundo. Tinha uma diplomacia vibrante, usada para fins nacionais e não para fins políticos. O Brasil, recém-fundado, acompanhou com cautela as disputas sangrentas entre os republicanos latino-americanos e, como manda a boa tradição conservadora, manteve prudência e continuou com a Monarquia como forma de governo, sempre buscando aprimorar suas instituições ao invés de destruí-las por interesses políticos como fizeram os nossos vizinhos.

Outro mito que é necessário desconstruir é o da questão da escravatura. Na semana do Plebiscito de 1993, o ator Milton Gonçalves, apoiador da República, foi à televisão dizer que a volta da Monarquia representaria a volta da Escravidão. Nada mais falso. A Família Imperial esteve na vanguarda na luta contra os escravocratas. D.Pedro I escreveu repetidos artigos na imprensa contra a escravidão, a Família Imperial alforriou todos os seus escravos, D.Pedro II usava o seu vencimento para comprar a libertação de escravos, além de ter enviado muitos escravos libertos para estudar no exterior e, finalmente, a Princesa Isabel sancionou a Lei Áurea, símbolo máximo da igualdade de todos perante as leis e talvez o mais importante documento que versa sobre Direitos Humanos no País.

Enquanto isso, o Partido Republicano, que teve seus direitos amplamente assegurados durante todo o Segundo Reinado, era, em caráter majoritário, favorável à escravidão e a achava um meio interessante para impulsionar a economia.

Um partido nanico, o PR ficou famoso apenas em 1888, logo após a assinatura da Lei Áurea, quando os Senhores de Engenho, revoltados com a libertação dos escravos e por perder a sua mão de obra gratuita, fizeram um gigantesco lobby de financiamento ao Partido e a clubes republicanos e buscaram influenciar a Maçonaria, o que foi fundamental, sem dúvida, na ajuda para depor o regime que libertou os escravos do Brasil. O mais irônico de tudo é que no pouco conhecido Hino da Proclamação da República, composto pelo maestro Leopoldo Miguez, existe um verso: “nós nem cremos que escravos outrora tenham havido em tão nobre País; hoje o rubro lampejo da aurora, acha irmãos não tiranos hostis” – o que dá a impressão de que os Republicanos foram os responsáveis por libertar os escravos e que instauraram, de imediato, uma república que livrou o Brasil de uma ditadura sanguinária. Mais falso do que isso apenas uma nota de três reais.

Vale a pena trazer à tona, a desconhecida carta da Princesa Isabel ao Visconde de Santa Victória, que tratava de um projeto conjunto do Governo de Sua Majestade com o banco do Visconde para indenizar todos os antigos escravos, fato que não ocorreu por conta da proclamação da República. A carta pode ser encontrada aqui.

Outro ponto de suma importância a se tocar é o da economia. Gerida por economistas identificados com as ideias liberais, a economia do Brasil era uma das mais estáveis do mundo. O País, mesmo no período da guerra do Paraguai, não enfrentou nenhuma recessão na sua economia que tinha, naquela época, o mesmo tamanho da dos Estados Unidos. O Brasil era um exemplo de responsabilidade fiscal, tendo o Imperador D.Pedro II doado títulos da dívida brasileira. Se o Brasil tivesse mantido um crescimento vegetativo daquela época até hoje, seríamos já na segunda metade do século XX, um país de renda alta e com um elevado padrão de vida.

A inflação durante os 67 anos de Monarquia foi, em média, de 1,58% ao ano. O Brasil teve apenas 1 moeda, o Real, e o salário mínimo equivalia a 22 gramas de ouro. Os monarquistas sabiam que uma moeda é parte da historia de um país e um dos símbolos da sua identidade e, por conta disso, deve ser preservada e gerida com prudência e dinamismo, o que já não ocorreu na República.

Em 126 anos, o Brasil teve 9 moedas, algumas que não duraram nem 1 ano de existência, quebrou 4 vezes, e registrou a cifra assustadora de 1.400.000.000.000% de inflação acumulada. A burocracia atingiu níveis estratosféricos, produzir se tornou um fardo, e o Brasil tem hoje a maior carga tributaria do hemisfério sul e o pior retorno de impostos do mundo. Obviamente que o sistema não era perfeito, mas funcionava perfeitamente bem dentro da medida do possível e, com toda a certeza, teria sido aperfeiçoado caso o Império fosse mantido até os dias de hoje.

Outro fator que diferenciava o Brasil dos seus vizinhos era a estabilidade política e o respeito pela democracia. O Brasil teve, durante os 67 anos de Império, dois Imperadores e 33 Primeiros-Ministros, sempre com alternância de poder entre os Partidos Liberal e Conservador. O Parlamento nunca foi fechado e funcionava a pleno vapor, com os parlamentares trabalhando de segunda a sexta e não, como é hoje na república, apenas de terça a quinta.

O calendário eleitoral era rigorosamente cumprido e o país nunca teve eleições adiadas ou antecipadas por conta de uma crise.

