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Diplomados vivendo nas ruas

Landstalker

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Moradores de rua também têm sua "classe média", gente outrora mais abastada que entrou numa espiral de decadência da qual não conseguiu sair e, hoje, acode aos albergues da Prefeitura de São Paulo em busca de segurança e de apoio para sobreviver com as próprias pernas. É um subgrupo que não pratica a mendicância, evita dormir ao ar livre e usufrui da estrutura pública de assistência social por meses, às vezes, anos.

Sua penúria tem as mesmas origens de quase toda população excluída –desemprego, despejo, separação conjugal, doenças psiquiátricas e vício em álcool e drogas.

Mas seu tombo social costuma ser maior: até se verem sem nada e atingirem o esgotamento, passaram a maior parte da vida com trabalho e carteira assinada, fizeram cursos universitários, tiveram uma família, falam duas línguas ou mais e viajaram o mundo por conta da carreira ou por aventura.

"A gente vê que muitos moradores de rua são qualificados –tem ex-advogado, dono de posto de gasolina, piloto de avião", diz o secretário municipal de Assistência e Desenvolvimento Social, Filipe Sabará, que substituiu a vereadora Soninha Francine (PPS) no comando da pasta na gestão João Doria (PSDB) há seis meses.

"E normalmente o maior problema é emocional, a pessoa entra num ciclo de miséria e não acredita mais nela mesma. A mente não acredita mais que pode dar a volta por cima".

Segundo ele, há, nessa categoria, uma alta incidência de homens abandonados pela mulher e pela família, por causa do uso abusivo de álcool e drogas, que, por uma questão de orgulho, se tornam invisíveis para a sociedade e somem do mapa sem deixar rastros. Muitos não querem ser encontrados. Outros têm celular e podem ser contatados com mais facilidade.

"Meus problemas começaram quando minha mulher me deixou e voltou para a Ásia", diz o coreano Oh Eu Kweon, 55, ex-comerciante que vive hoje num albergue municipal na rua Prates, no centro de São Paulo e faz bicos para viver.

De acordo com a prefeitura, vivem hoje em situação de rua entre 20 mil e 25 mil pessoas, um aumento de cerca de 40% em relação ao último levantamento oficial feito, em 2015, pela Fipe (Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas), que detectou 15,9 mil pessoas nessa condição, entre albergados e errantes.

A crise econômica explica esse crescimento exponencial de mais de 2.000 almas por ano. A imensa maioria dessa população é de homens, 88,6%. As mulheres caem em desgraça mais raramente e com frequência vão para as ruas acompanhando seus maridos ou companheiros.

Do total da população em situação de rua, mais ou menos a metade se instala nos albergues públicos, que oferecem cerca de 12 mil vagas.

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Nesses locais, há quatro refeições por dia, banho, acompanhamento psiquiátrico e de outros problemas de saúde, cursos profissionalizantes, regularização de documentos e encaminhamento para encontrar trabalho.

"É um lugar que dá oportunidade para se recuperar, escapar da violência e procurar emprego", afirma o professor de inglês André da Mata, 46, morador do albergue Arsenal da Esperança, o maior da cidade, com 1.200 lugares.

Diferentemente do que se costuma imaginar, a maior parte dessa população trabalha. Entre os acolhidos em albergues, 17,9% estão empregados com ou sem registro em carteira e 57,7% atuam por conta própria, em geral no comércio de rua ou na catação de lixo e fazendo bicos.

Mesmo entre aqueles que moram na rua, 4,8% estão empregados.

A população de rua é muito heterogênea e o indicador mais palpável da classe média é a alta escolaridade.

O último levantamento da Fipe detectou que apenas 9% das 15,9 mil pessoas em situação de miséria tem curso superior completo ou incompleto. (A grande maioria dessa população, 80,6%, não terminou o ensino médio, 9,6% é analfabeta).

Entre 2010 e 2015, houve um crescimento do número de pessoas formadas em universidades vivendo em situação de rua, tanto na população acolhida em albergues quanto na que dorme nas calçadas, de 1,9% para 4%.

