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Tópico oficial do Ex-Presidente Jair Messias Bolsonaro ( 2018-2022)

Qual será a moeda nova agora com Bolsonaro?

  • BOLSOS

    Votes: 104 12,4%
  • MITOS

    Votes: 188 22,4%
  • PITÚS

    Votes: 75 8,9%
  • BOLSONAROS

    Votes: 54 6,4%
  • TALKEIS

    Votes: 192 22,8%
  • NIÓBIOS

    Votes: 60 7,1%
  • HELENÕES

    Votes: 23 2,7%
  • COISOS

    Votes: 41 4,9%
  • JAIRES

    Votes: 12 1,4%
  • BONOROS

    Votes: 92 10,9%

  • Total voters
    841
  • Poll closed .

Witold Pilecki

Bam-bam-bam
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Alguém reparou que a quantidade de mendigos explodiu nos últimos 5 anos?
No meu bairro quando era criança era Muito difícil encontrar um, até me assustava quando ia no centro e via vários.
Tá foda a situação do país.

Rapaz, aqui no interior de MG tem mendigo em tudo quanto é canto. Minha cidade não tem nem 100k de habitantes mas

tem centenas de pedintes em portas de supermercado, banco, cinema, shopping, semáforo, rodoviária, bares.

Onde vc vai tem pedinte.

Levei minha mulher no PS de madrugada, tava esperando atendimento, chegou um mendigo dentro do hospital pedindo as coisas.

23:30 toca a campainha da minha casa: 'Sinhô, me dá uma ajuda, perdi os documentos, sou de fora, tô com fome blá, blá,blá.
 

Bill Kamp

Bam-bam-bam
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Eu sei que não é o tópico, mas o pessoal ficou espantado que não sabia, então só para ilustrar eu trouxe.




 

Witold Pilecki

Bam-bam-bam
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DrMagnet

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Aqui vemos uma mistura de falta de conhecimento, achismo e vozes da minha cabeça.
Então diz pra mim, qual é a realidade?


Não é raro traficantes carregarem pouca droga consigo para assim passar por usuário e não ser preso. Isso quando não têm um menor de idade a reboque para assumir a mercadoria.

Mas como se não houvesse brechas suficientes nas leis para beneficiar traficantes/milicianos, querem criar mais. E o tragicômico que tampouco é raro não serem as mesmas pessoas que com base em ilações, acusam o Bolsonaro de corrupção como se fosse uma certeza absoluta.
É só legalizar a maconha que esse problema simplesmente some, e de quebra ainda gera emprego, dinheiro e impostos.
 

Zefiris Metherlence

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A legalização da maconha não é uma panacéia que resolverá todos os problemas.

Podemos nos tornar um narco-estado como a Holanda, onde sua politica de drogas alimenta o crime organizado. Ou simplesmente seguir o caminho do Uruguai, onde os traficantes agora estão focados na cocaína. O aumento de homicidios naquele país se deve em parte porque entrou mais gente no ramo da cocaína e há conflito entre eles. A solução será legalizá-la também? Belo efeito dominó...

Aparentemente algumas pessoas gostam da idéia de matar a fome com um tiro na barriga.
 

Darth_Tyranus

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Alguém reparou que a quantidade de mendigos explodiu nos últimos 5 anos?
No meu bairro quando era criança era Muito difícil encontrar um, até me assustava quando ia no centro e via vários.
Tá foda a situação do país.
Quando eu saio para dar minhas corridinhas e caminhadas eu vejo famílias com crianças pequenas remexendo no lixo. É uma situação muito triste.

Às vezes até evito sair por conta disso. Não porque esse pessoal seja "chato" e fique me pedindo, porque não o fazem, mas porque realmente é algo que incomoda no fundo no coração, entendem?
 
Ultima Edição:


Zefiris Metherlence

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Nesta sexta-feira o Bolsonaro deve participar da Inauguração da Hidrelétrica de Bela Vista. Aparentemente foi concluida bem antes do previsto.
Essa região que abrange o Rio Chopim deverá ter uns 150-200 mm de chuva nas próximas 72 horas.
 

Gbdiniz

Bam-bam-bam
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pd-bolsonaro-drive-29-set-2021-01.png


Governo derreteu, e é só o começo

Sem perspectiva nenhuma de melhora econômica, mesmo com a amenização ou até controle da pandemia, até o fim do mandato a reprovação do aloprado vai chegar perto dos 80%

A fatura vai ser resolvida em 1° turno.
 

Resu Anera

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Da proxima vez eu desenho
Me explica como o cara é preso se a lei não prevê prisão. O delegado coloca lá no tipo penal "porque eu quero" e envia ao juiz?
Quem escreveu essa matéria ou é mal intencionado ao contar essa mentira ou é mal informado.

E sobre a falta de critérios objetivos pra diferenciar traficante de usuário, isso é muito simples. O delegado avalia a situação e as circunstâncias pra fazer essa diferenciação. Se houver na lei um critério objetivo, como quantidade de droga, simplesmente não vai mais existir traficante nesse país, porque todos eles vão andar rigorosamente dentro do limite que a lei prevê como usuário.
 

Hitmanbadass

You can't handle the truth!
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Me explica como o cara é preso se a lei não prevê prisão. O delegado coloca lá no tipo penal "porque eu quero" e envia ao juiz?
Quem escreveu essa matéria ou é mal intencionado ao contar essa mentira ou é mal informado.

E sobre a falta de critérios objetivos pra diferenciar traficante de usuário, isso é muito simples. O delegado avalia a situação e as circunstâncias pra fazer essa diferenciação. Se houver na lei um critério objetivo, como quantidade de droga, simplesmente não vai mais existir traficante nesse país, porque todos eles vão andar rigorosamente dentro do limite que a lei prevê como usuário.

Tenho tanto amigos pretos e pobres (amigos de infância) quanto Faria Limers que já foram pegos com maconha, nunca nenhum foi preso. Em todos os casos levaram canseira na delegacia e foi isso.

Por isso perguntei ao nobre user que quer desenhar uma resposta para uma pergunta diferente da que fiz: Vc conhece alguém que foi preso por fumar maconha?

Aí ele trouxe essa notícia que afirma uma coisa que não comprova (sobre lotar penitenciárias), não conheço ng que já tenha sido preso por isso.. talvez se for recorrente... mas não querer ser preso ao ser pego cometendo crime recorrentemente é meio idiota de qualquer forma.
 

kidling

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CRUSOÉ ›
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O balcão de Michelle
OCTOBER 01, 2021

No primeiro semestre do ano passado, quando pequenos empresários já começavam a sentir o bafo da pandemia de Covid-19 sobre seus negócios, impactados pelas medidas de isolamento social, o governo federal lançou um programa emergencial que prometia distribuir alguns bilhões de reais a juros baixos e em condições facilitadas. Era uma maneira de ajudá-los a enfrentar o mau momento sem ter que demitir funcionários ou mesmo fechar definitivamente as portas. Logo começaram a aparecer queixas de todos os lados – nem todos os que precisavam conseguiam, de fato, acesso ao crédito. Em Brasília, porém, havia um atalho bastante privilegiado, disponível apenas para alguns.
De dentro do Palácio do Planalto, mais precisamente do gabinete da primeira-dama da República, Michelle Bolsonaro, saíram pedidos para que a Caixa Econômica Federal, uma das principais operadoras do programa de socorro subsidiado pelo governo, atendesse a um seleto grupo de empresas interessadas. Em comum entre essas empresas havia o fato de elas terem, como proprietários, bolsonaristas de carteirinha ou gente bem próxima da família presidencial.
Crusoé teve acesso a documentos que mostram que o gabinete de Michelle Bolsonaro chegou a registrar as demandas por e-mail, ao mesmo tempo que assessores da primeira-dama atuaram como despachantes para facilitar o processo. A própria Michelle chegou a tratar do assunto em uma conversa com o presidente do banco, Pedro Guimarães, um dos mais entusiasmados e diligentes auxiliares de seu marido, Jair Bolsonaro.
Não é algo trivial. Primeiro, porque ao interceder em favor de um grupo de empresas amigas, a primeira-dama atropelou princípios elementares da administração pública, como o da impessoalidade – as firmas que ganharam a bênção, por óbvio, passaram a ter um tratamento diferenciado, enquanto a grande maioria, distante da cúpula do poder, penava para ser incluída entre os beneficiários do auxílio. Segundo, porque a tramitação dos processos se deu em desacordo com os fluxos normais das operações de crédito do banco.