D.Pedro II apenas perdia para a Rainha Victoria em tempo de reinado. Enquanto isso, as Repúblicas recém-independentes que nos cercavam já tinham tido dezenas de Presidentes, Diretores-Supremos, Juntas Militares e Guerras Civis. Os parlamentos já haviam sido abertos e fechados diversas vezes, golpes de estado eram frequentes e os cofres estavam sempre vazios. O Império Brasileiro era tão democrático, estável e respeitoso para com os seus cidadãos que o Presidente da Venezuela em 1889, Rojas Paul, ao saber do Golpe de 1889, disse: “foi-se a única República do Hemisfério Sul.”

D.Pedro II nunca aumentou o seu salário, do qual usava parte, como já dissemos, para libertar escravos e financiar estudos de brasileiros no exterior. Fez apenas duas viagens ao ultramar e bancadas do seu próprio bolso, onde ficou na casa de amigos ou de hóspede em hotéis modestos, pois o respeito ao dinheiro do pagador de impostos era, como dizia o Imperador, fundamental. Em sua comitiva, ele levava somente a Imperatriz Consorte, três assessores e uma Dama de Companhia. Comparem isso com a comitiva suntuosa da Presidente Dilma em Roma que, no dia da investidura do Papa Francisco, ficou no hotel mais caro com o nosso dinheiro, gastando uma cifra absurda superior a R$ 200 mil.

Um ponto em que o Brasil podia se orgulhar era no que dizia respeito ao prestígio que o governo dava à ciência e à discussão de ideias. O Brasil foi o primeiro país do mundo a ter um telefone graças à amizade de D.Pedro II com Graham Bell; foi o segundo País a usar um selo postal. D.Pedro e José Bonifácio abriram centenas de Escolas Imperiais onde os alunos aprendiam música clássica, latim, francês, inglês e religião com professores que D.Pedro II trazia do estrangeiro, além do fato de que os alunos tinham de fazer, para passar de ano, uma prova oral para treinar sua capacidade de argumentação. D.Pedro II, inúmeras vezes, era o professor que arguia os alunos nestas provas orais. Os alunos mais premiados iam para o exterior estudar.

A Imprensa do Brasil era, seguramente, a mais livre do mundo. Observadores do Reino Unido e da França ficavam impressionados com o nível de liberdade de que os jornais gozavam no Brasil. Um enviado da Inglaterra uma vez comentou que se um jornal britânico tratasse a Rainha da mesma forma por que tratavam o Imperador D.Pedro II, seriam fechados imediatamente e seus donos responderiam por traição. Algo que jamais acontecia no Brasil, onde D.Pedro II, uma vez indagado sobre essa questão de deixar os jornais falarem o que bem entendessem e no teor que entendessem sobre ele, respondeu ao jornalista: “veja meu filho, imprensa é algo muito sério, é o pilar da democracia, e ela não deve ser combatida com ações estatais, deve ser combatida com mais imprensa.”

O Brasil foi o primeiro país da América do Sul a ter jornais e revistas de diferentes correntes politicas competindo entre si harmoniosamente e sem censura estatal. Existe uma história, também pouco conhecida, dando conta de que o dono de um jornal republicano, sem dinheiro para continuar a produção e para fazer um empréstimo em um banco, marcou uma audiência com o Imperador para pedir-lhe dinheiro. D.Pedro o recebeu, ouviu a historia e no final assinou um cheque dizendo: “tome isto e continue a publicar as suas ideias”.

Outro ponto importante a ser ressaltado era que as liberdades civis eram profundamente respeitadas: o Brasil, mesmo tendo a Religião Católica como oficial, assegurava constitucionalmente o direito de cada grupo religioso realizar seu culto, seja lá ele qual fosse. A monarquia gozava de alta popularidade entre os setores judaicos e entre os religiosos de matriz africana. Naquela época isto era uma inovação, visto que eram poucos os países no mundo que admitiam liberdade de culto.

O projeto nacional que a Monarquia traçou para o Brasil era até mesmo superior ao projeto que os pais fundadores traçaram para os Estados Unidos. José Bonifácio, o pai da nossa independência, escreveu um plano para o Imperador D.Pedro I que era da seguinte maneira: o Brasil seria uma Monarquia Constitucional Parlamentar, com um Poder Moderador exercido pelo Imperador para servir de freio e contrapeso aos outros 3 poderes, teria a mais plena liberdade econômica, religiosa e de imprensa e seria totalmente livre da escravidão assim que ficasse independente. Tal projeto só não foi aplicado em sua plenitude por conta dos Senhores de Engenho que, como classe produtiva do País, ameaçavam constantemente parar de produzir caso algo ameaçasse a eles e ao seu sistema escravista. Quando finalmente o Governo de Sua Majestade interferiu para libertar os escravos, em 1888, a elite se uniu às Forças Armadas e derrubou o Império.

