Pentiment (Series X)
Constrangedor | Sonífero | Ok | Bom | Muito bom | Sensacional | Masterpiece
Jogo simples, mas extremamente imersivo. Embora você tenha um personagem principal, senti que o verdadeiro protagonismo do jogo está com o povo, com a cidade, visto que o jogo trata de contar a história de um mesmo local com o passar dos anos, em uma vibe bem "Bacurau" ou "Cidade de Deus". Sendo um jogo focado em história, pelo menos os personagens me agradaram e parecem com pessoas reais. São muitos personagens, então demora um pouco pra pegar o nome da maioria, embora o jogo tenha um "códice" explicando quem é cada um. Aumenta também a imersão o fato do jogo se passar em um sistema de dias, mais ou menos como ocorre em Persona, que utiliza um calendário. O seu dia é dividido em etapas e você precisa administrar o seu tempo, principalmente quando a "fase de investigação" inicia. O jogo te dá várias opções de missões, mas você simplesmente não tem tempo pra realizar todas e precisa decidir no que focar e o que negligenciar, o que de certa forma aumenta o fator replay, caso a pessoa se interesse por esse universo e queira fazer tudo o que o jogo oferece. No fim, você vai gastar seu curto tempo coletando informações e evidências, visando acusar alguém dos crimes que ocorrem no jogo. O que, pra mim, também é um ponto negativo. Por um lado, o jogo tem muito conteúdo em missões secundárias e as suas decisões, assim como as características que você escolhe para seu protagonista abrem ou fecham portas durante o jogo, moldando um pouco a sua aventura. O problema é que a trama principal é extremamente linear, e ao menos pra mim, fica aquela sensação de que as minhas escolhas foram bem menos relevantes do que deveriam. Por um lado, eu entendo que o jogo tentou passar uma mensagem e quem jogar vai entender, mas ainda assim, acho que um jogo baseado em escolhas deveria respeitar mais as suas escolhas, e não só nos objetivos secundários, mas no principal. Infelizmente, esse é um problema de quase todos os jogos de escolhas que existem por aí.
Jogando eu me acostumei bem rápido ao visual do jogo. Embora seja simples, é agradável aos olhos e não compromete. Inicialmente achei o mapa e o menu meio confuso, mas acho que logo fica bem fácil de se localizar, visto que o jogo se passa em pouquíssimos locais. Quanto a trilha sonora, ela é tímida ou até mesmo inexistente por boa parte do jogo, onde você só ouve os passos do protagonista e alguns sons repetitivos de animais no fundo, mas conforme a trama avança, o jogo apresenta músicas muito boas em certos momentos. Como esperado, é um jogo muito nichado. Tem muitos textos e sem dublagem, então a pessoa vai precisar de muita paciência pra ler bastante e por muitas horas. Se a pessoa não curtir esse universo, o mais provável é que ela vá ficar aborrecida ou entediada com o ritmo "arrastado". No geral, considero uma experiência bem positiva. Bela surpresa de 2022, assim como As Dusk Falls, para quem curte esses tipos de jogos.
Mario Kart 8 Deluxe (Switch)
Constrangedor | Sonífero | Ok | Bom | Muito bom | Sensacional | Masterpiece
Divertido, e só. O meu problema com Mario Kart 8 Deluxe é já conhecer Crash Team Racing Nitro-Fueled, que eu considero muito superior. Sinto que MK carece de conteúdo single. Enquanto no jogo do Crash temos toda uma campanha com dificuldade "normal" e "hard", com chefes, com desafios variados, em MK temos apenas as copas, que não chegam a ser uma "campanha". Acredito que o foco do jogo esteja no multiplayer, mas como o meu interesse estava em jogar solo, a sensação predominante foi de falta de conteúdo. O jogo também parece bem mais simples que o Crash, que possui um divertido sistema de "nitro" adicionando complexidade e desafio. Lá eu sinto que correr bem é o que mais importa, enquanto em MK os itens aparecem muito mais e atrapalham muito mais. Eu sei que faz parte do estilo e que o jogo até tem um modo secundário sem itens, mas itens em excesso, pra mim, tiram um pouco da diversão e faz parecer que as corridas dependem mais de sorte do que deveriam.
