Grand Rapids
Ei mãe, 500 pontos!
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E é fácil sair? Se tiver jeito alguém me fala aí, só não saí ainda primeiro porque não fui atrás e não acho ser fácil, segundo por causa da minha mãe...
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E é fácil sair? Se tiver jeito alguém me fala aí, só não saí ainda primeiro porque não fui atrás e não acho ser fácil, segundo por causa da minha mãe...
Eu imagino que muita gente vai querer sair do país se imaginar que vai ter condições melhores em outros lugares. Só tendo laços muito fortes pra querer ficar no país se ele está se fodendo.
Só que ai não bate com o que o OP diz.Eu tenho um amigo meu que está em processo de imigração pro Canadá, mas ele é um ilustrador pica das galáxias. O cara trabalhou em vários jogos e cardgames famosos. Ele é esforçado, tem currículo, tem procura no mercado por ele e pessoas que dão o vouch pra ele na imigração.
Mas eu estou comparando os dois lados, parágrafo abaixo já coloco o zé ruela como contra-ponto.Só que ai não bate com o que o OP diz.
Um cara desse tem perspectiva aqui no Brasil, na Alemanha e até no Zimbábue, diferente daqueles zé ruela que acha que é só ir pra outro país que tudo vai se resolver.
Eu imagino que muita gente vai querer sair do país se imaginar que vai ter condições melhores em outros lugares. Só tendo laços muito fortes pra querer ficar no país se ele está se fodendo.
O problema é que tem muita fantasia nisso. As vezes o cara é um b*sta e está sofrendo por culpa dele mesmo, as vezes o cara se superestima e não muito raramente o cara não tem nada pra oferecer. Aí pensa que ir pro exterior onde a competição é bem mais acirrada mesmo pelos cargos mais baixos (devido a uma legião de pessoas com a mesma mentalidade) vai ser uma receita pra viver bem.
Eu tenho um amigo meu que está em processo de imigração pro Canadá, mas ele é um ilustrador pica das galáxias. O cara trabalhou em vários jogos e cardgames famosos. Ele é esforçado, tem currículo, tem procura no mercado por ele e pessoas que dão o vouch pra ele na imigração.
Agora pega o zé padrão, que não tem nenhuma habilidade de mercado. Nesse ponto já complica o cara conseguir alguma imigração legal. Agora imagina o cara que não se coça direito aqui, como é que o cara vai competir com uma trocentas pessoas com a mesma ideia de imigrar?
Querer sair é fácil, difícil é poder.
E pra quem pode e quer, tem mais que se mandar mesmo.
"Faculdade não serve pra nada"
Disse "Rafaelzinho" de 35 anos, obeso mórbido, usuário frequente de maconha e com demencia prematura, revoltado por não conseguir emprego como Engenheiro Civil, residente de Tomatópolis na região de Raio que o Parta, interior de MG, cujo foco são serviços manuais, RH e Contabilidade.
Fonte: Grupo de Zipty Zopterson onde Rafaelzinho vive esquecendo que é Admin.
A maioria dos jovens não quer estudar, vive o dia inteiro com o celular tocando funk e quando sai do ensino médio praticamente analfabeto ainda quer um emprego esperando de braços abertos.
E quer emprego no ramo X sendo que a Região que ele mora só abrange a área A, B, C e D.
E ainda quer botar a culpa no cargo mais alto da república sendo que ele não tem nada a ver com a realidade da região que o cidadão mora.
Ninguém mais que fazer um SENAI/ SENAC, ser marceneiro, azulejista, pedreiro, fazer curso para dirigir trator, etc...
Não esquece que tem também mecânico, hidráulico, eletricista, etc...
Millenial vai morrer se levar um choquinho ou sujar a mão de graxa.
A tendencia das coisas é ir de mal a pior, não adianta nem se enganar mais.
O jeito agora é começar a correr atrás de redução de danos pois quando a m**** explodir, vai explodir primeiro na cara deles e por último na nossa.
Metade dos jovens quer sair, mas 80% dos jovens não tem onde cair morto, 18% vivem de mesada do papai e 2% ganham sua grana e realmente tem condições de sair.
Visualizar anexo 195473
E 95% deles não sabem nem sequer a própria língua.
Enquanto isso um vovô de 70 anos afrodescendente que não sabe ler tá rindo da cara deles no quarto ao ver matérias na TV falando de igualdade e a m**** toda e irritadinhos por causa de um "bom dia".