"A gente encontra famílias de classe média, ex-empresários e gente que teve uma boa vida num passado recente", diz o padre Julio Lancelotti, coordenador da Pastoral dos Moradores de Rua.

"O que pode explicar isso é a história de vida de cada um, mas normalmente essas pessoas enfrentam uma sucessão de perdas, que envolve a sanidade, a profissão e os laços familiares."

A Folha ouviu cinco desses homens aparentemente bem preparados que perderam o rumo.

MIGUEL DI DOMENICO, FERRAMENTEIRO, 56

Há pouco mais de mês, uma combinação perversa levou o ferramenteiro argentino Miguel Di Domenico, 56, a morar nas ruas e praças do centro de São Paulo.

Misturou-se um problema de saúde –um coágulo no coração que o levou a ficar um ano sem trabalhar e a uma internação no Instituto Dante Pazzanese, na zona sul– com um golpe que afirma ter tomado de um sócio na sua pequena empresa.

Somou-se a isso o afastamento de mais de uma década da ex-mulher e das duas filhas, hoje com 19 e 24 anos, e a equação destrutiva se fechou. Miguel se viu sem ninguém, sem dinheiro e sem ajuda, que também não pediu a nenhum amigo por orgulho.

Com apenas uma mochila de roupas e um saco de tralhas, partiu para uma jornada sem rumo pela cidade.

No último dia 12, Domenico, que morou na Itália muitos anos e, nos velhos tempos, fazia negócios com prata em países como Espanha e Suíça, zanzava pela praça da Sé atrás de uma vaga de pernoite em algum albergue da prefeitura.

Buscava, também, um prato de comida em meio ao cenário de disputa de almas em que a praça se converte durante a noite, onde grupos de fiéis da Igreja Universal do Reino de Deus dividem espaço com católicos e assistentes sociais da administração pública para acudir os homens e as mulheres das ruas.

O argentino parecia um pouco atordoado, mas conformado com seu destino.

Enquanto não consegue uma vaga definitiva em um albergue, ele tem passado seus dias andando pelas ruas e deitado nas calçadas –começou sua jornada errante na rua Boa Vista, perto de um posto policial, onde se sentiu mais seguro, e agora começa a entender a nova vida.

"É um lugar novo para mim e nunca pensei que pudesse chegar a essa situação –tudo o que podia dar errado deu errado", diz Domenico com um sorriso plácido no rosto e com sotaque italiano. "É um submundo desconhecido que ainda estou tentando entender e que você só conhece mesmo quando vive."

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O ferramenteiro argentino Miguel Di Domenico, 56

ANDRÉ DA MATA, PROFESSOR, 46

Em março deste ano, o artesão de bijuterias e professor de inglês André da Mata, 46, ficou 20 dias largado nas ruas de São Paulo, jogado no mundo, sem tomar banho ou trocar de roupa. Por conta de sua dependência em álcool, decidiu se internar no Cratod (Centro de Referência de Álcool, Tabaco e Outras Drogas), do governo do Estado, onde ficou mais 33 dias.

Atualmente hospedado no albergue Arsenal da Esperança, ele toma medicamentos para suportar a abstinência. Diz que, enquanto se trata, está juntando dinheiro com a venda de seu artesanato para comprar uma barraca.

"Durmo na rua, mas me defino como um viajante", afirma. "Leio muito Humberto Rohden, autor de 'A Experiência Cósmica', e a Bíblia, além de fazer meditação."

Mata nasceu em Jacareí (SP), cresceu em Brasília e diz que sempre foi um homem errante. Fez curso de letras, mas não terminou. A primeira oportunidade para uma longa viagem apareceu em 1995, após ser batizado na Igreja mórmon. Foi convidado a servir como missionário e ficou dois anos em Nova York.

Depois de uma rápida escala em Brasília, onde trabalhou algum tempo na agência de turismo do pai, foi para Salt Lake City, nos EUA, sede da igreja. "Viajei por 25 Estados americanos e passei seis anos por lá sobrevivendo com a venda de artesanato".

