A vida não é importante pra vx?
Cuidado, você não entendeu bem a essência do que ele quis passar.
Observe o trecho:
"potencial para vida, e potencial para vida humana claramente devem ter um valor menor do que uma vida humana completa"
Ou seja, ele mesmo tirando a religião não tira o valor da vida, porém dá mais valor à vida formada do que à uma em formação.
Obrigado respondeu mais rápido do que eu.
Eu não queria cagar regra, mas como estou notando que as discussões aqui acabam quase sempre caindo na falácia
ad hominem, vou puxar um pouco para meu lado mesmo.
Partirei de vários lados, primeiro o senso comum que geram as leis:
Veja bem o "consenso", ou seja o senso comum dita que a vida do feto é menos importante do que a da mãe, porque já é previsto em lei que caso o bebê cause risco a saúde da mãe o "aborto é permitido", em casos gerais em que existe um conflito qualquer entre duas pessoas geralmente o consenso não é pensar "vamos eliminar X, já que ele é um perigo para Y". Só isso já deduz que o feto é entendido sim como "menos importante".
Vamos para o aspecto biológico:
Se imaginarmos o mundo inteiro como vivo (teoria gaia), então logicamente toda vida é importante, porém não é toda vida que tem a mesma importância, uma baleia azul logicamente é mais importante que os milhões de krill que ela come durante sua vida (individualmente), paralelamente a totalidade dos krills são mais importantes já que sem eles as baleias no total não se mantém. Então vemos no aspecto macroscópico que é intrínseco no sistema vivo terrestre a morte para haver vida, e que a importância da vida é relativa ao ponto de vista adotado, porém nessas relações vivas geralmente existe um elemento que depende do outro elemento para existir logo o elemento "essencial" torna-se mais importante.
E do aspecto humano:
Partindo do pressuposto que somos humanos e vivemos pelo interesse da nossa espécie, a vida humana é importante, mais importante do que de animais ou plantas, porém nós necessitamos de outros seres vivos para continuarmos vivendo então a importância deles é dada quão mais relacionados eles estão com a nossa sobrevivência (já que indiretamente toda vida é conectada). Olhando do aspecto "fundamental" a mãe é mais importante que o feto porque ela sobrevive sem o feto, mas o feto não sobrevive sem ela (acho que ninguém discorda disto). Porém temos que ir mais além, mesmo que o feto fosse um ser humano completo por ele depender inteiramente da mãe para existir ele ainda é "menos importante". Isso pode ser visto em casos médicos simples. Uma pessoa pode continuar viva doando: Sangue, medula, um rim, parte do fígado, parte do pulmão. Isso apenas considerando apenas considerando viver "normalmente", se formos falar "sobreviver" é possível doar córneas e outros órgãos que diminuiriam a qualidade de vida da pessoa.
Mesmo assim o estado não pode forçar a população ( indivíduo) a doar esses órgãos que poderiam salvar incontáveis vidas sem o consentimento da pessoa.
Isso no caso de salvar VÁRIAS SERES HUMANOS COMPLETOS 100% , mesmo sabendo que a maioria desses órgãos e tecidos podem se recuperar ou pode-se viver sem parte dele, não é ético forçar uma pessoa a doar contra sua vontade.
Ou seja por você prover a vida para essas pessoas está no seu poder determinar ou não que vai doar parte de si , tornando sua vida mais importante do que a dos doentes( e muitas pessoas decidem não doar sangue, eu sou doador de sangue e medula btw).
Ou seja se nem para seres humanos completos podemos impor o suporte de outra vida, imagina para um feto.
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Sobre a vida humana, ela também é definida pelo sistema nervoso. Pacientes declarados em estado vegetativo (morte cerebral, o corpo vivo) são "mortos", podem doar seus órgãos inclusive. É vida, mas não é considerada "humana", bebes anencéfalos também podem ser abortados. O sistema nervoso começa a se formar no segundo mês, aproximadamente na quinta semana, antes disso qualquer vida não é "humana" (esse é o período mais conservador o possível para se declarar humano, podemos procurar ainda quando o feto sente dor etc e por isso o aborto é permitido além disso) procurar relativizar o feto gera problemas posteriores como "gozar/menstruar é assassinato?".
Em minha visão pessoal o aborto também poderia ser reservado em situações excepcionais além do prazo estipulado por lei, pois algumas síndromes só vão ficar visíveis mais tarde no desenvolvimento, e claro todo mundo aqui está pensando num bebê totalmente normal, mas se o bebê for portador de alguma síndrome muito complexa que demanda carinho/dinheiro/tratamentos médicos e ainda gera "sofrimento para a prole"? As vezes a pessoa não tem recursos emocionais ou financeiros para criar uma criança com uma síndrome degenerativa, deveríamos forçar não só aos pais , mas a criança uma vida cheia de dificuldade e dor?