Isso se chama analfabetismo funcional.
E esse problema é global hein, tem maluco no Reino Unido que não suporta nem um meme que faz textão.
Só que ai não bate com o que o OP diz.
Um cara desse tem perspectiva aqui no Brasil, na Alemanha e até no Zimbábue, diferente daqueles zé ruela que acha que é só ir pra outro país que tudo vai se resolver.
QUANDO um frentista / açougueiro / operário no Brasil vai ter um padrão de vida desses? Impossível, só classe média pra cima.
Aí que tá. Acredito que muitas vezes pro zé ruela é mais negócio ainda ir embora do Brasil se tiver oportunidade. Um cara com boa qualificação aqui talvez não seja reconhecido lá fora, dependendo da área, e tenha que ir pra serviço braçal. Como citaram aí acima da veterinária que foi ser faxineira. Olha o tamanho do esforço jogado no lixo. O cara sai daqui estabilizado pra chegar lá na instabilidade.
Agora, um cara que JÁ FAZ serviço braçal aqui, que não tem nada garantido no Brasil, só tem a ganhar (desde que vá pelos meios corretos, é claro. Ser ilegal é pedir pra tomar no cu). No máximo se der errado o cara volta e pronto, diferente de quem já tem alguma coisa construída por aqui que tem muito a perder.
De vez em quando vejo o canal do rodela. Esse cara aqui era frentista no interior de SP:
A esposa dele é descendente mas também era pé rapado (claro, senão dificilmente iria ter casado com frentista)
Ambos trabalham no JP num frigorifico. Ele fica na parte de desossa dos porcos e ela na parte dos cortes que vão pro açougue.
O cara têm dois filhos. Estudam em escola pública JP, que basicamente deve ser mais ou menos o nível de uma particular boa por aqui. Tem seguro saúde, moradia, alimentação etc. Os moleques têm PC Gamer. Tanto ele quanto a esposa tem carro. O bicho também fica fazendo rolo comprando moto / jipe pra dar uma brincada. De vez em quando fica postando umas viagens que eles fazem, locais que se hospedam e tal.
QUANDO um frentista / açougueiro / operário no Brasil vai ter um padrão de vida desses? Impossível, só classe média pra cima.
O cara tem que ser BOM aqui para ter uma vida equiparável a um colarinho azul em país desenvolvido - mas ainda tendo a desvantagem de ter que lidar com a violência urbana aqui, que é incomparavelmente maior que a desses locais.
É o que eu já falei em outros tópicos sobre a situação do país. No mundo desenvolvido você ser um cara "mediano" é meio caminho (ou mais) para uma condição de vida decente. Aqui você tem que estar uns dois ou três desvios-padrões acima da média só para ter uma condição semelhante ao do cara mediano em países rico.
A questão é que carro aqui é sinônimo de status. Se um carro de luxo ficar mais em conta, certeza que muitos ficaram revoltados com isso.
O ruim do Brasil é isso mesmo. A pessoa necessita ganhar bem para viver com um padrão de vida semelhante a de uma pessoa normal no primeiro mundo.
Sim, também tem isso. Existe um inegável elitismo caipira nos brasileiros. O cara acha que é status pagar 350k em uma Evoque, carro que qualquer classe média em país rico consegue comprar. Assim como é status pagar cinco salários mínimos por um iPhone etc. É bem normal gringo ver isso e se espantar. Mas é da nossa cultura.
Acho que existe uma série de fatores envolvidos nisso, mas agora não tenho tempo de dissertar sobre.
Segundo o mercado tanto Joãozinho quanto Joaninha não tem qualificação para concorrer a uma vaga de R$1.800,00.Além dos fatores políticos (previdência, salário mínimo, impostos, regulamentações e leis trabalhistas), há os fatores sociais (violência, transporte) e, não menos importante, os fatores culturais (diploma).
Os políticos nem precisa discutir muito. Acho que no fórum é quase unânime que esses interferem negativamente.
Os sociais é que ninguém vai arriscar a própria vida, por 20% a mais no salário, para trabalhar a noite na construção civil noturna.
E tem a cultura do diploma, que aí não tem lei que derrube:
01º - Joãozinho e Joaninha terminaram o ensino médio (18 anos).
02º - Fizeram um 1 ano de cursinho e entraram numa federal de biologia (19 anos).