Esse período terminou com uma deportação para o Brasil, mas Mata não perdeu tempo. Assim que chegou em Brasília embarcou para Israel, onde passou alguns meses, e depois circulou quatro anos pela Europa. Morou na Itália, França, Suíça, República Checa e Espanha, onde acabou sendo deportado novamente.

Entre 2008 e 2014, trabalhou no setor hoteleiro e deu aulas de inglês em Brasília e no Rio Grande do Sul. "Há três anos, me desiludi com tudo, vendi um carro que meus pais tinham me dado e fui para a Chapada Diamantina orar e meditar para encontrar meu eu divino", diz. "Acho que lá começou minha nova história." Mata espera se recuperar do alcoolismo para retomar sua jornada.

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O professor de inglês André da Mata, 46

RAMON COSTA OLIVEIRA, REPRESENTANTE COMERCIAL, 41

O baiano Ramon Costa Oliveira se orgulha de seus feitos na natação e de seus tempos de atleta. Fez quatro travessias marítimas da Grande Salvador percorrendo 14 quilômetros de distância e, em uma delas, conseguiu um honroso 6º lugar.

Cursou até o segundo ano de educação física antes de ser cativado pela atividade de representante comercial que exerceu até três anos atrás. No seu caminho profissional passou por seguradoras, como a SulAmérica, e grandes empresas alimentícias como Bunge e Master Foods.

"Era um bom nadador e sempre soube fazer negócios", diz Oliveira. "A minha decadência começou por causa do contato com as drogas e o álcool." Seu último trabalho depois de deixar a representação da Master Foods, em 2010, foi no negócio de venda de sacos de lixo. Tinha três funcionários contratados e atuava na região de Sorocaba e Itu, no interior de São Paulo atendendo o comércio varejista.

"O problema é que veio a crise e o custo do negócio subiu muito. Fiz alguns investimentos mal planejados e fiquei preso aos financiamentos", explica. Juntou-se a isso a separação da mulher. Oliveira tem um filho adolescente.

Como resultado, teve que demitir seus funcionários e encerrar sua empresa no final de 2014. Desde então vive uma peregrinação para tentar arrumar um novo emprego. "Fiquei completamente liso", diz. Chegou a voltar para Salvador para se recolocar no mercado e ficar mais perto do filho, mas não conseguiu nada.

"Depois que fechei a empresa, cheguei a ficar dormindo várias semanas no carro", lembra. Logo depois teve que vender o carro. Enfrentou também uma recaída no uso de drogas. Acabou voltando para São Paulo no começo deste ano e ficou 12 dias dormindo na rodoviária do Tietê, por não ter onde morar. Foi resgatado por assistentes sociais da prefeitura e, atualmente, está no albergue da rua Prates.

"Continuo em busca de trabalho e por enquanto estou tranquilo", conclui. "Mas no momento em que me vem a frustração, sinto que meus vícios podem voltar."

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O representante comercial Ramon Costa Oliveira, 41

OH EU KWEON, VENDEDOR, 55

O coreano Oh Eu Kweon, 55, viu sua vida ruir nos últimos três anos, quando todas as portas de trabalho se fecharam para ele.

Trabalhou sempre com importações e exportações, primeiro na Coreia, onde estudou computação, e depois na América do Sul, por conta de relações de comércio. Decidiu emigrar para a região por causa do clima quente e porque viu oportunidades para se desenvolver profissionalmente.

Morou primeiro no Paraguai e, depois de duas viagens de turismo para o Brasil, quando fez alguns contatos de negócios, decidiu se radicar em São Paulo no final dos anos 1980. Antes, voltou à Coreia para se casar e ter uma mulher para cuidar dele, como diz. Retornou casado e conseguiu a identidade de estrangeiro em 1989.

"É muito difícil ver um coreano nas ruas, mas eu desandei por causa de algumas decepções e do álcool, que sempre me atraiu", afirma Kweon, que declarou ter bebido umas boas doses de cachaça Corote para conseguir dar entrevista. "Não sei dizer onde eu falhei, mas fiz coisas que não funcionaram."