A Constituição de 1824, inspirada pela Constituição Francesa de 1814, trazia a inovadora figura do Poder Moderador, a partir da qual o Imperador, acima de qualquer querela partidária, interesses financeiros ou parlamentares, servia como um agente neutro de equilíbrio entre os poderes. Era função do Imperador nomear, por exemplo, os Ministros da Suprema Corte e sancionar ou vetar a indicação do Primeiro-Ministro.

Como nós vimos, a República faz-de-conta, imbuída de uma crença que o povo pouco conhecia e financiada pelo que havia de pior na época do Brasil, destruiu um país que tinha um presente em progresso e um futuro promissor, destruiu o 14º maior império do mundo e a única democracia no hemisfério sul, em favor de um regime que nos deu 6 constituições, 3 ditaduras, 9 moedas. Éramos reconhecidos no mundo inteiro pela nossa Cristandade, o apego que o nosso governo tinha pela ciência, pela nossa estabilidade e pela sabedoria do nosso Imperador; hoje somos reconhecidos internacionalmente por dois fatores montados artificialmente pelo governo Vargas: o futebol e o carnaval ( ler o livro de Leandro Narloch, Guia politicamente incorreto da historia do Brasil).

A República pariu o populismo, pariu Getúlio Vargas e o seu fascismo, os regimes socialistas de João Goulart, Lula e Dilma, os generais de 1964, os “coronéis nordestinos” e tantos outros que marcam a nossa história como um exemplo de autoritarismo e uso do poder público para fins pessoais ou partidários.

O escritor Gustavo Nogy, nos brindou no dia de hoje com esse texto, na sua magistral e elegante prosa:

“Quando Dom Pedro II foi melancolicamente deposto e a república proclamada, o que se viu não foi apenas, ou principalmente, a troca de um sistema de governo por outro. Sistemas e regimes vêm e vão ao sabor das intempéries políticas, isso nunca foi propriamente novidade. Alguma coisa mais importante se perdeu.

O que se seguiu ao fim da monarquia foi uma sucessão de golpes e contragolpes, de revoluções e reacionarismos, da ascensão vertiginosa de oportunistas famintos de poder e, a depender das necessidades, de sangue, suor e lágrimas. A Constituição de 88, muito naturalmente, culminou no irônico coroamento dessa história fraturada: teríamos então um diploma para registrar todas as virtudes que já não conhecíamos.

Mas sobretudo: o fim da monarquia representa uma cisão histórico-cultural com o que somos originariamente. Desde então estamos à procura do que não sabemos ser. Se o brasileiro cotidiano um dia encontrasse na rua outro brasileiro – autêntico, meticuloso, indesculpável brasileiro –, não seria capaz de reconhecê-lo e passaria adiante, “vagaroso, de mãos pensas”.

O irresolúvel problema da identidade brasileira começa precisamente quando rompemos com Portugal – sua literatura, sua história, seus clamorosos erros – e nos reinventamos, ex nihilo, como selvagens inclassificáveis, monstrengos civilizacionais, novidades irreconhecíveis sob a harmonia carnavalesca das esferas.”

Tendo mostrado às senhoras e aos senhores tudo isto, façam-se a seguinte pergunta: a República deu mesmo certo?

https://www.institutoliberal.org.br...ssa-monarquia-ou-a-republica-deu-mesmo-certo/

Visualizar anexo 58169

Digitando com os pés, porque com as mãos eu estou aplaudindo. O texto é pra lá de grande, mas vale a pena lê-lo.

Olha, Cafetão.Chinês, se eu fosse a favor da República, se fosse defensor dessa desgraça - o que não sou, de modo algum - , eu, pelo menos, não postaria mais neste tópico, não depois desse texto postado por você.
 

Tsultrim

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Não, não é mito, é história e mais que isso: é lógica simples. Quem tava bem em Portugal e Espanha ia vir fazer o quê no meio do mato sem porra nenhuma? Só quem não tinha perspectiva nenhuma faria uma besteira desse tamanho. Não estou dizendo que eram bandidos, tô dizendo que era gente de baixo nível.

A questão da Austrália como eminentemente colônia prisional é um put* de um exagero. Foram quase 200k presos durante o período inteiro, em três colônias, mas que cometeram crimes de baixo potencial ofensivo, muitos que cometeram os chamados crimes famélicos, inclusive.

Eu não disse que a Holanda era exemplo de práticas colonizatórias, disse que eles tentaram fazer alguma coisa que preste em Pernambuco. Muito do que eles colocaram de pé tá lá de pé até hoje, aliás.

Portugal era uma porcaria de país pequeno de mentalidade tacanha que só queria encher os barcos e sumir com a grana. Até hoje é cheio de problemas. A prática inclusive ficou sendo referência da nossa classe política. Aliás, nesse sentido, deixou de ser prática, é uma tradição.

"em uma colônia de povoamento, o colonizador sabe que deve ter cuidado com o povo que está se formando e também tem consciência que não deve destruir a natureza"

Tipo entrando em guerra com índios que ali já estavam, dominando o território que eles habitavam embora não necessariamente dominassem; depois transformando aquele lugar num exílio de criminosos (EUA e Austrália - e no caso da Austrália, literalmente uma prisão) e depois, entrando em guerra contra todo aquele povo depois de ele ter se formado?