Foi algo tão fora do esquadro que os sistemas de controle da própria Caixa detectaram o fato estranho em pouco tempo. Uma apuração interna chegou a ser aberta. A maioria das operações de empréstimo se deu em uma agência de Taguatinga, cidade vizinha a Brasília, após a equipe de Pedro Guimarães encaminhar as demandas da primeira-dama. Praticamente todos os pedidos, segundo documentos da própria Caixa, foram atendidos logo em seguida.

A lista de agraciados tem de tudo um pouco. Por exemplo, o florista que atende Michelle, a confeiteira que fornece bolos e doces para festas palacianas e ficou íntima da primeira-dama, a cabeleireira da amiga e um promoter conhecido por organizar recepções para os atuais integrantes da corte brasiliense. Tem, ainda, empresárias do ramo da moda que contam com os préstimos da família presidencial para divulgar suas marcas nas redes sociais.

A lista vip foi descoberta durante um procedimento rotineiro de auditoria. Ao analisar processos de concessão de empréstimo, a equipe identificou que algumas empresas tinham sido indicadas por uma PEP, acrônimo para “pessoa exposta politicamente” – assim são tratadas, no sistema financeiro, personalidades ligadas ao mundo do poder. Ao dar um passo adiante, os auditores viram que a indicação era de ninguém menos do que a primeira-dama do país. “Cliente veio através de lista de empresas indicadas pela primeira-dama Michelle Bolsonaro ao presidente Pedro Guimarães”, dizia um documento. “Direcionamos para análise e tratativas necessárias solicitações de microempresários de Brasília enviadas pelo gabinete da primeira-dama Michelle Bolsonaro”, registrava outro expediente.

Era só a ponta. Logo o time de auditores descobriu que a lista era bem maior. Na agência onde os empréstimos foram finalmente destravados, havia até uma pasta no sistema de computadores que, sob o título “Indicações”, reunia todos os pedidos enviados pelas instâncias superiores do banco a partir da demanda recém-chegada do Palácio do Planalto. Curiosamente, algumas das solicitações já partiram do gabinete de Michelle Bolsonaro acompanhadas dos documentos necessários para a liberação.

Uma assessora especial da Presidência da República, Marcela Magalhães Braga, destacada para atuar na equipe que auxilia Michelle mais proximamente, encarregou-se de receber os arquivos dos empresários interessados e encaminhar para a Caixa as mensagens, depois de a própria primeira-dama tratar do assunto com Pedro Guimarães. “A pedido da sra. Michelle Bolsonaro e conforme conversa telefônica entre ela e o presidente Pedro, encaminhamos os documentos dos microempresários de Brasília que têm buscado crédito a juros baixos”, dizia um dos primeiros e-mails, datado de 20 de maio de 2020.



As mensagens do gabinete da primeira-dama não apontavam especificamente em qual operação de crédito os empresários estavam interessados, mas todos os integrantes da lista que foram atendidos acabaram enquadrados no Pronampe, o Programa Nacional de Apoio às Microempresas e Empresas de Pequeno Porte, que tinha acabado de ser lançado pelo governo. Ainda que não tenham sido encontrados indícios de que os valores liberados extrapolavam os limites nem de que as empresas beneficiadas não poderiam ser atendidas, chamou atenção dos auditores o caminho dos processos – de cima para baixo, contrariando as regras e o fluxo de etapas que costumam ser obedecidas quando os pedidos são feitos por clientes comuns, em uma agência qualquer. Ou seja: a lista VIP da primeira-dama recebeu tratamento VIP do banco.

Uma das figuras mais destacadas do rol enviado à Caixa pelo gabinete de Michelle Bolsonaro é a doceira Maria Amélia Campos, dona de uma rede de confeitarias em Brasília. Bolsonarista assumida e amiga da primeira-dama, a quem diz ter livre acesso, Maria Amélia bombou nas redes sociais do presidente da República em fevereiro deste ano. Quando estava no auge de sua guerra contra os decretos baixados por governadores determinando medidas restritivas, como o fechamento de estabelecimentos comerciais para conter a pandemia, Jair Bolsonaro reproduziu em seus perfis uma gravação em que a doceira, diante de vários funcionários de sua cozinha, exortava o governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha, a suspender o lockdown em Brasília – o emedebista tinha acabado de decretar o fechamento do comércio por 15 dias, porque os hospitais da capital estavam abarrotados de pacientes com Covid. “Lockdown não salva, lockdown mata”, dizia a confeiteira. “Governador, deixa a gente trabalhar!”, bradava ela ao final do vídeo, de punhos cerrados, com os empregados repetindo o grito, em coro. Bolsonaro reproduziu o vídeo (assista abaixo) e escreveu: “O povo quer trabalhar”.

A doceira construiu uma relação estreita com a família presidencial nos últimos tempos. Com frequência, ela presenteia os Bolsonaro com doces e bolos personalizados. No segundo semestre do ano passado, por exemplo, preparou os quitutes de uma festa organizada por Michelle para comemorar, no Palácio da Alvorada, o aniversário do maquiador Agustín Fernandez, tido como o melhor amigo da primeira-dama – o bolo e os docinhos reproduziam peças da marca de luxo Louis Vuitton. A Crusoé, Maria Amélia disse que evita falar de sua proximidade com a família do presidente, e com Michelle em particular. “Eu não tenho o direito de falar dessa proximidade. Acho isso tão delicado.” “Eu gosto de ter proximidade com pessoas do bem. Então, com certeza vou ter com eles. Tenho muito carinho por eles, e eles por mim”, disse. Na sequência, ao ser indagada sobre a ajuda de Michelle para que a empresa dela obtivesse a liberação do financiamento na Caixa, ela mudou o tom: “Espero que vocês me respeitem. Sou uma empresária. Estou muito indignada. Não tenho nenhum empréstimo em lugar nenhum”.

Após o pedido de Michelle, a confeiteira não apenas aprovou na Caixa um empréstimo de 518 mil reais, registrado em nome de uma de suas lojas, como conseguiu que a primeira-dama intercedesse em favor de um casal de amigos, dono de um salão na Asa Sul de Brasília. “O contato com a primeira-dama foi fundamental. É o famoso QI (quem indica) que fala, não é!? Foi uma parceria com a primeira-dama, ela que deu a força final. Foi a Maria Amélia, amiga da gente, que conseguiu com a primeira-dama. Precisei ir uma vez só na Caixa. Foi fácil conseguir”, diz Waldemar Caetano Filho, sócio do salão Luiza Coiffeur, cujo nome homenageia sua mulher, a cabeleireira chefe da casa.

A família, a exemplo de Maria Amélia, é bolsonarista. “Votei nele. Eu sou mais ele (para 2022) do que os outros candidatos que estão sendo cogitados. A gente não tem visto falar de corrupção, deu uma parada. A gente não ouve falar mais”, diz Waldemar, empolgado. Outro integrante da lista VIP de Michelle Bolsonaro é o florista Rodrigo Resende, dono de uma tradicional floricultura de Brasília. Ele admite ter a primeira-dama como cliente, mas, a despeito de ter sua empresa relacionada em documentos da própria Caixa entre as que contaram com a intercessão de Michelle, nega que tenha obtido o financiamento graças a ela. “Eu não preciso disso”, desconversou.


Adriano Machado/Crusoé

Boutique de roupas femininas com duas lojas em Brasília, a Derela Modas está em franco crescimento, com uma parte importante de suas operações baseada na propaganda pela internet. A empresa é mais uma das que constam da lista de Michelle. A gerente de uma das lojas disse a na quarta-feira, 29, que a própria primeira-dama já ajudou na divulgação da marca. “A gente tem parceria com a primeira-dama, de blogueira. Ela faz divulgação para a loja, mas é pago. A gente paga a ela. Dá o look e paga um valor em dinheiro. Eu não sei valores”, disse. Mariana Barros, uma das proprietárias da empresa, porém, nega. Segundo ela, a parceria é com Heloísa Bolsonaro, mulher do deputado Eduardo Bolsonaro, o filho 03 do presidente. “A gente fecha com várias influencers do Brasil inteiro. A Heloísa Bolsonaro é influencer. A gente procurou ela, e ela divulga nossas roupas”, disse, por telefone. Ao ser perguntada sobre o empréstimo, a empresária disse que precisava desligar e que, depois, poderia dar mais explicações. Sumiu.