Ao longo de sua vida profissional, Kweon trabalhou em várias lojas na rua 25 de Março e no Bom Retiro como vendedor e gerente. Envolveu-se no ramo de confecções e depois entrou no comércio popular de bijuterias, setor dominado hoje pelos coreanos da rua 25 de Março.

A situação para Kweon começou a desandar na última década, quando a mulher decidiu voltar para a Coreia por causa de dificuldades para aprender português e para se adaptar, ele conta. Os dois tiveram um filho brasileiro, que acompanhou a mãe.

Além disso, perdeu um bom emprego porque seu patrão foi à falência depois de ter vários contêineres de bijuteria retidos pela Receita Federal.

Nos últimos tempos, Kweon depende dos albergues municipais para viver com alguma segurança. Perdeu todos os documentos e conta com a ajuda dos assistentes sociais para conseguir as segundas vias. "Gosto daqui, mas sinto vergonha e sofro preconceito por ser oriental", afirma.

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O vendedor coreano Oh Eu Kweon, 55

RICARDO LUDKE, GERENTE, 57

Com dois cursos superiores incompletos –tecnologia em cooperativismo e processamento de dados–, ambos feitos em Santa Maria, onde cresceu, o gaúcho Ricardo Ludke, 57, teve uma boa carreira ao longo dos anos 1990, na rede de supermercados Real, hoje Big. Era gerente do setor de self-service e servia refeições para 1.700 pessoas por dia.

Casou, teve um filho, mas a vontade de se aventurar falou mais alto. Deixou o emprego e migrou para a Bahia, terra da mulher. Tentou a sorte em Salvador, mas como não conseguiu um bom trabalho, decidiu tentar de novo em Boston (EUA). Emigrou em situação ilegal e deixou a mulher e o filho no Brasil para resgatá-los quando estivesse em melhores condições financeiras.

Ao longo de seis anos, tentou a vida no exterior à base de subempregos. Trabalhou como jardineiro, lavador de carros, pedreiro e aprendeu a falar inglês fluentemente. Não conseguiu dinheiro para resgatar a família e, no começo de 2006, voltou para o Brasil. "A crise nos Estados Unidos começou a me afetar, faltavam vagas mesmo em serviços gerais e havia muita concorrência", lembra.

Com algumas economias, decidiu voltar a Santa Maria e montou uma creperia, que sobreviveu por poucos anos. Desde 2010, Ludke vinha trabalhando em churrascarias e restaurantes pelo Brasil como garçom e preparador de carnes. Ganhava entre R$ 2.000 e R$ 3.000 por mês.

"O álcool foi meu problema e a rotina de trabalho me levava a beber mais –nos dias de folga não fazia outra coisa." Trabalhou em churrascarias em Brasília e em SP. O último emprego foi em um restaurante em Caieiras, na Grande SP. Quando foi demitido, morou uma semana nas ruas antes de arrumar vaga no albergue da rua Prates, no centro.

Ludke tem quase 20 anos de contribuição para o INSS e, recentemente, tentou obter o Bolsa Família, mas não conseguiu. Vem fazendo tratamento contra o alcoolismo no Caps (Centro de Atenção Psicossocial). Perdeu contato com a mulher e o filho. "Temo muito a violência das ruas e ainda quero me acertar", diz.

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O gerente Ricardo Ludke, 57

Lembrei do nosso amiguinho @mendingo_26 vivendo aí de praça em praça, juntando o seu dinheirinho, sabe-se lá com que tipo de trabalho permissivo para manter o vício do Nintendo Switch. :ksnif

Falando sério, eu não tenho vício com nada, mas eu tenho medo se um dia eu ficar mais velho e parar nas ruas.
 

ric_psico

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Emocionante os relatos. Temos trabalho com moradores de rua na comunidade em que participo mas é primário ainda a atenção. É um grande desafio ir além do assistencialismo e ajudar a galera a dar a volta completa. É um grande sonho!

