Arlindo Orlando
Bam-bam-bam
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Fala, meus amigos da Retrospace! Na falta de tempo, arranjo um pra iniciar uma discussão saudável, a qual poderia até ter sido iniciada na pasta Consoles, mas aqui o pessoal é bem menos exaltado.
Quem aqui nunca ouviu falar ou leu que determinado jogo possui uma, duas, dez ou mil horas de duração? Isto é, seria o tempo médio o qual o jogador médio levaria para "debulhar" o jogo. Em uma análise fria, descontextualizada e meramente estística, como os jogos costumam ter preços similares, aqueles com maior tempo de duração constituir-se-iam em objetos de melhor custo-benefício (sendo, portanto, superiores). Denomino esse lapso temporal inerente ao produto de durabilidade objetiva, por levar em conta somente o aspecto objetivo da coisa.
Contudo, trago a vocês duas hipóteses, exercícios mentais, os quais podem instigar uma discussão interessante:
1. Você tem um filme favorito?
2. Você tem uma comida favorita?
O que eu quero com isso tudo: instigar uma reflexão acerca de padrões preestabelecidos, mas injustificados ou não questionados. No caso, a conjuntura atual de que jogo tem de durar muito. Assim, criei as hipóteses acima para indagar o que é durar muito (hipótese 1) e se é sempre bom durar muito (hipótese 2). Há pouco tempo, zerei Batman Arkham Origins e o achei muito aquém não só dos outros jogos da série, mas de outros jogos em geral, tendo ele um péssimo hábito de prolongar excessivamente a duração do jogo, utilizando-se de maneiras as mais ineficientes possíveis. Mas não quero focar nesse título do Batman, pegue aí qualquer jogo open world (agora é regra ser assim?) com um quilo de história e uma tonelada de sidequests feitas nas coxas, as quais te obrigam a ficar passeando pelo cenário sem, de fato, interagir significantemente com ele.
Mesmo os jogos longos os quais já zerei, quando sinto falta de um ou outro aspecto dele, sinto dificuldades para zerá-lo novamente. Pegando, por exemplo, o Batman Arkham City (esse eu gostei), só consegui zerá-lo novamente uma segunda vez. Acumulei, nessas duas zeradas, umas quarenta horas de jogo. Fica meio difícil começar a jogar de novo, pois terei de gastar muitas horas em uma experiência repetida, e, por mais que o jogo seja divertido, é muito comprometedor gastar tanto tempo de lazer sem haver o fator novidade. Por outro lado, em Mega Man X (um de meus jogos favoritos), já acumulo mais de cem horas de jogatina. A duração dele é pequena, mas é uma experiência que cabe em poucas sessões de jogatina. Não é um jogo casual, mas é descompromissado e bem dosado, além de divertido o suficiente pra querer fazer você jogá-lo ocasionalmente, pelo simples prazer de interagir com as mecânicas bem elaboradas do título. A isso, chamo de durabilidade subjetiva, pois parte da conexão do jogador com o jogo, a fim de consolidar este como passatempo corriqueiro daquele.
E vocês? Quero ler suas opiniões. Se são a favor, contra ou até mesmo indiferentes. O que a durabilidade significa pra vocês? O jogo deve ser longo, pra valer o preço, ser zerado e passado adiante? Ou deve ser guardado e revisitado para relembrar os seus bons momentos?
Quem aqui nunca ouviu falar ou leu que determinado jogo possui uma, duas, dez ou mil horas de duração? Isto é, seria o tempo médio o qual o jogador médio levaria para "debulhar" o jogo. Em uma análise fria, descontextualizada e meramente estística, como os jogos costumam ter preços similares, aqueles com maior tempo de duração constituir-se-iam em objetos de melhor custo-benefício (sendo, portanto, superiores). Denomino esse lapso temporal inerente ao produto de durabilidade objetiva, por levar em conta somente o aspecto objetivo da coisa.
Contudo, trago a vocês duas hipóteses, exercícios mentais, os quais podem instigar uma discussão interessante:
1. Você tem um filme favorito?
Provavelmente, sim. Filmes não costumam ter duração grande. Afinal de contas, não se trata de uma novela ou (minis)série, mas de uma experiência concisa. Você não vai ao cinema pretendendo passar doze horas ali, por exemplo. Talvez você passe dias, meses ou anos lendo um livro ou vendo uma novela/anime/série, mas, quando o assunto é filme, você dedica umas duas horas (um pouco mais, um pouco menos) pra se ter a experiência completa de um espetáculo. Ainda quando a película possui uma continuação, você sente que se entreteve no processo.
Ok, ok. Agora, voltando à pergunta, qual seu filme favorito? Sei. Você gosta dele, não é? Quantas vezes já assistiu a ele? Existem filmes aos quais já assisti, pelo menos, umas cinco vezes. Olha só essa matemática: se o filme tem duas horas de duração, multiplicado por cinco vezes, agora ele passa a ter, subjetivamente (para mim), dez horas de duração. Note o pulo do gato: consegui a experiência completa cinco vezes. Se o filme tivesse, objetivamente, dez horas de duração, eu só conseguiria assistir a ele uma única vez, nesse intervalo de tempo.