Os integrantes da lista formam um círculo pequeno de gente bem relacionada com o clã presidencial que mantém, ao mesmo tempo, ligações entre si – o que talvez explique como todos eles foram, ao longo do tempo, se aproximando dos ora ocupantes do Alvorada. O florista Rodrigo Resende é amigo da boleira Maria Amélia, que é amiga dos donos do Luiza Coiffeur. Mariana Barros, a dona da boutique, tem laços familiares com Márcia Barros de Matos, dona de uma rede de óticas de Brasília que conseguiu aprovar dois empréstimos, num total de 618 mil reais, depois da indicação de Michelle. Márcia Barros, sócia em um brechó de uma assessora da ministra Damares Alves, diz desconhecer a ajuda da primeira-dama: “Se eu consegui é porque a minha empresa atendia a todos os requisitos. Não precisei pedir nada para ninguém”. Ela é comadre de outro beneficiário, o promoter Robson Lemos, dono de uma empresa de eventos com sede no Clube do Exército de Brasília que costuma prestar serviços em recepções organizadas por Michelle Bolsonaro. Robinho, como é conhecido, se recusou a falar sobre sua relação com a primeira-dama. “Prefiro não entrar nessa seara, prefiro preservar minha cliente.” Indagado sobre o empréstimo obtido por sua empresa com a ajuda de Michelle, ele encerrou a conversa. “Vamos desligar, essa conversa não está legal.”

Crusoé procurou o gabinete da primeira-dama nesta quinta-feira, 30. A assessoria de Michelle Bolsonaro informou que responderia as cinco perguntas enviadas pela revista nas horas seguintes. Depois, desapareceu.



A Caixa, por sua vez, limitou-se a enviar uma nota com uma manifestação genérica, que passa ao largo das perguntas pontuais sobre os pedidos feitos pela primeira-dama e sobre o papel do presidente do banco, Pedro Guimarães, na liberação dos empréstimos.

Diz a nota: “A Caixa informa que a concessão de crédito em todas as suas linhas passa por rigoroso processo de governança, compliance e análise de riscos independente. No caso do Programa Nacional de Apoio às Microempresas e Empresas de Pequeno Porte, anteriormente à análise de crédito dos bancos operadores do programa, há uma avaliação de enquadramento por parte da Receita Federal, que notifica as empresas validadas. Apenas as empresas indicadas e munidas de aprovação pela Receita Federal passam pelo rito de governança da Caixa quando da solicitação do crédito, o que inclui análise por sistema de riscos, em um processo totalmente automatizado e sem interação humana. Ao todo, foram concedidos mais de 22 bilhões de reais pelo Pronampe a mais de 240 mil micro e pequenas empresas. Ademais, na condição de banco público, a Caixa recebe, por meio de sua área de Relacionamento Institucional, solicitações como dúvidas e consultas acerca de seus produtos e serviços, que são encaminhadas para avaliação técnica e impessoal pelas áreas negociais e posterior retorno diretamente aos clientes”.


Não tem corrupção no governo não, acredite.
 

Darth_Tyranus

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O balcão de Michelle
OCTOBER 01, 2021

No primeiro semestre do ano passado, quando pequenos empresários já começavam a sentir o bafo da pandemia de Covid-19 sobre seus negócios, impactados pelas medidas de isolamento social, o governo federal lançou um programa emergencial que prometia distribuir alguns bilhões de reais a juros baixos e em condições facilitadas. Era uma maneira de ajudá-los a enfrentar o mau momento sem ter que demitir funcionários ou mesmo fechar definitivamente as portas. Logo começaram a aparecer queixas de todos os lados – nem todos os que precisavam conseguiam, de fato, acesso ao crédito. Em Brasília, porém, havia um atalho bastante privilegiado, disponível apenas para alguns.
De dentro do Palácio do Planalto, mais precisamente do gabinete da primeira-dama da República, Michelle Bolsonaro, saíram pedidos para que a Caixa Econômica Federal, uma das principais operadoras do programa de socorro subsidiado pelo governo, atendesse a um seleto grupo de empresas interessadas. Em comum entre essas empresas havia o fato de elas terem, como proprietários, bolsonaristas de carteirinha ou gente bem próxima da família presidencial.
Crusoé teve acesso a documentos que mostram que o gabinete de Michelle Bolsonaro chegou a registrar as demandas por e-mail, ao mesmo tempo que assessores da primeira-dama atuaram como despachantes para facilitar o processo. A própria Michelle chegou a tratar do assunto em uma conversa com o presidente do banco, Pedro Guimarães, um dos mais entusiasmados e diligentes auxiliares de seu marido, Jair Bolsonaro.
Não é algo trivial. Primeiro, porque ao interceder em favor de um grupo de empresas amigas, a primeira-dama atropelou princípios elementares da administração pública, como o da impessoalidade – as firmas que ganharam a bênção, por óbvio, passaram a ter um tratamento diferenciado, enquanto a grande maioria, distante da cúpula do poder, penava para ser incluída entre os beneficiários do auxílio. Segundo, porque a tramitação dos processos se deu em desacordo com os fluxos normais das operações de crédito do banco.
Foi algo tão fora do esquadro que os sistemas de controle da própria Caixa detectaram o fato estranho em pouco tempo. Uma apuração interna chegou a ser aberta. A maioria das operações de empréstimo se deu em uma agência de Taguatinga, cidade vizinha a Brasília, após a equipe de Pedro Guimarães encaminhar as demandas da primeira-dama. Praticamente todos os pedidos, segundo documentos da própria Caixa, foram atendidos logo em seguida.
A lista de agraciados tem de tudo um pouco. Por exemplo, o florista que atende Michelle, a confeiteira que fornece bolos e doces para festas palacianas e ficou íntima da primeira-dama, a cabeleireira da amiga e um promoter conhecido por organizar recepções para os atuais integrantes da corte brasiliense. Tem, ainda, empresárias do ramo da moda que contam com os préstimos da família presidencial para divulgar suas marcas nas redes sociais.
A lista vip foi descoberta durante um procedimento rotineiro de auditoria. Ao analisar processos de concessão de empréstimo, a equipe identificou que algumas empresas tinham sido indicadas por uma PEP, acrônimo para “pessoa exposta politicamente” – assim são tratadas, no sistema financeiro, personalidades ligadas ao mundo do poder. Ao dar um passo adiante, os auditores viram que a indicação era de ninguém menos do que a primeira-dama do país. “Cliente veio através de lista de empresas indicadas pela primeira-dama Michelle Bolsonaro ao presidente Pedro Guimarães”, dizia um documento. “Direcionamos para análise e tratativas necessárias solicitações de microempresários de Brasília enviadas pelo gabinete da primeira-dama Michelle Bolsonaro”, registrava outro expediente.
Era só a ponta. Logo o time de auditores descobriu que a lista era bem maior. Na agência onde os empréstimos foram finalmente destravados, havia até uma pasta no sistema de computadores que, sob o título “Indicações”, reunia todos os pedidos enviados pelas instâncias superiores do banco a partir da demanda recém-chegada do Palácio do Planalto. Curiosamente, algumas das solicitações já partiram do gabinete de Michelle Bolsonaro acompanhadas dos documentos necessários para a liberação.
Uma assessora especial da Presidência da República, Marcela Magalhães Braga, destacada para atuar na equipe que auxilia Michelle mais proximamente, encarregou-se de receber os arquivos dos empresários interessados e encaminhar para a Caixa as mensagens, depois de a própria primeira-dama tratar do assunto com Pedro Guimarães. “A pedido da sra. Michelle Bolsonaro e conforme conversa telefônica entre ela e o presidente Pedro, encaminhamos os documentos dos microempresários de Brasília que têm buscado crédito a juros baixos”, dizia um dos primeiros e-mails, datado de 20 de maio de 2020.