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xthinkx

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Triste situação.Até profissionais qualificados estão passando dificuldades.
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CoyoteBoicote

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Nada deixa um homem mais doente, que o abandono dos parentes, já dizia mano Brown. Vi meu pai se entregar ao alcool por muitas mágoas que ele carregava do passado, nossa situação não era fácil e ele bebendo só piorava, cheguei a cogitar abandonar ele. Mas não tivemos coragem(eu e minha mae) pois ele já tinha sofrido muito. Por fim ele morreu, é triste demais o abandono, somada a crise financeira e econômica, depressão...o apoio da família é crucial. Mas, tolerar um alcoolátra não é fácil...triste....
 

Mister Big

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Aqui o grande profissional não tem valor

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Mister Big

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Esse cara deveria nem ter voltado da Europa, uma grande mente para chefiar um Centro de pesquisa

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Giant Enemy Crab

Wyrd biõ ful ãræd
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eu conversava direto com um mendigo que era formado em contabilidade, quando morava no Brasil.
Mas pelo que me falaram da história dele (o povo que conhecia ele a mais tempo as vezes falava da vida dele pra mim, por ver eu de papo com o cara direto),
ele era até bem sucedido,
mas se me lembro bem a vida dele desandou quando a molier que ele amava largou ele.
 

dk120

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Putz, tem gente com filho. Muito triste.

Eu tenho um tio que quase se encaixa nessas histórias. Ele sempre foi bem cachaceiro, mas sempre trabalhou bem de pedreiro. Era bom, tinha seu nome na região. Dai a mare virou. Teve um problema nas pernas, parou de trabalhar, brigou com os filhos, foi preso. Já está solto, mas dai coincidiu com a crise. A mulher meio que cuida dele a distancia, mas ja abandou no sentido de morar junto. Ele bebe demais. Mas minha mãe (irmã dele) não abandona ele de jeito nenhum. Deixa ele morar de favor numa kitnet que temos. É o ultimo por seguro dele.
 

Calcifer

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Curioso ver que maioria se fodeu por causa de alcool. Triste =/

Também me preocupo com isso possa me acontecer no futuro. Agora podemos estar na flor da idade mas vai saber quando não estiver mais na idade "ideal' pro mercado como vai ser.
 

Shinobi4OS

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Esse sou eu, mesmo curso, curriculo praticamente o mesmo e estou desempregado ha 2 anos aqui no MA.
Seu curriculo é foda assim? Tem doutorado?

Problema é não ter experiência prática mano, que é o que realmente conta

Vc acaba perdendo vagas de assistente pagando 1,5k para recém formados
 
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arqueiro182

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É mais ou menos a situação que ocorre nos EUA, homeless lá alguns são formados, alguns até ex ricos, os caras tem algum problema mental e/ou co drogas.
Aqui no BR além disso o agravante é que não tem emprego mesmo pro cara ao menos tentar se reerguer.

"Meus problemas começaram quando minha mulher me deixou e voltou para a Ásia"

-User da OS.
 
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His_Dudeness

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Seu curriculo é foda assim? Tem doutorado?

Problema é não ter experiência prática mano, que é o que realmente conta

Vc acaba pendendo vagas de assistente pagando 1,5k para recém formados

This. Eu sinceramente acho que estamos em uma época que o fazer vale mais que o saber. Se tu sabe, não quer dizer que tu consiga fazer. Se tu faz, mas não sabe a teoria, bom, o trabalho será feito. Se o cara que faz estudar a teoria, vai pegar facilmente, pois já faz o que a teoria tenta ensinar.

E depender do Estado é muito arriscado. Acho mais seguro trabalhar em empresa privada. Fora que você aprende bem mais.
 

Urundeuva

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So não estou assim por causa da minha família, e não uso álcool. Mas que ta osso tá, tudo pede experiência. E como fui dono do meu negócio a vida toda, não tenho XP em carteira. Triste mesmo.
 

eddyeddy

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Esse aí não é o cara que recebeu varias propostas de emprego e recusou todas, pois queria continuar no cargo público?

Provavelmente.

Funcionários públicos choram pra c***lho.