03º - Ficaram 7 anos na graduação (5 normais e 2 anos de Ciências Sem Fronteiras) (26 anos).
04º - Não conseguiram emprego. Fizeram 1 especialização (27 anos).
05º - Não conseguiram emprego. Fizeram mais 2 anos de mestrado (29 anos).
06º - Não conseguiram emprego. Fizeram mais 5 anos de doutorado, sendo 4 normais e 1 sanduíche. (34 anos).
07º - Não conseguiram emprego. Fizeram pós-doutorado de 2 anos (1 normal e 1 exterior) (36 anos).
08º - Não conseguiram emprego. Fizeram complementação pedagógica para dar aula no ensino básico (37 anos).
09º - Não conseguiram emprego. Começaram a estudar para concursos (37 anos).
10º - Passaram num processo seletivo para professor temporário (2 anos) da zona rural da prefeitura (39 anos).
11º - Contrato encerrou e passaram a corrigir e traduzir textos acadêmicos (41 anos).
12º - Não conseguiram emprego. Voltaram a estudar para concursos (42 anos)
12º - Ambos os pais faleceram (45 anos)
13º - Viraram motoristas de aplicativos ou revendedores de cosméticos (46 anos).
14º - Sem filhos, sem netos, sem casa própria, com diabetes, hipertensão, AVC, infarto, catarata e foram morar num asilo (60 anos).
Essa cultura do diploma não é para amadores. O quadro piora ainda mais paraaqueles maconheiros de humanas que nenhum empregador é louco de contratar.
Não é só uma questão de ter ou não perspectiva. Brasil é um país grande com muitas diferenças entre regiões, mas no geral ruim de morar.
Até quem realmente tem dinheiro aqui, querendo ou não, sempre vai ter uma preocupação a mais do que teria fora pela questão da violência urbana.
Depende do que é "perspectiva" também. Pra média vai ser melhor um trabalho de colarinho azul em países desenvolvidos que boa parte dos trabalhos aqui.
Conheço uma mulher que era faxineira na Suiça. Voltou pra cá com dinheiro, comprou um apartamento e tal. Fez uma faculdade e passou num concurso "básico". Se arrepende amargamente de ter voltado pro Brasil.
Tenho também uns parentes que trabalham em fábrica no JP. Trabalho pesado, mas sequer cogitam voltar pra cá. Com o salario de operário lá eles conseguem comprar uma quantidade bem maior de bens de consumo, viajar de vez em quando e juntar um dinheiro maior do que seria o salario mensal deles aqui.
Enfim...
disserte, qual a sua teoria
Não cara...estão completamente despreparados. Um cidadão de 26 anos, em 2021, que não saiba ler inglês (não precisa ser fluente) e que esteja procurando vaga na indústria...é completamente despreparado. E não, você não sabe do que está falando. Eu lidero pessoas a quase duas décadas, eu vejo diariamente o nível educacional e o nível de comprometimento ir baixando...ano a ano.
Mas se esse pessoalzinho quer "procurar a vida lá fora", boa sorte. Boa sorte mesmo.
Aí que tá. Acredito que muitas vezes pro zé ruela é mais negócio ainda ir embora do Brasil se tiver oportunidade. Um cara com boa qualificação aqui talvez não seja reconhecido lá fora, dependendo da área, e tenha que ir pra serviço braçal. Como citaram aí acima da veterinária que foi ser faxineira. Olha o tamanho do esforço jogado no lixo. O cara sai daqui estabilizado pra chegar lá na instabilidade.
Agora, um cara que JÁ FAZ serviço braçal aqui, que não tem nada garantido no Brasil, só tem a ganhar (desde que vá pelos meios corretos, é claro. Ser ilegal é pedir pra tomar no cu). No máximo se der errado o cara volta e pronto, diferente de quem já tem alguma coisa construída por aqui que tem muito a perder.
De vez em quando vejo o canal do rodela. Esse cara aqui era frentista no interior de SP:
A esposa dele é descendente mas também era pé rapado (claro, senão dificilmente iria ter casado com frentista)
Ambos trabalham no JP num frigorifico. Ele fica na parte de desossa dos porcos e ela na parte dos cortes que vão pro açougue.