As mensagens do gabinete da primeira-dama não apontavam especificamente em qual operação de crédito os empresários estavam interessados, mas todos os integrantes da lista que foram atendidos acabaram enquadrados no Pronampe, o Programa Nacional de Apoio às Microempresas e Empresas de Pequeno Porte, que tinha acabado de ser lançado pelo governo. Ainda que não tenham sido encontrados indícios de que os valores liberados extrapolavam os limites nem de que as empresas beneficiadas não poderiam ser atendidas, chamou atenção dos auditores o caminho dos processos – de cima para baixo, contrariando as regras e o fluxo de etapas que costumam ser obedecidas quando os pedidos são feitos por clientes comuns, em uma agência qualquer. Ou seja: a lista VIP da primeira-dama recebeu tratamento VIP do banco.
Uma das figuras mais destacadas do rol enviado à Caixa pelo gabinete de Michelle Bolsonaro é a doceira Maria Amélia Campos, dona de uma rede de confeitarias em Brasília. Bolsonarista assumida e amiga da primeira-dama, a quem diz ter livre acesso, Maria Amélia bombou nas redes sociais do presidente da República em fevereiro deste ano. Quando estava no auge de sua guerra contra os decretos baixados por governadores determinando medidas restritivas, como o fechamento de estabelecimentos comerciais para conter a pandemia, Jair Bolsonaro reproduziu em seus perfis uma gravação em que a doceira, diante de vários funcionários de sua cozinha, exortava o governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha, a suspender o lockdown em Brasília – o emedebista tinha acabado de decretar o fechamento do comércio por 15 dias, porque os hospitais da capital estavam abarrotados de pacientes com Covid. “Lockdown não salva, lockdown mata”, dizia a confeiteira. “Governador, deixa a gente trabalhar!”, bradava ela ao final do vídeo, de punhos cerrados, com os empregados repetindo o grito, em coro. Bolsonaro reproduziu o vídeo (assista abaixo) e escreveu: “O povo quer trabalhar”.
A doceira construiu uma relação estreita com a família presidencial nos últimos tempos. Com frequência, ela presenteia os Bolsonaro com doces e bolos personalizados. No segundo semestre do ano passado, por exemplo, preparou os quitutes de uma festa organizada por Michelle para comemorar, no Palácio da Alvorada, o aniversário do maquiador Agustín Fernandez, tido como o melhor amigo da primeira-dama – o bolo e os docinhos reproduziam peças da marca de luxo Louis Vuitton. A Crusoé, Maria Amélia disse que evita falar de sua proximidade com a família do presidente, e com Michelle em particular. “Eu não tenho o direito de falar dessa proximidade. Acho isso tão delicado.” “Eu gosto de ter proximidade com pessoas do bem. Então, com certeza vou ter com eles. Tenho muito carinho por eles, e eles por mim”, disse. Na sequência, ao ser indagada sobre a ajuda de Michelle para que a empresa dela obtivesse a liberação do financiamento na Caixa, ela mudou o tom: “Espero que vocês me respeitem. Sou uma empresária. Estou muito indignada. Não tenho nenhum empréstimo em lugar nenhum”.
Após o pedido de Michelle, a confeiteira não apenas aprovou na Caixa um empréstimo de 518 mil reais, registrado em nome de uma de suas lojas, como conseguiu que a primeira-dama intercedesse em favor de um casal de amigos, dono de um salão na Asa Sul de Brasília. “O contato com a primeira-dama foi fundamental. É o famoso QI (quem indica) que fala, não é!? Foi uma parceria com a primeira-dama, ela que deu a força final. Foi a Maria Amélia, amiga da gente, que conseguiu com a primeira-dama. Precisei ir uma vez só na Caixa. Foi fácil conseguir”, diz Waldemar Caetano Filho, sócio do salão Luiza Coiffeur, cujo nome homenageia sua mulher, a cabeleireira chefe da casa.
A família, a exemplo de Maria Amélia, é bolsonarista. “Votei nele. Eu sou mais ele (para 2022) do que os outros candidatos que estão sendo cogitados. A gente não tem visto falar de corrupção, deu uma parada. A gente não ouve falar mais”, diz Waldemar, empolgado. Outro integrante da lista VIP de Michelle Bolsonaro é o florista Rodrigo Resende, dono de uma tradicional floricultura de Brasília. Ele admite ter a primeira-dama como cliente, mas, a despeito de ter sua empresa relacionada em documentos da própria Caixa entre as que contaram com a intercessão de Michelle, nega que tenha obtido o financiamento graças a ela. “Eu não preciso disso”, desconversou.


Adriano Machado/Crusoé
Boutique de roupas femininas com duas lojas em Brasília, a Derela Modas está em franco crescimento, com uma parte importante de suas operações baseada na propaganda pela internet. A empresa é mais uma das que constam da lista de Michelle. A gerente de uma das lojas disse a na quarta-feira, 29, que a própria primeira-dama já ajudou na divulgação da marca. “A gente tem parceria com a primeira-dama, de blogueira. Ela faz divulgação para a loja, mas é pago. A gente paga a ela. Dá o look e paga um valor em dinheiro. Eu não sei valores”, disse. Mariana Barros, uma das proprietárias da empresa, porém, nega. Segundo ela, a parceria é com Heloísa Bolsonaro, mulher do deputado Eduardo Bolsonaro, o filho 03 do presidente. “A gente fecha com várias influencers do Brasil inteiro. A Heloísa Bolsonaro é influencer. A gente procurou ela, e ela divulga nossas roupas”, disse, por telefone. Ao ser perguntada sobre o empréstimo, a empresária disse que precisava desligar e que, depois, poderia dar mais explicações. Sumiu.
Os integrantes da lista formam um círculo pequeno de gente bem relacionada com o clã presidencial que mantém, ao mesmo tempo, ligações entre si – o que talvez explique como todos eles foram, ao longo do tempo, se aproximando dos ora ocupantes do Alvorada. O florista Rodrigo Resende é amigo da boleira Maria Amélia, que é amiga dos donos do Luiza Coiffeur. Mariana Barros, a dona da boutique, tem laços familiares com Márcia Barros de Matos, dona de uma rede de óticas de Brasília que conseguiu aprovar dois empréstimos, num total de 618 mil reais, depois da indicação de Michelle. Márcia Barros, sócia em um brechó de uma assessora da ministra Damares Alves, diz desconhecer a ajuda da primeira-dama: “Se eu consegui é porque a minha empresa atendia a todos os requisitos. Não precisei pedir nada para ninguém”. Ela é comadre de outro beneficiário, o promoter Robson Lemos, dono de uma empresa de eventos com sede no Clube do Exército de Brasília que costuma prestar serviços em recepções organizadas por Michelle Bolsonaro. Robinho, como é conhecido, se recusou a falar sobre sua relação com a primeira-dama. “Prefiro não entrar nessa seara, prefiro preservar minha cliente.” Indagado sobre o empréstimo obtido por sua empresa com a ajuda de Michelle, ele encerrou a conversa. “Vamos desligar, essa conversa não está legal.”
Crusoé procurou o gabinete da primeira-dama nesta quinta-feira, 30. A assessoria de Michelle Bolsonaro informou que responderia as cinco perguntas enviadas pela revista nas horas seguintes. Depois, desapareceu.


A Caixa, por sua vez, limitou-se a enviar uma nota com uma manifestação genérica, que passa ao largo das perguntas pontuais sobre os pedidos feitos pela primeira-dama e sobre o papel do presidente do banco, Pedro Guimarães, na liberação dos empréstimos.
Diz a nota: “A Caixa informa que a concessão de crédito em todas as suas linhas passa por rigoroso processo de governança, compliance e análise de riscos independente. No caso do Programa Nacional de Apoio às Microempresas e Empresas de Pequeno Porte, anteriormente à análise de crédito dos bancos operadores do programa, há uma avaliação de enquadramento por parte da Receita Federal, que notifica as empresas validadas. Apenas as empresas indicadas e munidas de aprovação pela Receita Federal passam pelo rito de governança da Caixa quando da solicitação do crédito, o que inclui análise por sistema de riscos, em um processo totalmente automatizado e sem interação humana. Ao todo, foram concedidos mais de 22 bilhões de reais pelo Pronampe a mais de 240 mil micro e pequenas empresas. Ademais, na condição de banco público, a Caixa recebe, por meio de sua área de Relacionamento Institucional, solicitações como dúvidas e consultas acerca de seus produtos e serviços, que são encaminhadas para avaliação técnica e impessoal pelas áreas negociais e posterior retorno diretamente aos clientes”.


Não tem corrupção no governo não, acredite.
 

velhobiano

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Someone Is Betting That Oil Will Soar to a Record $200 a Barrel
By
Alex Longley
30 de setembro de 2021 08:33 BRT


Já há quem aposte que o petróleo chega a $200 bidens no final de 2022. Se algo próximo disso ocorrer, o impacto inflacionário e econômico será terrível, no Brasil e no mundo.
 

velhobiano

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Me explica como o cara é preso se a lei não prevê prisão. O delegado coloca lá no tipo penal "porque eu quero" e envia ao juiz?
Quem escreveu essa matéria ou é mal intencionado ao contar essa mentira ou é mal informado.