Aí você fala pra ele sair do ovo e encarar a realidade de buscar emprego na iniciativa privada ou abrir um negócio é todos vêm de mimimi pra não perder a teta.
 

Shinobi4OS

Ex-doador
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Exatamente. Engana-se quem acha que um infortúnio desse não pode acontecer na sua vida.
Um "vento torto" e tudo estará perdido.
E é mais fácil do que parece

Imagine um cara que acha que está estabilizado na vida, aí vai e financia carro, casa, etc.

Perde o trampo. Perde a mulher (caso tenha). Fica doente.

Não precisa nem ser os 3 juntos, só 2 dessas desgraças e pronto, o cara ta fudido. Deve ser um desespero da porra, put* m****
 

geist

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Essa é a parte ruim do aluguel. Dá pra entender que em um país fodido como o nosso muitos queiram ter um teto quitado.
Sem emprego, se estiver no aluguel você está fodido. Se estiver em casa própria quitada, ainda que chegue no ponto de cortar energia, você ainda tem um teto pra chamar de seu. Só de fazer um bico ou ganhar uma cesta básica da igreja já dá pra ir levando em frente... e se for pra rua? Tudo fica muito mais difícil. Desde roupas até higiene pessoal. É uma espiral de desgraça que vai te encobrindo.

Se um dia eu chegar nessa situação (eu pago aluguel), acho que prefiro construir um barraco na favela do que me submeter a viver nas ruas, exposto a todo tipo de perigo.
 

tortinhas10

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E é mais fácil do que parece

Imagine um cara que acha que está estabilizado na vida, aí vai e financia carro, casa, etc.

Perde o trampo. Perde a mulher (caso tenha). Fica doente.

Não precisa nem ser os 3 juntos, só 2 dessas desgraças e pronto, o cara ta fudido. Deve ser um desespero da porra, put* m****


Pior que uma vez eu estava olhando pela janela de casa (apto) e vi um cara com mochila, roupa normal, e estava sem saber o que fazer. Ele deitou, colocou a mochila em cima da cabeça e ficou lá (era noite). Tenho quase certeza que era o primeiro dia dele na rua.
 

Landstalker

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Eu vou contar de um caso que aconteceu com um conhecido meu. Ele era muito amigo de um amigo meu, e ele fazia parte do meu grupo de RPG de mesa na adolescência, na verdade, ele era o mestre do grupo.

Ele vivia em um dos bairros de classe média-alta daqui da cidade, era um bairro vizinho ao meu que também apresenta mesma característica, mas a sua família estava decadente, a mãe tinha morrido e o pai dele tinha se casado com outra mulher. Ele não se dava nem um pouco bem com sua madrasta, eu não sei ao certo o que houve, mas segundo o meu amigo que era amigo dele, ele acabou tendo uma relação conturbada não somente com ela mas com o próprio pai e ele acabou indo parar nas ruas, passou alguns dias dormindo em banco de praça, isso ele na época mal deveria ter chegado na casa dos 20 anos, eu era uns 3 anos mais novo que ele.

Não sei ao certo se ele teve envolvimento com drogas, já que eu não tinha um contato latente com ele, acredito eu que sim porque sei que um dos amigos deles ficou viciado em cocaína, além de fumar maconha o dia inteiro. Depois que ele passou alguns dias na rua, ele foi procurar algum abrigo, não sei ao certo se foi albergue, mas foi isso que o meu amigo me contou.

Esse meu amigo tentou de certa forma ajudar, dando roupas, comida, essas coisas, mas acabou perdendo o contato dele, parece que ele tinha sumido da cidade, talvez ido para o interior (já que ele tinha família lá), enfim, perdeu-se o paradeiro do cara.

Lembro até que eu tinha emprestado alguns livros de Advanced D&D pra ele antes do acontecido e nunca mais se quer a cor desses livros eu pude ver, mas nem ligo, é nada se comparado ao que ele deve ter passado.
 

Sir Bovino Gadoso

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Quem trabalha com mendigos sabe, já ouvi vários relatos, a maioria vive na rua por opção.
 

