Nathan Harcker
Bam-bam-bam
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Pedra no rim, tive 4 vezes já... sou expert no assunto.
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Já contei isso outras vezes, mas ao longo do tempo, descobri mais coisas a respeito. Mergulhei, bati a cabeça num banco de areia na praia e rompi um ligamento entre a C1 e a C2 (vértebras cervicais).
Não é nem que eu poderia ficar tetraplégico, mas sim que, se eu tivesse batido com só um pouco mais de força, eu teria fraturado uma das vértebras e morrido asfixiado em, no máximo, seis minutos. Não havia salva-vidas por perto, e eu estava a muito mais de apenas seis minutos de um hospital. Meu médico só me disse isso bem depois da primeira cirurgia.
Fiz duas cirurgias delicadas (artrodeses cervicais) por causa disso, e ainda estou em recuperação, afastado do trabalho e fazendo fisioterapia. Perdi mais ou menos 30% do movimento de rotação do pescoço e agora não consigo olhar para trás sem girar o tronco. Agora, todos me perguntam se estou com torcicolo. É uma sequela definitiva. Usei um colete cervical por seis meses, e só agora, ao tirá-lo definitivamente, estou percebendo a natureza dessa limitação. Atravessar a rua ficou mais perigoso, por exemplo. Assim como passar por pessoas suspeitas sem poder olhar para trás discretamente. Pelo menos, se eu arranjar uma namorada, não haverá brigas porque eu olhei para alguma mulher que passou, já que até isso é difícil de fazer
Convivi também com o medo de ter que fazer uma fusão occipitocervical, cirurgia ainda mais agressiva, em que eu teria duas vértebras cervicais ligadas à parte de trás do crânio, de maneira que eu, basicamente, não teria mais movimentos do pescoço.
Na primeira cirurgia que fiz, o parafuso de fixação quebrou em quatro meses, e ele me disse que, caso acontecesse novamente, a solução seria a fusão do crânio com a coluna. Mas, pelo menos por enquanto, essa possibilidade deixou de existir. Por enquanto.
Quando saía na rua com o colete cervical, várias pessoas me perguntavam o que havia acontecido. Quando explicava, me contavam de casos semelhantes de amigos e si próprios. Não imaginava que esse tipo de lesão fosse assim tão comum. Meus conselhos são: use sempre o cinto de segurança, nunca mergulhe em um lugar que não conhece e tenha muito cuidado com a profundidade das piscinas.
eu cheguei a delirar em casa.
Valeu cara! Há de dar tudo certo dessa vezcaraca manolo, que tenso! Já passei por uma situação bem parecida: mergulhei com a água na altura do peito, e dei de CARA num banco de areia. Mas só arranhei o nariz de leve, pq não mergulhei com força.
Vc mergulhou de uma altura considerável?
melhoras ae e que bom que as coisas estão se acertando!
Já tive sangue HIV+ injetado em mim e saí ileso.
Sou bom?
Fiquei 1 mês com a apêndice estourada dentro do corpo. Por sorte sobrevivi.
WTF
Wolverine da Outer, esse merece o título
Em resumo:Logan, é você?
c***lho, como foi isso?
Eu já quebrei as 2 mãos. Sim, ao mesmo tempo. Foram 2 meses difíceis.
Isso foi na época em que era doutorando, estava de plantão no pronto socorro do HU e chegou uma mulher desacordada a plantonista chefe deu o primeiro atendimento e me pediu para colher sangue arterial para uma gasometria. A paciente em questão já era conhecida do pessoal por ser usuária de drogas e HIV+, a mulher era jovem mas estava só o pó coitada.
Bem, fui colher o sangue dela, e com minha mão esquerda segurei o braço dela e com a direita a seringa, ela estava desacordada, quando já estava retirando a seringa dela ela de súbito despertou gritando e puxou num solavanco só minha mão direita que foi direto na esquerda e consegui a proeza de injetar 2ml do sangue dela em mim.
Na hora larguei tudo e tentei ordenhar o local (como se funcionasse) e avisei a primeira enfermeira que vi, ela saiu correndo e logo depois aparece a enfermeira chefe, ligaram para a chefe da DIP (Doença Infecto Parasitárias) e começaram a aplicar o protocolo da época.
A primeira coisa era confirmar a carga viral da paciente, enquanto isso fiquei esperando com o toba na mão e veio HIV+ com carga viral altíssima. A partir de então para efeitos de protocolo fui considerado HIV+, iniciei tratamento com o coquetel e teria que fazer exame de sangue de 3 em 3 meses, o primeiro veio negativo mas teria que fazer mais devido à janela imunológica.
É isso aí, fiquei um ano com essa espada na minha cabeça, tendo reações devido ao coquetel até ser declarado livre. Contei o ocorrido para os meus pais só anos depois.
Uma coisa que me chamou a atenção nessa época foram as pessoas do meio que passaram a me evitar, me surpreendeu mesmo.
Tempos depois quando estava no exército estava tratando uma paciente deprimida que era HIV+ e não queria mais se tratar, e num rompante de raiva ela gritou comigo dizendo que eu não sabia oque ela estava passando, aí eu pude dizer: Sei sim hahaha.
Tá bom de aprender a beber água né?Pedra no rim, tive 4 vezes já... sou expert no assunto.
Que história tensa. Você em algum momento sentiu raiva dessa mulher?
A minha CATAPORA foi uma das coisas mais fortes que eu já vi em qualquer pessoa. Eu tinha 14 anos, e pouquíssimas partes do meu corpo não ficaram cobertas pelas pústulas. Cheguei a ter bolhas dentro da cavidade ocular, na uretra e no ânus. Eu passei 5 SEMANAS trancado em casa, quando o tempo normal de recuperação da catapora é de 10 a 13 dias. O caso bem grave... e como era doença infectocontagiosa eu não podia ir ao hospital infantil. A prefeitura designou um médico para me acompanhar enquanto eu tivesse febre, o que durou UMA SEMANA E MEIA. Durante dois dias tive febre que não baixava de 39º C, chegando a picos de 41º C. Eu delirava, e é uma sensação horrível não conseguir distinguir realidade de imaginação. Fiquei cheio de marcas.
A outra foi EPIDIDIMITE (inflamação dos epidídimos, série de tubos que recobrem boa parte dos testículos). A dor era tanta que eu vomitava. O médico que fez o primeiro atendimento não conseguiu realizar o exame de toque dos testículos por causa da dor, eu URRAVA quando ele mexia. Me deu uma dose cavalar de morfina, esperou fazer efeito e só aí partiu pro toque e depois pro ultrassom. Uma semana de tratamento, e eu tava novo em folha.