O cara têm dois filhos. Estudam em escola pública JP, que basicamente deve ser mais ou menos o nível de uma particular boa por aqui. Tem seguro saúde, moradia, alimentação etc. Os moleques têm PC Gamer. Tanto ele quanto a esposa tem carro. O bicho também fica fazendo rolo comprando moto / jipe pra dar uma brincada. De vez em quando fica postando umas viagens que eles fazem, locais que se hospedam e tal.
QUANDO um frentista / açougueiro / operário no Brasil vai ter um padrão de vida desses? Impossível, só classe média pra cima.
No Brasil o cara tem que ser BOM para ter uma vida equiparável a um colarinho azul em país desenvolvido - mas ainda tendo a desvantagem de ter que lidar com a violência urbana aqui, que é incomparavelmente maior que a desses locais.
É o que eu já falei em outros tópicos sobre a situação do país. No mundo desenvolvido você ser um cara "mediano" é meio caminho (ou mais) para uma condição de vida decente. Aqui você tem que estar uns dois ou três desvios-padrões acima da média só para ter uma condição semelhante ao do cara mediano em países rico.
lembro-me de um dos primeiros amigos que fiz no Japão, a muito e muito tempo atras.
Ele é um tico mais velho que eu.
Na época trabalhava em linha de montagem (eu passava o dia etiquetando e empacotando celular), ele não lembro o que fazia mas trabalhava por perto.
Ele queria voltar pro Brasil, fazer universidade e "ficar de boas", porque "Não é vida issoaqui".
Até me apurrinhava dizendo que eu tava desperdiçando minha vida aqui. Embora eu comentasse que pretendia voltar um dia pra ir pra outro lugar (tava mirando o Canada, inclusive cheguei iniciar o visto pra la, mas eu tava bebado e eu bebado costumo tomar rumos peculiares na vida e vim parar no Japão).
Ele foi embora e eu fiquei,
mudei de idéia sobre mudar de pais depois que "passei a conhecer melhor o lugar e a cultura", e começei a ver que boa parte da imagem negativa que eu tinha, em grande parte por causa dos falatórios a minha volta (japoneistudoracistaduurh,japoneistudodoidoduur,vocenuncavaifazernadaalemdetrabalharemlinhaduur).
Enfim,
ele foi, fez faculdade, fiquei feliz por ele.
Arrumou um emprego em uma loja no ramo dele.
E uns anos depois me procurou pra saber como tava aqui porque ele não aguentava mais trabalhar tanto pra tão pouco resultado.
Falei que não ta como antes mas "da pra viver".
Ele pegou a esposa dele, vendeu tudo e veio pra ca alegando que "agora ele vai me imitar e parar de focar em voltar pro Brasil".
Faz uns anos que ta por aqui e parece estar de boas.
Sobre os valores dos preços dos carros e outros eletrônicos, acredito que muito está relacionado com esses fatores; o pessoal, mesmo inconscientemente, quer pagar mais caro em produtos, quem vende sabe que pode explorar esses valores (óbvio com risco de falir, por isso não ser uma 'receita perfeita') e o governo ainda se aproveita na cobrança de tributos sobre a situação (ainda acho que eles cobram pouco diante desses fatos). Isso ocorre em todas classes esse pensamento, com propósitos diferentes. Quem tem mais dinheiro quer se sentir mais exclusivo usando certos itens e quem tem menos grana pensa numa aquisição dessa em ficar 'igual ao rico'. Um bom exemplo atual deve ser um monte de carro da jeep circulando, com o povo se achando por ter um carro 'comum' desses em outros locais.Sim, também tem isso. Existe um inegável elitismo caipira nos brasileiros. O cara acha que é status pagar 350k em uma Evoque, carro que qualquer classe média em país rico consegue comprar. Assim como é status pagar cinco salários mínimos por um iPhone etc. É bem normal gringo ver isso e se espantar. Mas é da nossa cultura.
Acho que existe uma série de fatores envolvidos nisso, mas agora não tenho tempo de dissertar sobre.
De qualquer forma, achei emblemático o usuário na primeira página falando sobre não conseguir preencher uma vaga de 3k, onde o cara precisa saber conversar em inglês e entender sobre 'procurement'. Bom, o rodela ali mal sabe falar português (sem maldade), fala meia dúzia de frases em japonês, trabalha em outro país desossando porco (acho que deve ser mais fácil de pegar o jeito que aprender a conversar em inglês) e tem um padrão de vida bem superior a uma "vaga de 3k" aqui.