Malaquias Duro

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Porra, com esse curriculo o cara vai ser professor?

Depois quando nego fala que professor é aquele que não sabe trabalhar com o conhecimento, é criticado.

Quem paga as contas é o mercado. Melhores professores que já tive trabalhavam de dia e lecionavam de noite. Isso quando não estão na área de pesquisas.

Agora só lecionar é tiro no pé demais. Pode ter o curriculo que for...
 

Landstalker

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Quem trabalha com mendigos sabe, já ouvi vários relatos, a maioria vive na rua por opção.

Para pessoas que tiveram um nível maior de escolaridade, social e uma estrutura financeira boa com uma "boa família", essas coisas, quase todos param nas ruas quase que pelos mesmos motivos. O padrão é quase sempre o mesmo:

- Os caras arriscam algum negócio onde coloca o patrimônio seu e/ou da família em risco e acaba perdendo tudo, ou mesmo perdem emprego onde achavam que tinha alguma estabilidade ;
- Mulheres (geralmente) são as primeiras a abandonar o barco, levando o(s) filho(s), caso o casal tenha;
- O cara fica desolado, sem esperanças e acaba se afundando no álcool ou mesmo em drogas ilícitas;
- Sem dinheiro e sem apoio familiar e já num estado de depressão só lhe resta a porta da rua como alternativa.
 

Andres29

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Triste situação.Até profissionais qualificados estão passando dificuldades.
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Trabalhou 20 anos e nao conseguiu guardar um milhao? Se tivesse uma responsabilidade financeira melhor, poderia estar vivendo de renda agora
 
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xthinkx

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Trabalhou 20 anos e nao conseguiu guardar um milhao? Se tivesse uma responsabilidade financeira melhor, poderia estar vivende de renda agora
Cara, em que mundo tu vive?
Como se viver no RJ com salário de professor fosse moleza guardar 1 milhão.
Fora que esses caras gastam uma nota em congressos e viajens que, normalmente, a universidade não paga.
 

xthinkx

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Legal ver a galera criticando o cara por ser funcionário público.Virou moda no fórum fazer a inquisição contra essa classe.

Esse professor pode até ter recebido propostas de empresas, mas tenho quase certeza que com menor salário e benefícios.Infelizmente, aqui nessa fazenda chamada Brasil, conhecimento técnico não é valorizado pelas empresas.
 

doraemondigimon

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Pode acontecer com qualquer um,.

...E de qualquer jeito!

Eu mesmo (já expliquei isso antes), passei por coisas que não chegaram a tais extremos, mas...

Eu fui adotado com dois dias de nascido e ganhei um status de 'ovelha negra' (como eu gosto de falar... 'Gato preto') da família.

No falecimento do meu pai em 94 por uma oeração cardíaca mal feita (não colaram os ossos do tórax dele, deixando soltos, daí veio a infecção e ele não tinha como fazer a operação pra correção. Veio a falecer 8 meses depois), minha vida começou a se tornar um verdadeiro inferno (antes, meus pais e minha avó sempre impediam deles fazerem algo comigo, mas parece que, quando a coisa começa a trincar, cai tudo de uma só vez e é sempre premeditado ou planejado)

Pra conseguir emprego, eu passei apertado pois toda vez que eu procurava algum lugar pra trabalhar, falavam que eu era drogado, que havia sido preso e por aí vai. Conseguir emprego em Goiânia em um local realmente bom, só depois que eles removeram as restrições que colocaram no meu nome, aos 30 anos de idade!

Após descobrirem que minha avó tinha Alzheimer (depois do falecimento de minha mãe), entraram com processos para o impedimento do testamento e consequente mudança da documentação da casa, que já estava em meu nome. Na época, quase fui preso pela polícia federal e a pessoa que mais sofreu comigo, mas me acompanhou segundo a segundo, foi minha esposa. Saímos de casa ameaçados de morte e ainda fiquei sem emprego por um ano, procurando praticamente todo dia pra evitar de despencarmos pra debaixo de uma ponte.