É, muita consciência social a dona Inglaterra teve mesmo. Foram muito melhores que os portugueses sim. Claro.

E sobre essa história que você contou da capitania hereditária, soou muito vago, mas eu ia querer mais sobre, porque nunca tinha escutado sobre isso antes.

A questão de entrar em guerra com o povo nativo do local é uma triste constante nesses países colonizadores e realmente é um "débito" que ainda será pago por todos nós. O massacre que fizeram com as tribos aborígenes nos EUA e também na américa central é um crime humanitário muito maior do que o que ocorreu no brasil.

No caso da Austrália, acredito que a citação acima lhe respondeu. De qualquer forma, a austrália até hoje tem problemas, talvez em razão disso, mas é comum ela ser referida como o brasil que deu certo.

EUA tem essa cultura do aprisionamento e da guerra, provavelmente herdada do povo colonizador, os ingleses.

De qualquer forma, é nítido como foram melhores, é só olhar as consequências da colonização.

Estou procurando sobre a capitania hereditária. O que achei até agora foi o seguinte: Que portugal instituiu as penas para os "degredados", ou seja, qualquer um que fosse rotulado assim por portugal tinha como pena ser mandado para cá e pelo que li muitas coisas desde pequenas até grandes crimes faziam portugal impor esta pena, porque no começo ninguém queria vir para cá. Fonte: periodicos.unb.br/index.php/textos/article/download/5877/4858


Trecho: "Em algumas capitanias hereditárias, tão grande chegou a ser a proporção de degredados, 'Que em 1549, em sua viagem de inspeção ao sul, o ouvidor geral Pero Borges teve de determinar, em Porto Seguro, Espírito Santo e São Vicente, que nenhum degredado pudesse servir nos ofícios da própria justiça."

Mais adiante o documento fala quais os crimes que culminam no degredo (envio do coitado para o brasil), segue trecho:

"Há cerca de 50 casos em que, de maneira explícita, indica-se essa penalidade. Sem falar daqueles em que a pena de morte prevista acabará sendo comutada em degredo, ou daqueles em que uma falta aparentemente de pequena importância poderia ser agravada conforme as circunstâncias e considerada crime passível de incorrer naquela punição. Isso porque degredo para o Brasil era uma das penalidades mais sérias para a época. Aparece sempre logo após a de morte e galés, em casos onde há alguma atenuante, e é sempre aplicado nas situações agravantes de crimes cujas penas normalmente determinariam degredo para a África."

Outro trecho, do que dizia a lei portuguesa na época: "quando alguns delinquentes forem em nossas relações possuem atenuantes; incorrem por aução nova condenados para Galés, alegando que são escudeiros, ou daí para cima ou de menos de dezesseis anos, ou de mais de cinquenta e cinco, ou que tem tal enfermidade, porque não possam, nem devam servir nas Galés, e provando-o os Desembargadores, que na sentença foram, poderão comutar delas para o Brasil, tendo respeito que um ano de Galés se comute em dois para o Brasil e assim os outros anos a este respeito."

Resumindo, vir para o Brasil era uma pena pesadíssima, só pior que ir para as Galés e pena de morte.

Ordem e Progresso é o símbolo do positivismo. O tipo de mentalidade que sempre nos condenou a mediocridade e subdesenvolvimento. Com o estado como protagonista e paternalista.

Interessante o ponto de vista. Não sabia da origem do lema da bandeira.

O que foi de verdade a nossa Monarquia? Ou: a República deu mesmo certo?

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por RAFAEL HOLLANDA*

Completaram-se 126 anos do golpe militar dado por setores positivistas das Forças Armadas que, contrariamente à vontade popular, instaurou a forma de governo republicana no nosso país, transformando a única democracia que existia na América do Sul em um estado policial onde os primeiros atos do novo governo foram:

1 – dissolver todos os partidos políticos existentes no país;

2 – colocar em um navio a família imperial e proibí-la em caráter vitalício de voltar à sua terra natal;

3 – fechar a Assembleia Geral, a Suprema Corte de Justiça e substituir suas funções por comitês das Forças Armadas e pelo ministério recém-nomeado;

4 – reprimir qualquer manifestação a favor da família real;

5 – ameaçar com prisão os donos dos jornais que se posicionassem contrários ao movimento.

A falta de noção, de compreensão dos valores nacionais do Brasil e de patriotismo imperavam na cabeça dos oficiais das armas que proclamaram a República naquele tempo. Deodoro da Fonseca chefiou o movimento por conta de uma razão passional, visto que ele perdeu para o então Senador gaúcho, Silveira Martins, o coração da Baronesa de Triunfo, uma bela fazendeira da região, enquanto era Presidente da Província do Rio Grande do Sul. Silveira Martins seria o escolhido naquela primavera de 1889 por D.Pedro II para suceder o Visconde de Ouro Preto no cargo de Primeiro-Ministro, o que enfureceu Deodoro e o fez juntar todas as suas forças, mesmo doente, para chefiar o movimento. Podemos dizer, em outras palavras, que um “rabo de saia” foi a principal motivação para que a República fosse proclamada no Brasil.