Isso exemplifica bastante coisa.
O problema é que uma pessoa pobre ou classe média vive muito melhor comparado com a mesma faixa aqui. Citei a Itália mesmo, se não me engano, mais da metade da população não ganha mais do que 800 euros, mas tem acesso a visitar vários países do mundo sem se comprometer financeiramente (uma passagem de avião lá se encontra por 30 euros).Essa é uma carta que eu sempre coloco na mesa na hora de discutir sobre o mercado de trabalho.
O mesmo indivíduo que no Brasil era um completo inepto, desqualificado, vagabundo ou no máximo esforçado, não merecia, segundo o nosso mercado, ganhar mais do que um salário mínimo - valor que mal consegue pagar comida -, quando emigra para outro país e lá também realiza um trabalho "blue collor" magicamente fica no mesmo patamar de qualidade e dedicação do que um japonês nato que, segundo o próprio mercado e a noção popular, são bons trabalhadores, com educação de ponta e com uma cultura superior.
Eu pergunto: o problema está somente no indivíduo? Essa geração criada na internet que possui sérios problemas de interpretação de textos, de matemática, projetam valores e objetivos para além de suas capacidades e entre outras opiniões também existe nos EUA, na Europa, na Ásia...enfim, são filhos do seu tempo. Vocês acreditam que um jovem americano de 20 anos de classe média baixa é um gênio que fala latim e grego clássico, cita Shakespeare de memória e secretamente elaborou uma nova tese matemática que está guardada no fundo de seu armário?
A impressão que eu tenho é o que mercado quer apenas rostos jovens, lindos, com sorriso branco e brilhante, ao mesmo tempo quer que um guri de 20 anos tenha 30 anos de experiência. O mesmo mercado quando olha para um profissional experiente e com qualificação, mas que infelizmente para alcançar este patamar precisou estudar e trabalhar e hoje está com 40 anos ou mais, o despreza porque ele é velho e não será uma boa pessoa para colocar na foto descoladinha do Instagram.
'Aqui não dá para encontrar emprego': jovens pensam em sair do país para ter estabilidade
Larissa Regina Ramos Miguel, 23, caminha meia hora todos os dias de sua casa, em Suzano (SP), até o trabalho. Não faz o trajeto a pé porque a passagem de trem até Poá é cara, mas porque cada trocado faz diferença na poupança que acumula para ir embora do Brasil.
Pretende mudar-se para Vancouver, no Canadá, ou para a Croácia, no fim deste ano ou em 2022. Guarda para a viagem a metade de um salário mínimo que tira em um call center.
Assim como quase a metade (47%) dos jovens brasileiros, segundo dados do recém-lançado Atlas das Juventudes e de novos estudos da FGV Social, Larissa pensa em deixar o país. Seu objetivo, entretanto, não é como o de muitos integrantes da classe média alta que vão para o exterior fazer intercâmbio, cursar um MBA ou garantir um diploma internacional de mestrado.
Ela também não pertence ao grupo com alta qualificação, como executivos e cientistas, que deixam o país diante da crise política e do desemprego —o número de pedidos de visto de trabalho por profissionais considerados prioritários nos Estados Unidos chegou ao maior patamar em ao menos dez anos, mostrou reportagem da Folha.
Larissa, que tem oito irmãos e está há mais de um ano procurando um emprego na área de logística, vê no exterior a única possibilidade de juntar dinheiro para levar uma vida que considera estável: conquistar uma casa própria, um carro e dinheiro para viajar nas férias e comer em restaurantes vez ou outra.
Para ela, ir embora do Brasil é sinônimo de pôr o pé no chão e encarar a realidade, não de sonho. Larissa, que é a mais nova entre as irmãs mulheres, estudou em colégio público e formou-se em logística em uma Etec (Escola Técnica Estadual de São Paulo) no fim do ano passado.
A próxima etapa seria prestar um curso tecnólogo de turismo, mas optou por não fazê-lo. Em seus cálculos, o gasto com ensino superior representa um novo risco de investir em educação sem a garantia posterior de um emprego na área.
Com o crescimento das vendas online durante a pandemia, os centros de distribuição da região metropolitana de São Paulo estão mais agitados do que nunca. Mesmo assim, a jovem não conseguiu um trabalho. Ela afirma ter entregue até 90 currículos em um único dia durante suas férias.