E sobre a falta de critérios objetivos pra diferenciar traficante de usuário, isso é muito simples. O delegado avalia a situação e as circunstâncias pra fazer essa diferenciação. Se houver na lei um critério objetivo, como quantidade de droga, simplesmente não vai mais existir traficante nesse país, porque todos eles vão andar rigorosamente dentro do limite que a lei prevê como usuário.

Já vi mais de um estudo apontando a diferença de tratamento pela justiça para negros e brancos apreendidos com a mesma quantidade de maconha ou outras drogas.
 

sebastiao coelho neto

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CRUSOÉ ›
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O balcão de Michelle
OCTOBER 01, 2021

No primeiro semestre do ano passado, quando pequenos empresários já começavam a sentir o bafo da pandemia de Covid-19 sobre seus negócios, impactados pelas medidas de isolamento social, o governo federal lançou um programa emergencial que prometia distribuir alguns bilhões de reais a juros baixos e em condições facilitadas. Era uma maneira de ajudá-los a enfrentar o mau momento sem ter que demitir funcionários ou mesmo fechar definitivamente as portas. Logo começaram a aparecer queixas de todos os lados – nem todos os que precisavam conseguiam, de fato, acesso ao crédito. Em Brasília, porém, havia um atalho bastante privilegiado, disponível apenas para alguns.
De dentro do Palácio do Planalto, mais precisamente do gabinete da primeira-dama da República, Michelle Bolsonaro, saíram pedidos para que a Caixa Econômica Federal, uma das principais operadoras do programa de socorro subsidiado pelo governo, atendesse a um seleto grupo de empresas interessadas. Em comum entre essas empresas havia o fato de elas terem, como proprietários, bolsonaristas de carteirinha ou gente bem próxima da família presidencial.
Crusoé teve acesso a documentos que mostram que o gabinete de Michelle Bolsonaro chegou a registrar as demandas por e-mail, ao mesmo tempo que assessores da primeira-dama atuaram como despachantes para facilitar o processo. A própria Michelle chegou a tratar do assunto em uma conversa com o presidente do banco, Pedro Guimarães, um dos mais entusiasmados e diligentes auxiliares de seu marido, Jair Bolsonaro.
Não é algo trivial. Primeiro, porque ao interceder em favor de um grupo de empresas amigas, a primeira-dama atropelou princípios elementares da administração pública, como o da impessoalidade – as firmas que ganharam a bênção, por óbvio, passaram a ter um tratamento diferenciado, enquanto a grande maioria, distante da cúpula do poder, penava para ser incluída entre os beneficiários do auxílio. Segundo, porque a tramitação dos processos se deu em desacordo com os fluxos normais das operações de crédito do banco.
Foi algo tão fora do esquadro que os sistemas de controle da própria Caixa detectaram o fato estranho em pouco tempo. Uma apuração interna chegou a ser aberta. A maioria das operações de empréstimo se deu em uma agência de Taguatinga, cidade vizinha a Brasília, após a equipe de Pedro Guimarães encaminhar as demandas da primeira-dama. Praticamente todos os pedidos, segundo documentos da própria Caixa, foram atendidos logo em seguida.
A lista de agraciados tem de tudo um pouco. Por exemplo, o florista que atende Michelle, a confeiteira que fornece bolos e doces para festas palacianas e ficou íntima da primeira-dama, a cabeleireira da amiga e um promoter conhecido por organizar recepções para os atuais integrantes da corte brasiliense. Tem, ainda, empresárias do ramo da moda que contam com os préstimos da família presidencial para divulgar suas marcas nas redes sociais.
A lista vip foi descoberta durante um procedimento rotineiro de auditoria. Ao analisar processos de concessão de empréstimo, a equipe identificou que algumas empresas tinham sido indicadas por uma PEP, acrônimo para “pessoa exposta politicamente” – assim são tratadas, no sistema financeiro, personalidades ligadas ao mundo do poder. Ao dar um passo adiante, os auditores viram que a indicação era de ninguém menos do que a primeira-dama do país. “Cliente veio através de lista de empresas indicadas pela primeira-dama Michelle Bolsonaro ao presidente Pedro Guimarães”, dizia um documento. “Direcionamos para análise e tratativas necessárias solicitações de microempresários de Brasília enviadas pelo gabinete da primeira-dama Michelle Bolsonaro”, registrava outro expediente.
Era só a ponta. Logo o time de auditores descobriu que a lista era bem maior. Na agência onde os empréstimos foram finalmente destravados, havia até uma pasta no sistema de computadores que, sob o título “Indicações”, reunia todos os pedidos enviados pelas instâncias superiores do banco a partir da demanda recém-chegada do Palácio do Planalto. Curiosamente, algumas das solicitações já partiram do gabinete de Michelle Bolsonaro acompanhadas dos documentos necessários para a liberação.
Uma assessora especial da Presidência da República, Marcela Magalhães Braga, destacada para atuar na equipe que auxilia Michelle mais proximamente, encarregou-se de receber os arquivos dos empresários interessados e encaminhar para a Caixa as mensagens, depois de a própria primeira-dama tratar do assunto com Pedro Guimarães. “A pedido da sra. Michelle Bolsonaro e conforme conversa telefônica entre ela e o presidente Pedro, encaminhamos os documentos dos microempresários de Brasília que têm buscado crédito a juros baixos”, dizia um dos primeiros e-mails, datado de 20 de maio de 2020.


As mensagens do gabinete da primeira-dama não apontavam especificamente em qual operação de crédito os empresários estavam interessados, mas todos os integrantes da lista que foram atendidos acabaram enquadrados no Pronampe, o Programa Nacional de Apoio às Microempresas e Empresas de Pequeno Porte, que tinha acabado de ser lançado pelo governo. Ainda que não tenham sido encontrados indícios de que os valores liberados extrapolavam os limites nem de que as empresas beneficiadas não poderiam ser atendidas, chamou atenção dos auditores o caminho dos processos – de cima para baixo, contrariando as regras e o fluxo de etapas que costumam ser obedecidas quando os pedidos são feitos por clientes comuns, em uma agência qualquer. Ou seja: a lista VIP da primeira-dama recebeu tratamento VIP do banco.
Uma das figuras mais destacadas do rol enviado à Caixa pelo gabinete de Michelle Bolsonaro é a doceira Maria Amélia Campos, dona de uma rede de confeitarias em Brasília. Bolsonarista assumida e amiga da primeira-dama, a quem diz ter livre acesso, Maria Amélia bombou nas redes sociais do presidente da República em fevereiro deste ano. Quando estava no auge de sua guerra contra os decretos baixados por governadores determinando medidas restritivas, como o fechamento de estabelecimentos comerciais para conter a pandemia, Jair Bolsonaro reproduziu em seus perfis uma gravação em que a doceira, diante de vários funcionários de sua cozinha, exortava o governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha, a suspender o lockdown em Brasília – o emedebista tinha acabado de decretar o fechamento do comércio por 15 dias, porque os hospitais da capital estavam abarrotados de pacientes com Covid. “Lockdown não salva, lockdown mata”, dizia a confeiteira. “Governador, deixa a gente trabalhar!”, bradava ela ao final do vídeo, de punhos cerrados, com os empregados repetindo o grito, em coro. Bolsonaro reproduziu o vídeo (assista abaixo) e escreveu: “O povo quer trabalhar”.
A doceira construiu uma relação estreita com a família presidencial nos últimos tempos. Com frequência, ela presenteia os Bolsonaro com doces e bolos personalizados. No segundo semestre do ano passado, por exemplo, preparou os quitutes de uma festa organizada por Michelle para comemorar, no Palácio da Alvorada, o aniversário do maquiador Agustín Fernandez, tido como o melhor amigo da primeira-dama – o bolo e os docinhos reproduziam peças da marca de luxo Louis Vuitton. A Crusoé, Maria Amélia disse que evita falar de sua proximidade com a família do presidente, e com Michelle em particular. “Eu não tenho o direito de falar dessa proximidade. Acho isso tão delicado.” “Eu gosto de ter proximidade com pessoas do bem. Então, com certeza vou ter com eles. Tenho muito carinho por eles, e eles por mim”, disse. Na sequência, ao ser indagada sobre a ajuda de Michelle para que a empresa dela obtivesse a liberação do financiamento na Caixa, ela mudou o tom: “Espero que vocês me respeitem. Sou uma empresária. Estou muito indignada. Não tenho nenhum empréstimo em lugar nenhum”.
Após o pedido de Michelle, a confeiteira não apenas aprovou na Caixa um empréstimo de 518 mil reais, registrado em nome de uma de suas lojas, como conseguiu que a primeira-dama intercedesse em favor de um casal de amigos, dono de um salão na Asa Sul de Brasília. “O contato com a primeira-dama foi fundamental. É o famoso QI (quem indica) que fala, não é!? Foi uma parceria com a primeira-dama, ela que deu a força final. Foi a Maria Amélia, amiga da gente, que conseguiu com a primeira-dama. Precisei ir uma vez só na Caixa. Foi fácil conseguir”, diz Waldemar Caetano Filho, sócio do salão Luiza Coiffeur, cujo nome homenageia sua mulher, a cabeleireira chefe da casa.
A família, a exemplo de Maria Amélia, é bolsonarista. “Votei nele. Eu sou mais ele (para 2022) do que os outros candidatos que estão sendo cogitados. A gente não tem visto falar de corrupção, deu uma parada. A gente não ouve falar mais”, diz Waldemar, empolgado. Outro integrante da lista VIP de Michelle Bolsonaro é o florista Rodrigo Resende, dono de uma tradicional floricultura de Brasília. Ele admite ter a primeira-dama como cliente, mas, a despeito de ter sua empresa relacionada em documentos da própria Caixa entre as que contaram com a intercessão de Michelle, nega que tenha obtido o financiamento graças a ela. “Eu não preciso disso”, desconversou.