No geral, foi um jogo que me divertiu um pouco, mas nada além. Possui pistas bem criativas, umas trilha sonora boa, um catálogo de personagens ok (com algumas repetições desnecessárias, como as versões "gato" dos personagens). Se eu não conhecesse Crash, talvez apreciasse mais o MK. Enfim, terminei todas as copas e também venci todas as corridas nos modos 150cc ou 200cc. Devo ter jogado por volta de 15h.
Super Mario 3D World + Bowser's Fury (Switch)
Constrangedor | Sonífero | Ok | Bom | Muito bom | Sensacional | Masterpiece
Grata surpresa e uma experiência muito divertida. O jogo tem a objetividade e linearidade que curto em jogos desse estilo, sem tanta enrolação ou exploração sem graça. Você põe o jogo, você está jogando. A melhor parte sobre o jogo é como ele constantemente apresenta novidades do início ao fim. Em momento algum fica repetitivo, e está sempre apresentando novas mecânicas ou te fazendo utilizar mecânicas anteriores de novas formas. Não só isso, como a própria temática do jogo vive mudando, com mundos criativos e uma trilha sonora que, de tão boa, só me faz ter mais aversão ao
Switch. Gostaria de ter jogado na tv com o meu headset, mas acho que só comprando um adaptador, infelizmente. Com certeza ouvir o jogo pelo headset melhoraria ainda mais a experiência. Eu até pensei em colocar alguma música aqui, mas são tantas músicas excepcionais que eu teria que colocar a OST toda. E sobre Mario, gostei bem mais desse estilo linear do que algo sandbox como o Odyssey, que ficou meio maçante pra mim. Aqui eu realmente não senti tédio e me diverti até mais do que quando joguei Crash 4, que era o jogo recente desse estilo que eu mais gostava até conhecer SM3DW.
Eu notei que os personagens são únicos, com particularidades, mas eu decidi jogar com a Peach do início ao fim. Não só curti a habilidade de flutuar, como é bom pra dar uma variada. E eu acho menos bizarro ver a Peach vestida de gatinho do que o Mario. O jogo, inclusive, é bem bonito, com um visual de parar pra admirar em certas fases, ainda que o
Switch seja bem menos poderoso que os consoles que eu costumo jogar (
PS5 e Series X). Ao contrário do Odyssey, que eu achei fácil e até meio infantil em quase toda a jornada, o 3D World é bem mais equilibrado em dificuldade. Ele começa fácil, mas conforme o jogo avança, ele passa a exigir bem mais, e eu me peguei morrendo 3, 4, 5 vezes em certas partes até passar de vez. Considerando que a Nintendo faz jogos para a família, eu genuinamente me pergunto como a galera muito casual vai passar de certas partes do jogo, porque ainda que o jogo te dê uma roupa especial se você morrer demais, ela não te salva de quedas e certos obstáculos.
Sinceramente, nem consigo pensar em defeitos pro jogo. Ótima trilha sonora, ótimo visual, controles bem responsivos, muita criatividade nas fases e sem cair na repetitividade. Gostaria de ter experimentado o multiplayer, mas isso eu deixo pra depois. Acho que poderia, talvez, ter um modo hard pra quem quer um desafio maior, mas isso é o de menos. O jogo também tem um fator replay considerável, pra quem quer ficar coletando todas as estrelas. Eu só coletei o suficiente pra zerar. O jogo provavelmente tem uma história, mas eu a ignorei e não senti falta, sinceramente. É Mario e eu não jogo Mario pela história. Também curti bastante as partes de "Captain Toad", e talvez depois experimente o jogo completo, ainda que eu normalmente não goste tanto de puzzles.
Quanto à DLC, eu realmente não curti muito. É mais Mario Odyssey do que Mario 3D World, e como eu não curti tanto assim o Odyssey, também zerei a DLC sem muita paciência e sem me divertir tanto assim. Porém, como é um bônus da versão
Switch, não vejo como ponto negativo. No geral, foi um jogo que sozinho, por mim, já valeu a compra do
Switch. Já é mais do que eu esperava, já que minhas expectativas não eram tão altas.