“Logística é a área que quero seguir, só que, infelizmente, no Brasil, está muito difícil. Eles só contratam homens porque é uma área considerada mais pesada”, afirma.
A jovem também paga duas plataformas de emprego para que seu currículo tenha mais visibilidade entre os concorrentes.
“Se começar a faculdade, depois vem a especialização, nesse trajeto não consigo guardar a metade do salário [para comprar a casa], além de não ter como pagar as contas de água, luz e ajudar meus pais ao mesmo tempo.”
O objetivo de Larissa é ter a casa e o carro antes dos 35 anos, se possível.
Ela mora com a mãe, o pai, uma irmã e uma sobrinha. É responsável por dividir com a mãe, auxiliar de limpeza, contas de água, comida e gás. Sua irmã paga a internet. O pai é pintor e não tem renda fixa no momento.
Com os descontos, o salário de Larissa fica em torno de R$ 980. Mesmo com as contas, ela tem conseguido guardar a metade —isso porque não moram de aluguel.
“Sempre vi que as pessoas conseguem separar parte do salário lá fora, e não é só em série, em filme. Aqui, sempre falta algo: quando se paga a água, o gás aumenta. Eu não aguento mais a realidade de sempre faltar uma coisa.”
Larissa vai seguir o caminho do irmão caçula, que mora no Canadá e é bailarino.
Ele ganhou uma bolsa de estudos e ainda trabalha em dois restaurantes a fim de arcar com as despesas. Com a ajuda dele, Larissa pesquisa escolas que garantam a possibilidade de trabalhar no tempo livre. No exterior, pretende ser babá. Está tirando a carta de motorista porque considera um diferencial para a família que for lhe contratar.
“Se eu precisar ir ao hospital ou buscar algo no mercado, já tenho a vantagem de dirigir. Estou me preparando”, diz.
Além de trabalhar quase sete horas no call center, Larissa estuda inglês uma hora por dia.
Sua base no idioma vem do tempo em que trabalhou na escola Wizard, de 2014 a 2017. Lá foi estagiária, recepcionista e vendedora, com o benefício de aprender a língua pagando apenas o material didático.
Larissa diz fingir viver em uma realidade em que o inglês é seu idioma principal. Só ouve podcasts estrangeiros e assiste a série e filmes com a legenda no idioma.
Após receber a vacina contra a Covid, concentrará esforços para agilizar a viagem e não titubeia sobre a decisão de sair no Brasil.
“Aqui não dá para encontrar emprego. Eu sei porque fui atrás e está muito difícil.”
Assim como o irmão, que chora pela solidão e pela saudade da família, ela diz que vai sentir saudade, mas que não pretende voltar. “Para crescer, eu preciso sair daqui.”
Já para Josué de Souza, 25, sair do país para melhorar de vida é uma realidade tão distante que nunca passou pela sua cabeça.
A situação que enfrenta, no entanto, também é delicada. A última vez que ele trabalhou com carteira assinada foi em 2016. Na casa do jovem, moram quatro pessoas, entre as quais três não trabalham. A única renda da família é o auxílio emergencial no valor de R$ 150.
Pesquisa divulgada pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), no dia 27 de maio, aponta que a taxa de desocupação na Bahia foi de 21,3% no primeiro trimestre de 2021 —ante 14,7% na média do país. Além de ter quebrado o recorde de 2020, ficou no maior patamar desde 2012, início da série histórica.
Negro, morador de Canabrava, periferia de Salvador, vive num imóvel com um quarto, sala, cozinha e banheiro. Divide o espaço com mãe, padrasto e irmão caçula, que dorme num colchão na sala, assim como ele, que começou a trabalhar aos sete anos.
Com apenas ensino médio completo, o rapaz atribui as dificuldades para encontrar trabalho formal à alta concorrência, agravada pela pandemia, mas diz não estar desalentado.
“Quando aparece alguma entrevista, há cem pessoas para uma vaga.”
Para o jovem, o atual cenário econômico, com mais de 14 milhões de desempregados no país, tem levado a população à miséria.
“A gente substituiu a carne pelo ovo. Não tem condições. O gás sobe todo dia. A conta de luz também. Tá difícil”, afirma.
“Queria voltar para Santa Catarina, onde tive o último trabalho formal, com salário bem melhor”, diz.
