Eu entendi o que disse no início, apenas não concordo e quando digo que sua visão é romântica, não tenho o intuito de diminuir a mesma, mas a vejo dessa forma cada vez mais a cada post seu e é totalmente contrária à minha.
Na minha visão, uma empresa não faz nada por prazer, porque a mesma já passou dessa fase. A empresa é um conjunto de profissionais, sendo que muitos deles podem estar 100% apaixonados pelas partes que lhes cabem, mas que no fim das contas é uma parte do processo que tem o único fim de gerar lucro.
Não tenho culpa, tampouco vergonha de ter uma visão "calorosa", fervente e totalmente voltada para a paixão. E abomino essa "frieza" que se instalou no mundo por causa de uma praga chamada dinheiro. Romantismo é sentimentalismo, não estou sendo sentimental e sim racional. Tudo o que é feito necessita ter uma razão, aquilo que impulsiona o sonho, ou mesmo a engrenagem invisível e intangível, que faz funcionar o mecanismo gerando um fruto.
Ver uma esfera girando ao redor de uma bola de fogo, por exemplo, é uma visão muito simples do nosso sistema solar. Agora entender que cada movimento gera um efeito, um ritmo e tem uma razão. Para assim todos juntos poderem gerar e manter a vida. É uma visão "calorosa", pois busca a razão e não simplesmente o fruto.
O lucro é uma consequência, não o motivo de existir determinada vontade.
A fase do prazer foi quando, no caso dos games que falamos aqui, aquele programador (ou aquele grupo de programadores) se juntou para fazer aquele projeto, como teve uma vez no fórum. Ou quando o Macaco Louco criou o curso de programação da OS. Esses sim são casos onde existe espaço para paixão e prazer.
Porém quando o grupo de programadores aumentou e virou uma softhouse, contratando todo um staff para os próximos projetos; ou o Macaco Louco abriu seu curso de programação, alugando uma sala e contratando professores e staff, a coisa deixou de ser paixão e passou a ser um negócio. E todo negócio tem que dar lucro para continuar existindo, criando até uma responsabilidade por ali estarem diversos outros profissionais que necessitam daquilo para tocar suas vidas adiante.
Aquilo que é feito por prazer, por prazer deverá continuar.
Existe uma grande prostituíção acontecendo, tudo está virando negócio, tudo que se comenta são lucros e valores. E pra quem vive em São Paulo, por exemplo, essa virou uma verdade já que tudo que se faz nessa m**** de cidade é pago. Existem lugares onde a "diversão" é gratuita, cidades onde não se precisa de dinheiro para que se possa fazer as coisas. Cidades onde as pessoas se juntam sempre, contribuindo cada uma com seus produtos e serviços, compartilhando-os e aproveitando juntos...
Eu escrevi um livro, mas não busco fama nem dinheiro, não busco ser sustentado por ele nem ter meu nome gravado na história. Quero apenas compartilhar com aqueles que tiverem o interesse, interesse em buscar conhecimento "alternativo", aquilo que não trará dinheiro, mas que talvez pode trazer um prazer. Por isso não busquei editoras, não fui atras de nada, estou apenas distribuindo o pdf para todos os que tiverem o interesse.
Tudo bem as empresas não sobrevivem de filatropia, mas se não existe uma razão além do lucro (que não é razão é consequência), vemos o declinio desse prazer que era jogar video game. Com a protituíção do merdado os produtos ficaram caros, frágeis e finalmente sem graça...
Nesse caminho para se adequar ao crescimento e demanda, o hobby passa a necessitar de um estudo de mercado e de viabilidade, pois caso não traga lucro pode por tudo a perder, nesse caso não só para os apaixonados do início, mas sim para todo um ecossistema criado em cima disso. E é nessa parte onde os caminhos dos antigos projetos podem mudar e virarem algo mais "comercial", fato esse que eu particularmente considero natural pelos motivos que expus até o momento.
Assim nasceram todas as gigantes que temos hoje, sendo que as mesmas são agora formadas por milhares de cabeças que tem um único objetivo: criar algo amplamente consumível e assim garantir o maior lucro possível.
Dento de um ecossistema cada parte aceita sua função, mesmo que ela seja vista como indigna. Sabendo que antes do individual existe o todo. E a comercialização é um tipo de individualismo, pois visa o bem estar apenas daquele que vende.
Isso te parece hipotético??? Você come ou faz uso de margarina???
Então, inexiste produto mais prejudicial para a saúde do que um belo pote de margarina. Faça uma pesquisa e verá. Por que então continua a ser comercializada??? Por existirem interesses financeiros por tras. Você lógicamente vai dizer que não tem nada a ver com isso certo??? Então, até o dia em que você perder alguém que ama por cauda de um derrame ou um enfarte..
A terra trabalha gratuitamente pelo teu sustento e não ganha nada em troca. Nem o respeito dessa raça que se diz pensante.
Mas que distrói a prória casa por conta de que os lucros não podem ser perdidos...
Esse papo de que falta amor no negócio pra mim não passa de falácia, uma grande passionalidade que nós, consumidores, teimamos em achar que existe.
EDIT: Um exemplo até engraçado é o ex-jogador Edmundo, que não comemorava gols contra o Vasco. Por mais que sua paixão fosse pelo clube lusitano, ele não era mais torcedor e sim um profissional que tinha um negócio à resolver ali em campo. E como profissional quando possível ele realmente fazia, por mais que internamente fosse triste para ele.
Sacou?
O Amor é a fonte que banha o mundo todos os dias (leia o mito da caverna de platão se tiver interesse), portanto eu não sou um consumidor de video game, sou um AMANTE DE UMA ARTE, que infelizmente entrou em um declinio.
Você por causa da sua profissionalidade e do seu sustento, por exemplo, construíria uma máquina para torturar e matar crianças??? Machucaria sua mãe??? Venderia sua alma para o capeta???
SACOU???