Adriano Machado/Crusoé
Boutique de roupas femininas com duas lojas em Brasília, a Derela Modas está em franco crescimento, com uma parte importante de suas operações baseada na propaganda pela internet. A empresa é mais uma das que constam da lista de Michelle. A gerente de uma das lojas disse a na quarta-feira, 29, que a própria primeira-dama já ajudou na divulgação da marca. “A gente tem parceria com a primeira-dama, de blogueira. Ela faz divulgação para a loja, mas é pago. A gente paga a ela. Dá o look e paga um valor em dinheiro. Eu não sei valores”, disse. Mariana Barros, uma das proprietárias da empresa, porém, nega. Segundo ela, a parceria é com Heloísa Bolsonaro, mulher do deputado Eduardo Bolsonaro, o filho 03 do presidente. “A gente fecha com várias influencers do Brasil inteiro. A Heloísa Bolsonaro é influencer. A gente procurou ela, e ela divulga nossas roupas”, disse, por telefone. Ao ser perguntada sobre o empréstimo, a empresária disse que precisava desligar e que, depois, poderia dar mais explicações. Sumiu.
Os integrantes da lista formam um círculo pequeno de gente bem relacionada com o clã presidencial que mantém, ao mesmo tempo, ligações entre si – o que talvez explique como todos eles foram, ao longo do tempo, se aproximando dos ora ocupantes do Alvorada. O florista Rodrigo Resende é amigo da boleira Maria Amélia, que é amiga dos donos do Luiza Coiffeur. Mariana Barros, a dona da boutique, tem laços familiares com Márcia Barros de Matos, dona de uma rede de óticas de Brasília que conseguiu aprovar dois empréstimos, num total de 618 mil reais, depois da indicação de Michelle. Márcia Barros, sócia em um brechó de uma assessora da ministra Damares Alves, diz desconhecer a ajuda da primeira-dama: “Se eu consegui é porque a minha empresa atendia a todos os requisitos. Não precisei pedir nada para ninguém”. Ela é comadre de outro beneficiário, o promoter Robson Lemos, dono de uma empresa de eventos com sede no Clube do Exército de Brasília que costuma prestar serviços em recepções organizadas por Michelle Bolsonaro. Robinho, como é conhecido, se recusou a falar sobre sua relação com a primeira-dama. “Prefiro não entrar nessa seara, prefiro preservar minha cliente.” Indagado sobre o empréstimo obtido por sua empresa com a ajuda de Michelle, ele encerrou a conversa. “Vamos desligar, essa conversa não está legal.”
Crusoé procurou o gabinete da primeira-dama nesta quinta-feira, 30. A assessoria de Michelle Bolsonaro informou que responderia as cinco perguntas enviadas pela revista nas horas seguintes. Depois, desapareceu.


A Caixa, por sua vez, limitou-se a enviar uma nota com uma manifestação genérica, que passa ao largo das perguntas pontuais sobre os pedidos feitos pela primeira-dama e sobre o papel do presidente do banco, Pedro Guimarães, na liberação dos empréstimos.
Diz a nota: “A Caixa informa que a concessão de crédito em todas as suas linhas passa por rigoroso processo de governança, compliance e análise de riscos independente. No caso do Programa Nacional de Apoio às Microempresas e Empresas de Pequeno Porte, anteriormente à análise de crédito dos bancos operadores do programa, há uma avaliação de enquadramento por parte da Receita Federal, que notifica as empresas validadas. Apenas as empresas indicadas e munidas de aprovação pela Receita Federal passam pelo rito de governança da Caixa quando da solicitação do crédito, o que inclui análise por sistema de riscos, em um processo totalmente automatizado e sem interação humana. Ao todo, foram concedidos mais de 22 bilhões de reais pelo Pronampe a mais de 240 mil micro e pequenas empresas. Ademais, na condição de banco público, a Caixa recebe, por meio de sua área de Relacionamento Institucional, solicitações como dúvidas e consultas acerca de seus produtos e serviços, que são encaminhadas para avaliação técnica e impessoal pelas áreas negociais e posterior retorno diretamente aos clientes”.


Não tem corrupção no governo não, acredite.
É isso que dá andar com o Collor. Transformou a Michelle em Rosane.
 

rccsetzer

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Pior que nesse evento rolou isso aqui:

Visualizar anexo 215990

Na moral, como tem gente que acha isso normal?
Esse é o verdadeiro Cristão, né?

"Eis que um dos que estavam com Jesus, estendendo a mão, puxou a espada e ferindo o servo do sumo sacerdote, decepou-lhe uma das orelhas. 52Mas Jesus lhe ordenou: “Embainha a tua espada; pois todos os que lançam mão da espada pela espada morrerão! 53Ou imaginas tu que Eu, neste momento, não poderia orar ao meu Pai e Ele colocaria à minha disposição mais de doze legiões de anjos? …" - Mateus 26
 

Sgt. Kowalski

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Se Michelinha pede com jeitinho, eu tb libero pra ela. Faço a aplicação direto no fundo dela.
 

Hitmanbadass

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Já vi mais de um estudo apontando a diferença de tratamento pela justiça para negros e brancos apreendidos com a mesma quantidade de maconha ou outras drogas.

Dif de 7% em uma coisa que, até pela subjetividade da lei, pode ter centenas de variáveis, inclusive racismo.

Quando vi o título esperava algo embasbacante, mas foi quase um empate técnico. Se pegar casos iguais (o que é quase impossível) talvez fique elas por elas, o que seria uma surpresa dada a fama que se tem sobre isso.

O caso que abre a notícia parece piada né, a mulher levando droga pra dentro da prisão e a notícia querendo comparar com quem é pego com droga na rua. Se eu to levando droga escondida pra dentro da prisão, é obvio que é tráfico não? Meio que a quantidade não faz diferença.
 

Hitmanbadass

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Esse é o verdadeiro Cristão, né?

"Eis que um dos que estavam com Jesus, estendendo a mão, puxou a espada e ferindo o servo do sumo sacerdote, decepou-lhe uma das orelhas. 52Mas Jesus lhe ordenou: “Embainha a tua espada; pois todos os que lançam mão da espada pela espada morrerão! 53Ou imaginas tu que Eu, neste momento, não poderia orar ao meu Pai e Ele colocaria à minha disposição mais de doze legiões de anjos? …" - Mateus 26

Ou é filho de um militar que não vê problema no filho ter orgulho da ocupação dele.
 

Resu Anera

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Tenho tanto amigos pretos e pobres (amigos de infância) quanto Faria Limers que já foram pegos com maconha, nunca nenhum foi preso. Em todos os casos levaram canseira na delegacia e foi isso.

Por isso perguntei ao nobre user que quer desenhar uma resposta para uma pergunta diferente da que fiz: Vc conhece alguém que foi preso por fumar maconha?

Aí ele trouxe essa notícia que afirma uma coisa que não comprova (sobre lotar penitenciárias), não conheço ng que já tenha sido preso por isso.. talvez se for recorrente... mas não querer ser preso ao ser pego cometendo crime recorrentemente é meio idiota de qualquer forma.