O problema é que uma pessoa pobre ou classe média vive muito melhor comparado com a mesma faixa aqui. Citei a Itália mesmo, se não me engano, mais da metade da população não ganha mais do que 800 euros, mas tem acesso a visitar vários países do mundo sem se comprometer financeiramente (uma passagem de avião lá se encontra por 30 euros).
Pior que lendo muitos comentários, parece ter só gente inteligente fora e burra aqui. Se brincar, deve ser justamente o contrário.
Tenho também uns parentes que trabalham em fábrica no JP. Trabalho pesado, mas sequer cogitam voltar pra cá. Com o salario de operário lá eles conseguem comprar uma quantidade bem maior de bens de consumo, viajar de vez em quando e juntar um dinheiro maior do que seria o salario mensal deles aqui.
Enfim...
Figuras como ''estabilidade'' e ''trabalho formal'' são excrescências que denotam o quanto o atraso do país está enraizado na mentalidade de seus habitantes e, surpreendentemente, ou nem tanto, em um número tão grande de jovens, de uma geração que já pegou um mundo ''fluido'' economicamente.
Onde conceitos estamentais, que remontam ao Estado e sua burocracia - seja para fazer parte dele, seja para trabalhar empregado segundo suas diretivas de formalidade - típicos e tão anacrônicos de um Brasil que não deu certo.
Reiterando, não é nem uma questão de conceito ultrapassado, é uma questão de irrealidade mesmo, o que é mais grave. Por que o primeiro se consegue, mesmo que conceitualmente, ''atualizar'' ou fazer um ''up grade''.
Porém, quando se descola da realidade, não tem solução. Ou se muda de mentalidade ou o mundo simplesmente não vai te admitir, simples desse jeito.
Ou se entende que é preciso gerar valor, ser interessante, enquanto produtor de riquezas/bens/serviços, ou lamentavelmente, se estará fora do jogo, game over.
E só lembrando, que isso não é exclusivo do Brasil, embora tenha uma gravidade ímpar nesse país.
Sacanagem comparar Brasil com Japão
É tipo um time de Série D do BR querer enfrentar o Barcelona
Falando sério, Japão é um dos países que praticamente humilha o Brasil em quase todos os aspectos.
Pra falar a verdade até é difícil dizer no que exatamente o Brasil é superior a eles. Comida? Futebol? Taxa de suicidios? (Temos uma taxa menor, porem a diferença nem é tão grande, e vale lembrar que o Japão tá bem longe de estar no topo, diferente do que falam por aí)
Depois eu elaboro melhor.@Darth_Tyranus tu me quotou nesse tópico, o que ia dizer porque desistiu ?
E porque você acha que isso vem acontecendo?
Eu observo o mesmo fenômeno, só que da minha ponta, que é a dos despreparados e desinteressados a que se refere.
Só pelo título - e depois no texto - tem tanta coisa errada que é até difícil de fazer um comentário conciso.
Figuras como ''estabilidade'' e ''trabalho formal'' são excrescências que denotam o quanto o atraso do país está enraizado na mentalidade de seus habitantes e, surpreendentemente, ou nem tanto, em um número tão grande de jovens, de uma geração que já pegou um mundo ''fluido'' economicamente.
Onde conceitos estamentais, que remontam ao Estado e sua burocracia - seja para fazer parte dele, seja para trabalhar empregado segundo suas diretivas de formalidade - típicos e tão anacrônicos de um Brasil que não deu certo.
Reiterando, não é nem uma questão de conceito ultrapassado, é uma questão de irrealidade mesmo, o que é mais grave. Por que o primeiro se consegue, mesmo que conceitualmente, ''atualizar'' ou fazer um ''up grade''.
Porém, quando se descola da realidade, não tem solução. Ou se muda de mentalidade ou o mundo simplesmente não vai te admitir, simples desse jeito.
Ou se entende que é preciso gerar valor, ser interessante, enquanto produtor de riquezas/bens/serviços, ou lamentavelmente, se estará fora do jogo, game over.
E só lembrando, que isso não é exclusivo do Brasil, embora tenha uma gravidade ímpar nesse país.
Sacanagem comparar Brasil com Japão
É tipo um time de Série D do BR querer enfrentar o Barcelona
Falando sério, Japão é um dos países que praticamente humilha o Brasil em quase todos os aspectos.