Como eu costumo dizer: em pequenas doses, até o veneno é cura. Como é que o Indiana Jones foge da pedra rolante mesmo? E o Luke, como ele vence o Darth Vader? Momentos marcantes, para revê-los, basta algumas horas do seu dia e você terá aquela experiência completa uma outra vez. E quanto àquele livro de 500 páginas, no qual um personagem morre? Se você quiser reler a parte, poderá pular direto para ela, mas não estará completamente envolvido e contextualizado. Ainda, gastará muito mais tempo e paciência para rever aquele singelo momento. É muito trabalho pra pouca coisa. A experiência torna-se mais difícil de ser repetida.
Ok, ok. Agora, voltando à pergunta, qual seu filme favorito? Sei. Você gosta dele, não é? Quantas vezes já assistiu a ele? Existem filmes aos quais já assisti, pelo menos, umas cinco vezes. Olha só essa matemática: se o filme tem duas horas de duração, multiplicado por cinco vezes, agora ele passa a ter, subjetivamente (para mim), dez horas de duração. Note o pulo do gato: consegui a experiência completa cinco vezes. Se o filme tivesse, objetivamente, dez horas de duração, eu só conseguiria assistir a ele uma única vez, nesse intervalo de tempo.
Como eu costumo dizer: em pequenas doses, até o veneno é cura. Como é que o Indiana Jones foge da pedra rolante mesmo? E o Luke, como ele vence o Darth Vader? Momentos marcantes, para revê-los, basta algumas horas do seu dia e você terá aquela experiência completa uma outra vez. E quanto àquele livro de 500 páginas, no qual um personagem morre? Se você quiser reler a parte, poderá pular direto para ela, mas não estará completamente envolvido e contextualizado. Ainda, gastará muito mais tempo e paciência para rever aquele singelo momento. É muito trabalho pra pouca coisa. A experiência torna-se mais difícil de ser repetida.
2. Você tem uma comida favorita?
Do "foie gras" à coxinha, existem limites (afinal de contas, você não é o Edson na porrada). Você pode lamber os beiços com um, dois ou até três pratos de sua iguaria predileta, mas pode começar a "pedir penico" no exagero. Além disso, há a chance de enfastiar-se por um bom tempo (ou mais) em relação ao alimento consumido em excesso. Entretanto, se você dosa sua refeição, sem exacerbação, poderá apreciá-la verdadeiramente até o dia de sua morte. Cada refeição, ainda que rápida, trar-te-á aquele deleite de boas lembranças e a sua, ainda atual, relevância.
O que eu quero com isso tudo: instigar uma reflexão acerca de padrões preestabelecidos, mas injustificados ou não questionados. No caso, a conjuntura atual de que jogo tem de durar muito. Assim, criei as hipóteses acima para indagar o que é durar muito (hipótese 1) e se é sempre bom durar muito (hipótese 2). Há pouco tempo, zerei Batman Arkham Origins e o achei muito aquém não só dos outros jogos da série, mas de outros jogos em geral, tendo ele um péssimo hábito de prolongar excessivamente a duração do jogo, utilizando-se de maneiras as mais ineficientes possíveis. Mas não quero focar nesse título do Batman, pegue aí qualquer jogo open world (agora é regra ser assim?) com um quilo de história e uma tonelada de sidequests feitas nas coxas, as quais te obrigam a ficar passeando pelo cenário sem, de fato, interagir significantemente com ele.
Mesmo os jogos longos os quais já zerei, quando sinto falta de um ou outro aspecto dele, sinto dificuldades para zerá-lo novamente. Pegando, por exemplo, o Batman Arkham City (esse eu gostei), só consegui zerá-lo novamente uma segunda vez. Acumulei, nessas duas zeradas, umas quarenta horas de jogo. Fica meio difícil começar a jogar de novo, pois terei de gastar muitas horas em uma experiência repetida, e, por mais que o jogo seja divertido, é muito comprometedor gastar tanto tempo de lazer sem haver o fator novidade. Por outro lado, em Mega Man X (um de meus jogos favoritos), já acumulo mais de cem horas de jogatina. A duração dele é pequena, mas é uma experiência que cabe em poucas sessões de jogatina. Não é um jogo casual, mas é descompromissado e bem dosado, além de divertido o suficiente pra querer fazer você jogá-lo ocasionalmente, pelo simples prazer de interagir com as mecânicas bem elaboradas do título. A isso, chamo de durabilidade subjetiva, pois parte da conexão do jogador com o jogo, a fim de consolidar este como passatempo corriqueiro daquele.
E vocês? Quero ler suas opiniões. Se são a favor, contra ou até mesmo indiferentes. O que a durabilidade significa pra vocês? O jogo deve ser longo, pra valer o preço, ser zerado e passado adiante? Ou deve ser guardado e revisitado para relembrar os seus bons momentos?