Nem se for recorrente. Desde 2006 ninguém é preso nesse país por usar drogas.

A lei é bem clara sobre as penas pra usuários, e privação de liberdade não está no rol de penas.

Art. 28. Quem adquirir, guardar, tiver em depósito, transportar ou trouxer consigo, para consumo pessoal, drogas sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar será submetido às seguintes penas:

I - advertência sobre os efeitos das drogas;

II - prestação de serviços à comunidade;

III - medida educativa de comparecimento a programa ou curso educativo.

§ 1º Às mesmas medidas submete-se quem, para seu consumo pessoal, semeia, cultiva ou colhe plantas destinadas à preparação de pequena quantidade de substância ou produto capaz de causar dependência física ou psíquica.

§ 2º Para determinar se a droga destinava-se a consumo pessoal, o juiz atenderá à natureza e à quantidade da substância apreendida, ao local e às condições em que se desenvolveu a ação, às circunstâncias sociais e pessoais, bem como à conduta e aos antecedentes do agente.

§ 3º As penas previstas nos incisos II e III do caput deste artigo serão aplicadas pelo prazo máximo de 5 (cinco) meses.

§ 4º Em caso de reincidência, as penas previstas nos incisos II e III do caput deste artigo serão aplicadas pelo prazo máximo de 10 (dez) meses.

§ 5º A prestação de serviços à comunidade será cumprida em programas comunitários, entidades educacionais ou assistenciais, hospitais, estabelecimentos congêneres, públicos ou privados sem fins lucrativos, que se ocupem, preferencialmente, da prevenção do consumo ou da recuperação de usuários e dependentes de drogas.

§ 6º Para garantia do cumprimento das medidas educativas a que se refere o caput, nos incisos I, II e III, a que injustificadamente se recuse o agente, poderá o juiz submetê-lo, sucessivamente a:

I - admoestação verbal;

II - multa.



Já vi mais de um estudo apontando a diferença de tratamento pela justiça para negros e brancos apreendidos com a mesma quantidade de maconha ou outras drogas.
Como eu disse, são as circunstâncias em que cada um é pego. Cor não importa.
 

Hitmanbadass

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Também é errado. Justifica o outro?

Quem está falando que o outro é errado é vc, não eu.

Para mim não precisa de justificativa para uma criança ter orgulho da ocupação do pai, sendo ele militar.

Arminha de brinquedo é brincadeira mais comum que tem, se não tem de brinquedo, faz como se a mão fosse. Seja fingindo que é um laser ou qualquer coisa.
 

rccsetzer

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Quem está falando que o outro é errado é vc, não eu.

Para mim não precisa de justificativa para uma criança ter orgulho da ocupação do pai, sendo ele militar.

Arminha de brinquedo é brincadeira mais comum que tem, se não tem de brinquedo, faz como se a mão fosse. Seja fingindo que é um laser ou qualquer coisa.
Tranquilo. Nossa sociedade já banalizou bastante a violência.
 

Sgt. Kowalski

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Preço de gasolina e diesel passa Auxílio Brasil e PEC dos precatórios na lista de prioridades do Planalto


Uma solução para conter a alta dos combustíveis assumiu o topo da lista de prioridades do Palácio do Planalto. Hoje, o tema na cúpula do governo é mais urgente do que o Auxílio Brasil, programa substituto do Bolsa Família.
Aliados do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) passaram a considerar o preço da gasolina e do diesel nas bombas um dos principais obstáculos para a campanha de reeleição de 2022.
A avaliação no Planalto é que mesmo o lançamento de um programa social turbinado tende a ter impacto eleitoral reduzido caso o governo não encontre uma saída para o problema dos preços.
Com isso, a questão está à frente do Auxílio Brasil e de uma saída para a PEC (proposta de emenda à Constituição) dos precatórios.
Em reuniões coordenadas pela Casa Civil, assessores palacianos têm discutido medidas que podem ser adotadas. No momento, eles apostam na aprovação de um projeto que muda regras de cobrança do ICMS sobre combustíveis.
A articulação na Câmara está sendo capitaneada pelo próprio presidente da Casa, deputado Arthur Lira (PP-AL), que tenta resolver um impasse envolvendo o texto.
O governo quer que a redação a ser aprovada no Congresso tenha o mesmo conteúdo do projeto que foi enviado pelo Planalto e que prevê um valor uniforme do ICMS.
A proposta foi apensada a outra, do deputado Emanuel Pinheiro Neto (PTB-MT), que trata da apuração do ICMS relativo ao diesel, ao etanol hidratado e à gasolina a partir de valores fixos por unidade de medida, definidos em lei estadual.
Hoje, como o imposto é calculado sobre um percentual do preço de bomba, o valor em reais cobrado pelos estados aumenta na mesma proporção dos preços. Se o valor do combustível sobe, o valor cobrado de ICMS também sobe, pressionando o preço final.
Folha Mercado

Receba no seu email a newsletter com o que de mais importante acontece na economia; aberta para não assinantes.
Como mostrou reportagem da Folha, entre janeiro e setembro, os estados arrecadaram R$ 68,4 bilhões em ICMS sobre produtos de petróleo, uma alta de 24% em relação a 2020, quando o mercado e os preços despencaram com a pandemia. Na comparação com 2019, antes da crise, a alta é de 4,5%.
O aumento ocorre mesmo num cenário de vendas menores. Entre janeiro e agosto de 2021, segundo a ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás e Biocombustíveis), o mercado brasileiro consumiu 36,6 bilhões de litros de combustíveis líquidos, conceito que inclui gasolina, diesel e etanol.
No mesmo período de 2019, foram 39,4 bilhões de litros. A elevação da receita, portanto, reflete mais a escalada dos preços, que atingiram níveis recordes no país em 2021, pressionados pela recuperação do petróleo e pela desvalorização cambial.
Em seu parecer, o relator do projeto de lei complementar, deputado Dr. Jaziel (PL-CE), aproveitou boa parte do conteúdo do texto enviado pelo governo e fez alterações pontuais, incluindo dispositivo que diz que as deliberações feitas por estados deverão ser aprovadas e ratificadas por pelo menos dois terços das unidades federadas e por um terço dos estados em cada região.
O deputado afirma que a ideia inicial era que seu parecer tratasse da divulgação, em notas fiscais, dos valores de tributos federais, estaduais e municipais cujas incidências influíram na formação dos preços.
O assunto é abordado em projeto de lei complementar do deputado Isnaldo Bulhões Jr. (AL), líder do MDB na Câmara.
Mas, em linha com desejo de Bolsonaro, Dr. Jaziel decidiu trabalhar com a ideia de estabelecer um valor fixo ao ICMS que seguisse os moldes do imposto federal.
"É uma resposta ao povo. Precisamos de uma possibilidade de criar uma condição que pare com essa escalada de preços", afirmou.
De acordo com ele, os cálculos levariam em conta as alíquotas praticadas em cada estado. Assim se Chegaria a uma média e o Confaz (Conselho Nacional de Política Fazendária) faria contas para que os estados não tivessem perda de arrecadação, disse Dr. Jaziel.
Integrantes do governo e congressistas sabem que são difíceis as chances de o projeto avançar por causa de resistências de governadores, que têm no ICMS uma importante fonte de receita, mas deputados já começaram a trabalhar na tentativa de sensibilizar os gestores.
Líderes partidários entrariam nessa mediação para convencer governadores de que a proposta é boa.
O próprio presidente Bolsonaro disse, em sua live nesta quinta-feira (30), que os chefes de governo nos estados devem trabalhar contra a medida. "Lá dentro do Parlamento, contrário, vai ter o lobby de muitos governadores", disse.
Na Câmara, o impasse envolve a discussão sobre fixação de valor para o ICMS.
Segundo Isnaldo Bulhões, houve um acordo para que seu projeto de lei complementar fosse priorizado, em negociação que contou com o respaldo do líder do governo na Câmara, Ricardo Barros (PP-PR), e de líderes da base.
Ele disse que, até agora, não foi procurado para conversar sobre a negociação anterior. Na opinião do líder do MDB na Câmara, puxar as discussões pelo viés tributário é um equívoco.
"Se a política econômica e da empresa [Petrobras] continuarem as mesmas, o problema vai persistir."
Já a cúpula da Petrobras aposta as fichas na mudança nas regras de aplicação do ICMS. E também avalia ser necessário criar um fundo de estabilização que pode ter recursos de ao menos três origens: fundo do pré-sal, royalties ou dividendos.
Bolsonaro afirmou nesta quinta ter discutido o estabelecimento de um fundo com o uso de dividendos pagos pela estatal à União.
"Vim conversando com [Gustavo] Montezano [presidente do BNDES] hoje no avião pegando dicas com ele [sobre] o que a gente pode fazer. É criar um fundo regulador, ver o lucro da Petrobras que veio para o governo federal, para nós", disse. "Ninguém vai meter a mão em nada", afirmou o presidente na live.
"Será que esse dinheiro da Petrobras que veio para nós... será —não estou afirmando—, que é um lucro bilionário, não podemos converter e ir para esse fundo regulador?", questionou.
"Toda vez que dá um aumento você não repassar todo o aumento; ou não repassar aumento nenhum. Você faz caixa quando está mais no baixo e, quando sobe, com esse caixa, compensa esse reajuste lá na frente", afirmou.
A sinalização do fundo de estabilização já havia sido dada por Lira na quarta-feira (29).
Segundo o presidente da Câmara, o fundo não mexeria na política de preços da Petrobras e poderia ser alimentado com dividendos repassados majoritariamente para a União ou com recursos do gás do pré-sal.
"Você vai garantir que quando aumente o petróleo e o dólar ele segure, e quando baixe o dólar e o petróleo ele se reabasteça. Ele seria um moderador e a forma ainda vai ser discutida", ressaltou.
 