Pra falar a verdade até é difícil dizer no que exatamente o Brasil é superior a eles. Comida? Futebol? Taxa de suicidios? (Temos uma taxa menor, porem a diferença nem é tão grande, e vale lembrar que o Japão tá bem longe de estar no topo, diferente do que falam por aí)
Postagem fantástica. O like não bastava, eu precisei comentar.Cara, acho que você acha que a gente vive no Século 18, essa coisa de "produtor de riqueza/bens/serviços", meu amigo, isso aí morreu faz 200 anos. Só o FED imprimindo 2 trilhões de dólares sem qualquer contra-partida já demonstra isso, o capitalismo hoje é financeiro, você acha que o banco tá preocupado com o Joãozinho que foi lá fazer empréstimo? Prestar um bom serviço? kkkkkkkkk, maluco, só se for piada.
Hoje no Brasil, quem ganha dinheiro é quem realmente não faz nada (apenas aloca os recursos em determinados locais), hoje em dia não vale mais a pena construir uma indústria aqui, simplesmente coloca aquele dinheiro em títulos públicos, vai render quase a mesma coisa, sem risco nenhum. Se houver necessidade de qualquer produto manufaturado, compra da China, revende aqui no mercado interno, fica ainda mais barato!
Foi-se o tempo onde existia necessidade de ter pessoas pra fazer as coisas, só ver quantos funcionários uma agência bancária tinha nos anos 90, e quantos a mesma agência tem hoje (se ela não fechou). E isso é o grande problema, não há geração de empregos, não há indústria, consequentemente não há serviços, enfim, espiral de destruição econômica.
Nesse cenário, o jovem hoje realmente se encontra num limbo, as empresas (esparsas) querem maximizar o lucro, não oferecendo bons produtos ou serviços, e sim, reduzindo ao máximo os custos, só ver as vagas arrombadas no Facebook, querem cobrar funções de Senior pagando salário de estagiário. Como isso vai dar certo? E depois reclamam que não existem pessoas qualificadas no mercado, é um disparate.
Quer um exemplo desse cenário? Os bancos tendo os maiores lucros da história, e mandando dezenas de milhares de funcionários embora, numa pandemia! Como fica a economia local que aquelas pessoas consumiam? Será que os jovens realmente são menos qualificados quanto seus pares mais velhos? Minha ex-chefe não conseguia redigir um e-mail corretamente, eram erros crassos de português, mas era amiga do gerente regional, será que tudo que basta no mercado é a qualificação?
Em relação ao tópico.
Vou exemplificar um primo que tenho: Foi pra Irlanda, tinha 30 anos na época, aqui no Brasil era um cara totalmente instável, usuário de drogas, não conseguia firmar de jeito nenhum. O padrinho dele morreu e deixou um terreno, ele vendeu o terreno e foi pra lá.
Chegando lá, arrumou emprego num restaurante, e foi, do pia, até virar sub-chef da cozinha (Ele cozinhava muito bem), e aí te pergunto? Será que foi um milagre? Ele de repente virou um cara super responsável? Não! Ele simplesmente era valorizado por seu trabalho. Se ele estivesse no Brasil, provavelmente já estaria morto.
Esse primo, quando veio pro Brasil, passou férias no Rio de Janeiro, veio aqui em casa, e queria comer comida japonesa, pensamos em levar num restaurante barato, mas ele quis ir no mais caro, gastou 400 reais (impensável pra mim) e disse: Cara, muito barato!
É isso, o pessoal aqui no Brasil acha que pagando um salário de 1200 reais vai ter direito a um funcionário completo, disponível 24 horas por dia, que consegue programar um foguete pra ir pra Nasa enquanto faz a declaração de IR do chefe. E isso denota a pobreza desse país, meu primo, trabalhando num supermercado hoje, ganhando 13 euros/hora, ganha mais que 99% da população brasileira. É desanimador.
Concluindo: É óbvio que o cara que vai pra um país desenvolvido, vai se esforçar mais, porque sabe que seu esforço vai ser recompensado, um Uber eats num país desenvolvido (citado por um colega aí) ganha mais do que 99% da população brasileira. Se eu tivesse a oportunidade, trabalharia 16 horas/dia numa boa (11 euros (salário mínimo)/hora * 16 * 22 = 3872 * 6 = 23.232 reais.).
Acho que vou preferir ganhar 1200 numa vaga de assistente administrativo aqui no BR mesmo.