Se, como disse Aristides Lobo, “ os brasileiros não compreenderam e assistiram bestializados À Proclamação da República, pensando que era uma parada militar”, mal compreenderiam a ideologia por trás do movimento republicano, baseado em uma estranhíssima filosofia que misturava traços de ciência política com racionalismo científico e teologia: o Positivismo.

Conhecida como “ Religião da Humanidade”, pelo seu lema “o amor por princípio, a ordem por base e o progresso por fim” e querida nas nossas forças armadas da época por justamente defender a instauração de um governo forte e centralizador para a consolidação do seu projeto, o seu fundador, Auguste Comte, era figurinha marcada nos círculos intelectuais europeus por conta da sua personalidade esquisita. Comte, assim como Deodoro, tinha a sua musa inspiradora: Clotilde de Vaux.

Nos escritos positivistas, Clotilde é colocada como a “Mãe Espiritual da Religião da Humanidade”, e o próprio Comte admitia que Clotilde era a sua principal motivação para a fundação do Positivismo e para propagar as suas ideias pelo mundo.

Com diretrizes confusas, prolixas e completamente utópicas, essa filosofia foi a escolhida para representar os anseios de um povo que, até hoje, pouquíssimo ouviu falar sobre ela e o que ela exatamente defende. O encantamento com essa utopia nas Forças Armadas era tamanho que uma abreviação do seu lema foi colocada na bandeira republicana do Brasil: “Ordem e Progresso”, retirando a esfera armilar, a cruz e os ramos de açúcar e tabaco, que de fato representavam o Brasil e tinham um profundo significado para o seu povo. Alarmados e ao mesmo tempo achando a situação tremendamente caricata, integrantes da embaixada francesa enviaram um telegrama ao Itamaraty perguntando se os republicanos haviam declarado o Positivismo como a religião oficial do País. Ninguém entendia direito o que se passava naquela semana de Novembro de 1889.

Cabe ressaltar também que a bandeira republicana era tremendamente impopular. A grande maioria dos brasileiros achou a nova bandeira feia e sem significado exato. Alguns pensavam que o Brasil havia colocado o mundo na sua bandeira e a maioria não entendeu o lema. A bandeira só atingiu aceitação popular na Semana da Pátria de 1922, quando o povo finalmente se acostumou com ela.

Falando agora dos dados estruturais mais importantes, ao final as senhoras e os senhores poderão responder com clareza a pergunta que corresponde ao título deste artigo.

O Brasil, no Século XIX, era um dos Países mais respeitados do mundo. Tinha uma diplomacia vibrante, usada para fins nacionais e não para fins políticos. O Brasil, recém-fundado, acompanhou com cautela as disputas sangrentas entre os republicanos latino-americanos e, como manda a boa tradição conservadora, manteve prudência e continuou com a Monarquia como forma de governo, sempre buscando aprimorar suas instituições ao invés de destruí-las por interesses políticos como fizeram os nossos vizinhos.

Outro mito que é necessário desconstruir é o da questão da escravatura. Na semana do Plebiscito de 1993, o ator Milton Gonçalves, apoiador da República, foi à televisão dizer que a volta da Monarquia representaria a volta da Escravidão. Nada mais falso. A Família Imperial esteve na vanguarda na luta contra os escravocratas. D.Pedro I escreveu repetidos artigos na imprensa contra a escravidão, a Família Imperial alforriou todos os seus escravos, D.Pedro II usava o seu vencimento para comprar a libertação de escravos, além de ter enviado muitos escravos libertos para estudar no exterior e, finalmente, a Princesa Isabel sancionou a Lei Áurea, símbolo máximo da igualdade de todos perante as leis e talvez o mais importante documento que versa sobre Direitos Humanos no País.

Enquanto isso, o Partido Republicano, que teve seus direitos amplamente assegurados durante todo o Segundo Reinado, era, em caráter majoritário, favorável à escravidão e a achava um meio interessante para impulsionar a economia.

Um partido nanico, o PR ficou famoso apenas em 1888, logo após a assinatura da Lei Áurea, quando os Senhores de Engenho, revoltados com a libertação dos escravos e por perder a sua mão de obra gratuita, fizeram um gigantesco lobby de financiamento ao Partido e a clubes republicanos e buscaram influenciar a Maçonaria, o que foi fundamental, sem dúvida, na ajuda para depor o regime que libertou os escravos do Brasil. O mais irônico de tudo é que no pouco conhecido Hino da Proclamação da República, composto pelo maestro Leopoldo Miguez, existe um verso: “nós nem cremos que escravos outrora tenham havido em tão nobre País; hoje o rubro lampejo da aurora, acha irmãos não tiranos hostis” – o que dá a impressão de que os Republicanos foram os responsáveis por libertar os escravos e que instauraram, de imediato, uma república que livrou o Brasil de uma ditadura sanguinária. Mais falso do que isso apenas uma nota de três reais.

