Usando a lógica aristotélica, que é o mais humano que podemos fazer pra fugir de guerras e desolações:
1) O conceito de dicionário de “Melhor Videogame” só pode ser “Aquele pedaço de plástico que tem o maior número de jogos bons”. Nenhum outro elemento consegue superar esse em importância, é uma torção do próprio vernáculo dizer o contrário. Concatenando “melhor” e “videogame” num único verbete, seus respectivos conceitos, só pode desembocar nisso.
Joystick, rede online, preço, qualidade dos cabos, aparência externa da máquina, duração, acessibilidade ou beleza da caixa, gráficos e sons são extras, nada disso sequer arranha a importância do “Número de Jogos Bons”. Alguém consegue refutar isso? Acho que podemos dizer que isso é pacífico, lógico e razoável, não é?
2) That’s why o NES foi um videogame melhor que o Master, apesar de ser severamente mais fraco em gráficos, que o Mega Drive foi um videogame melhor que o Neo Geo, apesar de ser um peidinho se comparado à sua robustez, e que o PS2 foi um videogame bem melhor que o Gamecube e que o XBox, apesar de mais fraco, mais caro, com rede online pior e mais frágil, e que o XBox 360 foi um videogame melhor que o Wii, apesar de mais caro.
3) Devemos agora entender e aceitar no nosso coração que “Jogo Bom” é um conceito nada subjetivo, que é possível se separar, via critérios e elementos, reunidos sob a batuta de uma disciplina universitária chamada “Aesthetics”, o que dá qualidade a algum tipo de criação humana. É o que separa o teto da Capela Cistina de um borrão de tinta numa tela, feito por um elefante com uma brocha na tromba, ou Rush de Guilherme e Santiago ou o Messi do Donizete Pantera. É preciso ser altruísta, elevado, não arrogante e humilde pra reconhecer que algo que você gosta não é necessariamente a melhor coisa do mundo, só pra atender à sua birrinha.
4) Daqui em diante, seguindo as consequências da lógica, cabe uma vírgula. Se algum relativista quiser considerar que qualidade não existe, e que “tudo é gosto”, então
OBRIGATORIAMENTE o “Melhor Videogame” é aquele que tem o número total de games maior. Já que cada game pode ser bom ou ruim, só depende de nosso gosto e de nosso egoísmo e criancice, então a única coisa palpável que pode nos fazer separar qual videogame é melhor é “NÚMERO TOTAL DE GAMES”, não interessando quais sejam, mesmo merdas devem valer para reforçar o conceito, já que um fulano na Indonésia e uma tia em Bangladesh podem considerar Superman 64 melhor que Zelda Ocarina of Time. É questão de gosto, afinal. Se formos toscos, superficiais, ignorantes, arrogantes e relaxados pra dizer que “Jogo é
só questão de gosto”, então o melhor videogame da terceira geração
obrigatoriamente é o NES, da quinta é o PS1, da sexta é o PS2 e da oitava é o PS4, por exemplo, sem direito a reclamação, já que esses são os consoles com mais jogos, se são bons ou ruins tanto faz, já que depende de gosto.
5) Encerrando por fim, se formos criteriosos, belos, analíticos, sensuais, humildes, altruístas e pirocudos, entenderemos que há algo que separa Ori de State of Decay, Zelda BOTW de Mario Aces, abriremos mão de nosso safe space e nossa arrogância (mesmo que eu prefira Rampage Inc a Banjo Kazzoie, eu, num gesto humilde, abro mão desse capricho, e aceito que Banjo é mais qualificado), então restaria contar o número de “Games bons ou +” de cada plataforma pra saber quais os melhores videogames. Você chegará com certeza absoluta ao seguinte resultado aproximado por geração:
- Segunda: Atari 2600
- Terceira: NES
- Quinta: PS1
- Sexta: PS2
- Sétima: PS3
- Oitava: PS4
6) Chegamos na pergunta do péssimo texto que ilustra o OP, após toda a cadeia lógica destrinchada. Comparar um console de uma geração com a outra é injusto, porque em eras diferentes se produz quantidades diferentes, pelos mais variados motivos. Alguma coisa dá pra concluir, por exemplo, com certeza
absoluta o SNES foi um videogame melhor que o N64, o NES foi um videogame melhor que o Suíte e o Mega foi um videogame melhor que o Saturn. Teria que contar literalmente aí se quiser saber essa besteira e teríamos que aguardar a geração acabar, mas aparentemente o PS4 foi, embora certamente o melhor videogame de sua geração, pior pelo menos que o PS1 e o PS2.
Isso é o máximo que nossa razão nos permite concluir, só lembremos que se alguém achar que é gosto, pela lógica aristotélica é obrigatório esse alguém assumir que o PS2 é o melhor videogame de todos os tempos e que o PS4 é o melhor videogame dessa geração. Se alguma outra pessoa achar outra coisa diferente, pode desfilar aí pelo tópico trankilamente, que hoje é sexta e estaremos partindo pro abraço mais tarde