tersalius

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Preço de gasolina e diesel passa Auxílio Brasil e PEC dos precatórios na lista de prioridades do Planalto


Uma solução para conter a alta dos combustíveis assumiu o topo da lista de prioridades do Palácio do Planalto. Hoje, o tema na cúpula do governo é mais urgente do que o Auxílio Brasil, programa substituto do Bolsa Família.
Aliados do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) passaram a considerar o preço da gasolina e do diesel nas bombas um dos principais obstáculos para a campanha de reeleição de 2022.
A avaliação no Planalto é que mesmo o lançamento de um programa social turbinado tende a ter impacto eleitoral reduzido caso o governo não encontre uma saída para o problema dos preços.
Com isso, a questão está à frente do Auxílio Brasil e de uma saída para a PEC (proposta de emenda à Constituição) dos precatórios.
Em reuniões coordenadas pela Casa Civil, assessores palacianos têm discutido medidas que podem ser adotadas. No momento, eles apostam na aprovação de um projeto que muda regras de cobrança do ICMS sobre combustíveis.
A articulação na Câmara está sendo capitaneada pelo próprio presidente da Casa, deputado Arthur Lira (PP-AL), que tenta resolver um impasse envolvendo o texto.
O governo quer que a redação a ser aprovada no Congresso tenha o mesmo conteúdo do projeto que foi enviado pelo Planalto e que prevê um valor uniforme do ICMS.
A proposta foi apensada a outra, do deputado Emanuel Pinheiro Neto (PTB-MT), que trata da apuração do ICMS relativo ao diesel, ao etanol hidratado e à gasolina a partir de valores fixos por unidade de medida, definidos em lei estadual.
Hoje, como o imposto é calculado sobre um percentual do preço de bomba, o valor em reais cobrado pelos estados aumenta na mesma proporção dos preços. Se o valor do combustível sobe, o valor cobrado de ICMS também sobe, pressionando o preço final.
Folha Mercado

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Como mostrou reportagem da Folha, entre janeiro e setembro, os estados arrecadaram R$ 68,4 bilhões em ICMS sobre produtos de petróleo, uma alta de 24% em relação a 2020, quando o mercado e os preços despencaram com a pandemia. Na comparação com 2019, antes da crise, a alta é de 4,5%.
O aumento ocorre mesmo num cenário de vendas menores. Entre janeiro e agosto de 2021, segundo a ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás e Biocombustíveis), o mercado brasileiro consumiu 36,6 bilhões de litros de combustíveis líquidos, conceito que inclui gasolina, diesel e etanol.
No mesmo período de 2019, foram 39,4 bilhões de litros. A elevação da receita, portanto, reflete mais a escalada dos preços, que atingiram níveis recordes no país em 2021, pressionados pela recuperação do petróleo e pela desvalorização cambial.
Em seu parecer, o relator do projeto de lei complementar, deputado Dr. Jaziel (PL-CE), aproveitou boa parte do conteúdo do texto enviado pelo governo e fez alterações pontuais, incluindo dispositivo que diz que as deliberações feitas por estados deverão ser aprovadas e ratificadas por pelo menos dois terços das unidades federadas e por um terço dos estados em cada região.
O deputado afirma que a ideia inicial era que seu parecer tratasse da divulgação, em notas fiscais, dos valores de tributos federais, estaduais e municipais cujas incidências influíram na formação dos preços.
O assunto é abordado em projeto de lei complementar do deputado Isnaldo Bulhões Jr. (AL), líder do MDB na Câmara.
Mas, em linha com desejo de Bolsonaro, Dr. Jaziel decidiu trabalhar com a ideia de estabelecer um valor fixo ao ICMS que seguisse os moldes do imposto federal.
"É uma resposta ao povo. Precisamos de uma possibilidade de criar uma condição que pare com essa escalada de preços", afirmou.
De acordo com ele, os cálculos levariam em conta as alíquotas praticadas em cada estado. Assim se Chegaria a uma média e o Confaz (Conselho Nacional de Política Fazendária) faria contas para que os estados não tivessem perda de arrecadação, disse Dr. Jaziel.
Integrantes do governo e congressistas sabem que são difíceis as chances de o projeto avançar por causa de resistências de governadores, que têm no ICMS uma importante fonte de receita, mas deputados já começaram a trabalhar na tentativa de sensibilizar os gestores.
Líderes partidários entrariam nessa mediação para convencer governadores de que a proposta é boa.
O próprio presidente Bolsonaro disse, em sua live nesta quinta-feira (30), que os chefes de governo nos estados devem trabalhar contra a medida. "Lá dentro do Parlamento, contrário, vai ter o lobby de muitos governadores", disse.
Na Câmara, o impasse envolve a discussão sobre fixação de valor para o ICMS.
Segundo Isnaldo Bulhões, houve um acordo para que seu projeto de lei complementar fosse priorizado, em negociação que contou com o respaldo do líder do governo na Câmara, Ricardo Barros (PP-PR), e de líderes da base.
Ele disse que, até agora, não foi procurado para conversar sobre a negociação anterior. Na opinião do líder do MDB na Câmara, puxar as discussões pelo viés tributário é um equívoco.
"Se a política econômica e da empresa [Petrobras] continuarem as mesmas, o problema vai persistir."
Já a cúpula da Petrobras aposta as fichas na mudança nas regras de aplicação do ICMS. E também avalia ser necessário criar um fundo de estabilização que pode ter recursos de ao menos três origens: fundo do pré-sal, royalties ou dividendos.
Bolsonaro afirmou nesta quinta ter discutido o estabelecimento de um fundo com o uso de dividendos pagos pela estatal à União.
"Vim conversando com [Gustavo] Montezano [presidente do BNDES] hoje no avião pegando dicas com ele [sobre] o que a gente pode fazer. É criar um fundo regulador, ver o lucro da Petrobras que veio para o governo federal, para nós", disse. "Ninguém vai meter a mão em nada", afirmou o presidente na live.
"Será que esse dinheiro da Petrobras que veio para nós... será —não estou afirmando—, que é um lucro bilionário, não podemos converter e ir para esse fundo regulador?", questionou.
"Toda vez que dá um aumento você não repassar todo o aumento; ou não repassar aumento nenhum. Você faz caixa quando está mais no baixo e, quando sobe, com esse caixa, compensa esse reajuste lá na frente", afirmou.
A sinalização do fundo de estabilização já havia sido dada por Lira na quarta-feira (29).
Segundo o presidente da Câmara, o fundo não mexeria na política de preços da Petrobras e poderia ser alimentado com dividendos repassados majoritariamente para a União ou com recursos do gás do pré-sal.
"Você vai garantir que quando aumente o petróleo e o dólar ele segure, e quando baixe o dólar e o petróleo ele se reabasteça. Ele seria um moderador e a forma ainda vai ser discutida", ressaltou.
já se era em tempo... isso e a porra da inflação que deveria ser A prioridade pro Minto...

vamos ver no que vai dar...
 
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