Vale a pena trazer à tona, a desconhecida carta da Princesa Isabel ao Visconde de Santa Victória, que tratava de um projeto conjunto do Governo de Sua Majestade com o banco do Visconde para indenizar todos os antigos escravos, fato que não ocorreu por conta da proclamação da República. A carta pode ser encontrada aqui.

Outro ponto de suma importância a se tocar é o da economia. Gerida por economistas identificados com as ideias liberais, a economia do Brasil era uma das mais estáveis do mundo. O País, mesmo no período da guerra do Paraguai, não enfrentou nenhuma recessão na sua economia que tinha, naquela época, o mesmo tamanho da dos Estados Unidos. O Brasil era um exemplo de responsabilidade fiscal, tendo o Imperador D.Pedro II doado títulos da dívida brasileira. Se o Brasil tivesse mantido um crescimento vegetativo daquela época até hoje, seríamos já na segunda metade do século XX, um país de renda alta e com um elevado padrão de vida.

A inflação durante os 67 anos de Monarquia foi, em média, de 1,58% ao ano. O Brasil teve apenas 1 moeda, o Real, e o salário mínimo equivalia a 22 gramas de ouro. Os monarquistas sabiam que uma moeda é parte da historia de um país e um dos símbolos da sua identidade e, por conta disso, deve ser preservada e gerida com prudência e dinamismo, o que já não ocorreu na República.

Em 126 anos, o Brasil teve 9 moedas, algumas que não duraram nem 1 ano de existência, quebrou 4 vezes, e registrou a cifra assustadora de 1.400.000.000.000% de inflação acumulada. A burocracia atingiu níveis estratosféricos, produzir se tornou um fardo, e o Brasil tem hoje a maior carga tributaria do hemisfério sul e o pior retorno de impostos do mundo. Obviamente que o sistema não era perfeito, mas funcionava perfeitamente bem dentro da medida do possível e, com toda a certeza, teria sido aperfeiçoado caso o Império fosse mantido até os dias de hoje.

Outro fator que diferenciava o Brasil dos seus vizinhos era a estabilidade política e o respeito pela democracia. O Brasil teve, durante os 67 anos de Império, dois Imperadores e 33 Primeiros-Ministros, sempre com alternância de poder entre os Partidos Liberal e Conservador. O Parlamento nunca foi fechado e funcionava a pleno vapor, com os parlamentares trabalhando de segunda a sexta e não, como é hoje na república, apenas de terça a quinta.

O calendário eleitoral era rigorosamente cumprido e o país nunca teve eleições adiadas ou antecipadas por conta de uma crise.

D.Pedro II apenas perdia para a Rainha Victoria em tempo de reinado. Enquanto isso, as Repúblicas recém-independentes que nos cercavam já tinham tido dezenas de Presidentes, Diretores-Supremos, Juntas Militares e Guerras Civis. Os parlamentos já haviam sido abertos e fechados diversas vezes, golpes de estado eram frequentes e os cofres estavam sempre vazios. O Império Brasileiro era tão democrático, estável e respeitoso para com os seus cidadãos que o Presidente da Venezuela em 1889, Rojas Paul, ao saber do Golpe de 1889, disse: “foi-se a única República do Hemisfério Sul.”

D.Pedro II nunca aumentou o seu salário, do qual usava parte, como já dissemos, para libertar escravos e financiar estudos de brasileiros no exterior. Fez apenas duas viagens ao ultramar e bancadas do seu próprio bolso, onde ficou na casa de amigos ou de hóspede em hotéis modestos, pois o respeito ao dinheiro do pagador de impostos era, como dizia o Imperador, fundamental. Em sua comitiva, ele levava somente a Imperatriz Consorte, três assessores e uma Dama de Companhia. Comparem isso com a comitiva suntuosa da Presidente Dilma em Roma que, no dia da investidura do Papa Francisco, ficou no hotel mais caro com o nosso dinheiro, gastando uma cifra absurda superior a R$ 200 mil.

Um ponto em que o Brasil podia se orgulhar era no que dizia respeito ao prestígio que o governo dava à ciência e à discussão de ideias. O Brasil foi o primeiro país do mundo a ter um telefone graças à amizade de D.Pedro II com Graham Bell; foi o segundo País a usar um selo postal. D.Pedro e José Bonifácio abriram centenas de Escolas Imperiais onde os alunos aprendiam música clássica, latim, francês, inglês e religião com professores que D.Pedro II trazia do estrangeiro, além do fato de que os alunos tinham de fazer, para passar de ano, uma prova oral para treinar sua capacidade de argumentação. D.Pedro II, inúmeras vezes, era o professor que arguia os alunos nestas provas orais. Os alunos mais premiados iam para o exterior estudar.