Sofremos horrores mas fomos conseguindo melhorar de pouco em pouco (graças a Deus! Pois acho que tudo o que passamos deve ter algum significado) e, de uma casa que na época estava valendo mais de 350.000 R$, recebemos apenas um Peugeot 306 usado e um pé na bunda. Familiares e amigos? Da família (máfia, como chamo) ninguém quis saber de pelo menos, tentar ajudar. Dos amigos, poucos sobraram e hoje, honro minhas amizades que sobraram muito bem! Conseguimos nos reerguer na base do 'um passo de cada vez' e, mesmo passando apertado (ainda), já estamos pagando o nosso apê(rtamento), o carro (que está na mecânica a mais de um ano e meio, mas vou conseguir...), voltarei aos estudos ainda neste ano e estou feliz demais com o nosso filho, que já tem 7 meses e está enorme e com saúde, além de ter a mulher mais linda e corajosa do mundo e um sobrinho excelente em casa (e não estou esquecendo da Chako, nossa brava cachorrinha).
 

Giant Enemy Crab

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Legal ver a galera criticando o cara por ser funcionário público.Virou moda no fórum fazer a inquisição contra essa classe.

Esse professor pode até ter recebido propostas de empresas, mas tenho quase certeza que com menor salário e benefícios.Infelizmente, aqui nessa fazenda chamada Brasil, conhecimento técnico não é valorizado pelas empresas.

ter um emprego que pague um salario não é melhor que ter que pedir esmola na rua?
 

arqueiro182

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Quem trabalha com mendigos sabe, já ouvi vários relatos, a maioria vive na rua por opção.

Pior que o que quer mesmo sair da rua, não to dizendo que não aconteça de ficar na rua uns tempos mas quem quer mesmo arruma um lugar.

O vigia do clube onde jogo bola, contou pra gente que era alcoólatra e vivia na rua bêbado, dormia debaixo de ponte, e em lugar abandonado. Parou de beber, virou crente e no 1º dia um cara da igreja dele indicou o serviço, começou morando no clube mesmo num quartinho com cozinha, recentemente comprou um AP pequeno num bairro distante e uma moto.

Ou seja ele só conseguiu sair da rua quando realmente quis.

Trabalhou 20 anos e nao conseguiu guardar um milhao? Se tivesse uma responsabilidade financeira melhor, poderia estar vivende de renda agora

Pensei isso na hora.

Não sou ninguém pra julgar, mas não é possível com o salário dele não conseguiu ao menos juntar uns trocados pras despesas. O que acontece é que gente assim tem um elevado padrão de vida, carros, viagens aos EUA com a família, esposa gastadeira, filhos, etc... morando em condomínio de luxo alugado (conheço uma pá de gente assim que troca de carro todo ano mas não tem uma casa pra morar).
 
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xthinkx

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ter um emprego que pague um salario não é melhor que ter que pedir esmola na rua?
No caso dele não. Vale mais a pena sair do Brasil e ir para um país em que o conhecimento seja, de fato, valorizado.

Não defendo funcionalismo publico para todos, mas no caso dele, é o unico lugar onde pode ser valorizado aqui no Brasil.
 

Giant Enemy Crab

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No caso dele não. Vale mais a pena sair do Brasil e ir para um país em que o conhecimento seja, de fato, valorizado.

Não defendo funcionalismo publico para todos, mas no caso dele, é o unico lugar onde pode ser valorizado aqui no Brasil.

"valorizado",
voce viu a foto dele mendigando? :klolz


graças ao bom Goku que eu nunca fui atras de ser valorizado, não preciso ficar na rua pedindo esmola. Se eu vejo que vai dar m**** onde eu to, pulo fora e não fico me fazendo de coitado.
 

arqueiro182

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No caso dele não. Vale mais a pena sair do Brasil e ir para um país em que o conhecimento seja, de fato, valorizado.

Onde uma Alemanha/Suécia/Reino Unido com o diploma do MEC falando um Inglês (se falar) básico?

Boa sorte pra ele.
 
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