Eu não poderia discordar mais... mas respeito sua opinião.
Só acrescento que, eu poderia usar critérios "científicos" (pq em humanas nada é totalmente científico, é impossível - sendo pós estruturalista) e chegar em conclusões totalmente diferentes, pois, claramente alguns critérios serão arbitrários - não científicos.
Meu exemplo foi totalmente inútil, propositalmente! Absurdo, para mim, é apenas considerar RICA, uma pessoa que tem dinheiro suficiente para que uma centena de pessoas vivam com conforto. Uma pessoa que tem 1 milhão em bens - imóveis, moveis, etc já é rica. Até porque não seria possível todos bilhoes de humanos do planeta terra terem esses bens com os recursos naturais que nós temos. Ademais esta pessoa possui muito mais que a média mundial.
Posso fazer uma análise economica, financeira, etc, mas SEMPRE terei que traçar critérios arbitrários, pois os critérios não são naturais, não estão prontos no universo para serem descobertos. EU, humano, estudioso de economia vou ter que traçar qual o ponto limítrofe entre RICO e não rico.
Não consigo ver onde vc pode encontrar subterfúgio para discordar disso. Não existem critérios naturais para isso, portanto é arbitrário.
Se queres saber mais sobre sugiro leitura de Ferdinand de Saussure sobre a arbitrariedade dos signos.
Cara, você está querendo descredibilizar toda uma lógica do pensamento porque ela parte de paradigmas iniciais. Isso é completamente absurdo e só serve para uma coisa; colocar uma discussão num círculo eterno em que nunca existirá um ponto de partida e, comodamente, passará a impressão de estabilidade, pois todo mundo terá razão. Só que não é assim.
Até mesmo os maiores filósofos e pensadores da humanidade partiram de pontos inciais. Sempre é preciso ter algum, caso contrário fica-se estagnado. Só que você está usando tal inexorabilidade como forma de destruir todo um pensamento e isso, num embate sério de ideias, é tão mal visto que não merece nem classificação.
Eu vou colocar a edição que tinha feito à minha resposta aqui:
Ninguém estabeleceu quais são parâmetros. Você está dizendo coisas que falamos a título de exemplo como se esgotasse o assunto. O rico é rico aqui, nos EUA, na Europa, na China, na África, onde quer que seja. É para isso que serve a ciência, para uniformizar, criar bases que sustentam uma ideia e organizar para a funcionalidade prevalecer, caso contrário seria o caos, mais ou menos o que vocês pregam. Ele não precisa nenhum desses exageros que você comentou para assim ser considerado, apenas precisa encaixar-se num mínimo. Isso não cabe mencionar aqui, pois seria um aprofundamento errado para o tópico.
A discussão começou abobadamente porque eu apenas tentei provar que a classificação de riqueza das pessoas segue um padrão racional e científico e não com base no achismo do que cada um pensa. Fiz a citação política, pois foi assim que o governo anterior encarava o assunto. Dei o exemplo do miserável como contraposto ao rico como tentativa de ilustrar, mas a distorção preponderou tanto que ignoraram. O miserável (extremo oposto do rico), será miserável aqui, nos EUA, na China, na Europa, na Ásia, na África. Inclusive fiz questão de ressaltar que existe a fluidez no conceito nas camadas intermediárias, as classes médias, aí sim temos algo suscetível ao que cada sociedade pode trazer como especificidade, mas, à medida que nos aproximamos dos extremos, essas nuances vão acabando e tanto o Rico como o Pobre ou Miserável estão nessas pontas.
Vou dar um exemplo específico, mas bem didático (assim espero). No Direito, há no senso comum a noção de que a matéria é fragmentada: Direito Penal, Civil, Direito Público x Direito Privado, mas na essência o Direito é um só. Essa concepção de Direito Público e Privado é a mesma em qualquer nação adepta do direito positivo (escrito) e, em certa medida, naqueles do Common Law (EUA e Inglaterra). A fragmentação da matéria é arbitrária, mas isso não a faz errada ou que a mesma perca seu sentido como você prega. Ela existe como maneira de dar funcionalidade, fluidez à ordem jurídica. O mesmo exemplo aplica-se ao caso da economia.
Outro aspecto muito básico, a fim de que não haja mais confusão. O multimilionário, o bilionário, não são medidas de riqueza. São classificações matemáticas do montante de dinheiro acumulado de determinada pessoa ou entidade, nada tem a ver com o assunto em debate também. Eles são ricos e ponto, pouco importa o volume. Numa outra análise isso poderá ser levado em conta, mas não para o que estou tratando aqui.
PS: Encerro por aqui minha participação na discussão. Reforço que não foi minha intenção desvirtuar o tópico, mas aconteceu, porém, acho que tem coisas postas aqui que tem algum valor acredito eu.