A Imprensa do Brasil era, seguramente, a mais livre do mundo. Observadores do Reino Unido e da França ficavam impressionados com o nível de liberdade de que os jornais gozavam no Brasil. Um enviado da Inglaterra uma vez comentou que se um jornal britânico tratasse a Rainha da mesma forma por que tratavam o Imperador D.Pedro II, seriam fechados imediatamente e seus donos responderiam por traição. Algo que jamais acontecia no Brasil, onde D.Pedro II, uma vez indagado sobre essa questão de deixar os jornais falarem o que bem entendessem e no teor que entendessem sobre ele, respondeu ao jornalista: “veja meu filho, imprensa é algo muito sério, é o pilar da democracia, e ela não deve ser combatida com ações estatais, deve ser combatida com mais imprensa.”

O Brasil foi o primeiro país da América do Sul a ter jornais e revistas de diferentes correntes politicas competindo entre si harmoniosamente e sem censura estatal. Existe uma história, também pouco conhecida, dando conta de que o dono de um jornal republicano, sem dinheiro para continuar a produção e para fazer um empréstimo em um banco, marcou uma audiência com o Imperador para pedir-lhe dinheiro. D.Pedro o recebeu, ouviu a historia e no final assinou um cheque dizendo: “tome isto e continue a publicar as suas ideias”.

Outro ponto importante a ser ressaltado era que as liberdades civis eram profundamente respeitadas: o Brasil, mesmo tendo a Religião Católica como oficial, assegurava constitucionalmente o direito de cada grupo religioso realizar seu culto, seja lá ele qual fosse. A monarquia gozava de alta popularidade entre os setores judaicos e entre os religiosos de matriz africana. Naquela época isto era uma inovação, visto que eram poucos os países no mundo que admitiam liberdade de culto.

O projeto nacional que a Monarquia traçou para o Brasil era até mesmo superior ao projeto que os pais fundadores traçaram para os Estados Unidos. José Bonifácio, o pai da nossa independência, escreveu um plano para o Imperador D.Pedro I que era da seguinte maneira: o Brasil seria uma Monarquia Constitucional Parlamentar, com um Poder Moderador exercido pelo Imperador para servir de freio e contrapeso aos outros 3 poderes, teria a mais plena liberdade econômica, religiosa e de imprensa e seria totalmente livre da escravidão assim que ficasse independente. Tal projeto só não foi aplicado em sua plenitude por conta dos Senhores de Engenho que, como classe produtiva do País, ameaçavam constantemente parar de produzir caso algo ameaçasse a eles e ao seu sistema escravista. Quando finalmente o Governo de Sua Majestade interferiu para libertar os escravos, em 1888, a elite se uniu às Forças Armadas e derrubou o Império.

A Constituição de 1824, inspirada pela Constituição Francesa de 1814, trazia a inovadora figura do Poder Moderador, a partir da qual o Imperador, acima de qualquer querela partidária, interesses financeiros ou parlamentares, servia como um agente neutro de equilíbrio entre os poderes. Era função do Imperador nomear, por exemplo, os Ministros da Suprema Corte e sancionar ou vetar a indicação do Primeiro-Ministro.

Como nós vimos, a República faz-de-conta, imbuída de uma crença que o povo pouco conhecia e financiada pelo que havia de pior na época do Brasil, destruiu um país que tinha um presente em progresso e um futuro promissor, destruiu o 14º maior império do mundo e a única democracia no hemisfério sul, em favor de um regime que nos deu 6 constituições, 3 ditaduras, 9 moedas. Éramos reconhecidos no mundo inteiro pela nossa Cristandade, o apego que o nosso governo tinha pela ciência, pela nossa estabilidade e pela sabedoria do nosso Imperador; hoje somos reconhecidos internacionalmente por dois fatores montados artificialmente pelo governo Vargas: o futebol e o carnaval ( ler o livro de Leandro Narloch, Guia politicamente incorreto da historia do Brasil).

A República pariu o populismo, pariu Getúlio Vargas e o seu fascismo, os regimes socialistas de João Goulart, Lula e Dilma, os generais de 1964, os “coronéis nordestinos” e tantos outros que marcam a nossa história como um exemplo de autoritarismo e uso do poder público para fins pessoais ou partidários.

O escritor Gustavo Nogy, nos brindou no dia de hoje com esse texto, na sua magistral e elegante prosa:

“Quando Dom Pedro II foi melancolicamente deposto e a república proclamada, o que se viu não foi apenas, ou principalmente, a troca de um sistema de governo por outro. Sistemas e regimes vêm e vão ao sabor das intempéries políticas, isso nunca foi propriamente novidade. Alguma coisa mais importante se perdeu.

O que se seguiu ao fim da monarquia foi uma sucessão de golpes e contragolpes, de revoluções e reacionarismos, da ascensão vertiginosa de oportunistas famintos de poder e, a depender das necessidades, de sangue, suor e lágrimas. A Constituição de 88, muito naturalmente, culminou no irônico coroamento dessa história fraturada: teríamos então um diploma para registrar todas as virtudes que já não conhecíamos.

