O mercado já elegeu Bolsonaro
Para o mercado financeiro, Jair Bolsonaro já está eleito.
Como diz Vinicius Torres Freire, o novo governo terá uns meses para aproveitar o bom humor:
“Os números do mercado, pelo menos, sugerem que a eleição terminou. A distensão dos preços nos negócios financeiros impressiona.
Não falta muito para que taxas de juros e dólar indiquem confiança risonha e franca na nova administração, que por vários motivos, no entanto, ainda é incógnita.
Caso persistam tais sintomas, se o candidato do PSL ou seus assessores não pisarem na bola, o começo da vida de um eventual governo bolsonarista será facilitado.”
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Corra, Bolsonaro, corra
Jair Bolsonaro pode ganhar o Congresso Nacional.
Um levantamento dos professores Carlos Pereira e Frederico Bertholini, publicado na Folha de S. Paulo, mostra que, com “a proximidade ideológica dos partidos de centro-direita e seus respectivos tamanhos, é razoável supor que um eventual governo Bolsonaro não teria dificuldade para construir uma coalizão majoritária.
Além disso, esta coalizão estaria muito próxima da ideologia mediana da Câmara, tendo mais condições de espelhar de forma homogênea a preferência do Legislativo.
Com tudo isso, o governo Bolsonaro teria condições de desfrutar das condições políticas apropriadas para construir e gerenciar uma coalizão de forma eficiente, tendo o potencial de alcançar grande sucesso legislativo a um custo de governabilidade relativamente baixo.
Por outro lado, caso Haddad consiga uma improvável reversão do panorama atual de intenções voto, terá muita dificuldade de montar uma coalizão majoritária e que espelhe a preferência mediana do Congresso.”
O segredo, para Jair Bolsonaro, é fazer as reformas rapidamente:
“Um presidente recém eleito e em primeiro mandato tende a desfrutar de uma lua de mel com a sociedade. Logo, tal estratégia unilateral pode ser bem sucedida.
O sucesso legislativo do presidente seria assim alcançado pela via do apoio direto dos seus eleitores constrangendo os legisladores e diminuindo seu custo de negociações com o Legislativo (…).
No médio e longo prazos, entretanto, especialmente quando o presidente apresenta alguma vulnerabilidade política e necessita do apoio do Congresso para governar ou mesmo para sobreviver, o poder de barganha sairia das mãos do presidente para as dos legisladores. Nesse momento, esses tenderiam a inflacionar seu preço de apoio.”
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Bolsonaro ganha ou ganha
Os petistas enrustidos assinam manifestos de apoio a Fernando Haddad.
Como diz Merval Pereira, porém, nada disso importa:
“O maior problema do PT é não entender que, mesmo que Fernando Henrique, Ciro Gomes, Marina, Joaquim Barbosa e outros que tais cerrassem fileiras em torno de Haddad, provavelmente nada aconteceria, pois os eleitores já foram para onde queriam ir, independentemente da cúpula de seus partidos.
Gestos dramáticos como uma união suprapartidária, ou os eternos abaixo-assinados com milhares de assinaturas de intelectuais, juízes, artistas, professores, simplesmente atingem os convertidos, não mudam o voto de ninguém. E, se juntarem todos esses, é capaz de prejudicar mais ainda a candidatura de Haddad, seria música para os ouvidos de Bolsonaro.
Dirá que são todos farinha do mesmo saco, que a social-democracia levou o país para o buraco, que PT e PSDB sempre estiveram juntos, mesmo quando brigavam. É isso que a grande maioria de seus eleitores pensa, e a união de todos esses contra Bolsonaro só confirmará que é ele o candidato antissistema, que a maioria dos eleitores quer desmontar, mesmo que o que seja colocado no lugar seja uma incógnita, com altos riscos.”
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