Mas sobretudo: o fim da monarquia representa uma cisão histórico-cultural com o que somos originariamente. Desde então estamos à procura do que não sabemos ser. Se o brasileiro cotidiano um dia encontrasse na rua outro brasileiro – autêntico, meticuloso, indesculpável brasileiro –, não seria capaz de reconhecê-lo e passaria adiante, “vagaroso, de mãos pensas”.

O irresolúvel problema da identidade brasileira começa precisamente quando rompemos com Portugal – sua literatura, sua história, seus clamorosos erros – e nos reinventamos, ex nihilo, como selvagens inclassificáveis, monstrengos civilizacionais, novidades irreconhecíveis sob a harmonia carnavalesca das esferas.”

Tendo mostrado às senhoras e aos senhores tudo isto, façam-se a seguinte pergunta: a República deu mesmo certo?

https://www.institutoliberal.org.br...ssa-monarquia-ou-a-republica-deu-mesmo-certo/

Visualizar anexo 58169

Ótimo texto. Não há referências científicas a tudo que o articulista opina, mas me parece bastante coerente.
 

Cafetão Chinês

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A questão de entrar em guerra com o povo nativo do local é uma triste constante nesses países colonizadores e realmente é um "débito" que ainda será pago por todos nós. O massacre que fizeram com as tribos aborígenes nos EUA e também na américa central é um crime humanitário muito maior do que o que ocorreu no brasil.

No caso da Austrália, acredito que a citação acima lhe respondeu. De qualquer forma, a austrália até hoje tem problemas, talvez em razão disso, mas é comum ela ser referida como o brasil que deu certo.

EUA tem essa cultura do aprisionamento e da guerra, provavelmente herdada do povo colonizador, os ingleses.

De qualquer forma, é nítido como foram melhores, é só olhar as consequências da colonização.

Estou procurando sobre a capitania hereditária. O que achei até agora foi o seguinte: Que portugal instituiu as penas para os "degredados", ou seja, qualquer um que fosse rotulado assim por portugal tinha como pena ser mandado para cá e pelo que li muitas coisas desde pequenas até grandes crimes faziam portugal impor esta pena, porque no começo ninguém queria vir para cá. Fonte: periodicos.unb.br/index.php/textos/article/download/5877/4858

Trecho: "Em algumas capitanias hereditárias, tão grande chegou a ser a proporção de degredados, 'Que em 1549, em sua viagem de inspeção ao sul, o ouvidor geral Pero Borges teve de determinar, em Porto Seguro, Espírito Santo e São Vicente, que nenhum degredado pudesse servir nos ofícios da própria justiça."

Mais adiante o documento fala quais os crimes que culminam no degredo (envio do coitado para o brasil), segue trecho:

"Há cerca de 50 casos em que, de maneira explícita, indica-se essa penalidade. Sem falar daqueles em que a pena de morte prevista acabará sendo comutada em degredo, ou daqueles em que uma falta aparentemente de pequena importância poderia ser agravada conforme as circunstâncias e considerada crime passível de incorrer naquela punição. Isso porque degredo para o Brasil era uma das penalidades mais sérias para a época. Aparece sempre logo após a de morte e galés, em casos onde há alguma atenuante, e é sempre aplicado nas situações agravantes de crimes cujas penas normalmente determinariam degredo para a África."

Outro trecho, do que dizia a lei portuguesa na época: "quando alguns delinquentes forem em nossas relações possuem atenuantes; incorrem por aução nova condenados para Galés, alegando que são escudeiros, ou daí para cima ou de menos de dezesseis anos, ou de mais de cinquenta e cinco, ou que tem tal enfermidade, porque não possam, nem devam servir nas Galés, e provando-o os Desembargadores, que na sentença foram, poderão comutar delas para o Brasil, tendo respeito que um ano de Galés se comute em dois para o Brasil e assim os outros anos a este respeito."

Resumindo, vir para o Brasil era uma pena pesadíssima, só pior que ir para as Galés e pena de morte.



Interessante o ponto de vista. Não sabia da origem do lema da bandeira.



Ótimo texto. Não há referências científicas a tudo que o articulista opina, mas me parece bastante coerente.
É porque se trata de um artigo, com intuito mais informativo.
Porém existem obras mais completas, que corroboram as afirmações do autor com informações mais detalhadas.
Inclusive estou lendo o segundo.

História dos Fundadores do Império do Brasil
https://www.estantevirtual.com.br/l...dos-fundadores-do-imperio-do-brasil/514423672

Liberalismo No Brasil Imperial - Origens Conceitos E Pratica
https://www.amazon.com.br/Liberalismo-No-Brasil-Imperial-Conceitos/dp/8571064776

https://www.institutoliberal.org.br...ndadores-do-imperio-do-brasil-uma-obra-prima/
 
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